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Demanda russa aquece mercado de carnes
1 de setembro de 2020

Ainda que as estat?sticas oficiais n?o revelem, o aumento da demanda da R?ssia j? sustenta os pre?os das carnes brasileiras, principalmente de aves e su?nos. Fontes da ind?stria relatam incremento nos pre?os em d?lar dos produtos destinados ?quele pa?s desde que Moscou anunciou que mais de 80 novos estabelecimentos de carnes (de frango, su?na e bovina) do Brasil poderiam vender ? R?ssia, em 8 de agosto.

A medida foi um desdobramento da decis?o da R?ssia de retaliar produtos, como carnes e l?cteos, provenientes dos Estados Unidos, Canad?, Austr?lia e Uni?o Europeia, ap?s sofrer san??es econ?micas do grupo por conta do conflito na Ucr?nia.

Uma das empresas que tem sido favorecida pela maior demanda da R?ssia ? a Aurora Alimentos, de Santa Catarina. Segundo o presidente da Aurora, M?rio Lanznaster, h? um incremento de 30% nos volumes de carne de frango embarcados para a R?ssia e os pre?os ao pa?s subiram cerca de 12% na compara??o com os valores negociados antes do embargo russo a americanos e europeus. Mas Lanznaster tem os p?s no ch?o e avalia que o aumento da demanda ? tempor?rio. "Vai durar o tempo do conflito [da R?ssia] com a Ucr?nia".

O presidente da Associa??o Catarinense de Avicultura (ACAV), Luiz Adalberto St?bile Ben?cio, tamb?m ? cauteloso e diz que as empresas de aves n?o est?o elevando a produ??o para atender a R?ssia, um cliente reconhecidamente "inst?vel". A estrat?gia das ind?strias, explica, ? deixar de atender mercados que pagam menos para vender ? R?ssia. A Aurora, por exemplo, est? deixando de vender alguns cortes para a China para vender ao mercado russo, confirma Lanznaster.

Em mais uma demonstra??o de cautela, o presidente da ACAV lembra que a R?ssia busca autossufici?ncia na produ??o de frango, "portanto a demanda maior n?o deve ser algo perene". Assim, a estimativa da Associa??o Brasileira de Prote?na Animal (ABPA) de que seja poss?vel ampliar em 150 mil toneladas as vendas de carne de frango ? R?ssia soa otimista. Para Ben?cio, o volume deve ser "mais modesto".

Para o vice-presidente de aves da ABPA, Ricardo Santin, as san??es russas j? favorecem o Brasil. "O mercado j? responde bem. Nos primeiros quinze dias de setembro, exportamos para a R?ssia mais do que vendemos em todo o m?s de agosto", afirma. Os embarques de carne de frango para ao pa?s saltaram de um m?dia mensal de 5 mil toneladas entre janeiro e julho para 8 mil toneladas em agosto. J? em setembro, a expectativa ? a que os embarques superem 20 mil toneladas.

Santin confirma que os pre?os da carne de frango vendida aos russos subiram. Mas pondera que o aumento n?o aparece, ? primeira vista, nas estat?sticas da Secretaria de Com?rcio Exterior (Secex). Uma das raz?es ? que pe?as como coxa e sobrecoxa, que t?m pre?o mais baixo, s?o contabilizadas pela Secex na mesma categoria - Nomeclatura Comum do Mercosul (NCM) - que o peito, que tem pre?o maior. Com o embargo, a R?ssia ampliou as importa??es de coxa e sobrecoxa do Brasil - antes comprava dos EUA. Com isso, o pre?o m?dio das exporta??es brasileiras at? caiu. No acumulado de setembro at? o dia 14, o pre?o m?dio da carne de frango foi de US$ 2,55 o quilo, queda de 6,94% sobre a m?dia de agosto, segundo a ABPA.

S? na primeira quinzena do m?s, a receita com as vendas de frango ? R?ssia somou US$ 20,6 milh?es, acima dos US$ 15,8 milh?es de todo o m?s de setembro de 2013.

No caso da carne bovina, tamb?m houve incremento de pre?os nas vendas ? R?ssia, mas j? come?a a haver press?o por parte de importadores por redu??o. Uma fonte de frigor?fico afirma ter ocorrido um avan?o entre 5% e 10% na cota??es em rela??o aos pre?os anteriores ? retalia??o russa aos EUA e ? UE. "N?o ? muita coisa, mas o suficiente para aquecer o mercado", diz. Segundo a mesma fonte, a alta s? n?o foi maior por conta da queda do real ante o d?lar - com isso, as empresas recebem mais reais a cada d?lar negociado.

Os russos compram sobretudo cortes de dianteiro do Brasil, cotados hoje entre US$ 4,5 mil e US$ 5 mil por tonelada. Tamb?m demandam os chamados "cortes da roda", como cox?o mole. Outra fonte da ind?stria diz que "a percep??o ? de que os pre?os de venda para o mercado russo bateram no teto". Ele lembra que a menor oferta de carne bovina no mundo j? vinha sustentando os pre?os de venda para a R?ssia mesmo antes das san??es.

Agora, afirma, os importadores russos come?am a pressionar para derrubar os pre?os, pois suas margens despencaram. A raz?o ? que o rublo, assim como o real, est? em queda em rela??o ao d?lar. Isso significa que ? preciso mais rublos para cada d?lar de carne importada.

Para o presidente da Associa??o Brasileira das Ind?stria Exportadoras de Carnes (Abiec), Antonio Camardelli, uma eleva??o mais significativa nas exporta??es de carne bovina para a R?ssia s? deve ocorrer no fim de setembro, com os primeiros embarques de mi?dos - o pa?s ficou cerca de cinco anos sem exportar. "Acredito que vamos ter varia??o positiva no fim do m?s, com os neg?cios de mi?dos", diz Camardelli. At? agora, por?m, o fluxo de embarques de carne bovina para a R?ssia segue "normal", segundo ele, e n?o houve grandes altera??es nos pre?os.

Mas isso pode se mudar caso a R?ssia destine mesmo a cota de embarques de carne bovina dos EUA e da UE para outros pa?ses, como Brasil e Paraguai. "Se acontecer essa transfer?ncia de cotas, o Brasil est? pronto para responder", afirma. Camardelli n?o confirma, mas o Valor apurou que algum tipo de transfer?ncia de cotas deve ocorrer. Para 2014, EUA e UE tinham uma cota somada de 120 mil toneladas de carne bovina congelada. Nem todo esse volume seria transferido, uma vez que boa parte j? foi embarcada.

Nas primeiras tr?s semanas de setembro, os embarques de carne bovina ao mercado russo alcan?aram US$ 100,8 milh?es - foram US$ 122,5 milh?es em todo o m?s de setembro de 2013.

Em carne su?na, a avalia??o ? de que a R?ssia j? vinha ampliando as compras do Brasil e que esse movimento continua. "Desde fevereiro e mar?o, o volume comprado pela R?ssia vem subindo", afirma Rui Vargas, vice-presidente de su?nos da ABPA. Nas primeiras tr?s semanas de setembro, o pa?s comprou 11,4 mil toneladas de carne su?na do Brasil - mais de 40% do total de 24 mil toneladas vendidas, segundo dados da Secex compilados pela ABPA. Em mar?o, essa taxa era de 22%. O valor das vendas no per?odo alcan?ou US$ 58 milh?es ante US$ 32,2 milh?es de todo m?s de setembro de 2013.

Embora os pre?os m?dios na exporta??o de carne su?na indiquem uma certa estabilidade, h? relatos no mercado de cortes de pernil para a R?ssia sendo negociados a US$ 6 mil por tonelada.

Fonte: Campo Vivo

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