Lideran?as rurais exigem defesa da pecu?ria brasileira
1 de setembro de 2020
O setor produtivo de leite reitera ao governo federal a necessidade de ado??o de medidas em defesa da pecu?ria nacional, de forma a garantir renda ao produtor, produtos a pre?os acess?veis ao consumidor brasileiro e super?vits na balan?a comercial. Em reuni?o realizada, no in?cio do m?s de agosto de 2010, entre representantes das Federa??es da Agricultura e Pecu?ria de Goi?s, Minas Gerais, Paran?, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, foi discutida a busca por maneiras para a cadeia enfrentar uma das mais graves crises vividas pelo setor. Os cinco Estados respondem atualmente por 68% da produ??o nacional.
Em plena entressafra, os valores recebidos pelos produtores no Brasil ca?ram em m?dia 6% em julho em rela??o a junho de 2010, enquanto a grande maioria dos produtos l?cteos teve alta de pre?o no mesmo per?odo. Segundo o coordenador de Programas Especiais do Sistema Faeg/Senar e representante da entidade na reuni?o, Marcelo Martins, n?o h? justificativa aceit?vel para um novo recuo nos valores do leite, uma vez que produtos l?cteos, como o queijo e o leite em p?, tiveram os pre?os elevados no ?ltimo m?s em at? 1% no mercado nacional. "O ?nico produto que obteve redu??o no valor final foi o leite longa vida, com recuo de 3%, metade do ocorrido nos pre?os pagos ao produtor", acrescentou Martins.
Em Goi?s, pesquisa realizada pela Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento de Goi?s (Seplan), referentes aos ?ndices de Pre?o aos Consumidor (IPC), mostra que os valores do leite em p? e dos queijos, tamb?m seguem a tend?ncia nacional. Nos ?ltimos tr?s meses o leite em p? teve aumento de 3% e o queijo mussarela, 4%. Somente o leite longa vida teve queda, de 9,5%. No mesmo per?odo, a queda para o produtor goiano foi de 13%.
COM?RCIO EXTERIOR
Entre os motivos da crise no setor est?o os sucessivos resultados negativos da balan?a comercial de l?cteos. Segundo o Minist?rio do Desenvolvimento, Ind?stria e Com?rcio (Mdic), o Pa?s enviou ao exterior no m?s de julho US$ 13,4 milh?es e importou US$ 28,7 milh?es, d?ficit de US$ 15,3 milh?es. No acumulado do ano, o d?ficit ? de US$ 85,8 milh?es, valor 108,3% maior que no mesmo per?odo de 2009. A melhora nos pre?os das commodities l?cteas em rela??o ao ano passado, contribuiu para elevar o valor das importa??es, por?m n?o foi atrativo suficiente para ampliar as exporta??es, que ca?ram 27,23% em volume, nos primeiros sete meses do ano.
Segundo o Presidente do Sistema Faeg/Senar, Jos? Mario Schreiner, a pol?tica macroecon?mica que mant?m elevada a taxa de juros e como conseq??ncia ? valoriza??o do real, inviabiliza as exporta??es. Ele explica que ? lament?vel jogar por terra todo o investimento feito pelo setor para se tornar grande player no mercado internacional de l?cteos. A atual pol?tica internacional tamb?m n?o favorece ao setor. Recentemente, as licen?as de importa??es n?o autom?ticas do Uruguai, que garantiram a conten??o de surtos de importa??o de leite em p?, foram revogadas. A situa??o se agrava ? medida que as exporta??es de soro e leite longa vida vem crescendo.
Somente no m?s de julho entraram no Pa?s 4,5 mil toneladas de soro. O volume ? 86% superior a m?dia do ano passado. A elevada importa??o preocupa o setor, pois o Brasil ? auto-suficiente na produ??o de soro, o que n?o justifica o volume importado. Na ?ltima semana a Confedera??o da Agricultura e Pecu?ria do Brasil (CNA) solicitou ao Minist?rio da Agricultura, Pecu?ria e Abastecimento (MAPA), o rastreamento do soro importado com o objetivo de coibir fraudes. Tamb?m demandou a aplica??o de quotas de importa??o para os produtos l?cteos uruguaios aos moldes do acordado com a Argentina.
Se o governo n?o atender ?s reivindica??es do setor, o per?odo de safra no Centro-Sul, que come?a em outubro, ser? ainda pior. Com o mercado inchado pela maior produ??o interna e importa??es, o produtor brasileiro ficar? mais desestimulado a investir na atividade.
Segundo a presidente da Associa??o das Donas de Casa de Goi?s (ADC-GO), Maria das Gra?as dos Santos, as oscila??es bruscas que t?m ocorrido no pre?o do leite n?o favorecem o consumo. Ela explica que as promo??es realizadas pelos supermercados favorecem o consumidor no primeiro momento, por?m, n?o se sabe se no dia seguinte o pre?o poder? variar de R$ 0,99 o litro, para R$ 3.
Maria das Gra?as afirma que, para que o consumo seja uniforme os pre?os do litro de leite t?m que ser equilibrados. "O desest?mulo do produtor devido a baixa remunera??o nos preocupa enquanto consumidoras, pois isso pode provocar no futuro a diminui??o do produto no mercado, e por consequ?ncia resultar em aumento nos valores cobrados pelo litro do leite", resume.
Fonte: CNA