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Embrapa desenvolve t?cnicas de prote??o do solo do cafezal durante a seca
1 de setembro de 2020

Cuidados v?o desde o controle de plantas daninhas ao cultivo intercalar de leguminosas e gram?neas nas ruas do cafezal

Pesquisa desenvolvida pela Embrapa Rond?nia, em parceria com a Embrapa Caf?, coordenadora do Cons?rcio Pesquisa Caf?, revela pr?ticas que podem evitar os transtornos causados pelo per?odo de seca em Rond?nia. De maio a setembro, a seca afeta o florescimento e a produtividade do cafeeiro. A florada principal dos cafeeiros Conilon e Robusta ocorre entre o fim de julho e o in?cio de agosto em Rond?nia. Dependendo da quantidade de chuva, temperatura m?dia mensal e do correto manejo do cafezal, pode ocorrer uma segunda e at? uma terceira florada nos meses de agosto, setembro e outubro.

O artigo ?Per?odo seco chegando: hora de proteger o solo do cafezal?, de autoria dos pesquisdores J?lio Cesar Freitas Santos, Rog?rio Sebasti?o Corr?a da Costa e Francisco das Chagas Le?nidas pode ser encontrado no site da Embrapa Rond?nia: http://www.cpafro.embrapa.br/portal/noticia/308/

T?cnicas de prote??o - Segundo esses pesquisadores, uma das formas de auxiliar a uniformiza??o da florada e aumentar a produtividade do cafezal na ?poca da seca ? manter as entrelinhas do cafezal protegidas. Isso pode ser feito com o uso de cobertura morta, uso de capins, palhadas, casca de caf?, ro?o das plantas daninhas e outros res?duos existentes na propriedade rural. A cobertura morta do solo, al?m de conservar a ?gua para a lavoura e evitar as altas temperaturas no terreno, o enriquece com mat?ria org?nica, nutrientes e reduz a presen?a de plantas daninhas.

Pesquisas desenvolvidas em Rond?nia e Minas Gerais mostram que a casca de caf? ? excelente fornecedora de mat?ria org?nica, rica em pot?ssio e nitrog?nio. Sua utiliza??o melhora a capacidade de reten??o de umidade pelo solo, diminui a temperatura nas camadas superficiais e melhora o arejamento, al?m de controlar a eros?o e reduzir o crescimento de plantas daninhas.

Em ensaios conduzidos na Embrapa Rond?nia, a aplica??o de 70 t/ha de casca de caf? em um cafezal recepado promoveu um aumento nos n?veis foliares de f?sforo, pot?ssio, c?lcio e magn?sio ? aumentando a produtividade do cafeeiro em at? 90% (de 20 para 38 sacas/ha) em rela??o ao cafezal n?o recepado, e em 38% (de 28 para 38 sacas/ha) em rela??o ao cafeeiro recepado e sem cobertura, al?m de controlar eficientemente as plantas daninhas.

Em outro ensaio conduzido na Universidade Federal de Vi?osa, institui??o participante do Cons?rcio Pesquisa Caf? coordenado pela Embrapa Caf?, pesquisadores testaram o uso da casca de caf? como cobertura de solo no cafezal. Observou-se uma maior reten??o da ?gua no solo, que apresentou condi??o mais favor?vel ? manuten??o do sistema radicular do caf? - principalmente ap?s longos per?odos de seca. O uso da casca de caf? como cobertura dobrou a quantidade de ra?zes da planta.

Mais uma forma de obter res?duos para cobertura do solo ? o cultivo intercalar de leguminosas e/ou gram?neas nas ruas do cafezal. Elas devem ser cortadas no final do per?odo chuvoso para a forma??o da cobertura morta e prote??o do solo no per?odo seco. Al?m de servirem como fonte de cobertura morta, as leguminosas beneficiam o solo e as plantas por meio da fixa??o de nitrog?nio. Leguminosas como amendoim forrageiro (Arachis pintoi), desm?dio (Desmodium ovalifolium), feij?o de porco (Canavalia ensiformis) e mucuna (Stizolobium sp.) t?m sido utilizadas com resultados satisfat?rios nos cafezais em Rond?nia.

Entre as gram?neas, o milheto (Pennisetum glaucum) ? uma planta que se adapta bem em solo de baixa fertilidade e com d?ficit h?drico, tem alta capacidade de ciclagem de nutrientes, crescimento r?pido e elevada produ??o de biomassa. Al?m disso, apresenta resist?ncia ?s principais pragas, reduzindo a popula??o de nemat?ides como Meloidogyne inc?gnita e javanica, Pratylenchus brachyurus e Rotylenchulus reniformis. O milheto vem sendo usado com sucesso em cafezais do Esp?rito Santo e de Rond?nia.

O capim braqui?ria ? outra gram?nea que pode tamb?m ser utilizada, por meio do cultivo e ro?o nas ruas do cafezal. A vantagem ? a produ??o de grande quantidade de material vegetal. O sistema radicular da braqui?ria ? extremamente desenvolvido, o que ajuda na estrutura??o do solo, aumenta o teor de mat?ria org?nica e dificulta a eros?o.

Cuidados - Alguns cuidados devem ser tomados no plantio intercalar com leguminosas ou gram?neas: manter o plantio intercalar a 1,0 m da linha do caf?, fazer o cultivo no per?odo chuvoso e cortar as plantas no final do per?odo chuvoso, dar prefer?ncia a plantas com porte baixo, de ciclo curto e que se adaptem a diferentes tipos de solo e manejos.

Por serem muito agressivas, deve-se tomar cuidado especial com o manejo das plantas daninhas em solos de baixa fertilidade. Entretanto, se bem manejadas, as plantas daninhas podem ser ben?ficas ? lavoura por fazerem o sombreamento do solo, evitando a incid?ncia direta dos raios solares, amenizando os efeitos da eros?o na ?poca das chuvas e aumentando o teor de mat?ria org?nica pela decomposi??o de ra?zes e partes a?reas. O controle deve ser feito antes do in?cio do florescimento ou quando as invasoras atingem altura m?dia de 15 a 20 cm, sempre mantendo as plantas daninhas a um metro da linha do caf?. A utiliza??o da ro?adeira ajuda a controlar a altura das plantas daninhas, evitando sua dissemina??o e contribuindo para a deposi??o de res?duos no solo.

Cobertura morta no cafezal - A aplica??o de cobertura morta nas entrelinhas da lavoura de caf? pode proporcionar benef?cios ao desenvolvimento do cafeeiro. Entretanto, essa pr?tica, inicialmente, depende da disponibilidade e do custo de forma??o ou aquisi??o dos materiais que fazem parte de sua composi??o.

Os benef?cios s?o resultantes da a??o de prote??o do solo da eros?o pela diminui??o do impacto das chuvas e prote??o da insola??o excessiva, amenizando sua temperatura e diminuindo a perda de umidade. Al?m disso, essa cobertura possibilita a redu??o da infesta??o das plantas daninhas e o fornecimento de nutrientes originados da decomposi??o de sua mat?ria org?nica.

A cobertura morta pode ser constitu?da pela camada de palha decorrente do controle das plantas daninhas, dos restos de cultivos intercalares e dos res?duos provenientes do beneficiamento de produtos.

Conforme a aplica??o do sistema de manejo das plantas daninhas, quer seja por herbicida ou por ro?adora, a forma??o do volume da camada de palha e sua amplitude de cobertura do solo depende das esp?cies de plantas predominantes, do n?vel de infesta??o e da ?poca de controle.

O cultivo intercalar proporciona uma cobertura do solo que depende da esp?cie consorciada com o caf?, podendo ser uma cultura de ciclo curto ou uma leguminosa ou gram?nea perene, que disponibiliza seus restos vegetais pela respectiva realiza??o da colheita e do manejo de corte.

Os res?duos provenientes do beneficiamento de produtos como casca de caf?, casca de arroz ou outros subprodutos colocados nas entrelinhas ou em toda a ?rea do cafezal, podem propiciar maiores ou menores benef?cios ? lavoura, conforme o volume dispon?vel e o grau de decomposi??o desses materiais.

No caso da casca de arroz, p? de serra e baga?o de cana, sua maior limita??o est? na alta rela??o entre o carbono e o nitrog?nio presentes nesses materiais. Por possu?rem lenta decomposi??o de suas mat?rias org?nicas, com maior utiliza??o do nitrog?nio do solo pelos microorganismos, n?o s?o indicadas para aplica??o direta na lavoura - a n?o ser que uma aduba??o nitrogenada complementar seja realizada. O recomend?vel ? que, antes, esses materiais fa?am parte da forma??o de um composto para, depois, serem aplicados na lavoura.

A casca de caf?, por sua vez, al?m de poder fazer parte de compostagem, protege o solo, diminui a rela??o carbono/nitrog?nio e possibilita devolver ? lavoura nutrientes extra?dos pela produ??o, principalmente o pot?ssio. Esse res?duo, al?m da propriedade de realizar o controle de plantas daninhas por a??o f?sica, tamb?m pode inibir o n?vel de infesta??o dessas plantas por a??o qu?mica, correspondendo ao chamado efeito alelop?tico, que muitas coberturas mortas possuem de forma diferenciada.

A exist?ncia do potencial de interfer?ncia qu?mica caracterizado pela alelopatia (processo pelo qual uma planta libera subst?ncias qu?micas alterando o desenvolvimento de outra esp?cie vegetal) consiste na libera??o de aleloqu?micos elaborados pelas plantas e mantidos em seus tecidos vivos ou mortos. Aqueles, ao serem lixiviados para o solo pela a??o da chuva e do orvalho, exercem influ?ncias na germina??o de sementes e/ou no desenvolvimento de pl?ntulas de outras esp?cies.

Considera-se importante nesse processo a classifica??o, a persist?ncia de libera??o desses produtos qu?micos e a quantidade dispon?vel necess?ria para que possa causar efeito. Tudo isso depende da esp?cie, constitui??o e idade do tecido vegetal fornecedor e da intensidade de lavagem regida pelas condi??es de clima e solo.

Embora se verifique registro de comprova??o de potencialidades alelop?ticas em muitas coberturas mortas, existe a necessidade de mais conhecimentos sobre a defini??o de seu uso direcionado e adequado sistema de manejo, visando maior efici?ncia sobre a lavoura de caf? como estrat?gia de redu??o do uso de herbicidas, minimiza??o dos custos e melhoria das condi??es ambientais.

Cafeicultura em Rond?nia - O Estado ? o sexto maior produtor de caf? do Pa?s e ocupa a segunda posi??o nacional em cultivo de conilon, atr?s apenas do Esp?rito Santo. O caf? ? a cultura perene mais difundida, compondo uma das principais fontes de renda de in?meras fam?lias da zona rural. De modo geral, o cultivo do caf? robusta em Rond?nia ? feito em pequenas ?reas, com baixo n?vel tecnol?gico e grande aproveitamento de m?o de obra familiar. Cerca de 90% da ?rea cafeeira ? plantada com a esp?cie robusta, sendo a cultivar conilon utilizada em aproximadamente 95 % das propriedades.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento - Conab, cerca de 40 mil pequenas propriedades do Estado produzem o caf? conilon. A produtividade m?dia dos cafezais no Estado de Rond?nia ? baixa (10,89 sc/ha nesta safra e 9,31 sc/ha na safra anterior), devido a fatores como sistema de cultivo pouco racional, pr?ticas inadequadas, elevados custos de insumos e m?o-de-obra, baixa fertilidade dos solos, indisponibilidade de cr?dito, veranicos, cafezais decadentes, entre outros. Linhas de pesquisa realizadas em parceria com o Cons?rcio Pesquisa Caf? aliadas a a??es de transfer?ncia de tecnologia v?m buscando alternativas que gerem desenvolvimento das lavouras com sustentabilidade.

Avan?os da cafeicultura no Brasil ? Segundo o Informe Estat?stico do Caf? - Dcaf/Mapa - a produ??o e a produtividade do caf?, em 1997, quando da cria??o do Cons?rcio Pesquisa Caf?, era de 2,4 milh?es de hectares de ?rea cultivada, com produ??o de 18,9 milh?es de sacas de 60kg e produtividade de 8,0 sacas/hectare. Passados 16 anos, em 2013, de acordo com o segundo levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento ? Conab (maio/2013), com praticamente a mesma ?rea cultivada ? 2,3 milh?es de hectares - o Pa?s dever? produzir 48, 5 milh?es de sacas, com uma produtividade de 23,8 sacas/ha.

Fonte: Campo VIvo

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