Brasil eleva efici?ncia agr?cola e reduz uso proporcional de defensivo, diz estudo
1 de setembro de 2020
O Brasil ? o pa?s que proporcionalmente menos utiliza defensivos agr?colas entre os grandes exportadores de alimentos, e foi o ?nico que conseguiu aumentar a efici?ncia no uso desde 2004, mostra um estudo in?dito da consultoria Kleffmann Group.
O Brasil conseguiu reduzir em 3 por cento o gasto com defensivos entre 2004 e 2011, passando de 7,28 d?lares por tonelada produzida para 7,05 d?lares/tonelada.
No mesmo per?odo, outros grandes exportadores reduziram a efici?ncia: a Argentina passou a gastar 47 por cento mais e os Estados Unidos elevaram os custos com defensivos em 6 por cento.
Os norte-americanos gastam 10,65 d?lares em defensivos para produzir cada tonelada, enquanto os argentinos desembolsam 10,59 d?lares.
A melhora do Brasil nas estat?sticas est? atrelada a uma produ??o cada vez maior do pa?s com um pequeno aumento de ?rea cultivada --ganho de produtividade, em outras palavras-- com a ajuda do clima que permite o plantio de duas ou at? tr?s safras por ano em um mesmo espa?o.
"O milho safrinha ajudou a melhorar a matriz produtiva porque tem uma alta produ??o por hectare", lembrou o presidente da Kleffmann no Brasil, Lars Schobinger, em entrevista ? Reuters.
O levantamento abrange todos os produtos agr?colas, como soja, milho, trigo, cana-de-a??car, caf? e hortifrutigranjeiros.
A cana, produto com um peso por hectare bem superior aos dos gr?os, com destaque na agricultura do Brasil (maior produtor de a??car do mundo), ajuda a entender o estudo, uma vez que pa?ses como Estados Unidos contam com uma maior produtividade m?dia para cereais, por exemplo, do que o Brasil.
A categoria de defensivos inclui fungicidas, herbicidas e inseticidas, necess?rios para evitar ataques que poderiam reduzir sensivelmente a produtividade das lavouras.
"O uso de defensivos (no Brasil) ? bastante racional e acaba contribuindo no ganho produtivo", disse Schobinger, destacando o recente avan?o da produtividade do milho no pa?s, que ainda tem espa?o para avan?ar frente a outros pa?ses, como os Estados Unidos.
Em n?meros absolutos, no entanto, o Brasil --com uma agricultura tropical e uma maior incid?ncia de pragas e doen?as-- ? o pa?s que mais gasta em defensivos, cerca de 7 bilh?es de d?lares em 2011, superando os Estados Unidos, que desembolsaram 6,7 bilh?es de d?lares naquele ano.
A pesquisa da Kleffmann abrange o per?odo de 2004 a 2011 porque usa como importante fonte os levantamentos globais da Organiza??o das Na??es Unidas para Alimenta??o e Agricultura (FAO), que divulga dados com atraso.
CLIMA TROPICAL
Por ser um pa?s de clima tropical, onde a incid?ncia de fungos, insetos e ervas daninhas ? elevada, o Brasil ainda gasta bem mais em defensivos do que a R?ssia, por exemplo. O pa?s da Eur?sia, onde o clima frio interrompe o ciclo de vida das pragas, precisa gastar 3,66 d?lares para cada tonelada de alimentos.
"Estamos apenas atr?s de pa?ses de baixa tecnologia ou com uma condi??o de clima muito diferente da nossa", disse o executivo.
Outro pa?s que se destaca no baixo uso de defensivos ? a China, com 1,48 d?lares por tonelada produzida. A explica??o, segundo os t?cnicos da Kleffmann, ? que a produ??o na China ? feita com baixa tecnologia e alto uso de m?o-de-obra.
No outro extremo est? o Jap?o, onde cada tonelada de alimentos demanda o gasto de 127 d?lares. A produ??o no pa?s ? intensiva e focada em frutas e hortali?as, que demandam maior n?mero de aplica??es.
FUTURO
Al?m dos ganhos de produtividade, que diluem os gastos com defensivos, Schobinger acredita que a ado??o de biotecnologias (como sementes transg?nicas) pode ajudar o Brasil a reduzir a aplica??o de qu?micos no futuro.
"Estados Unidos e Argentina t?m um clima mais ameno e uma ado??o de biotecnologia mais intensa e eficaz que a nossa", disse o executivo.
O uso de sementes resistentes a herbicidas ou de plantas com genes capazes de matar insetos agressores ? mais caro, mas acaba por reduzir o n?mero de aplica??es necess?rias nas lavouras. Esse tipo de tecnologia consolidou-se nas lavouras de soja e milho do pa?s na ?ltima d?cada.
Por outro lado, o Brasil tem na sua matriz produtiva diversas culturas onde n?o h? um uso comum de transg?nicos (e portanto com menor potencial para reduzir a aplica??o de defensivos), como cana, caf?, arroz e hortali?as. "A complexidade do sistema agr?cola brasileiro ? muito maior", disse Schobinger.
"Se voc? pensar no n?mero de pragas que surgiram no Brasil nos ?ltimos 10 anos, consigo lembrar facilmente de duas ou tr?s. Esse tipo de cen?rio coloca um ponto de interroga??o sobre o uso futuro da tecnologia", afirmou o pesquisador, citando a ferrugem asi?tica, fungo que ataca a soja, e a lagarta Helicoverpa armigera, que tem potencial para destruir lavouras de gr?os e de algod?o.
Fonte: Campo Vivo
O Brasil conseguiu reduzir em 3 por cento o gasto com defensivos entre 2004 e 2011, passando de 7,28 d?lares por tonelada produzida para 7,05 d?lares/tonelada.
No mesmo per?odo, outros grandes exportadores reduziram a efici?ncia: a Argentina passou a gastar 47 por cento mais e os Estados Unidos elevaram os custos com defensivos em 6 por cento.
Os norte-americanos gastam 10,65 d?lares em defensivos para produzir cada tonelada, enquanto os argentinos desembolsam 10,59 d?lares.
A melhora do Brasil nas estat?sticas est? atrelada a uma produ??o cada vez maior do pa?s com um pequeno aumento de ?rea cultivada --ganho de produtividade, em outras palavras-- com a ajuda do clima que permite o plantio de duas ou at? tr?s safras por ano em um mesmo espa?o.
"O milho safrinha ajudou a melhorar a matriz produtiva porque tem uma alta produ??o por hectare", lembrou o presidente da Kleffmann no Brasil, Lars Schobinger, em entrevista ? Reuters.
O levantamento abrange todos os produtos agr?colas, como soja, milho, trigo, cana-de-a??car, caf? e hortifrutigranjeiros.
A cana, produto com um peso por hectare bem superior aos dos gr?os, com destaque na agricultura do Brasil (maior produtor de a??car do mundo), ajuda a entender o estudo, uma vez que pa?ses como Estados Unidos contam com uma maior produtividade m?dia para cereais, por exemplo, do que o Brasil.
A categoria de defensivos inclui fungicidas, herbicidas e inseticidas, necess?rios para evitar ataques que poderiam reduzir sensivelmente a produtividade das lavouras.
"O uso de defensivos (no Brasil) ? bastante racional e acaba contribuindo no ganho produtivo", disse Schobinger, destacando o recente avan?o da produtividade do milho no pa?s, que ainda tem espa?o para avan?ar frente a outros pa?ses, como os Estados Unidos.
Em n?meros absolutos, no entanto, o Brasil --com uma agricultura tropical e uma maior incid?ncia de pragas e doen?as-- ? o pa?s que mais gasta em defensivos, cerca de 7 bilh?es de d?lares em 2011, superando os Estados Unidos, que desembolsaram 6,7 bilh?es de d?lares naquele ano.
A pesquisa da Kleffmann abrange o per?odo de 2004 a 2011 porque usa como importante fonte os levantamentos globais da Organiza??o das Na??es Unidas para Alimenta??o e Agricultura (FAO), que divulga dados com atraso.
CLIMA TROPICAL
Por ser um pa?s de clima tropical, onde a incid?ncia de fungos, insetos e ervas daninhas ? elevada, o Brasil ainda gasta bem mais em defensivos do que a R?ssia, por exemplo. O pa?s da Eur?sia, onde o clima frio interrompe o ciclo de vida das pragas, precisa gastar 3,66 d?lares para cada tonelada de alimentos.
"Estamos apenas atr?s de pa?ses de baixa tecnologia ou com uma condi??o de clima muito diferente da nossa", disse o executivo.
Outro pa?s que se destaca no baixo uso de defensivos ? a China, com 1,48 d?lares por tonelada produzida. A explica??o, segundo os t?cnicos da Kleffmann, ? que a produ??o na China ? feita com baixa tecnologia e alto uso de m?o-de-obra.
No outro extremo est? o Jap?o, onde cada tonelada de alimentos demanda o gasto de 127 d?lares. A produ??o no pa?s ? intensiva e focada em frutas e hortali?as, que demandam maior n?mero de aplica??es.
FUTURO
Al?m dos ganhos de produtividade, que diluem os gastos com defensivos, Schobinger acredita que a ado??o de biotecnologias (como sementes transg?nicas) pode ajudar o Brasil a reduzir a aplica??o de qu?micos no futuro.
"Estados Unidos e Argentina t?m um clima mais ameno e uma ado??o de biotecnologia mais intensa e eficaz que a nossa", disse o executivo.
O uso de sementes resistentes a herbicidas ou de plantas com genes capazes de matar insetos agressores ? mais caro, mas acaba por reduzir o n?mero de aplica??es necess?rias nas lavouras. Esse tipo de tecnologia consolidou-se nas lavouras de soja e milho do pa?s na ?ltima d?cada.
Por outro lado, o Brasil tem na sua matriz produtiva diversas culturas onde n?o h? um uso comum de transg?nicos (e portanto com menor potencial para reduzir a aplica??o de defensivos), como cana, caf?, arroz e hortali?as. "A complexidade do sistema agr?cola brasileiro ? muito maior", disse Schobinger.
"Se voc? pensar no n?mero de pragas que surgiram no Brasil nos ?ltimos 10 anos, consigo lembrar facilmente de duas ou tr?s. Esse tipo de cen?rio coloca um ponto de interroga??o sobre o uso futuro da tecnologia", afirmou o pesquisador, citando a ferrugem asi?tica, fungo que ataca a soja, e a lagarta Helicoverpa armigera, que tem potencial para destruir lavouras de gr?os e de algod?o.
Fonte: Campo Vivo