Agricultura do ES soma preju?zo de R$ 3,6 bilh?es em dois anos
1 de setembro de 2020
S? na cafeicultura a perda chegou a R$ 2,2 bilh?es.
Agroneg?cio representa 35% de todas as riquezas cheap rolex replica uk produzidas no estado.
As chuvas dos ?ltimos dias come?aram a trazer al?vio para o homem do campo. Mas a produ??o perdida, n?o volta. Com tr?s anos de custom rolex watches chuva abaixo da m?dia hist?rica, o preju?zo na agricultura ainda ser? sentido por muito tempo.
A Secretaria da Agricultura calcula um preju?zo de R$ 3,6 bilh?es nos ?ltimos dois anos. S? na cafeicultura a perda chegou a R$ 2,2 bilh?es. Preju?zo principalmente para o caf? conilon.
O agroneg?cio representa quase 30% de todas as riquezas replica rolex daytona uk produzidas no estado. E o caf? ? respons?vel por 35% do PIB Agr?cola capixaba.
Praticamente todos os munic?pios do estado tem caf? e 400 mil pessoas, direta e indiretamente, s?o empregadas por causa dessa produ??o.
Por isso, o impacto social e econ?mico sentido nas lavouras com a falta d??gua foi t?o forte. Preju?zo nas lavouras e fora delas. "O preju?zo n?o ? s? sentido pelo produtor rural, mas tamb?m para todo um arranjo no interior que movimenta o com?rcio do interior, das lojas, o dia a dia dos bancos. Ent?o, o preju?zo ? muito maior, esse valor ? apenas dentro da porteira?, explica Rolex GMT Octaciano Neto, secret?rio de agricultura.
Caf? Conilon
O Esp?rito Santo produz mais de 70% do conilon do pa?s. Mais de 250 mil pessoas est?o envolvidas nesta atividade. Falando da produ??o mundial em termos de volume, at? 2014, o estado era o segundo maior produtor de conilon, perdendo apenas para um pa?s, o Vietn?. Mas com a seca dos ?ltimos dois anos, ele caiu para a 3? posi??o, ficando atr?s do Vietn? e da Indon?sia.
Dos dez maiores munic?pios produtores do Brasil, oito s?o capixabas. O maior produtor ? Jaguar?, seguido de Vila Val?rio e Sooretama. E este ano a queda em toneladas da produ??o de Jaguar?, por exemplo, chegou a mais de 60%. Situa??o semelhante a de outros munic?pios da regi?o.
A produ??o total de conilon no estado caiu pela metade se comparada a produ??o que o estado tinha antes da seca. A ?ltima estimativa de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prev? uma produ??o de 5,38 milh?es de sacas.
Rom?rio Ferr?o, pesquisador e coordenador do programa de cafeicultura estadual, explica que a produ??o do conilon vinha numa crescente. Nos ?ltimos quinze anos, crescia uma m?dia de 5% por ano. Esse desenvolvimento foi interrompido em 2014 por causa do in?cio da estiagem.
S? para se ter uma ideia, em 2014 o estado bateu recorde de produ??o e chegou a quase 10 milh?es de sacas produzidas. Uma diferen?a assustadora com a safra deste ano. ?? um dos maiores problemas econ?mico, social e ambiental que teve na hist?ria da cafeicultura do conilon aqui no estado?, reflete o pesquisador.
Solimar Cuquetto ? um dos produtores que d?o cara a este preju?zo. Vive desde que nasceu em uma propriedade em S?o Gabriel da Palha. Cresceu em meio aos cafezais acompanhando o trabalho do pai, at? que com o tempo ganhou seu pr?prio peda?o de terra. L? cultiva de quatro a cinco hectares de caf? conilon. Ano passado, que j? teve uma produ??o ruim, ele entregou para a cooperativa a que pertence 150 sacas.
Fora da crise, ele chegou a produzir e entregar o dobro disso. Este ano o volume de produ??o caiu ainda mais. Solimar colheu apenas 36 sacas. E a qualidade do que colheu ? ruim, caracter?stica que se repete em grande parte do caf? produzido nesta ?poca de seca. ?A ?gua veio sumindo desde o final do ano passado. No in?cio deste ano o c?rrego praticamente parou de correr?, conta o agricultor.
Para o ano que vem a expectativa tamb?m n?o ? boa, parte da lavoura j? era para ter gr?os aparecendo, formando o ?chumbinho?. Mas n?o ? isso que se pode ver e sim galhos secos, sem expectativa de produ??o. O caminho para o cafeicultor nesse cen?rio ? tentar escolher a lavoura que tem mais chance de produ??o, ?a gente t? tentando manter vivas essas daqui que est?o em forma??o agora. Se deixar perder, tem que fazer tudo de novo?, conta Solimar.
Diante desse cen?rio, resta para o produtor rural renegociar d?vidas e esperar que a chuva volte a vir nos momentos certos.
? acreditar nisso que tamb?m d? for?a para outros tantos agricultores familiares. Solimar ? um dos mais de cinco mil cooperados da Cooabriel, maior cooperativa de caf? conilon do Brasil. Os n?meros da cooperativa d?o uma dimens?o impacto econ?mico e social dessa crise h?drica.
Em 2014, a cooperativa teve uma produ??o de 1 milh?o e 168 mil sacas. Em 2015, j? com cen?rio de seca, essa produ??o caiu para 945 mil sacas. E este ano n?o chegou a 600 mil.
Com uma queda dessas, o pequeno produtor ficou perdido, sem ter como pagar as d?vidas. ?O pequeno produtor geralmente vem rolando uma d?vida do Pronafe h? muitos anos. Todo ano vai l? e paga. O banco libera o dinheiro novamente. Ent?o, o pequeno produtor acostumou fazer esse tipo de d?vida. S? que ele colhia e pagava. Eu sempre falo que o homem da ro?a ? homem de vergonha, homem que gosta de pagar suas contas. Mas, infelizmente, esse ano ele n?o tem como pagar porque o dinheiro dele ? caf?. Se ele n?o tem caf?, como vai pagar??, questiona Toninho, presidente da Cooperativa.
A seca n?o atingiu apenas pequenos agricultores. Mesmo os produtores maiores e com mais tecnologia na produ??o n?o conseguiram escapar totalmente do preju?zo. ? o caso, por exemplo, de Isaac Venturim.
Ele tem uma propriedade perto de S?o Gabriel da Palha, na cidade de S?o Domingos do Norte. A produ??o de caf? do munic?pio caiu 63,66%. Na propriedade dele a queda foi de 30%. Bem menor em compara??o com a m?dia geral.
Essa diferen?a entre a queda da produ??o dele e da m?dia est? na quantidade de tecnologias que ele aplica na propriedade. ?Uma variedade mais tolerante a seca, uma boa nutri??o, ele irriga a lavoura? L?gico que ele n?o coloca toda a quantidade de ?gua que a planta precisa, porque ele n?o tem, mas usa um sistema de irriga??o mais sustent?vel com sistema de irriga??o localizada. ? um produtor que faz uma boa gest?o na propriedade e se preparou para encarar um problema clim?tico?, explica Rom?rio Ferr?o, pesquisador do Incaper.
Mesmo assim, n?o tem como evitar completamente que a planta sinta uma seca t?o forte. Parte da produ??o do ano que vem estar? comprometida de qualquer maneira, porque a falta de chuva atrapalha o desenvolvimento da planta. Rom?rio Ferr?o mostra como isso acontece:
Este ano, os Venturim colheram 2700 sacas de caf?. Esse n?mero j? foi muito maior, j? chegou a 4400 sacas. Mas com escassez de ?gua n?o teve como segurar a produ??o. Para lidar com essa diminui??o, ele teve que fazer escolhas, porque mesmo sabendo da necessidade da planta, n?o tinha como irrigar de maneira adequada. Por isso, ele passou a dar prioridade para as lavouras que apresentavam maior potencial de produ??o.
Ele e a fam?lia j? tinham feito um planejamento estrat?gico e a dez anos repensado na organiza??o da lavoura. Ao longo do tempo foram mudando os espa?amentos, adensando a ?rea, pensando em m?todos de irriga??o mais eficientes. A ideia ? mais produtividade, menos quantidade. Al?m disso, acompanha as pesquisas e sempre vai atr?s de mudas com melhor material gen?tico. Ele tem clones de plantas precoces, m?dias e tardias. Dessa forma, colhe por mais tempo. Al?m disso, investe em qualidade. Despolpa a produ??o para agregar sempre mais valor.
O cuidado tamb?m ? redobrado com o bem mais precioso do momento? A ?gua. H? mais de vinte anos a fam?lia j? vem pensando nisso. Eles reflorestaram encostas, mant?m caixas secas para alimentar o len?ol fre?tico, fazem um esfor?o de preserva??o de nascentes e ret?m a ?gua em represas. Com a seca, a quantidade de ?gua dispon?vel diminuiu muito, mas n?o acabou.
?Acreditar que ia chegar uma seca dessas, ningu?m pode falar que acreditava. Mas a gente sabe que sem ?gua n?o tem nada. Ent?o, foi nesse sentido de sempre ter onde procurar recurso que a gente fez o trabalho de preserva??o e buscou as tecnologias. Quando ia formar uma lavoura procurava se orientar, plantas mais resistentes, plantas de capacidade produtivas boas, plantas clones com matura??o mais homog?nea e em per?odos mais longos. Tudo acarreta em fatores que favorecem o produtor?, explica Isaac.
O resultado de ter pensado longe quando falar de ?gua n?o era t?o urgente assim, ele colhe na lavoura. ?Sempre tinham aqueles que falam assim: ?o dia que faltar ?gua para os Venturim em S?o Domingos do Norte vai todo mundo morrer de sede?, achavam que a gente era exagerado. Certo ou errado estamos fazendo o que os ?rg?os orientam. Ningu?m adivinhou?, fala Isaac.
Preju?zo em todos os setores
Na fruticultura a estimativa ? de um preju?zo de 957 milh?es de reais, uma diminui??o de 434 mil toneladas na produ??o. No caso do mam?o, por exemplo, a Brapex (Associa??o Brasileira dos Produtores e Exportadores de Mam?o Papaya) calcula uma diminui??o de 70% na produ??o do primeiro semestre, se comparado a um ano em boas condi??es clim?ticas.
No segundo semestre esta perda ser? menor. Ent?o, a associa??o calcula uma queda de 35% a 40% no fechamento do ano. O estado ? o maior exportador da fruta e o segundo maior produtor.
Cl?rio Rampinelli tem 30 hectares de mam?o em Linhares. Ele explica que a falta de ?gua dificulta que a produ??o se mantenha e, em muitos casos, que o fruto se forme. Ent?o, muitos frutos n?o se desenvolvem como deveriam e perdem valor comercial.
?Uma planta com menos frutos, mais fraca, com o tronco mais fino, fruto menor, falta de fruto. E n?s temos alguma doen?a que vem tamb?m. Por exemplo, o ?caro vem mais na ?poca de seca,? explica o produtor.
Mesmo na propriedade tendo ?gua de po?o artesiano, o preju?zo de Cl?rio na planta??o do mam?o ? de, no m?nimo, 30%. E tem outro complicador. Em uma condi??o t?o inst?vel, ele deixou de plantar novas lavouras, o que tamb?m gera um impacto econ?mico. Isso j? faz com que Cl?rio estime que at? 2018 ainda estar? sentindo as consequ?ncias dessa seca.
Nas oler?colas, como tomate, inhame, gengibre, al?m das folhosas, a perda foi de 78 mil toneladas em 2015 e de 19 mil toneladas em 2016, um preju?zo de 228 milh?es de reais. J? na pecu?ria de leite ser?o 30 milh?es de litros a menos produzidos em 2016 em compara??o com 2014.
Fonte: G1 Esp?rito Santo Agroneg?cios
Agroneg?cio representa 35% de todas as riquezas cheap rolex replica uk produzidas no estado.
As chuvas dos ?ltimos dias come?aram a trazer al?vio para o homem do campo. Mas a produ??o perdida, n?o volta. Com tr?s anos de custom rolex watches chuva abaixo da m?dia hist?rica, o preju?zo na agricultura ainda ser? sentido por muito tempo.
A Secretaria da Agricultura calcula um preju?zo de R$ 3,6 bilh?es nos ?ltimos dois anos. S? na cafeicultura a perda chegou a R$ 2,2 bilh?es. Preju?zo principalmente para o caf? conilon.
O agroneg?cio representa quase 30% de todas as riquezas replica rolex daytona uk produzidas no estado. E o caf? ? respons?vel por 35% do PIB Agr?cola capixaba.
Praticamente todos os munic?pios do estado tem caf? e 400 mil pessoas, direta e indiretamente, s?o empregadas por causa dessa produ??o.
Por isso, o impacto social e econ?mico sentido nas lavouras com a falta d??gua foi t?o forte. Preju?zo nas lavouras e fora delas. "O preju?zo n?o ? s? sentido pelo produtor rural, mas tamb?m para todo um arranjo no interior que movimenta o com?rcio do interior, das lojas, o dia a dia dos bancos. Ent?o, o preju?zo ? muito maior, esse valor ? apenas dentro da porteira?, explica Rolex GMT Octaciano Neto, secret?rio de agricultura.
Caf? Conilon
O Esp?rito Santo produz mais de 70% do conilon do pa?s. Mais de 250 mil pessoas est?o envolvidas nesta atividade. Falando da produ??o mundial em termos de volume, at? 2014, o estado era o segundo maior produtor de conilon, perdendo apenas para um pa?s, o Vietn?. Mas com a seca dos ?ltimos dois anos, ele caiu para a 3? posi??o, ficando atr?s do Vietn? e da Indon?sia.
Dos dez maiores munic?pios produtores do Brasil, oito s?o capixabas. O maior produtor ? Jaguar?, seguido de Vila Val?rio e Sooretama. E este ano a queda em toneladas da produ??o de Jaguar?, por exemplo, chegou a mais de 60%. Situa??o semelhante a de outros munic?pios da regi?o.
A produ??o total de conilon no estado caiu pela metade se comparada a produ??o que o estado tinha antes da seca. A ?ltima estimativa de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prev? uma produ??o de 5,38 milh?es de sacas.
Rom?rio Ferr?o, pesquisador e coordenador do programa de cafeicultura estadual, explica que a produ??o do conilon vinha numa crescente. Nos ?ltimos quinze anos, crescia uma m?dia de 5% por ano. Esse desenvolvimento foi interrompido em 2014 por causa do in?cio da estiagem.
S? para se ter uma ideia, em 2014 o estado bateu recorde de produ??o e chegou a quase 10 milh?es de sacas produzidas. Uma diferen?a assustadora com a safra deste ano. ?? um dos maiores problemas econ?mico, social e ambiental que teve na hist?ria da cafeicultura do conilon aqui no estado?, reflete o pesquisador.
Solimar Cuquetto ? um dos produtores que d?o cara a este preju?zo. Vive desde que nasceu em uma propriedade em S?o Gabriel da Palha. Cresceu em meio aos cafezais acompanhando o trabalho do pai, at? que com o tempo ganhou seu pr?prio peda?o de terra. L? cultiva de quatro a cinco hectares de caf? conilon. Ano passado, que j? teve uma produ??o ruim, ele entregou para a cooperativa a que pertence 150 sacas.
Fora da crise, ele chegou a produzir e entregar o dobro disso. Este ano o volume de produ??o caiu ainda mais. Solimar colheu apenas 36 sacas. E a qualidade do que colheu ? ruim, caracter?stica que se repete em grande parte do caf? produzido nesta ?poca de seca. ?A ?gua veio sumindo desde o final do ano passado. No in?cio deste ano o c?rrego praticamente parou de correr?, conta o agricultor.
Para o ano que vem a expectativa tamb?m n?o ? boa, parte da lavoura j? era para ter gr?os aparecendo, formando o ?chumbinho?. Mas n?o ? isso que se pode ver e sim galhos secos, sem expectativa de produ??o. O caminho para o cafeicultor nesse cen?rio ? tentar escolher a lavoura que tem mais chance de produ??o, ?a gente t? tentando manter vivas essas daqui que est?o em forma??o agora. Se deixar perder, tem que fazer tudo de novo?, conta Solimar.
Diante desse cen?rio, resta para o produtor rural renegociar d?vidas e esperar que a chuva volte a vir nos momentos certos.
? acreditar nisso que tamb?m d? for?a para outros tantos agricultores familiares. Solimar ? um dos mais de cinco mil cooperados da Cooabriel, maior cooperativa de caf? conilon do Brasil. Os n?meros da cooperativa d?o uma dimens?o impacto econ?mico e social dessa crise h?drica.
Em 2014, a cooperativa teve uma produ??o de 1 milh?o e 168 mil sacas. Em 2015, j? com cen?rio de seca, essa produ??o caiu para 945 mil sacas. E este ano n?o chegou a 600 mil.
Com uma queda dessas, o pequeno produtor ficou perdido, sem ter como pagar as d?vidas. ?O pequeno produtor geralmente vem rolando uma d?vida do Pronafe h? muitos anos. Todo ano vai l? e paga. O banco libera o dinheiro novamente. Ent?o, o pequeno produtor acostumou fazer esse tipo de d?vida. S? que ele colhia e pagava. Eu sempre falo que o homem da ro?a ? homem de vergonha, homem que gosta de pagar suas contas. Mas, infelizmente, esse ano ele n?o tem como pagar porque o dinheiro dele ? caf?. Se ele n?o tem caf?, como vai pagar??, questiona Toninho, presidente da Cooperativa.
A seca n?o atingiu apenas pequenos agricultores. Mesmo os produtores maiores e com mais tecnologia na produ??o n?o conseguiram escapar totalmente do preju?zo. ? o caso, por exemplo, de Isaac Venturim.
Ele tem uma propriedade perto de S?o Gabriel da Palha, na cidade de S?o Domingos do Norte. A produ??o de caf? do munic?pio caiu 63,66%. Na propriedade dele a queda foi de 30%. Bem menor em compara??o com a m?dia geral.
Essa diferen?a entre a queda da produ??o dele e da m?dia est? na quantidade de tecnologias que ele aplica na propriedade. ?Uma variedade mais tolerante a seca, uma boa nutri??o, ele irriga a lavoura? L?gico que ele n?o coloca toda a quantidade de ?gua que a planta precisa, porque ele n?o tem, mas usa um sistema de irriga??o mais sustent?vel com sistema de irriga??o localizada. ? um produtor que faz uma boa gest?o na propriedade e se preparou para encarar um problema clim?tico?, explica Rom?rio Ferr?o, pesquisador do Incaper.
Mesmo assim, n?o tem como evitar completamente que a planta sinta uma seca t?o forte. Parte da produ??o do ano que vem estar? comprometida de qualquer maneira, porque a falta de chuva atrapalha o desenvolvimento da planta. Rom?rio Ferr?o mostra como isso acontece:
Este ano, os Venturim colheram 2700 sacas de caf?. Esse n?mero j? foi muito maior, j? chegou a 4400 sacas. Mas com escassez de ?gua n?o teve como segurar a produ??o. Para lidar com essa diminui??o, ele teve que fazer escolhas, porque mesmo sabendo da necessidade da planta, n?o tinha como irrigar de maneira adequada. Por isso, ele passou a dar prioridade para as lavouras que apresentavam maior potencial de produ??o.
Ele e a fam?lia j? tinham feito um planejamento estrat?gico e a dez anos repensado na organiza??o da lavoura. Ao longo do tempo foram mudando os espa?amentos, adensando a ?rea, pensando em m?todos de irriga??o mais eficientes. A ideia ? mais produtividade, menos quantidade. Al?m disso, acompanha as pesquisas e sempre vai atr?s de mudas com melhor material gen?tico. Ele tem clones de plantas precoces, m?dias e tardias. Dessa forma, colhe por mais tempo. Al?m disso, investe em qualidade. Despolpa a produ??o para agregar sempre mais valor.
O cuidado tamb?m ? redobrado com o bem mais precioso do momento? A ?gua. H? mais de vinte anos a fam?lia j? vem pensando nisso. Eles reflorestaram encostas, mant?m caixas secas para alimentar o len?ol fre?tico, fazem um esfor?o de preserva??o de nascentes e ret?m a ?gua em represas. Com a seca, a quantidade de ?gua dispon?vel diminuiu muito, mas n?o acabou.
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Na fruticultura a estimativa ? de um preju?zo de 957 milh?es de reais, uma diminui??o de 434 mil toneladas na produ??o. No caso do mam?o, por exemplo, a Brapex (Associa??o Brasileira dos Produtores e Exportadores de Mam?o Papaya) calcula uma diminui??o de 70% na produ??o do primeiro semestre, se comparado a um ano em boas condi??es clim?ticas.
No segundo semestre esta perda ser? menor. Ent?o, a associa??o calcula uma queda de 35% a 40% no fechamento do ano. O estado ? o maior exportador da fruta e o segundo maior produtor.
Cl?rio Rampinelli tem 30 hectares de mam?o em Linhares. Ele explica que a falta de ?gua dificulta que a produ??o se mantenha e, em muitos casos, que o fruto se forme. Ent?o, muitos frutos n?o se desenvolvem como deveriam e perdem valor comercial.
?Uma planta com menos frutos, mais fraca, com o tronco mais fino, fruto menor, falta de fruto. E n?s temos alguma doen?a que vem tamb?m. Por exemplo, o ?caro vem mais na ?poca de seca,? explica o produtor.
Mesmo na propriedade tendo ?gua de po?o artesiano, o preju?zo de Cl?rio na planta??o do mam?o ? de, no m?nimo, 30%. E tem outro complicador. Em uma condi??o t?o inst?vel, ele deixou de plantar novas lavouras, o que tamb?m gera um impacto econ?mico. Isso j? faz com que Cl?rio estime que at? 2018 ainda estar? sentindo as consequ?ncias dessa seca.
Nas oler?colas, como tomate, inhame, gengibre, al?m das folhosas, a perda foi de 78 mil toneladas em 2015 e de 19 mil toneladas em 2016, um preju?zo de 228 milh?es de reais. J? na pecu?ria de leite ser?o 30 milh?es de litros a menos produzidos em 2016 em compara??o com 2014.
Fonte: G1 Esp?rito Santo Agroneg?cios