Endividamento e falta de investimentos em pesquisa impedem crescimento da atividade cacaueira
1 de setembro de 2020
O setor cacaueiro precisa superar uma s?rie de desafios para que o Brasil recupere os n?veis de produ??o dos anos 80 e volte a ser um dos grandes exportadores mundiais do produto. Entre os problemas que precisam ser solucionados, est?o o endividamento dos produtores rurais e a falta de recursos suficientes para defesa sanit?ria, pesquisa e tecnologia.
Estes pontos foram debatidos na ter?a-feira (29/10), em audi?ncia p?blica na Comiss?o de Agricultura, Pecu?ria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da C?mara, realizada para discutir os problemas da atividade cacaueira no Brasil. Participaram dos debates representantes do governo e das principais entidades ligadas ? cultura no pa?s.
No encontro, os participantes fizeram um hist?rico de toda a crise da atividade cacaueira e criticaram, entre outros pontos, o contingenciamento dos recursos or?ament?rios destinados ao setor e as dificuldades de acesso ao cr?dito rural para que os produtores rurais possam fazer novos investimentos na produ??o e liquidar suas d?vidas.
O presidente da C?mara Setorial da Cadeia Produtiva do Cacau do Minist?rio da Agricultura, Pecu?ria e Abastecimento (MAPA), Guilherme Moura, lembrou o Brasil chegou a produzir 400 mil toneladas por ano, volume que caiu para 100 mil toneladas no auge da crise do segmento, provocada pela vassoura de bruxa, praga que devastou a lavoura a partir do final dos anos 80.
Segundo Moura, que tamb?m ? vice-presidente de Desenvolvimento Agropecu?rio da Federa??o da Agricultura e Pecu?ria da Bahia (FAEB), a incid?ncia da vassoura de bruxa e as medidas frustradas tomadas ? ?poca pelo governo federal para combater a doen?a agravaram o endividamento dos produtores rurais, que ficaram descapitalizados para fazer novos investimentos na lavoura e sem condi??es de acesso a novos contratos de cr?dito rural, devido ? inadimpl?ncia.
J? o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Ilh?us, Milton Andrade J?nior, relatou que a Bahia chegou a responder por 95% da produ??o cacaueira nacional, gerando 300 mil empregos diretos, com faturamento m?dio de US$ 600 milh?es anuais. Com a chegada da vassoura de bruxa, no entanto, houve uma queda de 75% da produ??o no estado, e a fal?ncia de 30 mil fazendas do sul da Bahia, uma das principais regi?es produtoras do pa?s.
Outro ponto levantado foi o contingenciamento de recursos da Comiss?o Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), ?rg?o vinculado ao Mapa respons?vel por executar as pol?ticas destinadas ao setor. Dos R$ 22,6 milh?es destinados ? Ceplac no or?amento deste ano, apenas R$ 10,6 milh?es est?o dispon?veis. O diretor da Ceplac, Helinton Jose Rocha, reconheceu as restri??es or?ament?rias do ?rg?o, mas destacou o trabalho do ?rg?o na inova??o tecnol?gica.
De acordo com ele, a Ceplac tem hoje 37 cultivares de cacau resistentes ? vassoura de bruxa. Falou, ainda, sobre o crescimento da produ??o em outros estados, como o Par?, segundo maior produtor nacional, Rond?nia e Esp?rito Santo.
Apesar da falta de recursos, Guilherme Moura destacou o potencial do Brasil para voltar a ser um dos maiores exportadores de cacau, fator que s? ser? poss?vel com a destina??o de mais recursos para pesquisa e assist?ncia t?cnica. Hoje, o pa?s ? o quarto maior produtor mundial, com um volume de 246 mil toneladas, o suficiente para abastecer a ind?stria moageira nacional.
Neste contexto, uma das alternativas mais rent?veis ? a produ??o sustent?vel, em um modelo conhecido como cacau ?cabruca?, que concilia a produ??o de cacau com a preserva??o ambiental, nos sistemas agroflorestais, a partir da integra??o com ?rvores nativas. Outra op??o que poderia gerar mais renda aos agricultores ? a agrega??o de valor, estimulando a produ??o de produtos derivados da fruta, como o chocolate.
Tamb?m participaram da audi?ncia p?blica: o presidente do Instituto Pensar Cacau (IPC), ?guido Muniz de Souza Neto; o superintendente de Desenvolvimento Agropecu?rio da Secretaria da Agricultura, Pecu?ria, Irriga??o, Reforma Agr?ria, Pesca e Aquicultura da Bahia, Raimundo Sampaio; o superintendente de Desenvolvimento da Regi?o Cacaueira da Bahia, Juvenal Maynart Cunha; e o diretor da ?rea econ?mica da Secretaria de Or?amento do Minist?rio do Planejamento, Marcos de Oliveira Ferreira.
Fonte: Canal do Produtor
Estes pontos foram debatidos na ter?a-feira (29/10), em audi?ncia p?blica na Comiss?o de Agricultura, Pecu?ria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da C?mara, realizada para discutir os problemas da atividade cacaueira no Brasil. Participaram dos debates representantes do governo e das principais entidades ligadas ? cultura no pa?s.
No encontro, os participantes fizeram um hist?rico de toda a crise da atividade cacaueira e criticaram, entre outros pontos, o contingenciamento dos recursos or?ament?rios destinados ao setor e as dificuldades de acesso ao cr?dito rural para que os produtores rurais possam fazer novos investimentos na produ??o e liquidar suas d?vidas.
O presidente da C?mara Setorial da Cadeia Produtiva do Cacau do Minist?rio da Agricultura, Pecu?ria e Abastecimento (MAPA), Guilherme Moura, lembrou o Brasil chegou a produzir 400 mil toneladas por ano, volume que caiu para 100 mil toneladas no auge da crise do segmento, provocada pela vassoura de bruxa, praga que devastou a lavoura a partir do final dos anos 80.
Segundo Moura, que tamb?m ? vice-presidente de Desenvolvimento Agropecu?rio da Federa??o da Agricultura e Pecu?ria da Bahia (FAEB), a incid?ncia da vassoura de bruxa e as medidas frustradas tomadas ? ?poca pelo governo federal para combater a doen?a agravaram o endividamento dos produtores rurais, que ficaram descapitalizados para fazer novos investimentos na lavoura e sem condi??es de acesso a novos contratos de cr?dito rural, devido ? inadimpl?ncia.
J? o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Ilh?us, Milton Andrade J?nior, relatou que a Bahia chegou a responder por 95% da produ??o cacaueira nacional, gerando 300 mil empregos diretos, com faturamento m?dio de US$ 600 milh?es anuais. Com a chegada da vassoura de bruxa, no entanto, houve uma queda de 75% da produ??o no estado, e a fal?ncia de 30 mil fazendas do sul da Bahia, uma das principais regi?es produtoras do pa?s.
Outro ponto levantado foi o contingenciamento de recursos da Comiss?o Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), ?rg?o vinculado ao Mapa respons?vel por executar as pol?ticas destinadas ao setor. Dos R$ 22,6 milh?es destinados ? Ceplac no or?amento deste ano, apenas R$ 10,6 milh?es est?o dispon?veis. O diretor da Ceplac, Helinton Jose Rocha, reconheceu as restri??es or?ament?rias do ?rg?o, mas destacou o trabalho do ?rg?o na inova??o tecnol?gica.
De acordo com ele, a Ceplac tem hoje 37 cultivares de cacau resistentes ? vassoura de bruxa. Falou, ainda, sobre o crescimento da produ??o em outros estados, como o Par?, segundo maior produtor nacional, Rond?nia e Esp?rito Santo.
Apesar da falta de recursos, Guilherme Moura destacou o potencial do Brasil para voltar a ser um dos maiores exportadores de cacau, fator que s? ser? poss?vel com a destina??o de mais recursos para pesquisa e assist?ncia t?cnica. Hoje, o pa?s ? o quarto maior produtor mundial, com um volume de 246 mil toneladas, o suficiente para abastecer a ind?stria moageira nacional.
Neste contexto, uma das alternativas mais rent?veis ? a produ??o sustent?vel, em um modelo conhecido como cacau ?cabruca?, que concilia a produ??o de cacau com a preserva??o ambiental, nos sistemas agroflorestais, a partir da integra??o com ?rvores nativas. Outra op??o que poderia gerar mais renda aos agricultores ? a agrega??o de valor, estimulando a produ??o de produtos derivados da fruta, como o chocolate.
Tamb?m participaram da audi?ncia p?blica: o presidente do Instituto Pensar Cacau (IPC), ?guido Muniz de Souza Neto; o superintendente de Desenvolvimento Agropecu?rio da Secretaria da Agricultura, Pecu?ria, Irriga??o, Reforma Agr?ria, Pesca e Aquicultura da Bahia, Raimundo Sampaio; o superintendente de Desenvolvimento da Regi?o Cacaueira da Bahia, Juvenal Maynart Cunha; e o diretor da ?rea econ?mica da Secretaria de Or?amento do Minist?rio do Planejamento, Marcos de Oliveira Ferreira.
Fonte: Canal do Produtor