Importa??o de alimentos pela China dever? continuar firme
1 de setembro de 2020
A China dever? crescer menos daqui por diante, mas vai continuar a importar progressivos volumes de alimentos, disse ontem o economista Fred Gale, respons?vel pelas an?lises sobre o pa?s asi?tico feitas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em ingl?s).
"A desacelera??o no crescimento econ?mico n?o significa necessariamente menor crescimento na demanda por produtos agr?colas", disse Gale durante evento em Washington. "A China continuar? a apresentar um s?lido crescimento econ?mico", concordou Brett Stuart, s?cio da consultoria Global AgriTrends.
Na semana passada, o primeiro-ministro chin?s, Wen Jiabao, anunciou uma meta de 7,5% para o crescimento do pa?s, abaixo do objetivo anterior, de 8%. Na pr?tica, a China vem consistentemente batendo a meta (no ano passado, a expans?o foi de 9,2%), mas a revis?o disseminou receios de que o menor crescimento poder? reduzir o apetite da China por alimentos e mat?rias-primas.
Gale, do USDA, ponderou que o objetivo da China ? desacelerar os investimentos e n?o o consumo, que tem v?nculo mais direto com a importa??o de alimentos. "A expans?o do consumo tem sido robusta nos ?ltimos anos, entre 7% e 8%, em uma m?dia n?o muito diferente da meta de crescimento da economia de 7,5% fixada pelo governo", disse.
Em 2011, os investimentos cresceram 23,8%, direcionados sobretudo aos setores imobili?rio e industrial. A China procura agora reequilibrar a sua economia, privilegiando a demanda interna, para evitar o surgimento de bolhas e para reduzir a excessiva depend?ncia do pa?s das exporta??es de manufaturas e da constru??o civil como indutores do crescimento econ?mico.
"Com uma expans?o de 7,5% ao ano, o consumo vai praticamente dobrar em um per?odo de dez anos", afirmou Stuart. "A tend?ncia de urbaniza??o continuar? a ser o principal motor do crescimento do consumo de alimentos na China", afirmou Colin Carter, professor da Universidade da Calif?rnia, em Davis.
Essa demanda adicional por alimentos ser? atendida, cada vez mais, por importa??es. Daqui por diante, afirmaram os especialistas, ser? cada vez mais dif?cil para a China manter a sua estrat?gia de autossufici?ncia na produ??o de milho e carne de porco, por exemplo. Tamb?m ficar? mais complicado concili?-la com o objetivo de garantir alimentos a pre?os acess?veis ?s crescentes popula??es urbanas.
Gale, do USDA, calcula que nos ?ltimos cinco anos, o custo de produ??o de gr?os na China subiu perto de 80%, em virtude da alta de sal?rios, do aumento do pre?o da terra, encarecimento dos insumos e valoriza??o da moeda. "O aumento dos custos de produ??o agr?cola ? hoje uma grande preocupa??o na China", afirmou. Stuart comenta que o mercado fechado faz com que a carne de porco seja 86% mais cara na China do que no exterior, e o milho, 57%.
A China tem conseguido se manter autossuficiente em alguns produtos gra?as ao aumento da ?rea cultivada e n?o da produtividade, mas essa ? uma estrat?gia que come?a a se esgotar em virtude do fim das terras dispon?veis. "S? para atender a crescente demanda por milho, o pa?s ? obrigado a incrementar a sua produ??o em cerca de cinco milh?es de toneladas por ano. "Estamos nos aproximando de um ponto em que haver? enorme press?o nesses mercados", afirmou Stuart.
"A China j? est? perdendo controle sobre a autossufici?ncia". O pa?s produz 99% da carne de su?nos que consome, mas em novembro de 2011 teve que importar dos Estados Unidos, absorvendo 7% da produ??o americana. "Se a autossufici?ncia cair para 95%, ser? um enorme mercado para importa??es".
Fonte: Valor Online
"A desacelera??o no crescimento econ?mico n?o significa necessariamente menor crescimento na demanda por produtos agr?colas", disse Gale durante evento em Washington. "A China continuar? a apresentar um s?lido crescimento econ?mico", concordou Brett Stuart, s?cio da consultoria Global AgriTrends.
Na semana passada, o primeiro-ministro chin?s, Wen Jiabao, anunciou uma meta de 7,5% para o crescimento do pa?s, abaixo do objetivo anterior, de 8%. Na pr?tica, a China vem consistentemente batendo a meta (no ano passado, a expans?o foi de 9,2%), mas a revis?o disseminou receios de que o menor crescimento poder? reduzir o apetite da China por alimentos e mat?rias-primas.
Gale, do USDA, ponderou que o objetivo da China ? desacelerar os investimentos e n?o o consumo, que tem v?nculo mais direto com a importa??o de alimentos. "A expans?o do consumo tem sido robusta nos ?ltimos anos, entre 7% e 8%, em uma m?dia n?o muito diferente da meta de crescimento da economia de 7,5% fixada pelo governo", disse.
Em 2011, os investimentos cresceram 23,8%, direcionados sobretudo aos setores imobili?rio e industrial. A China procura agora reequilibrar a sua economia, privilegiando a demanda interna, para evitar o surgimento de bolhas e para reduzir a excessiva depend?ncia do pa?s das exporta??es de manufaturas e da constru??o civil como indutores do crescimento econ?mico.
"Com uma expans?o de 7,5% ao ano, o consumo vai praticamente dobrar em um per?odo de dez anos", afirmou Stuart. "A tend?ncia de urbaniza??o continuar? a ser o principal motor do crescimento do consumo de alimentos na China", afirmou Colin Carter, professor da Universidade da Calif?rnia, em Davis.
Essa demanda adicional por alimentos ser? atendida, cada vez mais, por importa??es. Daqui por diante, afirmaram os especialistas, ser? cada vez mais dif?cil para a China manter a sua estrat?gia de autossufici?ncia na produ??o de milho e carne de porco, por exemplo. Tamb?m ficar? mais complicado concili?-la com o objetivo de garantir alimentos a pre?os acess?veis ?s crescentes popula??es urbanas.
Gale, do USDA, calcula que nos ?ltimos cinco anos, o custo de produ??o de gr?os na China subiu perto de 80%, em virtude da alta de sal?rios, do aumento do pre?o da terra, encarecimento dos insumos e valoriza??o da moeda. "O aumento dos custos de produ??o agr?cola ? hoje uma grande preocupa??o na China", afirmou. Stuart comenta que o mercado fechado faz com que a carne de porco seja 86% mais cara na China do que no exterior, e o milho, 57%.
A China tem conseguido se manter autossuficiente em alguns produtos gra?as ao aumento da ?rea cultivada e n?o da produtividade, mas essa ? uma estrat?gia que come?a a se esgotar em virtude do fim das terras dispon?veis. "S? para atender a crescente demanda por milho, o pa?s ? obrigado a incrementar a sua produ??o em cerca de cinco milh?es de toneladas por ano. "Estamos nos aproximando de um ponto em que haver? enorme press?o nesses mercados", afirmou Stuart.
"A China j? est? perdendo controle sobre a autossufici?ncia". O pa?s produz 99% da carne de su?nos que consome, mas em novembro de 2011 teve que importar dos Estados Unidos, absorvendo 7% da produ??o americana. "Se a autossufici?ncia cair para 95%, ser? um enorme mercado para importa??es".
Fonte: Valor Online