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Brasileiros desenvolvem p?s de caf? naturalmente sem cafe?na
1 de setembro de 2020

Em 2004, um grupo de pesquisadores brasileiros anunciou, em artigo publicado na revista Nature, a descoberta de p?s de caf? desprovidos de cafe?na. No entanto, a ideia de explorar comercialmente o caf? descafeinado natural foi frustrada pela baixa produtividade da planta, proveniente da Eti?pia.

Agora, utilizando uma t?cnica para induzir as sementes ? muta??o, o mesmo grupo de cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto Agron?mico, de Campinas (SP), obteve, a partir de um cafeeiro j? utilizado comercialmente, sete plantas mutantes que combinam a produtividade e a aus?ncia de cafe?na.

Cafeeiro sem cafe?na

Segundo Paulo Mazzafera, coordenador do estudo, o experimento utilizou sementes do cafeeiro comercial Catua? Vermelho, da esp?cie Coffea arabica, que foram tratadas com dois tipos de mutag?nicos.

As cerca de 28 mil plantas resultantes da germina??o foram analisadas por um m?todo que identificava a presen?a ou aus?ncia de cafe?na.

"Com o tratamento, obtivemos sete tipos de cafeeiros que s?o praticamente desprovidos de cafe?na. S?o plantas bastante vigorosas que em breve produzir?o flores. Vamos fazer toda a an?lise bioqu?mica e molecular dessas plantas e procuramos uma empresa brasileira interessada em implantar comercialmente esse caf? naturalmente descafeinado", disse Mazzafera.

O cientista explica que o campo experimental onde foi feito o experimento tem atualmente 250 plantas. Com as sementes dispon?veis ? poss?vel plantar cerca de 5 hectares para testes.

"Se der tudo certo, vamos fazer mudas com essas sementes e levar tudo a campo em 2011", disse Mazzafera.

Caf? descafeinado

Segundo o pesquisador, o interesse comercial pelo caf? descafeinado ? pequeno no Brasil, diferentemente do que ocorre em outros pa?ses. Cerca de 1% do caf? comercializado em territ?rio brasileiro ? descafeinado. Enquanto isso, na Europa e nos Estados Unidos, a divulga??o dos efeitos adversos da cafe?na tem provocado um aumento crescente do mercado de caf? descafeinado.

"O caf? descafeinado corresponde a cerca de 10% do total do caf? comercializado no mundo. Certamente, ? um mercado muito interessante e muito valorizado. A alternativa de um caf? desse segmento que n?o tem necessidade de passar por processos industriais para ser descafeinado ? bastante promissora em termos de mercado", destacou.

Existem tr?s processos para produ??o do caf? descafeinado. O m?todo que emprega o solvente clormetano, o m?todo su??o, que utiliza ?gua para retirar a cafe?na, e o m?todo de g?s carb?nico supercr?tico. "No m?todo su??o, a ?gua retira a cafe?na, mas leva junto muitos elementos importantes do caf?. De qualquer maneira, o ponto central ? que esses processos encarecem o produto", explicou Mazzafera.

Autofecunda??o

As plantas obtidas pelo processo s? apresentaram um problema: a estrutura da flor do caf? normalmente garante que a planta tenha uma alta taxa de autofecunda??o - pr?xima de 95% -, mas a flor da planta mutante abre precocemente, quando ainda est? imatura, e, com isso, pode n?o ter a mesma taxa de autofecunda??o.

"Como a flor abre antes, em tese ela pode receber p?len de plantas com outros teores de cafe?na. O problema, no entanto, n?o ? t?o grave, porque podemos plantar lotes de caf? formados exclusivamente com a planta mutante, segregados dos lotes com as plantas normais. Ou podemos colocar abelhas nas planta??es do material com baixo teor de cafe?na, provocando assim um aumento da taxa de autofecunda??o entre elas", disse Mazzafera.

Um dos principais resultados do m?todo que envolveu indu??o ? muta??o foi a economia de tempo. "O melhoramento gen?tico tradicional poderia demorar muitos anos para chegar a gerar plantas descafeinadas produtivas", disse.

O processo mutag?nico utilizado para a obten??o das plantas descafeinadas foi patenteado. "No Brasil, n?o podemos patentear o material, por isso patenteamos o processo. No momento em que uma companhia brasileira se interessar em implantar o caf? descafeinado natural, poderemos fazer uma patente internacional relativa aos produtos provenientes desse caf?, cobrando royalties para quem for produzir", disse.

Fonte: Campo Vivo

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