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Crise financeira interrompe valoriza??o de terras no Pa?s
Depois de 24 meses de forte valoriza??o, o pre?o das terras no Brasil parou de subir. Relat?rio da consultoria AgraFNP mostra que este mercado estagnou e que a tend?ncia ? de que essas cota??es comecem a declinar daqui em diante. A boa not?cia ? que, diferentemente do que ocorreu na ?ltima forte crise da agricultura, na safra 2003/04, esse recuo n?o deve ocorrer na mesma propor??o da derrocada dos pre?os da soja, que desde junho retra?ram-se 34% no mercado internacional.


Em setembro e outubro, o pre?o dos im?veis rurais n?o recuou, mas o forte movimento de alta que vinha sendo observado come?ou a desacelerar, conforme explica Jacqueline Bierhals, analista do mercado de terras da consultoria. No bimestre, o valor m?dio do hectare foi de R$4,341 mil, praticamente est?vel em rela??o ao bimestre anterior (julho-agosto), quando o hectare valia, em m?dia, R$ 4,334 mil.


Apesar de prever um desaquecimento, a especialista n?o aposta em quedas acentuadas nos pre?os de terra como ocorreu a partir de 2004 at? meados de 2005. Naquele per?odo, o valor m?dio do hectare no Paran? (Cascavel) recuou 46%, de R$ 21,2 mil para R$ 11,3 mil, muito pr?ximo da retra??o do pre?o da soja nesse per?odo, quando a m?dia da saca no Brasil caiu 45%, de R$ 62,75 para R$ 34,43.


"Temos agora fundamentos mais fortes, tanto de demanda mundial, marcada pela presen?a da China, como no pr?prio mercado de terras do Brasil", explica Jacqueline. Ela se refere ao fato de o Brasil ainda ser um dos poucos pa?ses no mundo onde h? ainda terras para expandir cultivo. "A percep??o dos fundamentos est? um pouco diferente agora, do que na crise da safra 2003/04. A economia dos pa?ses emergentes est? mais estruturada", acrescenta. Al?m disso, os pa?ses que produzem muito alimento est?o no limite de sua ocupa??o de terras, na avalia??o de Jacqueline. "E o Brasil ? um dos poucos lugares no mundo onde h? ?reas que podem ser usadas para agricultura e pecu?ria".


No entanto, a estagna??o dos pre?os - e do mercado - neste momento mostra tamb?m a apreens?o do investidor (mesmo os mais capitalizados) em realizar aquisi??es de terras, investimento de baixa liquidez. "Por um lado voc? tem o investidor que n?o quer engessar o dinheiro em uma grande fazenda. De outro, o dono dos im?veis que, ainda, n?o est?o superpressionados para vender, apesar da crise", explica Jacqueline.


O aumento da infla??o, outro reflexo da crise, tamb?m vem retirando um pouco da atratividade desse investimento. Nos ?ltimos 12 meses, a valoriza??o m?dia de terras no Pa?s foi de 12,5%. Descontando-se a infla??o, houve ligeira queda de 0,1%, o que significa que j? come?a a haver perda de patrim?nio, segundo Jacqueline. Na compara??o com os ?ltimos 36 meses, quando um hectare valia no Brasil, em m?dia, R$ R$ 3.082, a valoriza??o foi de 40,9% que, descontada a infla??o acumulada de 23,6% no per?odo, resulta em ganho real de 5,4%.


Fus?es rurais


A grande movimenta??o de compra e venda de terras ? esperada para o ano que vem. Mais especificamente, ap?s a efetiva??o da colheita, na avalia??o de Jacqueline. "No momento em que a safra for colhida e os preju?zos consolidados, esse mercado vai se aquecer com muitos produtores, sobretudo do Centro-Oeste, se desfazendo de suas terras para quitar d?bitos". Em Mato Grosso esse movimento come?ou, ainda com pouca intensidade e, entre grandes produtores rurais, deve resultar em fus?es, inclusive com s?cios estrangeiros, sem experi?ncia agr?cola.


O produtor Orcival Guimar?es, vendeu duas fazendas em Lucas do Rio Verde (MT) e est? colocando 50% do seu patrim?nio ? venda para levantar capital para quitar d?bitos de safras passadas. "O comprador das fazendas ser? meu s?cio na pr?xima safra, que ser? cultivada em 2009. N?o posso revelar o nome, mas o capital ser? estrangeiro e equivalente a 50% do neg?cio. ? esse modelo que vejo como alternativa para conseguir sobreviver na atividade", avalia Guimar?es.


As duas propriedades que vendeu - uma de 3,8 mil hectares e outra de 700 mil hectares - foram negociadas h? 90 dias para pagamento de parte dos d?bitos e para custear 30% da safra. "O restante da lavoura foi financiado por bancos e negocia??o com os parceiros da ?rea de insumos. Tive que vender porque estava pagando juros muito altos de d?bitos em atraso. Al?m disso, atrasar pagamentos traz perda de credibilidade no mercado e chega hora que a melhor alternativa ? vender patrim?nio", conta Orcival.O produtor, que tamb?m ? concession?rio de uma empresa de m?quinas agr?colas, vai ficar com outras duas fazendas - uma de 10 mil hectares e outra de 12 mil. "Isso at? a hora que aparecer oportunidade de venda. Quero reduzir meu imobilizado, preciso aumentar meu capital de giro, ficar independente de dinheiro de terceiros", afirma.


Para esta safra, Guimar?es vai cultivar 34 mil hectares de soja, 6,2% a mais que no ciclo anterior e 18 mil hectares de milho safrinha, 20% mais. Como contrapartida, n?o plantar? mais algod?o, cuja ?rea foi de 14 mil hectares (safrinha) na safra passada.


Para Guimar?es, esse modelo de fus?o deve se expandir em Mato Grosso, pois o produtor poder? quitar seus d?bitos, sem sair da atividade, capitalizando em cima de seu know how no cultivo. "O descasamento entre o c?mbio de plantio e de colheita das ?ltimas safras foi catastr?fico para a agricultura, mas temos que reconhecer que quando o d?lar estava em R$ 3,80 pisamos demais no acelerador, fazendo muitos investimentos. N?o faria tudo de novo", afirma.



Aperto na fiscaliza??o, valoriza ?reas para reserva legal


A maior rigidez nas leis ambientais e o aperto na fiscaliza??o provocaram forte alta em pre?os de terras em regi?es com bioma amaz?nico, onde a lei obriga a manuten??o de reserva legal de 80% da ?rea. De acordo com levantamento da AgraFNP, o valor m?dio de um hectare em algumas dessas regi?es chegou a aumentar cinco vezes em 12 meses. ? o que ocorreu em Paragominas (PA).


Jacqueline Bierhals, especialista da consultoria, conta que um hectare nessa regi?o - considerada mata de f?cil acesso - saiu de R$ 240 h? um ano para R$ 1 mil no bimestre de setembro e outubro deste ano. "Essa regi?o ? forte produtora de gr?os no Par? e l? somente 20% da ?rea pode ser ocupada com atividade agropecu?ria. Assim, os produtores compram terras vizinhas para manterem com floresta, para compensarem o desmate acima do permitido na ?rea ao lado", explica Jacqueline.


A valoriza??o tamb?m foi intensa em outras regi?es de mata, como em Macap?, onde o hectare saiu do patamar m?dio de R$ 15 para R$ 200. "S?o ?reas que valem mais com mata em p? do que com a floresta derrubada. Trata-se de um mercado que se valorizou bastante, mas deve estar perto de seu limite", avalia a especialista.


Outros nichos


Nos ?ltimos doze meses, tamb?m houve forte valoriza??o nos pre?os de terras em Santa Catarina, puxada pela, at? ent?o, alta nos pre?os do gr?os e pela forte presen?a de grandes ind?strias integradores de aves e su?nos. De acordo com o levantamento da AgraFNP, o hectare m?dio em Santa Catarina saiu do patamar de R$ 4,9 mil h? 12 meses para R$ 13 mil neste ano.

Fonte: Gazeta Mercantil

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