Avalia??o e Expectativas ? Setor de Leite
1 de setembro de 2020
Acaba o ano de 2012, que come?ou com pre?os ao produtor bem acima do ocorrido no mesmo per?odo de 2011. Entretanto, essa alta n?o foi suficiente para acompanhar a alta dos custos de produ??o, puxados principalmente pelo pre?o do milho e do farelo de soja.
Algumas tentativas foram feitas, ao longo do ano, pela ind?stria para baixar o pre?o do leite ao produtor, mas situa??es adversas (principalmente aumento do farelo de soja e do milho e seca em regi?es produtoras) impediram que tal fato se concretizasse. Se a ind?stria n?o conseguiu baixar o pre?o do leite pago ao produtor n?o permitiu, por?m, que o aumento acompanhasse o aumento do custo de produ??o, conforme mostram os dados da Scot Consultoria, sustentando que em 2012, o pre?o do leite ao produtor aumentou 1,2%, enquanto o custo m?dio para produzir um litro de leite foi 1,7% maior do que 2011.
Esse fato, n?o chegou ao ponto de inviabilizar a lucratividade da atividade, mas achatou bastante a margem de lucro. Quando isso acontece o setor de produ??o adota mecanismos de defesa. Como primeira op??o, reduz a suplementa??o das vacas e posteriormente deixa de investir na atividade. A repercuss?o da primeira alternativa aparece de imediato na redu??o da produ??o, enquanto a falta de investimento aparece nos anos subseq?entes. Este fato fica marcante para rebanhos que trabalham com vacas de altas produ??es e que, portanto, necessitam de alimenta??o suplementar com concentrados. No estado do Esp?rito Santo, esses rebanhos n?o s?o maioria e, bem por isso houve recorde de produ??o.
Em tese, 2012 n?o foi um ano ruim para os produtores, muito embora muitos deles tivessem suas margens estreitadas, pois como dito o custo do litro de leite, em m?dia, aumentou mais do que o pre?o recebido pelo produtor.
Quem amargou as conseq??ncias de aumentos foi mesmo o consumidor que encarou significativos aumentos, em todos os produtos l?cteos ofertados, em 2012, quando comparados com 2011. J? no varejo todos os produtos l?cteos tiveram significativos aumentos para o consumidor.
A produ??o de leite no Estado do Esp?rito Santo que j? bateu recorde, neste ano, produzindo 451,3 milh?es de litros (h? expectativa de que a produ??o ultrapasse os 470 milh?es de litros) acompanha de perto a conjuntura nacional com pequenas varia??es que ficam ligadas a peculiaridades regionais.
Vale registrar que nos ?ltimos cinco anos, muitos produtores capixabas est?o investindo mais intensivamente no melhoramento gen?tico de seus rebanhos, no melhoramento das pastagens e no manejo dos animais. Os primeiros resultados come?am a surgir com aumentos significativos de produtividade, saltando de uma produtividade m?dia de 6 a 7 litros de leite por vaca por dia para 15 litros por vaca por dia. Infelizmente o contingente de produtores que vem adotando essas tecnologias ainda n?o ? maioria.
Perspectivas para 2013
Segundo os analistas do setor haver? menor oferta de l?cteos em 2013, fato que anima os produtores, pois traz, no seu bojo, tend?ncia de aumento no pre?o pago pelo litro de leite. Entretanto a grande diversidade de fatores (crises econ?micas nos pa?ses desenvolvidos, melhora do poder aquisitivo da popula??o dos pa?ses em desenvolvimento, clima ? secas nos principais pa?ses produtores - estoques zerados ou muito pequenos e concorr?ncia entre empresas e entre pa?ses) que afetam o pre?o do leite ao produtor dificulta sobremaneira fazer previs?es de m?dio e longo prazo.
Por outro lado, o cen?rio de achatamento da margem de lucro acorrida em 2012 pode refor?ar a hip?tese de redu??o na produ??o de leite, em 2013, sustentada pelos analistas. A leve inseguran?a ocorrida em 2012 pode ter levado os produtores a investirem menos na atividade. Isso provocar? queda de produ??o em 2013.
Considere-se tamb?m, que as ?reas plantadas de soja e de milho aumentaram, mas as previs?es s?o, ainda, nebulosas para dar sustentabilidade na redu??o dos custos na produ??o de leite e assim incentivar os produtores a investirem de imediato para aumentar a produ??o.
O fato de a grande maioria do rebanho capixaba ser constitu?da, ainda, de animais que n?o necessitam ou necessitam de pouca alimenta??o suplementar com ra??o concentrada, permite prever que no estado, embora t?mido, haver? aumento de produ??o em 2013, quando comparado com 2012. Aqui no estado, os produtores est?o investindo mais no melhoramento e no manejo das pastagens.
A situa??o, principalmente para as pequenas ind?strias, que ter?o pela frente: pre?os ao produtor, possivelmente em alta e aumento de sal?rio m?nimo, ficar? complicada em 2013. Com custos mais altos e com pouca margem para operar, pois a concorr?ncia ? grande, muitas ter?o que rever suas log?sticas de operacionalidade, sob pena de fracassarem. Muito embora o mercado varejista seja franco comprador, pois o poder aquisitivo est? em alta. Uma coisa parece certa: dificilmente, em 2013, a ind?stria vai conseguir recuperar sua pretendida participa??o no pre?o final ao consumidor.
Analistas, mais pessimistas, alegam que ? preciso haver melhora significativa na margem de lucro para o produtor, pois s? assim poder-se-ia evitar a crise que ronda a pecu?ria de leite no Brasil. Alegam que a crise pode ser de grandes propor??es e de longo prazo. Defendem que a melhoria de margem de lucro para o produtor pode vir via redu??o de custos ou via aumento de pre?o pago ao produtor. Para a ind?stria aumentar o pre?o pago ao produtor ela tem que repassar o custo para o consumidor. Isso fica complicado, pois ela trabalha com margem muito pequena
Fonte: Campo Vivo
Algumas tentativas foram feitas, ao longo do ano, pela ind?stria para baixar o pre?o do leite ao produtor, mas situa??es adversas (principalmente aumento do farelo de soja e do milho e seca em regi?es produtoras) impediram que tal fato se concretizasse. Se a ind?stria n?o conseguiu baixar o pre?o do leite pago ao produtor n?o permitiu, por?m, que o aumento acompanhasse o aumento do custo de produ??o, conforme mostram os dados da Scot Consultoria, sustentando que em 2012, o pre?o do leite ao produtor aumentou 1,2%, enquanto o custo m?dio para produzir um litro de leite foi 1,7% maior do que 2011.
Esse fato, n?o chegou ao ponto de inviabilizar a lucratividade da atividade, mas achatou bastante a margem de lucro. Quando isso acontece o setor de produ??o adota mecanismos de defesa. Como primeira op??o, reduz a suplementa??o das vacas e posteriormente deixa de investir na atividade. A repercuss?o da primeira alternativa aparece de imediato na redu??o da produ??o, enquanto a falta de investimento aparece nos anos subseq?entes. Este fato fica marcante para rebanhos que trabalham com vacas de altas produ??es e que, portanto, necessitam de alimenta??o suplementar com concentrados. No estado do Esp?rito Santo, esses rebanhos n?o s?o maioria e, bem por isso houve recorde de produ??o.
Em tese, 2012 n?o foi um ano ruim para os produtores, muito embora muitos deles tivessem suas margens estreitadas, pois como dito o custo do litro de leite, em m?dia, aumentou mais do que o pre?o recebido pelo produtor.
Quem amargou as conseq??ncias de aumentos foi mesmo o consumidor que encarou significativos aumentos, em todos os produtos l?cteos ofertados, em 2012, quando comparados com 2011. J? no varejo todos os produtos l?cteos tiveram significativos aumentos para o consumidor.
A produ??o de leite no Estado do Esp?rito Santo que j? bateu recorde, neste ano, produzindo 451,3 milh?es de litros (h? expectativa de que a produ??o ultrapasse os 470 milh?es de litros) acompanha de perto a conjuntura nacional com pequenas varia??es que ficam ligadas a peculiaridades regionais.
Vale registrar que nos ?ltimos cinco anos, muitos produtores capixabas est?o investindo mais intensivamente no melhoramento gen?tico de seus rebanhos, no melhoramento das pastagens e no manejo dos animais. Os primeiros resultados come?am a surgir com aumentos significativos de produtividade, saltando de uma produtividade m?dia de 6 a 7 litros de leite por vaca por dia para 15 litros por vaca por dia. Infelizmente o contingente de produtores que vem adotando essas tecnologias ainda n?o ? maioria.
Perspectivas para 2013
Segundo os analistas do setor haver? menor oferta de l?cteos em 2013, fato que anima os produtores, pois traz, no seu bojo, tend?ncia de aumento no pre?o pago pelo litro de leite. Entretanto a grande diversidade de fatores (crises econ?micas nos pa?ses desenvolvidos, melhora do poder aquisitivo da popula??o dos pa?ses em desenvolvimento, clima ? secas nos principais pa?ses produtores - estoques zerados ou muito pequenos e concorr?ncia entre empresas e entre pa?ses) que afetam o pre?o do leite ao produtor dificulta sobremaneira fazer previs?es de m?dio e longo prazo.
Por outro lado, o cen?rio de achatamento da margem de lucro acorrida em 2012 pode refor?ar a hip?tese de redu??o na produ??o de leite, em 2013, sustentada pelos analistas. A leve inseguran?a ocorrida em 2012 pode ter levado os produtores a investirem menos na atividade. Isso provocar? queda de produ??o em 2013.
Considere-se tamb?m, que as ?reas plantadas de soja e de milho aumentaram, mas as previs?es s?o, ainda, nebulosas para dar sustentabilidade na redu??o dos custos na produ??o de leite e assim incentivar os produtores a investirem de imediato para aumentar a produ??o.
O fato de a grande maioria do rebanho capixaba ser constitu?da, ainda, de animais que n?o necessitam ou necessitam de pouca alimenta??o suplementar com ra??o concentrada, permite prever que no estado, embora t?mido, haver? aumento de produ??o em 2013, quando comparado com 2012. Aqui no estado, os produtores est?o investindo mais no melhoramento e no manejo das pastagens.
A situa??o, principalmente para as pequenas ind?strias, que ter?o pela frente: pre?os ao produtor, possivelmente em alta e aumento de sal?rio m?nimo, ficar? complicada em 2013. Com custos mais altos e com pouca margem para operar, pois a concorr?ncia ? grande, muitas ter?o que rever suas log?sticas de operacionalidade, sob pena de fracassarem. Muito embora o mercado varejista seja franco comprador, pois o poder aquisitivo est? em alta. Uma coisa parece certa: dificilmente, em 2013, a ind?stria vai conseguir recuperar sua pretendida participa??o no pre?o final ao consumidor.
Analistas, mais pessimistas, alegam que ? preciso haver melhora significativa na margem de lucro para o produtor, pois s? assim poder-se-ia evitar a crise que ronda a pecu?ria de leite no Brasil. Alegam que a crise pode ser de grandes propor??es e de longo prazo. Defendem que a melhoria de margem de lucro para o produtor pode vir via redu??o de custos ou via aumento de pre?o pago ao produtor. Para a ind?stria aumentar o pre?o pago ao produtor ela tem que repassar o custo para o consumidor. Isso fica complicado, pois ela trabalha com margem muito pequena
Fonte: Campo Vivo