Alta do conilon pode elevar pre?o do caf? ao consumidor
1 de setembro de 2020
Ind?stria alega que n?o pode mais represar o aumento da mat?ria-prima e fala em repasses de "20% ou mais"
Os pre?os do caf? podem ficar mais altos para o consumidor. A Associa??o Brasileira da Ind?stria de Caf? (Abic) considera a possibilidade de torrefadoras e processadoras elevarem em 20% ou mais o valor m?dio do produto em rela??o ao que tem sido praticado atualmente nas negocia??es com as redes de varejo.
O diretor executivo da Abic, Nathan Herszkowicz, afirma que a forma e o per?odo do aumento dependem dos contratos das ind?strias com os varejistas. Ele explica que, em alguns casos, s?o estabelecidas regras de fornecimento de caf? com pre?o anterior ao repasse por um determinado tempo. ?? muito dif?cil o varejo assumir isso imediatamente, mas o repasse ? inevit?vel?, afirma.
A ind?stria argumenta que n?o tem mais como segurar a press?o sobre os custos provocada pelo aumento da mat?ria-prima, especialmente o caf? conilon, usado nas misturas que chegam ao varejo. As planta??es sofreram severas perdas por problemas clim?ticos em diversas regi?es neste ano.
No Esp?rito Santo, maior produtor nacional de conilon, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?stica (IBGE) estima a safra atual em 5,820 milh?es de sacas de 60 quilos, volume 30,7% abaixo do colhido no ano passado (7,761 milh?es de sacas) e 45,9% inferior ao da temporada 2014 (9,949 milh?es de sacas). Especialistas j? consideram remota a possibilidade de uma recupera??o significativa dos cafezais capixabas e dos volumes do gr?o na pr?xima safra, a ser colhida em 2017.
Essa conjuntura levou a uma disparada nos pre?os pagos ao cafeicultor, como apontam os indicadores do Centro de Estudos Avan?ados em Economia Aplicada (Cepea). Dando sequ?ncia a uma s?rie de recordes, a refer?ncia para o conilon fechou em R$ 522,91 na sexta-feira (21/10). No mesmo dia, a do ar?bica foi de R$ 509,61 a saca de 60 quilos.
Na semana passada, foi a primeira vez na hist?ria que o Cepea registrou o primeiro valendo mais que o segundo no mercado brasileiro. Em outubro, as duas variedades acumulavam at? o final da semana passada altas de 13,77% e 1,3%, respectivamente. Nas contas da Abic, um aumento de R$ 50 na saca de 60 quilos equivale a at? 8% a mais no produto final.
?Os produtores que t?m conilon vendem com bastante cuidado porque sabem que n?o v?o colher o suficiente na pr?xima safra e o que t?m dispon?vel ? pouco?, diz Herszcowicz. Ele lembra que a demanda da ind?stria ? constante por trabalhar com estoques relativamente curtos, para 20 ou 25 dias de uso, em m?dia.
A situa??o tem levado ? menor utiliza??o do conilon nos blends, informa o executivo. Desde o in?cio do atual ciclo de alta, que ele acredita ter se iniciado h? quase um ano, a propor??o caiu de algo em torno de 40% a 45% para 20%. A alternativa tem sido substituir por outros caf?s ar?bica considerados intermedi?rios, usados no mercado interno e que tamb?m j? s?o encontrados por pre?os maiores.
Mas essa pr?tica encontra limites no paladar, pondera Herszkowicz. Ele explica que mudan?as nos blends ? por causa de situa??es de mercado, por exemplo ? s?o feitas gradualmente para evitar a perda do que chama de ?gosto t?pico? do consumidor. No caso do brasileiro, significa um caf? forte e sabor intenso.
?Alterar a mistura e depois voltar ? sempre um risco. Tem que ter crit?rio, mas oscila??es grandes de pre?o como a atual podem n?o permitir que isso seja feito de forma gradual. Para a ind?stria, ? um problema?, diz ele.
Leil?es
Apesar de considerar a baixa disponibilidade de conilon sua principal dificuldade, a ind?stria descarta, pelo menos por enquanto, pedir ao governo que libere importa??es. Segundo Herszkowicz, o setor quer volumes maiores nos leil?es oficiais, mesmo que s? da variedade ar?bica.
Nesta segunda-feira (24/10), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reportava 60,591 mil toneladas (1,009 milh?o de sacas) em reservas. ?O governo n?o tem o suficiente, tem um estoque pequeno de caf? ar?bica que deve acabar at? o final do ano?, diz o diretor da Abic.
Fonte: Revista Globo Rural
Os pre?os do caf? podem ficar mais altos para o consumidor. A Associa??o Brasileira da Ind?stria de Caf? (Abic) considera a possibilidade de torrefadoras e processadoras elevarem em 20% ou mais o valor m?dio do produto em rela??o ao que tem sido praticado atualmente nas negocia??es com as redes de varejo.
O diretor executivo da Abic, Nathan Herszkowicz, afirma que a forma e o per?odo do aumento dependem dos contratos das ind?strias com os varejistas. Ele explica que, em alguns casos, s?o estabelecidas regras de fornecimento de caf? com pre?o anterior ao repasse por um determinado tempo. ?? muito dif?cil o varejo assumir isso imediatamente, mas o repasse ? inevit?vel?, afirma.
A ind?stria argumenta que n?o tem mais como segurar a press?o sobre os custos provocada pelo aumento da mat?ria-prima, especialmente o caf? conilon, usado nas misturas que chegam ao varejo. As planta??es sofreram severas perdas por problemas clim?ticos em diversas regi?es neste ano.
No Esp?rito Santo, maior produtor nacional de conilon, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?stica (IBGE) estima a safra atual em 5,820 milh?es de sacas de 60 quilos, volume 30,7% abaixo do colhido no ano passado (7,761 milh?es de sacas) e 45,9% inferior ao da temporada 2014 (9,949 milh?es de sacas). Especialistas j? consideram remota a possibilidade de uma recupera??o significativa dos cafezais capixabas e dos volumes do gr?o na pr?xima safra, a ser colhida em 2017.
Essa conjuntura levou a uma disparada nos pre?os pagos ao cafeicultor, como apontam os indicadores do Centro de Estudos Avan?ados em Economia Aplicada (Cepea). Dando sequ?ncia a uma s?rie de recordes, a refer?ncia para o conilon fechou em R$ 522,91 na sexta-feira (21/10). No mesmo dia, a do ar?bica foi de R$ 509,61 a saca de 60 quilos.
Na semana passada, foi a primeira vez na hist?ria que o Cepea registrou o primeiro valendo mais que o segundo no mercado brasileiro. Em outubro, as duas variedades acumulavam at? o final da semana passada altas de 13,77% e 1,3%, respectivamente. Nas contas da Abic, um aumento de R$ 50 na saca de 60 quilos equivale a at? 8% a mais no produto final.
?Os produtores que t?m conilon vendem com bastante cuidado porque sabem que n?o v?o colher o suficiente na pr?xima safra e o que t?m dispon?vel ? pouco?, diz Herszcowicz. Ele lembra que a demanda da ind?stria ? constante por trabalhar com estoques relativamente curtos, para 20 ou 25 dias de uso, em m?dia.
A situa??o tem levado ? menor utiliza??o do conilon nos blends, informa o executivo. Desde o in?cio do atual ciclo de alta, que ele acredita ter se iniciado h? quase um ano, a propor??o caiu de algo em torno de 40% a 45% para 20%. A alternativa tem sido substituir por outros caf?s ar?bica considerados intermedi?rios, usados no mercado interno e que tamb?m j? s?o encontrados por pre?os maiores.
Mas essa pr?tica encontra limites no paladar, pondera Herszkowicz. Ele explica que mudan?as nos blends ? por causa de situa??es de mercado, por exemplo ? s?o feitas gradualmente para evitar a perda do que chama de ?gosto t?pico? do consumidor. No caso do brasileiro, significa um caf? forte e sabor intenso.
?Alterar a mistura e depois voltar ? sempre um risco. Tem que ter crit?rio, mas oscila??es grandes de pre?o como a atual podem n?o permitir que isso seja feito de forma gradual. Para a ind?stria, ? um problema?, diz ele.
Leil?es
Apesar de considerar a baixa disponibilidade de conilon sua principal dificuldade, a ind?stria descarta, pelo menos por enquanto, pedir ao governo que libere importa??es. Segundo Herszkowicz, o setor quer volumes maiores nos leil?es oficiais, mesmo que s? da variedade ar?bica.
Nesta segunda-feira (24/10), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reportava 60,591 mil toneladas (1,009 milh?o de sacas) em reservas. ?O governo n?o tem o suficiente, tem um estoque pequeno de caf? ar?bica que deve acabar at? o final do ano?, diz o diretor da Abic.
Fonte: Revista Globo Rural