Acompanhando a modernização de máquinas que estão a disposição de produtores rurais no Brasil e no mundo, o Serviço Nacional Aprendizagem Rural do Espírito Santo também está se adequando a essa nova realidade. O Senar-ES disponibilizou o primeiro treinamento de Operação de Colhedora Automotriz de Café do estado. A capacitação visa equilibrar o problema da escassez de mão de obra na atividade, sem prejudicar a qualidade dos cafés.
A adequação com as colhedoras automotrizes tende a agilizar o processo, ao colher café de maneira mais rápida do que o trabalho manual, fazendo com que aumente a produtividade. O treinamento maximiza o desempenho das equipes, resultando em uma colheita mais eficiente.
O gerente técnico do Senar-ES, Murilo Pedroni, aponta os benefícios da automotriz para os cafeicultores. “Com a necessidade de aprimorar os serviços prestados, temos levado o que há de inovação na colheita do café, cuidando especialmente da segurança nas atividades, e este de Operação de Colhedora Automotriz de Café representa exatamente isso: tecnologia, inovação e segurança na operação da atividade”, pontua.
As duas primeiras turmas foram formadas em Pinheiros, onde aconteceram os treinamentos: um no dia 22 de abril, com 12 participantes, e outro no dia 25, com 11. A estudante de agronomia, Bruna Cuquetto, fez parte da segunda turma seguindo o conselho do pai: todo conhecimento é pouco.
Com 23 anos, a filha de produtores rurais passou a ter contato com a cafeicultura quando os pais decidiram plantar há 5 anos e acredita que se desenvolver pode ser uma forma de passar conhecimento para outros. “Além de agilizar o processo da colheita que demoraria um pouco mais, creio que ainda possa ser útil para auxiliar outras pessoas que estão nesse meio”, afirma.
O instrutor responsável por lecionar as aulas de automotriz, Cléber Brito, explica que as aulas aliam teoria e prática. “As expectativas eram muitas. As aulas foram bastante explicativas, sanando dúvidas e curiosidades dos participantes. O primeiro contato com a colhedora parecia coisa de outro mundo para muitos, mas os alunos finalizaram o treinamento demonstrando intimidade com a máquina e capacidade técnica para operar”, ressalta Brito.
De acordo com Murilo Pedroni, reduzir custos e tempo são alguns dos benefícios do treinamento, mas vão além e visam mudar a vida dos produtores. “O Senar-ES busca sempre levar treinamentos com qualidade e que realmente possam fazer a diferença para o homem do campo”, afirma o gerente técnico.
Cléber Brito finaliza apontando a importância de se capacitar. “A capacitação continuada oferecida pelo Senar-ES é fundamental para melhoria dos processos produtivos e ampliação dos horizontes do homem do campo", enfatiza o instrutor.
Após os primeiros treinamentos em Pinheiros, outros dois municípios já solicitaram o curso de Operação de Colhedora Automotriz de Café: Conceição da Barra e Montanha.
Normas e conteúdos
O conteúdo ensinado no treinamento é amplo, dividido em oito partes, que vai desde a estrutura do equipamento até o cálculo para a colheita do café. Confira o conteúdo programático do curso de Operação de Colhedora Automotriz de Café:
1.0. Procedimentos de Segurança e Meio Ambiente Adequados ao Operador conforme NR31;
2.0. Estrutura e Componentes da Colhedora de Café Automotriz;
3.0. Componentes de Segurança da Colhedora de Café Automotriz;
4.0. Lubrificação dos Pontos de Graxas da Colhedora de Café Automotriz;
5.0. Manobra com a Colhedora de Café Automotriz;
6.0. Identificação das Condições para Colheita Mecanizada na Lavoura de Café;
7.0. Avaliação Prévia da Colheita;
8.0. Medição, Escolha e Cálculo para colheita do Café com Colhedora de Café Automotriz.
O treinamento segue as Normas Regulamentadoras (NRs) — regras nacionais que fornecem orientações de procedimentos obrigatórios referentes à segurança e saúde do trabalhador — adequadas à situação. São elas a NR31: Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura; e a NR12: Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. Também são atendidas as legislações vigentes do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Fonte: Assessoria de Comunicação Faes / Senar-ES
Por Carolina Vieira