Cookies: Utilizamos cookies para otimizar nosso site e coletar estatísticas de uso. Por favor, verifique nossa política de cookies.

Entendi e Fechar
China j? ? o segundo maior parceiro do Brasil
A China ultrapassou a Argentina e se tornou o segundo maior parceiro do Brasil, atr?s apenas dos Estados Unidos. Nos 12 meses acumulados at? julho, a corrente de com?rcio (soma de exporta??es e importa??es), chegou a US$ 31,9 bilh?es entre brasileiros e chineses. O valor ? superior aos US$ 29,3 bilh?es do com?rcio no per?odo com a Argentina, pa?s vizinho e principal s?cio no Mercosul. Com os EUA, maior economia do planeta, est? em US$ 49,2 bilh?es, conforme dados da Secretaria de Com?rcio Exterior (Secex), do Minist?rio do Desenvolvimento.

Uma s?rie de fatores colaborou para a troca de posi??es, como a alta dos pre?os das commodities, que inflou as exporta??es brasileiras para a China, principalmente de soja e min?rio de ferro, e a crise da economia americana, que incentivou ainda mais os exportadores chineses a diversificar mercados. A reviravolta no com?rcio exterior ? motivo de preocupa??o para a ind?stria nacional, que critica a complementariedade perversa, j? que o Brasil vende produtos b?sicos para a China e importa bens manufaturados.

Os argentinos terminaram o ano passado ? frente dos chineses nas trocas com o Brasil, mas por uma margem estreita: US$ 24,8 bilh?es contra US$ 23,4 bilh?es. A China j? havia superado a Argentina como fornecedor brasileiro no in?cio de 2007 e a dist?ncia s? aumentou. Nos 12 meses at? julho, o Brasil importou US$ 17 bilh?es da China e US$ 12 bilh?es da Argentina. Como destino para os produtos brasileiros, os argentinos est?o em segundo lugar, mas devem perder essa posi??o ainda este m?s. O Brasil exportou US$ 17,3 bilh?es para a Argentina e US$ 14,6 bilh?es para a China na mesma compara??o.

A China vai consolidar a segunda coloca??o como parceiro do Brasil, mas n?o h? vantagem nisso, porque o com?rcio ? desequilibrado no conte?do, disse Roberto Giannetti da Fonseca, diretor do Departamento de Com?rcio Exterior da Federa??o das Ind?strias do Estado de S?o Paulo (Fiesp). Exportamos mat?rias-primas e importamos bens de consumo, como sapatos e t?xteis, e at? m?quinas. ? uma concorr?ncia aguda, que constrange a produ??o local. Para J?lio S?rgio de Almeida, consultor do Instituto de Estudos do Desenvolvimento Industrial (Iedi), a tend?ncia ? a China superar at? os Estados Unidos no futuro. Parece que o Brasil se conformou com essa situa??o de ser uma economia complementar ? China.

Na avalia??o do secret?rio de Com?rcio Exterior, Welber Barral, essa ? uma vis?o simplista sobre a rela??o entre os dois pa?ses. Ele argumentou que a maior parte das importa??es chinesas s?o bens de capital e bens intermedi?rios. Estamos renovando o parque industrial brasileiro com insumos chineses, disse. O secret?rio reconheceu que as exporta??es para a China est?o concentradas em soja, min?rio e petr?leo, mas ressalta que o Brasil tamb?m vende avi?o, chassis e motores para os chineses. A culpa da falta de diversifica??o ? nossa, disse Rodrigo Tavares Maciel Neto, diretor-executivo do Conselho Brasil-China, entidade que re?ne empresas brasileiras e chinesas. Governo e setor privado tentam implementar a Agenda China, um conjunto de medidas para agregar valor ?s vendas para os chineses.

A principal preocupa??o dos empres?rios est? no sinal da balan?a de com?rcio com a China. Depois de super?vits expressivos em 2003 e 2004, o Brasil agora amarga perdas crescentes, com o d?ficit atingindo US$ 2,6 bilh?es no acumulado de 12 meses at? julho. Com a Argentina, a balan?a comercial ? superavit?ria em quase US$ 5 bilh?es no mesmo per?odo, acima at? dos US$ 4,6 bilh?es apurados com os Estados Unidos. Sai a Argentina, que ? um pa?s que nos favorece com agrega??o de valor nas exporta??es, e entra a China cujo padr?o de com?rcio ? altamente desfavor?vel, diz Almeida, do Iedi.

O dinamismo do com?rcio entre Brasil e China ? intenso nas duas m?os da rela??o bilateral. De janeiro a julho, as exporta??es brasileiras cresceram 64% para a China, puxadas pelos pre?os da soja e do min?rio de ferro. O percentual ? bem superior ? m?dia nacional de 27%. O desempenho das vendas para a Argentina tamb?m ? positivo, com alta de 36%. O ritmo de compra de produtos chineses ? ainda mais agressivo. Nos primeiros sete meses do ano, as importa??es brasileiras vindas da China avan?aram 74%, acima dos 52% da m?dia geral e bem superior aos 31% das compras da Argentina.

Segundo Giannetti da Fonseca, o desempenho das economias chinesa e argentina ajudam a explicar essa diferen?a. Apesar de sofrer o impacto da desacelera??o da demanda global, a China encerrou o primeiro semestre com expans?o de 10,4% do Produto Interno Bruto (PIB), o que torna o pa?s ?vido por commodities minerais e agr?colas. J? a Argentina enfrenta um momento pol?tico e econ?mico delicado, com infla??o em alta e uma crise fiscal ? vista. Para controlar os pre?os, o pa?s est? inclusive reduzindo as exporta??es. A restri??o ? venda de trigo para o Brasil, por exemplo, afeta o com?rcio entre os dois s?cios do Mercosul.

Essa tend?ncia de incremento no com?rcio com a China n?o acontece s? com o Brasil. Os chineses j? s?o o segundo maior exportador mundial, atr?s apenas da Alemanha, ressalta Barral, da Secex. Dados do Minist?rio de Com?rcio Exterior chin?s apontam que as vendas da China, no primeiro semestre do ano, avan?aram 50% para a ?frica do Sul, 71% para a Argentina e 93% para a China. Estamos em meio a um descolamento dos centros do com?rcio mundial, diz Almeida, do Iedi. Ele avalia que a recess?o nos Estados Unidos reduziu a demanda do pa?s por importa??es e for?ou fornecedores, como os chineses, a buscar novos clientes.

Maciel Neto, do Conselho Brasil-China, acredita que a crise americana contribuiu para uma estrat?gia de diversifica??o de exporta??es elaborada pelo governo chin?s e implementada desde 2000. Prova disso ? o ritmo de crescimento das vendas da China para Am?rica Latina e ?frica, que supera significativamente o desempenho do com?rcio com os pa?ses ricos. De acordo o Minist?rio de Com?rcio da China, as exporta??es chinesas cresceram 46% para a Am?rica Latina e 36% para a ?frica no segundo trimestre do ano em rela??o a igual per?odo do ano anterior. Os percentuais s?o superiores ? alta de 18% as vendas para o Jap?o e de 12% para os Estados Unidos. Para a Uni?o Europ?ia, as vendas tamb?m cresceram 30% no per?odo. O montante do com?rcio com os americanos, no entanto, ainda ? muito superior. No segundo trimestre, a China vendeu US$ 63 bilh?es para os EUA e US$ 18 bilh?es para a Am?rica Latina.


Fonte: Valor Econ?mico

Compartilhe nas Mídias Sociais

Fale Conosco
(27) 3185-9226
Av. Nossa Senhora da Penha, 1495, Torre A, 11° andar.
Santa Lúcia, Vitória-ES
CEP: 29056-243
CNPJ: 04.297.257/0001-08