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Agricultura familiar pode ajudar a combater a obesidade, dizem debatedores
1 de setembro de 2020

O Brasil avan?ou nos ?ltimos 15 anos em termos de seguran?a alimentar, ao sair do mapa da fome da Organiza??o das Na??es Unidas (ONU), mas agora enfrenta um novo desafio: combater a obesidade.

Para isso, o est?mulo ? agricultura familiar ser? essencial, j? que a mudan?a nos h?bitos alimentares do brasileiro estaria relacionada ? concentra??o no mercado agroalimentar.

Essa foi a avalia??o dos participantes do Semin?rio Direito Humano ? Alimenta??o Adequada e Agricultura Familiar, realizado nesta quarta-feira (26) na C?mara dos Deputados.

O representante do Minist?rio da Sa?de, Eduardo Nilson, destacou que, com a queda da desnutri??o no Pa?s, o crescimento do excesso de peso na popula??o agora ? uma das grandes preocupa??es do governo.

?A agricultura familiar ? essencial para a revers?o desse quadro?, afirmou Eduardo Nilson. Segundo ele, o governo tem diversos programas de est?mulo do consumo de alimentos saud?veis, minimamente processados, como forma de preven??o de doen?as.

Nutri??o inadequada
O doutor em Meio Ambiente e professor da Universidade Federal da Fronteira do Sul Julian Perez, informou que, no Brasil, 51% da popula??o adulta masculina e 48% da popula??o adulta feminina est?o obesos.

Conforme ele, cada vez mais a alimenta??o do brasileiro se concentra em poucos alimentos e isso estaria diretamente relacionado ? concentra??o corporativa na produ??o agroalimentar.

?Essas empresas globais produzem alimentos de baixa qualidade nutricional, alta concentra??o de teores de gorduras, ultraprocessados, baseados em monoculturas, em poucas esp?cies, e n?o respeitam nossa cultura e nossos h?bitos alimentares?, ressaltou.

De acordo com o professor, foi reduzido, entre a popula??o brasileira, o consumo de cereais e feij?es e aumentado o consumo de amido e leite, por exemplo. ?60% da energia alimentar prov?m hoje do milho, trigo, arroz e batata?, acrescentou.

Est?mulo
Para Perez, o est?mulo ? agricultura familiar ? a chave para mudar essa situa??o. Segundo ele, enquanto as empresas globais concentram-se na produ??o de 12 culturas, os agricultores familiares cultivam cerca de ste mil esp?cies. ?A agricultura familiar ? a guardi? da diversidade e dos nossos h?bitos alimentares?, disse.

Por?m, o avan?o desse modelo de agricultura esbarra na concentra??o fundi?ria: embora produzam 70% dos alimentos para a popula??o do Pa?s, os agricultores familiares ocupam apenas 24% das terras brasileiras produtivas.

?Temos elevado a ?rea produtiva dos produtos de exporta??o e reduzido a ?rea produtiva de produtos para o mercado interno?, afirmou Perez. ?S? o milho e a soja correspondem a 80% da ?rea plantada no Brasil?, destacou. ?Temos exportado soja para a China, e importado feij?o preto do mesmo pa?s?, completou.

A concentra??o se daria n?o apenas na quest?o da terra, mas tamb?m no mercado de produ??o de sementes e de processamento e distribui??o de alimentos.

Reforma agr?ria
Para a representante da Via Campesina (movimento de camponesas), Iridiani Seibert, a mudan?a dos h?bitos alimentares do brasileiro, com a migra??o para uma alimenta??o de base agroindustrial, tem sido estimulada pela prioridade dada ao agroneg?cio pelo governo.

O conselheiro do Conselho Nacional de Seguran?a Alimentar e Nutricional (Consea), ?rio Conti, e o vice-presidente da Confedera??o Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Wiliam Clementino, defenderam a reforma agr?ria para resolver o problema, com a distribui??o de terras para os pequenos agricultores.

?A agricultura familiar produz alimento saud?vel, sem agrot?xicos?, disse Clementino. ?O fomento ao agroneg?cio faz com que as pessoas comam comida envenenada, e depois isso gera um congestionamento no Sistema ?nico de Sa?de?, acrescentou.

O semin?rio foi promovido pela Comiss?o de Direitos Humanos e Minorias, em conjunto com as frentes parlamentares da Agricultura Familiar; da Agroecologia; da Extens?o Rural; e da Seguran?a Alimentar e Nutricional.

Fonte: Campo Vivo

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