Mais Coco
1 de setembro de 2020
A ?gua de coco, biot?nico natural que faz sucesso no Brasil, principalmente no ver?o, agora tamb?m conquista os americanos, que na busca de adotar h?bitos alimentares saud?veis, come?am a consumir o produto. A iniciativa ? positiva para produ??o do coco, que come?a a ser exportado para os Estados Unidos.
Quem trabalha com o produto no Esp?rito Santo v? o novo mercado como uma oportunidade, mas se preocupa com a atual produ??o do fruto no Estado e, consequentemente, o fato de n?o conseguir atender as demandas do mercado externo. ? o caso de Pedro de Martin, presidente da Associa??o de Produtores de Coco do Esp?rito Santo e propriet?rio da empresa De Martin Coco Verde, localizada em S?o Mateus, principal munic?pio produtor em solo capixaba. Ele comercializa o produto para o mercado interno e come?ou a exportar o produto congelado.
O empres?rio explica que por ser um produto natural e saud?vel, o coco consegue fazer seu pr?prio marketing e, por isso, passou a ser conhecido e vendido nos EUA. O que preocupa ? que a quantidade produzida n?o d? para atender as demandas do mercado interno e externo. ?Falta coco no mercado. A produ??o caiu. O consumo de ?gua de coco dos brasileiros em rela??o a ?gua de coco aumentou e a procura ? grande. Por causa da falta de fruto corremos o risco de n?o atender as demandas do Brasil e do EUA?, afirma De Martin.
Nos ?ltimos anos, a produ??o de coco no Estado caiu muito. Segundo o engenheiro agr?nomo, Helder Lopes Peixoto, muitas propriedades que produziam coco foram abandonadas na regi?o norte capixaba. ?Mais de tr?s mil hectares de planta??es ficaram defasado devido a falta de est?mulo para o produtor?, afirma, ressaltando que o maior retorno da cultura do caf? tamb?m contribuiu para que os produtores substitu?ssem as lavouras.
De acordo com o agr?nomo, a produ??o de coco atual tem dificuldades para atender as demandas do mercado interno e muitos produtores e empresas est?o evitando comercializar a ?gua de coco para fora do pa?s at? que o d?lar alcance o patamar de valor que compense a venda do produto. ?A estabiliza??o dos mercados globais vai melhorar a demanda para o com?rcio externo. No entanto, n?o temos coco suficiente para atender o setor. Se atendermos o mercado externo, possivelmente, o interno ficar? defasado? ressalta Peixoto, reafirmando a necessidade de estimular a produ??o da fruta no Esp?rito Santo, atrav?s da difus?o tecnol?gica, campanhas que incentive a revitaliza??o das lavouras, entre outras a??es.
A preocupa??o tem sentido. Na d?cada de 90, houve um crescimento significativo na ?rea plantada com coco nos munic?pios do litoral Norte capixaba, em especial em S?o Mateus, Jaguar? e Concei??o da Barra, atingindo cerca de 15 mil hectares de ?rea plantada no ano de 2002. Mas de acordo com o gerente do Programa de Fruticultura da Secretaria de Agricultura do Esp?rito Santo (Seag), Dalmo Nogueira da Silva, essa expans?o foi feita de forma desordenada, o que acabou acarretando em diversos tipos de problemas, como utiliza??o de mudas de baixa qualidade, plantios em ?reas inadequadas, falta de controle fitossanit?rio e aduba??o das lavouras. ?Tudo isso contribuiu para que ocorresse uma baixa produtividade nas lavouras, que a ?rea plantada diminu?sse e que grande parte das planta??es fosse abandonada em decorr?ncia da queda nos pre?os, principalmente, nos meses de mar?o a setembro, quando o consumo ? menor?, explica Nogueira.
No entanto, esse cen?rio pode mudar. Em 2007, a ind?stria Ducoco foi implantada em Linhares. Apesar de atualmente estar processando produtos de coco seco, vindos do Nordeste do pa?s, existe a possibilidade da empresa come?ar a envasar ?gua de coco.
Al?m disso, o grupo Amacoco (empresa l?der de mercado de ?gua de coco no Brasil) recentemente adquiriu a Agrococo, no munic?pio de S?o Mateus. Com isso, o agroneg?cio coco pode retornar ao caminho do crescimento no Estado. Animado com as novas oportunidades para os produtores, Dalmo Nogueira diz que a cultura do coco pode estar entrando em um novo ciclo de desenvolvimento, com reflexos na ?rea plantada e, tamb?m, na produtividade, devido ? ado??o de novas tecnologias e a retomada de investimentos na cultura. ?Por?m, antes que isso ocorra, ? necess?rio que se planeje muito bem este fomento para evitar repetir os erros cometidos na d?cada passada?, ressalta.
De olho no mercado, a Seag tem planos para estimular o cultivo e comercializa??o da cultura. Para tentar reativar a produ??o de coco no Estado, a Secretaria pretende capacitar t?cnicos e produtores, incentivar a organiza??o dos produtores, desenvolver pesquisas com ?nfase em irriga??o e nutri??o, apoiar iniciativas para a agrega??o de valor, via processamento industrial; reivindicar aos ?rg?os competentes a amplia??o de registros de produtos agroqu?micos para a cultura; al?m de fomentar o plantio com mudas de qualidade em ?reas pr?-selecionadas.
Apesar da luta para alcan?ar o consumista mercado americano, Pedro de Martin diz que nem sempre a exporta??o ? vantajosa para os produtores. Na hora de comercializar o produto, o pre?o do d?lar deve ser levado em considera??o. ?Quando o valor do d?lar est? alto conseguimos obter um retorno com a venda da ?gua de coco para o exterior. Por?m, quando o c?mbio est? em baixa esse retorno ? pequeno ou nem existe. Por isso, ?s vezes nem compensa tanto comercializar para o mercado externo. Meu foco ? o Brasil, vender a ?gua de coco industrializada no pa?s, para mim, ? mais vantajoso?, diz. Inovando nos h?bitos alimentares dos americanos ou refrescando e nutrindo a calorosa rotina brasileira, a produ??o de coco pode voltar a ganhar terreno em solos capixabas.
Fonte: Revista Campo Vivo
Quem trabalha com o produto no Esp?rito Santo v? o novo mercado como uma oportunidade, mas se preocupa com a atual produ??o do fruto no Estado e, consequentemente, o fato de n?o conseguir atender as demandas do mercado externo. ? o caso de Pedro de Martin, presidente da Associa??o de Produtores de Coco do Esp?rito Santo e propriet?rio da empresa De Martin Coco Verde, localizada em S?o Mateus, principal munic?pio produtor em solo capixaba. Ele comercializa o produto para o mercado interno e come?ou a exportar o produto congelado.
O empres?rio explica que por ser um produto natural e saud?vel, o coco consegue fazer seu pr?prio marketing e, por isso, passou a ser conhecido e vendido nos EUA. O que preocupa ? que a quantidade produzida n?o d? para atender as demandas do mercado interno e externo. ?Falta coco no mercado. A produ??o caiu. O consumo de ?gua de coco dos brasileiros em rela??o a ?gua de coco aumentou e a procura ? grande. Por causa da falta de fruto corremos o risco de n?o atender as demandas do Brasil e do EUA?, afirma De Martin.
Nos ?ltimos anos, a produ??o de coco no Estado caiu muito. Segundo o engenheiro agr?nomo, Helder Lopes Peixoto, muitas propriedades que produziam coco foram abandonadas na regi?o norte capixaba. ?Mais de tr?s mil hectares de planta??es ficaram defasado devido a falta de est?mulo para o produtor?, afirma, ressaltando que o maior retorno da cultura do caf? tamb?m contribuiu para que os produtores substitu?ssem as lavouras.
De acordo com o agr?nomo, a produ??o de coco atual tem dificuldades para atender as demandas do mercado interno e muitos produtores e empresas est?o evitando comercializar a ?gua de coco para fora do pa?s at? que o d?lar alcance o patamar de valor que compense a venda do produto. ?A estabiliza??o dos mercados globais vai melhorar a demanda para o com?rcio externo. No entanto, n?o temos coco suficiente para atender o setor. Se atendermos o mercado externo, possivelmente, o interno ficar? defasado? ressalta Peixoto, reafirmando a necessidade de estimular a produ??o da fruta no Esp?rito Santo, atrav?s da difus?o tecnol?gica, campanhas que incentive a revitaliza??o das lavouras, entre outras a??es.
A preocupa??o tem sentido. Na d?cada de 90, houve um crescimento significativo na ?rea plantada com coco nos munic?pios do litoral Norte capixaba, em especial em S?o Mateus, Jaguar? e Concei??o da Barra, atingindo cerca de 15 mil hectares de ?rea plantada no ano de 2002. Mas de acordo com o gerente do Programa de Fruticultura da Secretaria de Agricultura do Esp?rito Santo (Seag), Dalmo Nogueira da Silva, essa expans?o foi feita de forma desordenada, o que acabou acarretando em diversos tipos de problemas, como utiliza??o de mudas de baixa qualidade, plantios em ?reas inadequadas, falta de controle fitossanit?rio e aduba??o das lavouras. ?Tudo isso contribuiu para que ocorresse uma baixa produtividade nas lavouras, que a ?rea plantada diminu?sse e que grande parte das planta??es fosse abandonada em decorr?ncia da queda nos pre?os, principalmente, nos meses de mar?o a setembro, quando o consumo ? menor?, explica Nogueira.
No entanto, esse cen?rio pode mudar. Em 2007, a ind?stria Ducoco foi implantada em Linhares. Apesar de atualmente estar processando produtos de coco seco, vindos do Nordeste do pa?s, existe a possibilidade da empresa come?ar a envasar ?gua de coco.
Al?m disso, o grupo Amacoco (empresa l?der de mercado de ?gua de coco no Brasil) recentemente adquiriu a Agrococo, no munic?pio de S?o Mateus. Com isso, o agroneg?cio coco pode retornar ao caminho do crescimento no Estado. Animado com as novas oportunidades para os produtores, Dalmo Nogueira diz que a cultura do coco pode estar entrando em um novo ciclo de desenvolvimento, com reflexos na ?rea plantada e, tamb?m, na produtividade, devido ? ado??o de novas tecnologias e a retomada de investimentos na cultura. ?Por?m, antes que isso ocorra, ? necess?rio que se planeje muito bem este fomento para evitar repetir os erros cometidos na d?cada passada?, ressalta.
De olho no mercado, a Seag tem planos para estimular o cultivo e comercializa??o da cultura. Para tentar reativar a produ??o de coco no Estado, a Secretaria pretende capacitar t?cnicos e produtores, incentivar a organiza??o dos produtores, desenvolver pesquisas com ?nfase em irriga??o e nutri??o, apoiar iniciativas para a agrega??o de valor, via processamento industrial; reivindicar aos ?rg?os competentes a amplia??o de registros de produtos agroqu?micos para a cultura; al?m de fomentar o plantio com mudas de qualidade em ?reas pr?-selecionadas.
Apesar da luta para alcan?ar o consumista mercado americano, Pedro de Martin diz que nem sempre a exporta??o ? vantajosa para os produtores. Na hora de comercializar o produto, o pre?o do d?lar deve ser levado em considera??o. ?Quando o valor do d?lar est? alto conseguimos obter um retorno com a venda da ?gua de coco para o exterior. Por?m, quando o c?mbio est? em baixa esse retorno ? pequeno ou nem existe. Por isso, ?s vezes nem compensa tanto comercializar para o mercado externo. Meu foco ? o Brasil, vender a ?gua de coco industrializada no pa?s, para mim, ? mais vantajoso?, diz. Inovando nos h?bitos alimentares dos americanos ou refrescando e nutrindo a calorosa rotina brasileira, a produ??o de coco pode voltar a ganhar terreno em solos capixabas.
Fonte: Revista Campo Vivo