Cria??o de til?pias ? ampliada em regi?es montanhosas
1 de setembro de 2020
A cria??o de til?pias est? em crescimento na regi?o de montanhas capixabas. Esse ? o caso do munic?pio de Concei??o do Castelo. Com altitudes que variam de 300 a 1.200 metros, diversos agricultores familiares t?m apostado na piscicultura e contam com o incentivo do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assist?ncia T?cnica e Extens?o Rural (Incaper), ?rg?o vinculado ? Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag).
De acordo com o chefe do escrit?rio local do Incaper, Adilar Viana, o munic?pio re?ne boas condi??es para a cria??o de til?pias. ?Concei??o do Castelo ? bastante rico em recursos h?dricos e possui caracter?sticas geogr?ficas prop?cias para essa atividade?, falou Adilar.
Uma das comunidades que cultivam til?pias em Concei??o do Castelo ? denominada Monforte Frio, a 800 metros de altitude. Na localidade, diversos agricultores possuem tanques escavados e, al?m da cria??o das til?pias, vislumbram a organiza??o de agroind?stria para o processamento do pescado.
Um dos agricultores que cultiva til?pia ? o senhor Saulo Spadetto. Sua atividade principal ? a silvicultura, por meio do plantio de eucaliptos, mas ele se interessou pelo cultivo da til?pia para aumentar a renda a fim de custear a m?o de obra que trabalha no seu s?tio.
?Possuo seis tanques escavados, com quatro peixes por metro quadrado. Iniciei a atividade h? um ano e j? fiz duas despescas. Cada til?pia tinha de 850 a 900 gramas. Tirei 14 mil kg de til?pia na primeira despesca e 22 mil kg na segunda?, falou Saulo. Esse produtor vende o fil? de til?pia para a Associa??o Capixaba de Aquicultura (ACA), que possui sede em Muniz Freire.
Manejo da til?pia em regi?es de altitude
Ao contr?rio do que muitos possam imaginar, a til?pia tamb?m se adapta em regi?es de altitude. ?A til?pia ? uma esp?cie que se adapta em regi?es altas. O que afeta o seu crescimento nem sempre est? relacionado com a altitude e sim com a temperatura da ?gua. Assim, as regi?es altas geralmente apresentam clima mais frio e ?guas mais frias?, explicou a zootecnista e coordenadora do Programa de Aquicultura e Pesca do Incaper, Juliana de Barros Valle.
Ela disse que, nas condi??es de altitude, o manejo deve ser de forma a aproveitar as ?pocas quentes para fazer o ciclo de produ??o, ou seja, a estocagem, engorda e despesca. ?Geralmente em climas frios consegue-se fazer at? 1,5 ciclo de produ??o por ano, ao passo que em climas quentes, dependendo do manejo, ? poss?vel realizar at? 3 ciclos de produ??o por ano?, explicou Juliana.
No caso do senhor Saulo Spadetto, ele tem realizado duas despescas por ano. No entanto, ele disse que esse bom resultado depende de uma s?rie de cuidados com a cria??o das til?pias. ?O manejo faz toda a diferen?a no caso da cria??o de til?pias em regi?es altas. ? preciso colocar a quantia de ra??o correta, conforme a temperatura da ?gua, para evitar a mortalidade dos peixes?, explicou o senhor Spadetto.
De acordo com a coordenadora do Programa de Aquicultura e Pesca do Incaper, a quantidade de ra??o em conformidade com a temperatura da ?gua ? uma das pr?ticas que precisam ser adotadas em regi?es mais altas. ?? preciso deixar um term?metro nos viveiros para poder monitorar a temperatura e fornecer a ra??o de acordo com o peso do peixe e a temperatura da ?gua. Em determinadas situa??es, o peixe chega a reduzir em at? 50% do consumo de ra??o quando comparado a ?pocas quentes?, falou Juliana.
Ela tamb?m disse que a quantidade de ra??o em excesso acarreta em perda de qualidade de ?gua, pois h? aumento de mat?ria org?nica, queda de oxig?nio e desequil?brio de pH, alcalinidade e dureza, o que, consequentemente, causa mortalidade nos peixes. Al?m disso, ocorre a perda econ?mica, j? que a ra??o ? o item mais custoso da cria??o.
Nas condi??es de clima frio, ? aconselh?vel a estocagem de juvenis, ou seja, formas jovens mais crescidas, para favorecer a engorda em menos tempo e o uso de ra??es balanceadas e completas, de prefer?ncia formuladas para atender as demandas da esp?cie em ?poca fria.
?Os cuidados que precisam ser tomados durante a produ??o de til?pias em regi?es frias s?o o uso de alimentos completos e balanceados e fornecimento parcelado de ra??o em, no m?nimo, duas vezes ao dia; uso de juvenis, pois s?o mais resistentes?, alertou Juliana. Ela tamb?m disse que deve-se evitar o manuseio dos peixes em momentos de muito frio, ou seja, evitar a realiza??o de biometrias e despescas parciais quando a ?gua estiver muito fria.
Processamento do pescado
Al?m da cria??o de til?pias, os agricultores de Concei??o do Castelo buscam orienta??es para realizar o processamento do pescado, bem como sua agroindustrializa??o. Nesse sentido, o Incaper, em conjunto com o Servi?o Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), possui papel muito importante na realiza??o de cursos e capacita??es.
No dia 13 de junho, ocorreu um curso sobre processamento de pescado na comunidade de Monforte Frio, no qual os agricultores aprenderam t?cnicas de filetagem da til?pia e maneiras de realizar o aproveitamento total do pescado em receitas diversas.
?No curso, ensinamos a fazer o fil? de til?pia. Al?m disso, apresentamos os subprodutos que podem ser feitos, como quibe, alm?ndega, salgados, moqueca de fil? de til?pia, peixe assado e defumado. O custo de produ??o ? baixo se comparado ao retorno proporcionado pela comercializa??o desses produtos?, falou o instrutor do Senar, Fabiano Giori.
Para o agricultor Gleidson Loz?rio Cardoso, que cria til?pias h? quatro anos, a piscicultura tem sido uma ?tima alternativa de renda devido ao fato de exigir pouca m?o de obra. ?Como trabalhamos apenas eu e minha esposa, a cria??o de til?pias ? uma ?tima op??o. J? chegamos a tirar sete toneladas por despesca. Agora, temos interesse em realizar o processamento do pescado para agregar valor, por meio da forma??o de uma agroind?stria?, falou Gleidson.
A esposa de Gleidson, Talita Zaque Cardoso, confirma a import?ncia da atividade para a agricultura familiar. ?A cria??o da til?pia n?o ? dif?cil. Consigo conciliar minhas atividades em casa com a alimenta??o dos peixes. ? preciso sempre observar como est?o os animais no tanque para evitar problemas, como doen?as. Queremos partir para a agroindustrializa??o para poder vender para supermercados e outros pontos comerciais?, falou Talita.
A senhora Rosilene Rocha tamb?m acredita que o processamento do pescado ? uma alternativa para agregar valor. ?Eu crio camar?o e til?pia. Para agregar mais valor, ? preciso industrializar. S? com o fato de colocar o fil? em um pratinho j? conseguimos mais renda?, falou Rosilene.
Ela disse que a venda do quilo da til?pia no prato, sem as v?sceras, ? R$ 12. O quilo do fil? ? vendido a R$ 20. J? o peixe in natura, sem nenhum processamento, ? vendido a R$ 4 o quilo.
Incentivo do Incaper
No munic?pio de Concei??o do Castelo, a atividade de cria??o da til?pia est? apenas no in?cio. No entanto, o Incaper pretende continuar incentivando o crescimento da atividade. ?Por meio de cursos de capacita??o e elabora??o de projetos de cr?dito, o escrit?rio local tem contribu?do com as comunidades que querem iniciar a atividade. ? uma ?tima alternativa de renda para a agricultura familiar?, informou o chefe do escrit?rio Local, Adilar Viana.
Fonte: Campo Vivo
De acordo com o chefe do escrit?rio local do Incaper, Adilar Viana, o munic?pio re?ne boas condi??es para a cria??o de til?pias. ?Concei??o do Castelo ? bastante rico em recursos h?dricos e possui caracter?sticas geogr?ficas prop?cias para essa atividade?, falou Adilar.
Uma das comunidades que cultivam til?pias em Concei??o do Castelo ? denominada Monforte Frio, a 800 metros de altitude. Na localidade, diversos agricultores possuem tanques escavados e, al?m da cria??o das til?pias, vislumbram a organiza??o de agroind?stria para o processamento do pescado.
Um dos agricultores que cultiva til?pia ? o senhor Saulo Spadetto. Sua atividade principal ? a silvicultura, por meio do plantio de eucaliptos, mas ele se interessou pelo cultivo da til?pia para aumentar a renda a fim de custear a m?o de obra que trabalha no seu s?tio.
?Possuo seis tanques escavados, com quatro peixes por metro quadrado. Iniciei a atividade h? um ano e j? fiz duas despescas. Cada til?pia tinha de 850 a 900 gramas. Tirei 14 mil kg de til?pia na primeira despesca e 22 mil kg na segunda?, falou Saulo. Esse produtor vende o fil? de til?pia para a Associa??o Capixaba de Aquicultura (ACA), que possui sede em Muniz Freire.
Manejo da til?pia em regi?es de altitude
Ao contr?rio do que muitos possam imaginar, a til?pia tamb?m se adapta em regi?es de altitude. ?A til?pia ? uma esp?cie que se adapta em regi?es altas. O que afeta o seu crescimento nem sempre est? relacionado com a altitude e sim com a temperatura da ?gua. Assim, as regi?es altas geralmente apresentam clima mais frio e ?guas mais frias?, explicou a zootecnista e coordenadora do Programa de Aquicultura e Pesca do Incaper, Juliana de Barros Valle.
Ela disse que, nas condi??es de altitude, o manejo deve ser de forma a aproveitar as ?pocas quentes para fazer o ciclo de produ??o, ou seja, a estocagem, engorda e despesca. ?Geralmente em climas frios consegue-se fazer at? 1,5 ciclo de produ??o por ano, ao passo que em climas quentes, dependendo do manejo, ? poss?vel realizar at? 3 ciclos de produ??o por ano?, explicou Juliana.
No caso do senhor Saulo Spadetto, ele tem realizado duas despescas por ano. No entanto, ele disse que esse bom resultado depende de uma s?rie de cuidados com a cria??o das til?pias. ?O manejo faz toda a diferen?a no caso da cria??o de til?pias em regi?es altas. ? preciso colocar a quantia de ra??o correta, conforme a temperatura da ?gua, para evitar a mortalidade dos peixes?, explicou o senhor Spadetto.
De acordo com a coordenadora do Programa de Aquicultura e Pesca do Incaper, a quantidade de ra??o em conformidade com a temperatura da ?gua ? uma das pr?ticas que precisam ser adotadas em regi?es mais altas. ?? preciso deixar um term?metro nos viveiros para poder monitorar a temperatura e fornecer a ra??o de acordo com o peso do peixe e a temperatura da ?gua. Em determinadas situa??es, o peixe chega a reduzir em at? 50% do consumo de ra??o quando comparado a ?pocas quentes?, falou Juliana.
Ela tamb?m disse que a quantidade de ra??o em excesso acarreta em perda de qualidade de ?gua, pois h? aumento de mat?ria org?nica, queda de oxig?nio e desequil?brio de pH, alcalinidade e dureza, o que, consequentemente, causa mortalidade nos peixes. Al?m disso, ocorre a perda econ?mica, j? que a ra??o ? o item mais custoso da cria??o.
Nas condi??es de clima frio, ? aconselh?vel a estocagem de juvenis, ou seja, formas jovens mais crescidas, para favorecer a engorda em menos tempo e o uso de ra??es balanceadas e completas, de prefer?ncia formuladas para atender as demandas da esp?cie em ?poca fria.
?Os cuidados que precisam ser tomados durante a produ??o de til?pias em regi?es frias s?o o uso de alimentos completos e balanceados e fornecimento parcelado de ra??o em, no m?nimo, duas vezes ao dia; uso de juvenis, pois s?o mais resistentes?, alertou Juliana. Ela tamb?m disse que deve-se evitar o manuseio dos peixes em momentos de muito frio, ou seja, evitar a realiza??o de biometrias e despescas parciais quando a ?gua estiver muito fria.
Processamento do pescado
Al?m da cria??o de til?pias, os agricultores de Concei??o do Castelo buscam orienta??es para realizar o processamento do pescado, bem como sua agroindustrializa??o. Nesse sentido, o Incaper, em conjunto com o Servi?o Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), possui papel muito importante na realiza??o de cursos e capacita??es.
No dia 13 de junho, ocorreu um curso sobre processamento de pescado na comunidade de Monforte Frio, no qual os agricultores aprenderam t?cnicas de filetagem da til?pia e maneiras de realizar o aproveitamento total do pescado em receitas diversas.
?No curso, ensinamos a fazer o fil? de til?pia. Al?m disso, apresentamos os subprodutos que podem ser feitos, como quibe, alm?ndega, salgados, moqueca de fil? de til?pia, peixe assado e defumado. O custo de produ??o ? baixo se comparado ao retorno proporcionado pela comercializa??o desses produtos?, falou o instrutor do Senar, Fabiano Giori.
Para o agricultor Gleidson Loz?rio Cardoso, que cria til?pias h? quatro anos, a piscicultura tem sido uma ?tima alternativa de renda devido ao fato de exigir pouca m?o de obra. ?Como trabalhamos apenas eu e minha esposa, a cria??o de til?pias ? uma ?tima op??o. J? chegamos a tirar sete toneladas por despesca. Agora, temos interesse em realizar o processamento do pescado para agregar valor, por meio da forma??o de uma agroind?stria?, falou Gleidson.
A esposa de Gleidson, Talita Zaque Cardoso, confirma a import?ncia da atividade para a agricultura familiar. ?A cria??o da til?pia n?o ? dif?cil. Consigo conciliar minhas atividades em casa com a alimenta??o dos peixes. ? preciso sempre observar como est?o os animais no tanque para evitar problemas, como doen?as. Queremos partir para a agroindustrializa??o para poder vender para supermercados e outros pontos comerciais?, falou Talita.
A senhora Rosilene Rocha tamb?m acredita que o processamento do pescado ? uma alternativa para agregar valor. ?Eu crio camar?o e til?pia. Para agregar mais valor, ? preciso industrializar. S? com o fato de colocar o fil? em um pratinho j? conseguimos mais renda?, falou Rosilene.
Ela disse que a venda do quilo da til?pia no prato, sem as v?sceras, ? R$ 12. O quilo do fil? ? vendido a R$ 20. J? o peixe in natura, sem nenhum processamento, ? vendido a R$ 4 o quilo.
Incentivo do Incaper
No munic?pio de Concei??o do Castelo, a atividade de cria??o da til?pia est? apenas no in?cio. No entanto, o Incaper pretende continuar incentivando o crescimento da atividade. ?Por meio de cursos de capacita??o e elabora??o de projetos de cr?dito, o escrit?rio local tem contribu?do com as comunidades que querem iniciar a atividade. ? uma ?tima alternativa de renda para a agricultura familiar?, informou o chefe do escrit?rio Local, Adilar Viana.
Fonte: Campo Vivo