Caf? do Esp?rito Santo est? amea?ado por importa??o
1 de setembro de 2020
O setor teme que a entrada de caf? estrangeiro no mercado brasileiro pressione para baixo o pre?o dos gr?os produzidos no pa?s, o que iria impactar diretamente toda a cadeia produtiva
Na ?poca em que a cafeicultura do Esp?rito Santo amarga os maiores preju?zos de sua hist?ria - devido ? seca prolongada e ? consequente falta de ?gua para irrigar as lavouras -, os produtores capixabas descobriram mais um motivo para se preocupar: o Minist?rio da Agricultura voltou a autorizar, no ?apagar das luzes? da transi??o de governo, a importa??o de gr?os verdes de caf? provenientes do Peru.
O setor teme que a entrada de caf? estrangeiro no mercado brasileiro pressione para baixo o pre?o dos gr?os produzidos no pa?s, o que iria impactar diretamente toda a cadeia produtiva. Segundo representantes do setor cafeeiro no Estado, a decis?o do governo foi tomada sem qualquer di?logo com o setor produtivo. Outro argumento usado para barrar a importa??o ? de que as pragas existentes nas planta??es do Peru poderiam ser trazidas ao Brasil, numa amea?a ?s planta??es de cacau e caf? no pa?s.
O presidente Federa??o da Agricultura e Pecu?ria do Estado (Faes), J?lio Rocha, teme que a entrada do caf? peruano tamb?m abra caminho para importa??o de gr?os oriundos de outros pa?ses, incluindo Vietn?, que ? o principal concorrente internacional do Esp?rito Santo na venda de conilon.
J?lio faz quest?o de ressaltar que a proibi??o definitiva da importa??o, que ? uma cobran?a antiga da cadeia produtiva, n?o fere as rela??es de livre com?rcio. Na avalia??o dele, em pa?ses onde certos ?segmentos s?o pujantes?, os governos buscam proteger suas economias, o que n?o estaria acontecendo com o Brasil.
?Fica dif?cil concorrer de forma globalizada com pa?ses onde a OIT (Organiza??o Internacional do Trabalho) n?o se intromete, como no Vietn?, onde um trabalhador ganha US$ 3 por dia. Seria injusto para o produtor capixaba?, justifica.
As torrefadoras e multinacionais do caf? defendem a compra de caf? verde do Peru como uma maneira de melhorar suas vendas com o marketing de um blend (mistura) pr?prio com o gr?o importado. O argumento ? rebatido pelo setor, que diz que o Brasil - maior produtor e exportador mundial de caf? - conta com variedades suficientes para atender o mercado.
Produtividade
A decis?o do governo federal chega em um momento de baixa produtividade da cafeicultura capixaba. Para se ter uma ideia, a diminui??o dos estoques e os entraves log?sticos no Porto de Vit?ria fizeram a exporta??o de caf? verde diminuir 62,3% nos quatro primeiros meses de 2016. Foram comercializadas pouco mais de 44 mil toneladas, contra 113 mil toneladas exportadas no mesmo per?odo do ano passado. A receita obtida com a venda do produto despencou 60,6%, passando de US$ 236,8 milh?es em 2015 para US$ 89,2 milh?es este ano.
?Queda de bra?o ? antiga?
O governo brasileiro chegou a liberar, por alguns dias, entre o fim de abril e o fim de maio de 2015, a importa??o de caf? verde do Peru, mas voltou atr?s sob forte press?o dos agricultores. Dados estat?sticos do com?rcio exterior fornecidos pelo Minist?rio da Agricultura mostram que nenhum carregamento de caf? verde do Peru chegou ao pa?s naquele per?odo.
Segundo o presidente do Sindicato do Com?rcio de Caf? em Geral do Estado (Sindicaf?), Luiz Ant?nio Polese, a tentativa de abrir a importa??o de caf? para o Brasil ? antiga. ?Por tr?s disso tudo est? o interesse do setor industrial e das multinacionais. Mas ? uma queda de bra?o injusta, onde o maior prejudicado, do ponto de vista econ?mico, ? o setor produtivo?, avalia Luiz Polese.
Governo e setor cafeeiro querem revoga??o da medida
A bancada do Esp?rito Santo em Bras?lia, em articula??o com o governo do Estado, vai pedir ao Minist?rio da Agricultura que volte atr?s da decis?o de liberar a importa??o do caf? do Peru. ?O Blairo (Maggi, novo ministro da Agricultura) ficou de abrir uma agenda conosco ainda esta semana. J? fizemos uma reuni?o da Frente Parlamentar da Agropecu?ria e tivemos uma ades?o da totalidade do parlamento. N?o vamos deixar invadirem nosso mercado?, afirma o deputado Evair de Melo.
Para o presidente do Centro do Com?rcio de Caf? de Vit?ria (CCCV), Jorge Luiz Nicchio, n?o faz sentido importar de outro pa?s, ?sendo que o Brasil ? o maior produtor e exportador de caf? do mundo?. Evair calcula que, caso a importa??o tenha in?cio, o preju?zo aos produtores capixabas - com a queda no pre?o pago aos gr?os - poder chegar a R$ 1,8 bilh?o por ano.
De acordo com o secret?rio de Estado da Agricultura, Octaciano Neto, a posi??o do governo do Esp?rito Santo ? de que, nesse caso, n?o existe negocia??o. ?N?o trabalhamos com outra possibilidade que n?o seja a revoga??o dessa medida. Estamos trabalhando, junto com a nossa bancada federal, com a expectativa de revogar essa portaria at? o fim do m?s?, destaca.
O presidente do Sindicaf?, Luiz Ant?nio Polese, tamb?m acredita que a medida ser? revertida em breve. ?Essa libera??o equivocada era um assunto que j? estava resolvido, at? porque os representantes de toda a cadeia produtiva sempre se posicionaram contra. Tenho absoluta certeza que vai haver uma nova mobiliza??o do setor e que o Minist?rio da Agricultura vai rever essa posi??o?, pontua Polese.
Fonte: Portal do Agroneg?cio
Na ?poca em que a cafeicultura do Esp?rito Santo amarga os maiores preju?zos de sua hist?ria - devido ? seca prolongada e ? consequente falta de ?gua para irrigar as lavouras -, os produtores capixabas descobriram mais um motivo para se preocupar: o Minist?rio da Agricultura voltou a autorizar, no ?apagar das luzes? da transi??o de governo, a importa??o de gr?os verdes de caf? provenientes do Peru.
O setor teme que a entrada de caf? estrangeiro no mercado brasileiro pressione para baixo o pre?o dos gr?os produzidos no pa?s, o que iria impactar diretamente toda a cadeia produtiva. Segundo representantes do setor cafeeiro no Estado, a decis?o do governo foi tomada sem qualquer di?logo com o setor produtivo. Outro argumento usado para barrar a importa??o ? de que as pragas existentes nas planta??es do Peru poderiam ser trazidas ao Brasil, numa amea?a ?s planta??es de cacau e caf? no pa?s.
O presidente Federa??o da Agricultura e Pecu?ria do Estado (Faes), J?lio Rocha, teme que a entrada do caf? peruano tamb?m abra caminho para importa??o de gr?os oriundos de outros pa?ses, incluindo Vietn?, que ? o principal concorrente internacional do Esp?rito Santo na venda de conilon.
J?lio faz quest?o de ressaltar que a proibi??o definitiva da importa??o, que ? uma cobran?a antiga da cadeia produtiva, n?o fere as rela??es de livre com?rcio. Na avalia??o dele, em pa?ses onde certos ?segmentos s?o pujantes?, os governos buscam proteger suas economias, o que n?o estaria acontecendo com o Brasil.
?Fica dif?cil concorrer de forma globalizada com pa?ses onde a OIT (Organiza??o Internacional do Trabalho) n?o se intromete, como no Vietn?, onde um trabalhador ganha US$ 3 por dia. Seria injusto para o produtor capixaba?, justifica.
As torrefadoras e multinacionais do caf? defendem a compra de caf? verde do Peru como uma maneira de melhorar suas vendas com o marketing de um blend (mistura) pr?prio com o gr?o importado. O argumento ? rebatido pelo setor, que diz que o Brasil - maior produtor e exportador mundial de caf? - conta com variedades suficientes para atender o mercado.
Produtividade
A decis?o do governo federal chega em um momento de baixa produtividade da cafeicultura capixaba. Para se ter uma ideia, a diminui??o dos estoques e os entraves log?sticos no Porto de Vit?ria fizeram a exporta??o de caf? verde diminuir 62,3% nos quatro primeiros meses de 2016. Foram comercializadas pouco mais de 44 mil toneladas, contra 113 mil toneladas exportadas no mesmo per?odo do ano passado. A receita obtida com a venda do produto despencou 60,6%, passando de US$ 236,8 milh?es em 2015 para US$ 89,2 milh?es este ano.
?Queda de bra?o ? antiga?
O governo brasileiro chegou a liberar, por alguns dias, entre o fim de abril e o fim de maio de 2015, a importa??o de caf? verde do Peru, mas voltou atr?s sob forte press?o dos agricultores. Dados estat?sticos do com?rcio exterior fornecidos pelo Minist?rio da Agricultura mostram que nenhum carregamento de caf? verde do Peru chegou ao pa?s naquele per?odo.
Segundo o presidente do Sindicato do Com?rcio de Caf? em Geral do Estado (Sindicaf?), Luiz Ant?nio Polese, a tentativa de abrir a importa??o de caf? para o Brasil ? antiga. ?Por tr?s disso tudo est? o interesse do setor industrial e das multinacionais. Mas ? uma queda de bra?o injusta, onde o maior prejudicado, do ponto de vista econ?mico, ? o setor produtivo?, avalia Luiz Polese.
Governo e setor cafeeiro querem revoga??o da medida
A bancada do Esp?rito Santo em Bras?lia, em articula??o com o governo do Estado, vai pedir ao Minist?rio da Agricultura que volte atr?s da decis?o de liberar a importa??o do caf? do Peru. ?O Blairo (Maggi, novo ministro da Agricultura) ficou de abrir uma agenda conosco ainda esta semana. J? fizemos uma reuni?o da Frente Parlamentar da Agropecu?ria e tivemos uma ades?o da totalidade do parlamento. N?o vamos deixar invadirem nosso mercado?, afirma o deputado Evair de Melo.
Para o presidente do Centro do Com?rcio de Caf? de Vit?ria (CCCV), Jorge Luiz Nicchio, n?o faz sentido importar de outro pa?s, ?sendo que o Brasil ? o maior produtor e exportador de caf? do mundo?. Evair calcula que, caso a importa??o tenha in?cio, o preju?zo aos produtores capixabas - com a queda no pre?o pago aos gr?os - poder chegar a R$ 1,8 bilh?o por ano.
De acordo com o secret?rio de Estado da Agricultura, Octaciano Neto, a posi??o do governo do Esp?rito Santo ? de que, nesse caso, n?o existe negocia??o. ?N?o trabalhamos com outra possibilidade que n?o seja a revoga??o dessa medida. Estamos trabalhando, junto com a nossa bancada federal, com a expectativa de revogar essa portaria at? o fim do m?s?, destaca.
O presidente do Sindicaf?, Luiz Ant?nio Polese, tamb?m acredita que a medida ser? revertida em breve. ?Essa libera??o equivocada era um assunto que j? estava resolvido, at? porque os representantes de toda a cadeia produtiva sempre se posicionaram contra. Tenho absoluta certeza que vai haver uma nova mobiliza??o do setor e que o Minist?rio da Agricultura vai rever essa posi??o?, pontua Polese.
Fonte: Portal do Agroneg?cio