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A for?a e determina??o da mulher na produ??o agropecu?ria brasileira
1 de setembro de 2020

A mulher conquistou seu espa?o na sociedade, com compet?ncia e determina??o. Contribui de maneira decisiva para a gera??o de riquezas, representando quase a metade da for?a de trabalho em nosso pa?s, e para o equil?brio social, como protagonista na forma??o e manuten??o do n?cleo familiar.

No setor agropecu?rio, ela tamb?m comprovou sua for?a e capacidade. No Dia Internacional da Mulher, a Confedera??o da Agricultura e Pecu?ria do Brasil (CNA) e o Servi?o Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR, em conjunto com as Federa??es de Agricultura nos estados, reuniu hist?rias de mulheres que s?o exemplos para o pa?s.

Amazonas

Jeyn?s Alves - pedagoga e Superintendente T?cnica do Servi?o Nacional de Aprendizagem Rural do Amazonas (SENAR/AM).

Sistema CNA/SENAR: Como foi a sua trajet?ria profissional dentro do SENAR?
JEYN?S ALVES ? Iniciei no SENAR em 2013, aprovada no processo seletivo para o cargo de Pedagoga. Estive ? frente de alguns projetos educacionais, compondo a equipe t?cnica. Em 2014, assumi a Ger?ncia T?cnica, com perspectiva Administrativa e Educacional, tornando-me respons?vel pelos procedimentos, projetos e atividades da ?rea fim do SENAR. Em 2015, fui surpreendida pelo convite e voto de confian?a do Presidente da Federa??o da Agricultura e Pecu?ria do Estado do Amazonas (FAEA), Muni Louren?o, para assumir a Superintend?ncia T?cnica do SENAR.

Sistema CNA/SENAR: De modo geral, como voc? v? a mulher no mercado profissional?
JEYN?S ALVES ? As mulheres aumentaram sua participa??o no mercado de trabalho, mas ainda t?m presen?a inferior em alguns setores, quando comparada aos homens. No entanto, a sociedade teve de encarar uma mudan?a de cren?as, que colocava a for?a masculina como a mais importante no mercado. Com a supera??o desta barreira, a tend?ncia ? que a sociedade ganhe cada vez mais seguran?a para aceitar que a mulher comanda diversas ?reas do mundo corporativo.

Sistema CNA/SENAR: Que mensagem deixaria para as mulheres neste dia especial?
JEYN?S ALVES ? Que no pr?ximo dia 8 de mar?o, possamos comemorar vit?rias e ter cada vez mais mulheres conscientes de seu papel e organizadas para a transforma??o de uma sociedade com maior igualdade de direitos.


Bahia

Carminha Maria Missio - empres?ria, advogada, produtora rural e primeira mulher a presidir o Sindicato dos Produtores Rurais de Luis Eduardo Magalh?es, Bahia.

Sistema CNA/SENAR: Voc? ? a primeira mulher a presidir o Sindicato. Como acha que deve ser o relacionamento com o produtor?
CARMINHA ? ? imprescind?vel que se mantenha o agricultor atualizado nesse mundo desafiador. Nossa bandeira ser? sempre em defesa dos interesses dos agricultores de acordo com os limites que a lei nos permitir. S?o eles que traduzem a import?ncia do sindicato, promovem o desenvolvimento da cadeia produtiva do agroneg?cio, que em consequ?ncia beneficia a maior parte da popula??o da nossa cidade e regi?o. Devemos escutar a voz dos produtores e, a? sim, criar caminhos que venham ao encontro de suas necessidades.

Sistema CNA/SENAR: Para voc?, quais s?o os principais desafios enfrentados pelo setor, na regi?o?
CARMINHA ? A regi?o Oeste da Bahia, onde atuamos, ? destaque no Brasil quanto ao emprego de tecnologia e produtividade na agricultura. O que se deve especialmente por nossos recursos naturais como topografia, altitude, clima e disponibilidade de ?gua para irriga??o. Mas isso, por si s?, n?o bastaria para que a agricultura aqui se firmasse. Foi preciso unir coragem, muito trabalho, investimentos, credibilidade e profissionaliza??o. S? assim tem sido poss?vel tornar a atividade agr?cola vi?vel, confi?vel, forte e pujante. Entretanto, precisamos continuar evoluindo atrav?s do aperfei?oamento e capacita??o de acordo com a evolu??o tecnol?gica e adequa??o das leis para o meio rural, da base at? o topo da administra??o.

Sistema CNA/SENAR: Qual o papel da mulher no setor agropecu?rio?
CARMINHA ? O desafio ? adentrar em um universo que, desde os prim?rdios, tem sido exclusivamente masculino. Mas, a mulher tem conseguido, com sucesso, mostrar que ? capaz de assumir muitas posi??es, com equil?brio e grande capacidade de gest?o dos neg?cios. Em nossa regi?o mesmo, temos muitos exemplos de mulheres que est?o ajudando na gest?o da propriedade rural ou mesmo assumindo este compromisso. Esta ? uma realidade que n?o pode mais ser revertida.

Par?

Ant?nia Lemos Gurgel - produtora rural, t?cnica em contabilidade, coordenadora do N?cleo da Regi?o de Tapaj?s do Sistema FAEPA/SENAR e presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Itaituba, Par?.

Sistema CNA/SENAR: Como come?ou sua rela??o com a agropecu?ria?
ANT?NIA LEMOS ? Em 1986, ao ingressar na empresa do produtor rural Juv?ncio Pereira da Silva, propriet?rio da Fazenda Tapaj?s. Ele investiu em novas tecnologias, tornando-se um dos grandes destaques da pecu?ria de corte no cen?rio nacional, ganhando por dois anos consecutivos (2014/2015) o pr?mio de melhor criador e expositor da ra?a nelore da regi?o Norte do pa?s. Desde ent?o, fiz da agropecu?ria a minha vida. ? o que gosto de fazer e ? o que quero continuar fazendo.

Sistema CNA/SENAR: Para voc?, como ? trabalhar neste setor?
ANT?NIA LEMOS ? ? percept?vel a mudan?a de mentalidade da popula??o urbana em rela??o a agropecu?ria. Posso definir meu sentimento como sendo de gratid?o e total comprometimento com um setor que mant?m a for?a na economia brasileira mesmo num cen?rio de crise. A agropecu?ria continua em evid?ncia nas exporta??es, impulsionando os neg?cios, gerando empregos e renda.

Sistema CNA/SENAR: Como voc? v? o papel da mulher no campo e o que gostaria de destacar em sua trajet?ria?
ANT?NIA LEMOS ? Vejo como um rompimento de paradigmas, face a esse setor predominantemente masculino, o qual a mulher com sensibilidade e vis?o ampliada tem conquistado seu espa?o nos diversos setores do mercado. Na agropecu?ria n?o ? diferente, s?o mulheres que se destacam pela capacidade de gerenciar e inovar. Em rela??o a minha trajet?ria, estar ? frente de um sindicato por tr?s mandatos consecutivos, denota o rompimento de muitas barreiras e conquista de credibilidade.

Eliana Zacca - secret?ria-adjunta da Secretaria de Desenvolvimento Agropecu?rio e da Pesca do Estado do Par?

Sistema CNA/SENAR: Como come?ou sua rela??o com a agropecu?ria?
ELIANA ZACCA ? De forma mais direta, em 2003, quando trabalhei como assessora da Secretaria Especial de Produ??o do Estado do Par?. Essa rela??o foi aprofundada e se consolidou quando trabalhei na Federa??o da Agricultura e Pecu?ria do Par? (FAEPA), no per?odo de 2007/2010, como Diretora do Departamento T?cnico.

Sistema CNA/SENAR: Qual seu sentimento em trabalhar pelo setor?
ELIANA ZACCA ? Sentimento de profundo respeito e admira??o pelos que nele labutam, pois al?m de garantir a alimenta??o nossa de cada dia, ? o setor que sustenta nosso processo de desenvolvimento em n?vel nacional e estadual. E neste setor, mais do que qualquer outro da economia, as adversidades e desafios s?o muito maiores, sem que haja o merecido reconhecimento e valoriza??o do trabalho e dos benef?cios gerados pela produ??o agropecu?ria. Do lavrar a terra at? a coloca??o do produto nas feiras, supermercados e ind?strias, o caminho ? longo, dif?cil e tortuoso.

Sistema CNA/SENAR: Como voc? v? o papel da mulher no campo e o que gostaria de destacar em sua trajet?ria de vida em prol da agropecu?ria?
ELIANA ZACCA ? As mulheres que trabalham no campo s?o verdadeiras guerreiras. Se na ?rea urbana, onde h? melhor infraestrutura, a mulher j? enfrenta v?rios desafios para desempenhar os pap?is de esposa, m?e e profissional, imagine no campo, onde as defici?ncias s?o enormes e as condi??es de trabalho muito duras. Por outro lado, tem sido crescente o n?mero de mulheres que assumem a condi??o de chefe de fam?lia. No campo, inclusive, j? se enfrenta o problema da sucess?o rural, pois, cada vez mais, os filhos est?o migrando para as cidades, deixando a profiss?o dos pais, o que aumenta a sobrecarga de trabalho e a responsabilidade das mulheres.

Iacira Sedrim - avicultora, coordenadora do Polo Presencial da rede e-Tec em Santa Izabel do Par? e primeira mulher a presidir o Sindicato dos Produtores Rurais

Sistema CNA/SENAR: Como come?ou sua rela??o com a agropecu?ria?
IACIRA SEDRIM ? Minha vida na agropecu?ria vem de ra?zes. Meu pai, av? e bisav? criaram seus filhos nos campos duros e sofridos do nordeste brasileiro. O meu primeiro emprego foi na extens?o rural, onde passei 15 anos da minha juventude profissional. O mundo sindical tomou conta de minha vida quando assumi a Superintend?ncia do Servi?o Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR/Par?).

Sistema CNA/SENAR: Qual o sentimento de trabalhar pelo setor?
IACIRA SEDRIM ? Pela minha viv?ncia profissional, o meu sentimento de amor, dedica??o e gratid?o pelo agro ? indiscut?vel, por?m, como pequena produtora rural, n?o tive grande sucesso. Mas n?o tenho d?vida de ser hoje o melhor neg?cio e que est? sustentando a na??o.

Sistema CNA/SENAR: Como voc? v? o papel da mulher no campo e o que gostaria de destacar em sua trajet?ria em prol da agropecu?ria?
IACIRA SEDRIM ? Vejo a mulher como uma pessoa em igualdade de condi??es do homem para conduzir o agroneg?cio no Brasil. ? uma quest?o de oportunidade e coragem, sendo esta mais organizada, engajada e normalmente do que o homem.

Maria Augusta da Silva Neta - presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Altamira (PA)

Sistema CNA/SENAR: Como come?ou sua rela??o com a agropecu?ria?
MARIA AUGUSTA ? Sou filha de produtor rural, convivi at? meus 16 anos vendo meus pais na lavoura no interior do Paran?. Nesta ?poca, via as fazendas vizinhas onde criavam gado, ficava fascinada com a beleza daquele rebanho e pensava: um dia serei produtora rural criando gado. Casei e vim para o Estado do Par? onde compramos uma ?rea rural. Meu marido n?o tem voca??o para a vida rural, mas me apoia e me ajuda na administra??o da propriedade, o restante ? comigo. Desde vacina??es, aparta??o, manejo, compra e venda e tudo que ? necess?rio.

Sistema CNA/SENAR: Qual seu sentimento pelo Agro?
MARIA AUGUSTA ? Amo de paix?o! Primeiro tem que estar no DNA, digo sempre, ?voc? tem que ser da causa?.

Sistema CNA/SENAR: Como voc? v? o papel da mulher no campo e o que gostaria de destacar em sua trajet?ria da vida em prol da agropecu?ria?
MARIA AUGUSTA ? Como dizem, o sistema ? bruto, de sexo fr?gil n?o tenho nada. Hoje gerencio minha casa, fam?lia e neg?cios. Fa?o as cobran?as necess?rias, buscando a cada dia desenvolver minhas habilidades no campo, como a capacidade de liderar e me destacar com minha vis?o de empreendedora. Sei que o setor ainda ? um espa?o ocupado na maioria por homens, ent?o quando assumimos este desafio temos que ser melhores que eles.

Shirley Cristina de Barros Malcher - empres?ria, criadora de b?falos e produtora de derivados de leite de b?fala, como queijo frescal, ricota e mozarela.

Sistema CNA/SENAR: Como come?ou sua rela??o com a agropecu?ria?
SHIRLEY CRISTINA ? Desde sempre. Nasci em uma fam?lia de tradi??o ruralista. Bisav?, av? e pai. O amor ? terra est? entranhado em mim.

Sistema CNA/SENAR: Qual seu sentimento em trabalhar para o crescimento do setor?
SHIRLEY CRISTINA ? Sentimento de profundo orgulho e de apreens?o. De orgulho porque h? mais de uma d?cada a balan?a comercial de nosso pa?s ? sustentada por nossa atividade, comprovando nossa efici?ncia. De apreens?o devido ?s adversidades extracampo que somos diariamente obrigados a enfrentar, tais como a quest?o da inseguran?a jur?dica que hoje permeia o direito de propriedade.

Sistema CNA/SENAR: Como voc? v? o papel da mulher no campo e o que gostaria de destacar em sua trajet?ria da vida em prol da agropecu?ria?
SHIRLEY CRISTINA ? Com muita positividade. Como nos demais setores da vida, n?s mulheres demonstramos nossa capacidade empreendedora. Creio que minha maior contribui??o ao setor em minha trajet?ria seja meu posicionamento na defesa dos nossos direitos de produtores rurais, no enfrentamento das quest?es localizadas da porteira para fora.

Esp?rito Santo

Let?cias Sim?es - administradora de empresas, especialista em gest?o estrat?gica, e Superintendente T?cnica do Servi?o Nacional de Aprendizagem Rural do Esp?rito (SENAR/ES)

Sistema CNA/SENAR: Fale sobre sua carreira profissional na agropecu?ria.
LET?CIA SIM?ES ? Sou administradora de empresas, especialista em gest?o estrat?gica e atuei por 15 anos no Servi?o Brasileiro de Apoio ?s Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) na ?rea do agroneg?cio. Trabalhei por um tempo na Secretaria de Agricultura do Esp?rito Santo (SEAG) e na presid?ncia do Instituto de Pesquisa, Assist?ncia T?cnica e Extens?o Rural (Incaper). Hoje, estou ? frente da Superintend?ncia T?cnica do SENAR/ES, desde outubro de 2015.

Sistema CNA/SENAR: De modo geral, como voc? v? a mulher no mercado profissional?
LET?CIA SIM?ES ? ? n?tido que as mulheres v?m conquistando espa?o no Brasil e no mundo. A mulher possui uma capacidade de executar v?rias tarefas ao longo do dia, talvez seja esse o grande diferencial. Mostramos que somos capazes de gerenciar bem as atividades ligadas ? vida profissional e pessoal e, claro, deixar a marca de que de fr?gil, n?o temos nada.

Sistema CNA/SENAR: Como voc? v? a contribui??o da mulher para o desenvolvimento da agropecu?ria?
LET?CIA SIM?ES ? Acredito que as mulheres podem conquistar cargos e espa?os almejados, que ir?o fazer a diferen?a no meio rural. Muitas dessas hist?rias de sucesso tamb?m acontecem no estado, a partir das capacita??es disponibilizadas pelo pr?prio SENAR/ES. Mulheres que realizam grandes feitos, que al?m de serem donas de casa, m?es e esposas, tamb?m s?o trabalhadoras e empreendedoras, ajudando a comandar a propriedade ou at? mesmo liderando projetos que contribuem para o crescimento de renda da fam?lia. As lideran?as femininas incentivam a inclus?o das mulheres, seja na agricultura, no campo, na organiza??o, gest?o ou administra??o das propriedades.

Santa Catarina

Lilian Fernanda Sfendrych Gon?alves - produtora rural, engenheira agr?noma da Secretaria de Agricultura da Prefeitura e presidente do Sindicato Rural de Massaranduba, em Santa Catarina.

Sistema CNA/SENAR: O que lhe motiva a se dedicar diariamente ? agropecu?ria?
LILIAN FERNANDA ? Resolvi reativar o Sindicato Rural ao perceber a falta de informa??o de grande parte de produtores, seja pelo enquadramento sindical, como pela necessidade de aprimoramento e conhecimento tecnol?gico nas propriedades rurais. O comprometimento, a fidelidade e o respeito pela ?fam?lia do campo? me fortaleceram, a cada dia. Senti na pele as dificuldades oriundas da nossa agricultura quando me tornei produtora rural, incentivando cada vez mais a forma??o de grupos rurais formadores de opini?o (l?deres rurais), cooperativas e associa??es.

Sistema CNA/SENAR: Como voc? v? a contribui??o da mulher para o desenvolvimento do setor?
LILIAN FERNANDA ? Quando falamos da mulher, estamos falando de sensibilidade, particularmente valorizo muito a atua??o da mulher. A mulher ? o pilar da fam?lia e t?m o privil?gio de conseguir fazer v?rias coisas ao mesmo tempo. Elas est?o no plantio, na colheita, no beneficiamento, nas feiras agroecol?gicas, em associa??es e muito mais... Elas v?m assumindo um papel inegavelmente importante no processo produtivo da agricultura. A presen?a das mulheres na agricultura e na pol?tica cresce cada dia mais. Elas est?o se organizando melhor, se conscientizando e exigindo mais seus direitos e o reconhecimento do trabalho que desenvolvem, n?o apenas no ?mbito familiar, mas profissional.

Sistema CNA/SENAR: Qual estrat?gia utiliza para conciliar tantas atividades di?rias: Sindicato Rural, fam?lia, propriedade rural e sonhos?
LILIAN FERNANDA ? A grande estrat?gia que utilizo ? manter a for?a, a determina??o, agindo sempre com amor e f? em Deus. Minha vida n?o ? mais s? minha. Minha fam?lia ? tudo! Vivo intensamente para o bem comum. N?o consigo mais trabalhar para um pequeno grupo de pessoas, preciso dimensionar, compartilhar o conhecimento, trocar experi?ncias, regionalizar, praticar, desenvolver, criar identidades, aprender cada vez mais.


Luc?a Mabel Saavedra Bouss?s - natural do Uruguai, p?s-graduada em Marketing e Administra??o, produtora rural e presidente do Sindicato Rural de Campo Alegre desde 2006.

Sistema CNA/SENAR: O que lhe motiva a se dedicar diariamente ? agropecu?ria?
LUC?A MABEL ? Acredito no enorme potencial do campo e luto constantemente para evitar que os jovens abandonem o campo. Tenho verdadeira paix?o pela terra, animais e os agricultores, que lamentavelmente muitos ainda n?o sabem o quanto s?o importantes. Se o campo n?o produz, a cidade n?o come. Trabalho em prol do desenvolvimento das comunidades rurais, que devem ser modernas e atualizadas com a tecnologia para confirmar a inser??o no mundo global.

Sistema CNA/SENAR: Como voc? v? a contribui??o da mulher para o desenvolvimento do setor?
LUC?A MABEL ? A mulher ocupa cada vez mais espa?o antes n?o imaginado. Exemplo disso, ? que hoje temos uma mulher ? frente do Minist?rio da Agricultura, desenvolvendo um belo trabalho. Por?m, precisamos multiplicar essa for?a que ainda est? um pouco t?mida e reluta em assumir cargos, nos Sindicatos ou cooperativas e at? na pol?tica. Acredito que ? uma quest?o de tempo e em poucos anos teremos uma gera??o forte de mulheres atuando no agroneg?cio.

Sistema CNA/SENAR: Qual estrat?gia utiliza para conciliar tantas atividades di?rias: Sindicato Rural, fam?lia, propriedade rural e sonhos?
LUC?A MABEL ? Concilio diversas atividades utilizando uma ?nica ferramenta: planejamento. Desde o simples dia a dia, at? os projetos que demandam mais tempo e dedica??o. Se voc? gosta do que faz, tudo fica mais f?cil.

Mato Grosso do Sul

Terezinha Candido - produtora rural, coordenadora educacional do Servi?o Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR/MS) e diretora da Federa??o da Agricultura e Pecu?ria de Mato Grosso do Sul (FAMASUL).

Sistema CNA/SENAR: Qual foi sua trajet?ria para chegar hoje ao cargo de diretora do Sistema FAMASUL?
TEREZINHA ? Posso dizer de cara que eu sou uma mulher da agricultura. Eu vim do campo, sou filha de produtor rural e tenho muito orgulho disso, ent?o a minha trilha foi tra?ada naturalmente, por?m, com muito trabalho para chegar onde hoje estou. Em 1994, eu cursei medicina veterin?ria, na Universidade Estadual do Oeste do Paran? (Unioeste). Em 1996, comecei a trabalhar no Servi?o Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). Em junho de 2015, fui convidada para compor a chapa da nova diretoria da Famasul, liderada por Mauricio Saito.

Sistema CNA/SENAR: Para voc?, quais vit?rias podem ser comemoradas neste dia especial e o que ainda falta ser conquistado?
TEREZINHA ? As conquistas s?o grandes, tanto no meio urbano, como no meio rural. De fato, o que vemos ? que h? um crescimento no n?mero geral de mulheres atuando na agropecu?ria. Cada vez mais elas t?m tomado conta dos seus neg?cios e antigamente isso n?o acontecia. Quando ficavam vi?vas, por exemplo, quem administrava as suas terras eram seu irm?o ou o pai. Hoje elas tomam o controle da situa??o e administram com independ?ncia suas propriedades. Acompanhando este cen?rio, o Sistema Famasul, por interm?dio do SENAR/MS, vem trabalhando com o aumento de cursos e projetos voltados ?s mulheres. Inclusive, quero destacar que as capacita??es s?o um exemplo da mudan?a que observamos no meio rural, tanto que em 2015, do total de alunos capacitados, 50,2% s?o mulheres, ou seja, estamos igualit?rias quando o assunto ? qualifica??o rural.

Sistema CNA/SENAR: Quais s?o os seus desafios para 2016?
TEREZINHA ? Meu maior desafio ? corresponder ?s expectativas do produtor rural do nosso estado. Com 20 anos de sistema sindical, eu tenho uma vis?o de diversos ?ngulos da agropecu?ria. Conhe?o a dificuldade do trabalhador, do instrutor, do t?cnico e do produtor rural. Acredito que esse conhecimento contribui para minha gest?o e acrescenta no trabalho que desenvolverei no Sistema FAMASUL. Meu objetivo ? trabalhar para que a educa??o transforme a realidade dos homens e mulheres do campo.


Mato Grosso

Leane Simone Altmann - graduada em Ci?ncias Jur?dicas e Sociais, produtora de soja e milho e primeira mulher a presidir o Sindicato Rural de Nova Mutum, Mato Grosso.

Sistema CNA/SENAR: Quando voc? se tornou presidente do Sindicato Rural de Nova Mutum?
LEANE SIMONE ? Fui eleita em 1999 e presidi o sindicato at? 2003. Al?m disso, fiz parte da diretoria nos tri?nios de 1996-1999, 2003-2006 e 2006-2009. Em 2008, assumi o sindicato interinamente na aus?ncia do presidente Alcindo Uggeri e do vice-presidente Luiz Carlos Gon?alves. Tamb?m fui membro da diretoria da Federa??o da Agricultura e Pecu?ria do Estado de Mato Grosso (Famato) nos tri?nios 2001-2004 e 2004-2007 e ainda participo do Conselho de Administra??o do Sicredi (Cooperativa de Cr?dito Rural) de Nova Mutum.

Sistema CNA/SENAR: Voc? sofreu algum tipo de preconceito por estar a frente de um Sindicato?
LEANE SIMONE ? Eu tinha 34 anos quando fui eleita para o Sindicato. Acredito que tive poucas rejei??es e preconceitos por ser do sexo feminino e por estar ? frente de uma entidade de classe t?o importante para a economia da regi?o e do estado. O fato de ser do ?sexo fr?gil? n?o faz diferen?a e acredito que o que sempre vai contar ? a capacidade intelectual e a maneira de conduzir. Atualmente, n?o vejo concorr?ncia de sexo, mas sim de dedica??o, talvez nesse ponto as mulheres sejam mais teimosas, querem provar mais efici?ncia. Tenho orgulho em dizer que fui a primeira presidente de sindicato de Mato Grosso.

Sistema CNA/SENAR: Quais foram os momentos mais inesquec?veis dessa tua trajet?ria?
LEANE SIMONE ? Eu trabalho pela categoria h? mais de 20 anos. Para mim, durante esse tempo todo vivi momentos inesquec?veis ? frente do sindicato. Entre eles eu destaco a participa??o nos movimentos ?Caminhona?o? e ?Tratora?o?. Esses movimentos foram important?ssimos para o ruralismo brasileiro. Ganhamos respeito e ainda mostramos que temos for?a e voz ativa no governo. Em Nova Mutum formamos um grupo de coordenadores em que fiz parte, lideramos o movimento ?Grito do Ipiranga?, quando os produtores rurais do norte do estado reivindicaram ao governo federal pre?os melhores na venda da safra e log?stica da produ??o. Vale enfatizar que em Nova Mutum, o Grito do Ipiranga foi um movimento da fam?lia ruralista, pois tivemos a participa??o fundamental dos jovens e mulheres. Juntos, a fam?lia ruralista fez a vit?ria.

Rio Grande do Sul

Maria Tereza Scherer Mendes - pedagoga, produtora rural, suplente do Conselho Fiscal da Federa??o da Agricultura e Pecu?ria do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL), coordenadora do Programa de Alfabetiza??o de Trabalhadores Rurais do SENAR/Camaqu? e primeira-diretora secret?ria do Sindicato Rural de Camaqu?

Sistema CNA/SENAR: Qual a origem da sua liga??o com o agroneg?cio?
MARIA TEREZA ? Minha fam?lia ? ligada ao campo. Plantamos arroz, soja e temos cria??o de gado na regi?o de Camaqu?. Quando meu marido (Arilei Ribeiro Mendes) foi presidente do Sindicato Rural de Camaqu?, comecei a frequentar a entidade, acompanhando nas atividades sociais.

Sistema CNA/SENAR: Como chegou ? presid?ncia do Sindicato?
MARIA TEREZA ? Eu j? fui professora e diretora de uma escola. Aos poucos fui me envolvendo nas rotinas administrativas do Sindicato e passei tamb?m a integrar a diretoria. Depois me tornei presidente do sindicato e tive a honra de estar ? frente da entidade quando completou 80 anos, em 2014. O meu mandato terminou em 2015, mas eu permane?o na nova administra??o como primeira-diretora secret?ria. Hoje tamb?m fa?o parte do Conselho Fiscal da FARSUL como suplente e sou coordenadora do Programa de Alfabetiza??o de Trabalhadores Rurais do SENAR em Camaqu?.

Sistema CNA/SENAR: Para voc?, qual ? o papel da mulher no agroneg?cio?
MARIA TEREZA ? Eu sempre fui muito ligada ao grupo de produtoras rurais da FARSUL, liderado pela Zenia Aranha da Silveira e a atividade sindical nos aproximou ainda mais. Eu vejo que as mulheres perceberam a import?ncia de ter um conhecimento mais espec?fico do meio onde atuam e conquistaram seu espa?o. O campo ? um neg?cio e algumas jovens est?o se dando conta disso e j? est?o vindo trabalhar. Al?m disso, a mulher tem muita habilidade para negociar.

Mara Barcelos - produtora rural e presidente do Sindicato Rural de Muitos Cap?es no Rio Grande do Sul

Sistema CNA/SENAR: Qual a origem da sua liga??o com o agroneg?cio?
MARA ? Meu pai (Ruy Barcelos) ? agropecuarista e ? meu grande exemplo de amor ? atividade rural. Ainda hoje, com 84 anos, ele continua ? frente dos neg?cios e sempre incentivou a valorizar o que ? nosso, o que ? da terra. Antigamente a mulher ajudava de alguma maneira ao lado do marido, mas agora participa mais ativamente dos assuntos ligados ao campo.

Sistema CNA/SENAR: Como chegou ? presid?ncia do Sindicato Rural de Muitos Cap?es?
MARA ? Eu j? fui prefeita de Muitos Cap?es por duas vezes (em 2004 e 2008) e tamb?m vice-presidente do Sindicato Rural antes de chegar ? presid?ncia. Na nossa gest?o, procuramos incentivar as mulheres e os filhos a participarem de uma forma mais efetiva. Temos v?rias a??es no Sindicato, como a biblioteca itinerante e o Natal rural. O campo precisa de todos unidos para continuar forte.

Sistema CNA/SENAR: Qual o papel da Federa??o para a agropecu?ria?
MARA ? A Federa??o da Agricultura e Pecu?ria do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL) tem um papel muito importante e n?s acreditamos no trabalho que desenvolve h? muitos anos de valoriza??o e de espa?o para as mulheres. Muitas pessoas est?o voltando para o campo e o contato com os mais experientes est? gerando bons resultados. Incentivamos todos os produtores a formar parcerias com o SENAR e a FARSUL para capacita??o, porque isso vai trazer benef?cios para todos.

Yara Bento Pereira Su?e - engenheira agr?noma, mestre em produ??o animal, produtora rural e diretora suplente da Federa??o da Agricultura e Pecu?ria do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL)

Sistema CNA/SENAR: Qual a origem da sua liga??o com a agropecu?ria?
YARA ? Trabalho na propriedade da fam?lia em Lavras do Sul e sempre estive muito envolvida com a agropecu?ria. Quando meus pais faleceram, continuei tocando a propriedade e esse envolvimento com as rotinas do campo se estende a minha vida profissional, pois sou engenheira agr?noma com mestrado em produ??o animal.

Sistema CNA/SENAR: Como chegou ? diretoria da FARSUL?
YARA ? As participa??es no Sindicato Rural de Lavras do Sul foram o caminho natural de aproxima??o com a Farsul. Como delegada representante do sindicato, eu sempre participei ativamente das reuni?es na Federa??o, em Porto Alegre. Posteriormente fui convidada para integrar a chapa de renova??o da entidade e agora fa?o parte da diretoria como suplente.

Sistema CNA/SENAR: Qual o papel da mulher no agroneg?cio?
YARA ? H? um apag?o de m?o de obra no campo por uma s?rie de raz?es e a mulher tem oportunidade de mostrar a sua capacidade para ocupar esse espa?o, principalmente na gest?o de pessoas. A sensibilidade e o olhar feminino diferenciado s?o importantes para o equil?brio de atitudes no gerenciamento. Eu acredito que as pr?ximas gera??es v?o ter muito espa?o para atuar no agroneg?cio e contribuir para o crescimento desse setor.

Zenia Aranha da Silveira - produtora rural e presidente da Comiss?o de Produtoras Rurais da Federa??o de Agricultura e Pecu?ria do Estado do Rio Grande do Sul - FARSUL

Sistema CNA/SENAR: Qual a origem da sua liga??o com a agropecu?ria?
ZENIA ARANHA ? A minha fam?lia ? do meio rural. Os primeiros Aranha plantaram caf? em S?o Paulo. Eu sou produtora e propriet?ria rural em Bag? e sempre gostei de cavalos. Com a cria??o da ra?a Quarto de Milha acabei entrando para a Associa??o de Criadores de Cavalos Quarto de Milha N?cleo Sul (NSQM). Desde ent?o, comecei a ter uma participa??o mais ativa em entidades. Durante 20 anos fui da diretoria e, por duas vezes, presidente da Associa??o.

Sistema CNA/SENAR: Como chegou ? presid?ncia da Comiss?o de Produtoras Rurais da FARSUL?
ZENIA ARANHA ? ? importante ressaltar que a Farsul abriu as portas para as mulheres. Quando o presidente Carlos Sperotto decidiu mobilizar um grupo de produtoras rurais para um trabalho sistematizado de apoio ?s a??es da Federa??o, fomos chamadas para organizar a estrutura do grupo. Em 2001, fui convidada para assumir a presid?ncia da Comiss?o das Produtoras Rurais da Farsul. De l? para c?, tenho participado de in?meras atividades e projetos envolvendo a mulher e os interesses da agropecu?ria.

Sistema CNA/SENAR: Qual o papel da mulher no campo?
ZENIA ARANHA ? Mesmo na agropecu?ria, onde predomina a figura masculina, a mulher ? vista em p? de igualdade com os homens. Eles ouvem as mulheres, se interessam por suas opini?es. Percebo que de uns 10 anos para c?, houve uma evolu??o no papel das mulheres tamb?m na gest?o das propriedades. As mulheres est?o se sobressaindo cada vez mais.

Assessoria de Comunica??o CNA/ Com as assessorias de imprensa das federa??es de agricultura e pecu?ria: FAEA, FAEB, FAEPA, FAES, FAESC, FAMASUL, FAMATO, FARSUL.

Fonte: Canal do Produtor

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