Embrapa fortalece as a??es de quarentena de plantas no Brasil
1 de setembro de 2020
O crescimento constante do fluxo de turistas e do com?rcio mundial aumenta os riscos da entrada de novas pragas no Brasil. Para se ter uma id?ia dos preju?zos que a introdu??o de uma praga pode causar ? agricultura e ? economia brasileira, basta avaliar o exemplo de uma lagarta rec?m-introduzida no Pa?s: a Helicoverpa armigera, que surgiu nesta safra de 2013 e j? causou preju?zos superiores a R$ 2 bilh?es, principalmente em lavouras de soja e algod?o. N?o se sabe ao certo como ela entrou no Brasil.
A hip?tese mais prov?vel ? que tenha sido em flores ou plantas ornamentais. Mas o fato ? que a praga agora est? aqui e pode causar danos a mais de 30 culturas, incluindo: soja, laranja, algod?o, quiabo, cebola, mel?o, morango, batata doce, alface, tomate, ma??, feij?o, batata e milho, entre outras.
Para enfrentar os preju?zos ocasionados por essa e outras pragas, que dizimaram lavouras brasileiras em um passado recente, como o bicudo do algodoeiro e a ferrugem da soja, s?o gastos bilh?es e bilh?es de reais em produtos qu?micos e, na maioria das vezes, os danos s?o irrevers?veis, levando milhares de produtores ? fal?ncia. Por isso, o ideal ? investir na preven??o para evitar que pragas ex?ticas ? que n?o ocorrem no Brasil ? entrem e causem estragos aos cofres nacionais e coloquem em risco a seguran?a alimentar.
Essa preven??o tem nome: chama-se quarentena vegetal e conta com a participa??o efetiva da Embrapa ? Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu?ria ? h? quatro d?cadas. Desde a sua cria??o em 1973, a Embrapa desenvolve procedimentos de importa??o e quarentena dos materiais gen?ticos vegetais destinados aos programas de melhoramento do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecu?ria (Snpa) por delega??o do Minist?rio da Agricultura, Pecu?ria e Abastecimento (Mapa).
Segundo a pesquisadora Abi Marques, que trabalha na quarentena vegetal h? mais de 20 anos, cerca de 85% das plantas que chegam ao Pa?s para fins de pesquisa est?o contaminadas com pragas. Ela explica que a quarentena ? parte do procedimento de ?exclus?o? de uma a??o de controle, ou seja, cumpre a tentativa de manter as pragas fora de determinada ?rea onde n?o ocorrem. ?A exclus?o ?, tecnicamente, a melhor op??o para evitar a dissemina??o de pragas?, explica Marques.
Para isso, a Embrapa mant?m, em uma de suas 47 unidades de pesquisa, a Embrapa Recursos Gen?ticos e Biotecnologia, em Bras?lia, DF, uma Esta??o Quarenten?ria que analisa a condi??o sanit?ria do material vegetal de pesquisa que entra no Brasil. Ao longo dos 40 anos de atua??o da Empresa, cerca de 80 pragas que n?o existem no Brasil foram detectadas e eliminadas no ponto de entrada, em decorr?ncia da atividade quarenten?ria da Embrapa. Levando em considera??o que os preju?zos causados pela entrada de uma praga em apenas uma safra podem chegar a R$ 2 bilh?es, ? poss?vel para calcular o quanto as atividades de quarentena realizadas pela Embrapa j? representaram em termos de economia para os cofres brasileiros.
O processo de quarentena prev? a an?lise das plantas por t?cnicas integradas para o diagn?stico de seu estado fitossanit?rio (ou seja, se est?o saud?veis ou n?o). Visa detectar a presen?a de plantas infestantes e parasitas, insetos, ?caros, v?rus, vir?ides, fitoplasmas, fungos, bact?rias e nemat?ides, prioritariamente daquelas que constam das listas de pragas quarenten?rias ausentes (A1) e de pragas quarenten?rias presentes (A2) para o Brasil, definidas em Instru??o Normativa do Mapa.
As pragas constantes da lista A1 s?o ex?ticas, ou seja, nunca foram relatadas no Brasil. As pragas da lista A2 est?o presentes em ?reas delimitadas e sob controle oficial. Se forem identificadas contamina??es dessa natureza no material, ele ? incinerado ou enviado de volta ao Pa?s de origem.
Mapeamento de pragas quarenten?rias aponta 10 esp?cies como amea?as iminentes ?s lavouras brasileiras
As a??es de quarentena desenvolvidas pela Embrapa envolvem o acompanhamento constante das pragas quarenten?rias. Um mapeamento recente, realizado em parceria com a Sociedade Brasileira de Defesa Agropecu?ria (SBDA), identificou 10 novas pragas com reais possibilidades de entrar no Brasil. O estudo levou em considera??o a proximidade geogr?fica de ocorr?ncia das pragas e a import?ncia econ?mica das culturas agr?colas que podem ser infectadas. S?o elas: pulg?o da soja; mosca-branca ?ra?a Q?; necrose letal do milho; monil?ase do cacaueiro; amarelecimento letal do coqueiro; Striga; ferrugem do trigo; mosaico africano da mandioca; ?caro chileno das fruteiras e Xanthomonas do arroz.
Mas, de acordo com o pesquisador da Embrapa Recursos Gen?ticos e Biotecnologia, Marcelo Lopes da Silva, que participou do mapeamento, esse n?mero ?, na verdade, muito maior. ?As dez apontadas pelo estudo s?o as de risco iminente, mas h? cerca de 600 pragas quarenten?rias amea?ando as lavouras brasileiras?, ressalta.
Embrapa investe em nova estrutura para a quarentena de plantas
Para enfrentar esses desafios, a Embrapa criou uma nova unidade exclusivamente voltada ? quarentena de plantas. O objetivo ? modernizar a an?lise das sementes e outros materiais de propaga??o que s?o introduzidos no Pa?s ou intercambiados com outras institui??es de pesquisa.
A nova Unidade, denominada Embrapa Quarentena Vegetal, est? sendo gerenciada pela pesquisadora Abi Marques e funciona, por enquanto, dentro da Embrapa Recursos Gen?ticos e Biotecnologia, at? que as novas instala??es estejam prontas.
A sede da Embrapa Quarentena Vegetal, tamb?m localizada em Bras?lia (na ?rea onde hoje est? localizada a Funda??o Casa do Cerrado, ao lado da Embrapa Recursos Gen?ticos e Biotecnologia) ter? uma ?rea de aproximadamente 2.200 m?, al?m de 1.400 m? para quarenten?rios, que s?o casas de vegeta??o com caracter?sticas especiais, nas quais pl?ntulas, mudas, estacas etc. ficam em observa??o at? poderem ser liberadas.
Na parte edificada, ser?o constru?dos laborat?rios que abrigar?o oito especialidades (fungos, v?rus, bact?rias, nemat?ides, insetos, ?caros, plantas infestantes e cultura de tecidos), nos quais o material vegetal em tr?nsito ser? examinado para verificar se est? contaminado com organismos nocivos ? agricultura brasileira. A? tamb?m est?o inclu?dos espa?os para a parte administrativa da Unidade, assim como espa?os adequados para a operacionaliza??o e gest?o documental do interc?mbio de esp?cies vegetais.
A pesquisadora enfatiza que o novo pr?dio, que j? come?ou a ser constru?do, tem uma concep??o prioritariamente funcional. ?O pr?dio foi planejado para atender ao fluxo de material e amostras, ou seja, come?a por salas de recebimento, documenta??o e registro, inspe??o, contagem e separa??o de amostras. Depois, as amostras passam pelos laborat?rios e, ao final de todo o processo, as sementes ou outros materiais de propaga??o, isentos de contamina??o ou j? tratados, s?o embalados para serem remetidos ao solicitante?, explica Marques.
Dessa forma, as sementes que est?o sendo examinadas e as que j? est?o liberadas n?o ficar?o no mesmo espa?o. Esse procedimento atende n?o somente ?s normas para instala??es quarenten?rias, como ?s Normas do Sistema de Qualidade adotado pela Embrapa para os laborat?rios que emitem laudos de an?lise. ?? a forma atendendo ? fun??o?, complementa a gerente-geral da nova Unidade.
Fonte: Embrapa
A hip?tese mais prov?vel ? que tenha sido em flores ou plantas ornamentais. Mas o fato ? que a praga agora est? aqui e pode causar danos a mais de 30 culturas, incluindo: soja, laranja, algod?o, quiabo, cebola, mel?o, morango, batata doce, alface, tomate, ma??, feij?o, batata e milho, entre outras.
Para enfrentar os preju?zos ocasionados por essa e outras pragas, que dizimaram lavouras brasileiras em um passado recente, como o bicudo do algodoeiro e a ferrugem da soja, s?o gastos bilh?es e bilh?es de reais em produtos qu?micos e, na maioria das vezes, os danos s?o irrevers?veis, levando milhares de produtores ? fal?ncia. Por isso, o ideal ? investir na preven??o para evitar que pragas ex?ticas ? que n?o ocorrem no Brasil ? entrem e causem estragos aos cofres nacionais e coloquem em risco a seguran?a alimentar.
Essa preven??o tem nome: chama-se quarentena vegetal e conta com a participa??o efetiva da Embrapa ? Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu?ria ? h? quatro d?cadas. Desde a sua cria??o em 1973, a Embrapa desenvolve procedimentos de importa??o e quarentena dos materiais gen?ticos vegetais destinados aos programas de melhoramento do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecu?ria (Snpa) por delega??o do Minist?rio da Agricultura, Pecu?ria e Abastecimento (Mapa).
Segundo a pesquisadora Abi Marques, que trabalha na quarentena vegetal h? mais de 20 anos, cerca de 85% das plantas que chegam ao Pa?s para fins de pesquisa est?o contaminadas com pragas. Ela explica que a quarentena ? parte do procedimento de ?exclus?o? de uma a??o de controle, ou seja, cumpre a tentativa de manter as pragas fora de determinada ?rea onde n?o ocorrem. ?A exclus?o ?, tecnicamente, a melhor op??o para evitar a dissemina??o de pragas?, explica Marques.
Para isso, a Embrapa mant?m, em uma de suas 47 unidades de pesquisa, a Embrapa Recursos Gen?ticos e Biotecnologia, em Bras?lia, DF, uma Esta??o Quarenten?ria que analisa a condi??o sanit?ria do material vegetal de pesquisa que entra no Brasil. Ao longo dos 40 anos de atua??o da Empresa, cerca de 80 pragas que n?o existem no Brasil foram detectadas e eliminadas no ponto de entrada, em decorr?ncia da atividade quarenten?ria da Embrapa. Levando em considera??o que os preju?zos causados pela entrada de uma praga em apenas uma safra podem chegar a R$ 2 bilh?es, ? poss?vel para calcular o quanto as atividades de quarentena realizadas pela Embrapa j? representaram em termos de economia para os cofres brasileiros.
O processo de quarentena prev? a an?lise das plantas por t?cnicas integradas para o diagn?stico de seu estado fitossanit?rio (ou seja, se est?o saud?veis ou n?o). Visa detectar a presen?a de plantas infestantes e parasitas, insetos, ?caros, v?rus, vir?ides, fitoplasmas, fungos, bact?rias e nemat?ides, prioritariamente daquelas que constam das listas de pragas quarenten?rias ausentes (A1) e de pragas quarenten?rias presentes (A2) para o Brasil, definidas em Instru??o Normativa do Mapa.
As pragas constantes da lista A1 s?o ex?ticas, ou seja, nunca foram relatadas no Brasil. As pragas da lista A2 est?o presentes em ?reas delimitadas e sob controle oficial. Se forem identificadas contamina??es dessa natureza no material, ele ? incinerado ou enviado de volta ao Pa?s de origem.
Mapeamento de pragas quarenten?rias aponta 10 esp?cies como amea?as iminentes ?s lavouras brasileiras
As a??es de quarentena desenvolvidas pela Embrapa envolvem o acompanhamento constante das pragas quarenten?rias. Um mapeamento recente, realizado em parceria com a Sociedade Brasileira de Defesa Agropecu?ria (SBDA), identificou 10 novas pragas com reais possibilidades de entrar no Brasil. O estudo levou em considera??o a proximidade geogr?fica de ocorr?ncia das pragas e a import?ncia econ?mica das culturas agr?colas que podem ser infectadas. S?o elas: pulg?o da soja; mosca-branca ?ra?a Q?; necrose letal do milho; monil?ase do cacaueiro; amarelecimento letal do coqueiro; Striga; ferrugem do trigo; mosaico africano da mandioca; ?caro chileno das fruteiras e Xanthomonas do arroz.
Mas, de acordo com o pesquisador da Embrapa Recursos Gen?ticos e Biotecnologia, Marcelo Lopes da Silva, que participou do mapeamento, esse n?mero ?, na verdade, muito maior. ?As dez apontadas pelo estudo s?o as de risco iminente, mas h? cerca de 600 pragas quarenten?rias amea?ando as lavouras brasileiras?, ressalta.
Embrapa investe em nova estrutura para a quarentena de plantas
Para enfrentar esses desafios, a Embrapa criou uma nova unidade exclusivamente voltada ? quarentena de plantas. O objetivo ? modernizar a an?lise das sementes e outros materiais de propaga??o que s?o introduzidos no Pa?s ou intercambiados com outras institui??es de pesquisa.
A nova Unidade, denominada Embrapa Quarentena Vegetal, est? sendo gerenciada pela pesquisadora Abi Marques e funciona, por enquanto, dentro da Embrapa Recursos Gen?ticos e Biotecnologia, at? que as novas instala??es estejam prontas.
A sede da Embrapa Quarentena Vegetal, tamb?m localizada em Bras?lia (na ?rea onde hoje est? localizada a Funda??o Casa do Cerrado, ao lado da Embrapa Recursos Gen?ticos e Biotecnologia) ter? uma ?rea de aproximadamente 2.200 m?, al?m de 1.400 m? para quarenten?rios, que s?o casas de vegeta??o com caracter?sticas especiais, nas quais pl?ntulas, mudas, estacas etc. ficam em observa??o at? poderem ser liberadas.
Na parte edificada, ser?o constru?dos laborat?rios que abrigar?o oito especialidades (fungos, v?rus, bact?rias, nemat?ides, insetos, ?caros, plantas infestantes e cultura de tecidos), nos quais o material vegetal em tr?nsito ser? examinado para verificar se est? contaminado com organismos nocivos ? agricultura brasileira. A? tamb?m est?o inclu?dos espa?os para a parte administrativa da Unidade, assim como espa?os adequados para a operacionaliza??o e gest?o documental do interc?mbio de esp?cies vegetais.
A pesquisadora enfatiza que o novo pr?dio, que j? come?ou a ser constru?do, tem uma concep??o prioritariamente funcional. ?O pr?dio foi planejado para atender ao fluxo de material e amostras, ou seja, come?a por salas de recebimento, documenta??o e registro, inspe??o, contagem e separa??o de amostras. Depois, as amostras passam pelos laborat?rios e, ao final de todo o processo, as sementes ou outros materiais de propaga??o, isentos de contamina??o ou j? tratados, s?o embalados para serem remetidos ao solicitante?, explica Marques.
Dessa forma, as sementes que est?o sendo examinadas e as que j? est?o liberadas n?o ficar?o no mesmo espa?o. Esse procedimento atende n?o somente ?s normas para instala??es quarenten?rias, como ?s Normas do Sistema de Qualidade adotado pela Embrapa para os laborat?rios que emitem laudos de an?lise. ?? a forma atendendo ? fun??o?, complementa a gerente-geral da nova Unidade.
Fonte: Embrapa