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FAO diz que Am?rica Latina alimentar? o mundo
1 de setembro de 2020

Os pa?ses da Am?rica Latina e do Caribe preveem aumentar a oferta de alimentos, erradicar a fome na regi?o e coordenar a coopera??o no Haiti, o pa?s mais amea?ado pela inseguran?a alimentar da regi?o. Estas s?o algumas das conclus?es da 32? Confer?ncia Regional da Organiza??o das Na??es Unidas para Agricultura e Alimenta??o (FAO) para a Am?rica Latina e o Caribe, que terminou no dia 30 de mar?o de 2012 em Buenos Aires, Argentina, e que, pela primeira vez, teve participa??o plena da sociedade civil nas delibera??es.

O encontro, que come?ou no dia 26 de mar?o, contou com representantes de 32 governos, atra?dos pelas novas diretrizes da FAO, que permitem maior incid?ncia das regi?es no desenho de seus projetos. Al?m disso, mais de 140 representantes de 75 organiza??es sociais debateram sobre seguran?a alimentar antes da reuni?o, e 35 delas participaram da reuni?o oficial em igualdade de condi??es com os delegados governamentais.

Um dos participantes pela sociedade civil, o argentino ?ngel Strapazz?n, do Movimento Campon?s de Santiago del Estero (Mocase), disse ? IPS que propuseram debater sobre "soberania alimentar em lugar de seguran?a alimentar". Para eles "foi um marco hist?rico" os governos da regi?o e a FAO aceitarem discutir um conceito como o de soberania alimentar, que se refere n?o s? ? seguran?a do acesso ao alimento como tamb?m a "quem produz e como s?o produzidos".

Segundo destacou no encerramento da confer?ncia Jos? Graziano da Silva, diretor-geral da FAO, no encontro foram fixadas prioridades regionais para os pr?ximos anos. Neste sentido, um dos primeiros compromissos assumidos ? o de apoiar no m?dio e longo prazos o Haiti, pa?s mais pobre da regi?o, que "precisa reconstruir sua capacidade produtiva", explicou.

Graziano considera que os atuais projetos isolados que cada pa?s realiza no Haiti "n?o fazem a diferen?a", e pediu que estes programas sejam coordenados a partir da FAO, junto com a participa??o dos demais pa?ses. Acrescentou que os participantes tamb?m concordaram em manter ativa a Iniciativa Am?rica Latina e Caribe Sem Fome 2025 e recordou que esta ? a primeira regi?o do mundo a adotar este compromisso com data especificada.

Essa estrat?gia foi lan?ada na Guatemala em 2005. Desde ent?o foram formadas frentes parlamentares contra a fome e em oito pa?ses foram sancionadas leis que reivindicam a alimenta??o como um direito humano b?sico. "Esta Iniciativa pertence aos pa?ses e deve ser abra?ada por governos, parlamentares, setor privado, sociedade civil e acad?micos, porque a luta contra a fome n?o pode ser apenas um compromisso do governo", afirmou o diretor-geral da FAO.

Dados da Comiss?o Econ?mica para a Am?rica Latina e o Caribe (Cepal), citados por Graziano, mostram que na regi?o h? 120 milh?es de pessoas que t?m garantida a alimenta??o b?sica mediante diversos programas do Estado. Trata-se principalmente de planos de transfer?ncia direta de renda e outros por meio dos sistemas de seguran?a social.

Entretanto, recordou que ainda h? 53 milh?es de pessoas, o equivalente a 10% da popula??o da regi?o, sofrendo fome e desnutri??o. Por isto, os delegados governamentais concordaram quanto ? necessidade de aumentar a oferta de alimentos e melhorar o acesso a eles e sua distribui??o, e conclu?ram que a agricultura familiar pode ser parte da solu??o destes problemas.

Graziano falou, tamb?m, sobre a urg?ncia de haver converg?ncia da agenda da agricultura e da alimenta??o com a mudan?a clim?tica, e alertou para a maior frequ?ncia de eventos extremos por esta causa que afetam severamente a regi?o. Furac?es no Caribe, seca na Am?rica Central e uma sucess?o alternada de secas e inunda??es na Am?rica do Sul constituem desafios a serem enfrentados, apontou. "N?o podemos evitar a seca, mas a fome sim", ressaltou.

Graziano tamb?m cobrou maior efici?ncia na produ??o de alimentos, sobretudo quanto ao uso de pesticidas, fertilizantes e ?gua, este ?ltimo um recurso cujo manejo continua sendo inadequado, se considerarmos que ainda s?o necess?rios 1.500 litros para produzir um quilo de cereal e dez vezes essa quantidade para obter um quilo de carne.

Segundo a FAO, na regi?o h? 576 milh?es de hectares cultiv?veis, que correspondem a 30% do total do mundo. Por?m, o manejo n?o sustent?vel provoca a degrada??o do solo e sua contamina??o. Os delegados tamb?m se mostraram preocupados pelo estrangeiramento de terras. O vice-ministro de Agricultura da Argentina, Lorenzo Basso, revelou que os pa?ses da regi?o, que avan?aram em leis para limitar esse processo, assessoram os que ainda n?o as possuem.

Em conversa com a IPS o mexicano Alejandro Flores Nava, diretor da FAO na Argentina, destacou que, com a incorpora??o de Graziano, primeiro latino-americano a dirigir esta ag?ncia, a regi?o ganhou preponder?ncia nos debates. "N?o ? apenas por ser latino-americano, pois ? uma pessoa com particular sensibilidade que lhe permitiu ter muito sucesso em sua estrat?gia para reduzir a fome no Brasil", acrescentou Flores, se referindo ao passado de Graziano como membro do gabinete ministerial do presidente Luiz In?cio Lula da Silva (2003-2011), quando ocupou a pasta de Desenvolvimento Social e Combate ? Fome. Este Minist?rio foi respons?vel por implantar o programa Fome Zero, que d? assist?ncia alimentar e sanit?ria a milh?es de brasileiros.

Flores tamb?m afirmou que outro fator de peso ? que a Am?rica do Sul ? uma "pot?ncia agroalimentar, com produ??o excedente que est? ajudando a alimentar o mundo, e o faz com uma crescente consci?ncia ambiental". Esta zona do sul ? a que tem "o maior potencial de crescimento" nesta produ??o e, sobretudo, em agricultura, uma ?rea que contribui com apenas 3% da produ??o global, mas que tem um amplo campo de expans?o, ressaltou.

Fonte: Agrovalor

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