Mudan?as na colheita podem elevar a rentabilidade no caf?
1 de setembro de 2020
O aumento da rentabilidade da cafeicultura no Brasil e no mundo e o futuro da atividade passam necessariamente por mudan?as no sistema de colheita do caf?. Por ser uma cultura perene, o processo de colheita representa pelo menos 50% dos custos de produ??o do caf?. A outra metade do custo fica dividida entre fertilizantes (30%) e demais despesas como ?gua, energia, entre outros custos.
A conclus?o de que a colheita ? a pe?a-chave para a rentabilidade da cafeicultura ? de um estudo elaborado pela P&A Consultoria, especializada no setor cafeeiro. Segundo o levantamento, a colheita seletiva dos gr?os - processo em que os trabalhadores retiram dos p?s apenas os gr?os maduros - permite um elevado grau de sele??o. Esse, por?m, ? o sistema de maior custo para os cafeicultores.
Levando-se em considera??o uma mesma ?rea, com a mesma quantidade de cafeeiros e dentro de um mesmo per?odo de tempo, o sistema de derri?a manual - em que o trabalhador retira todos os gr?os de caf? do p? com as m?os - permite a colheita de um volume de tr?s a cinco vezes maior do que no processo seletivo dos gr?os.
"Diferentemente do que foi colocado historicamente pelos colombianos, a colheita seletiva do caf? n?o interfere na qualidade do produto final. Para se ter um caf? de alta qualidade na x?cara voc? precisa de gr?os 100% maduros, mas n?o que tenham sido 100% colhidos de forma seletiva", afirma Carlos Brando, diretor-presidente da P&A.
H? outras desvantagens no sistema de colheita seletiva, segundo ele. Quando se leva em considera??o a chamada derri?a mec?nica - sistema que utiliza um instrumento em forma de garras para realizar a colheita - , al?m de haver uma substitui??o da m?o humana pela "m?o" mec?nica, os volumes colhidos superam em 20 vezes o sistema seletivo e em at? quatro vezes a derri?a manual.
Quando a avalia??o da consultoria leva em conta a colheita feita com colheitadeiras mec?nicas as diferen?as s?o maiores. Al?m de ser um trabalho menos desgastante para o agricultor, permitir uma colheita seletiva e ter um baixo custo, a m?quina colhe um volume 500 vezes maior que o sistema seletivo, 100 vezes superior ? derri?a manual e 25 vezes maior que a derri?a mec?nica.
Hoje, no Brasil, apenas 1% da colheita do caf? ? feita de forma seletiva. Na maior parte dos casos, o processo ? feito por meio da derri?a, seja ela mec?nica (15%) ou manual (61%), sendo que aproximadamente 18% ? feito por meio de colheitadeiras. "Essa sempre foi a vantagem competitiva que o Brasil teve. O caf? chegava mais barato porque o sistema de colheita utilizado era mais eficiente, s? que isso est? mudando", afirma Brando.
O consultor avalia que a vantagem brasileira est? sendo consumida pelo desvaloriza??o do real em compara??o com o d?lar. Por esse motivo, Brando defende que haja uma migra??o da colheita por derri?a manual para a derri?a mec?nica e, quando poss?vel, para a colheita mecanizada com um sistema de irriga??o.
As altera??es no sistema de colheita podem fazer bastante diferen?a. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que na Bahia, onde predomina a colheita mecanizada e o uso de irriga??o, os custos de m?o de obra representam apenas 9%, enquanto defensivos e fertilizantes somam 41%. J? em Guaxup?, no sul de Minas Gerais, onde as colheitadeiras s?o raras, o gasto com m?o de obra, fixa e tempor?ria, representa quase 50% do custo de produ??o.
Na Col?mbia, praticamente toda a colheita do caf? ? feita de forma seletiva, o que consequentemente exige um elevado volume de m?o de obra. Apesar disso, Brando afirma que ? poss?vel identificar cerca de 3% de gr?os verdes no caf? colombiano, quando n?o deveria existir nenhum. "O que ? preciso ficar claro ? que existe mercado para todos os tipos de caf?, tanto para os gr?os maduros quanto para os verdes", afirma o consultor.
Geralmente, os gr?os maduros s?o utilizados para a produ??o dos caf?s finos e especiais, consumidos nos expressos. J? os gr?os verdes, que n?o atingiram o ponto ideal de matura??o e, por isso, n?o absorveram as melhores caracter?sticas da planta, s?o utilizados para a produ??o de bebidas tradicionais, consumidas em casa, com coador e tamb?m para caf? sol?vel.
Especialistas consideram que mudan?as s?o realmente necess?rias. Dados da Conab mencionados em um estudo do Departamento de Pesquisas e Estudos Econ?micos do Banco Brasdesco mostram que o setor, especialmente o de caf? ar?bica, enfrenta problemas de rentabilidade. Em Guaxup?, por exemplo, o setor fechou 2009 com um preju?zo operacional de 9%, considerando um custo m?dio de R$ 281,10 por saca e um valor m?dio recebido pelo produtor de R$ 256,18 por saca.
Fonte: Valor Econ?mico
A conclus?o de que a colheita ? a pe?a-chave para a rentabilidade da cafeicultura ? de um estudo elaborado pela P&A Consultoria, especializada no setor cafeeiro. Segundo o levantamento, a colheita seletiva dos gr?os - processo em que os trabalhadores retiram dos p?s apenas os gr?os maduros - permite um elevado grau de sele??o. Esse, por?m, ? o sistema de maior custo para os cafeicultores.
Levando-se em considera??o uma mesma ?rea, com a mesma quantidade de cafeeiros e dentro de um mesmo per?odo de tempo, o sistema de derri?a manual - em que o trabalhador retira todos os gr?os de caf? do p? com as m?os - permite a colheita de um volume de tr?s a cinco vezes maior do que no processo seletivo dos gr?os.
"Diferentemente do que foi colocado historicamente pelos colombianos, a colheita seletiva do caf? n?o interfere na qualidade do produto final. Para se ter um caf? de alta qualidade na x?cara voc? precisa de gr?os 100% maduros, mas n?o que tenham sido 100% colhidos de forma seletiva", afirma Carlos Brando, diretor-presidente da P&A.
H? outras desvantagens no sistema de colheita seletiva, segundo ele. Quando se leva em considera??o a chamada derri?a mec?nica - sistema que utiliza um instrumento em forma de garras para realizar a colheita - , al?m de haver uma substitui??o da m?o humana pela "m?o" mec?nica, os volumes colhidos superam em 20 vezes o sistema seletivo e em at? quatro vezes a derri?a manual.
Quando a avalia??o da consultoria leva em conta a colheita feita com colheitadeiras mec?nicas as diferen?as s?o maiores. Al?m de ser um trabalho menos desgastante para o agricultor, permitir uma colheita seletiva e ter um baixo custo, a m?quina colhe um volume 500 vezes maior que o sistema seletivo, 100 vezes superior ? derri?a manual e 25 vezes maior que a derri?a mec?nica.
Hoje, no Brasil, apenas 1% da colheita do caf? ? feita de forma seletiva. Na maior parte dos casos, o processo ? feito por meio da derri?a, seja ela mec?nica (15%) ou manual (61%), sendo que aproximadamente 18% ? feito por meio de colheitadeiras. "Essa sempre foi a vantagem competitiva que o Brasil teve. O caf? chegava mais barato porque o sistema de colheita utilizado era mais eficiente, s? que isso est? mudando", afirma Brando.
O consultor avalia que a vantagem brasileira est? sendo consumida pelo desvaloriza??o do real em compara??o com o d?lar. Por esse motivo, Brando defende que haja uma migra??o da colheita por derri?a manual para a derri?a mec?nica e, quando poss?vel, para a colheita mecanizada com um sistema de irriga??o.
As altera??es no sistema de colheita podem fazer bastante diferen?a. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que na Bahia, onde predomina a colheita mecanizada e o uso de irriga??o, os custos de m?o de obra representam apenas 9%, enquanto defensivos e fertilizantes somam 41%. J? em Guaxup?, no sul de Minas Gerais, onde as colheitadeiras s?o raras, o gasto com m?o de obra, fixa e tempor?ria, representa quase 50% do custo de produ??o.
Na Col?mbia, praticamente toda a colheita do caf? ? feita de forma seletiva, o que consequentemente exige um elevado volume de m?o de obra. Apesar disso, Brando afirma que ? poss?vel identificar cerca de 3% de gr?os verdes no caf? colombiano, quando n?o deveria existir nenhum. "O que ? preciso ficar claro ? que existe mercado para todos os tipos de caf?, tanto para os gr?os maduros quanto para os verdes", afirma o consultor.
Geralmente, os gr?os maduros s?o utilizados para a produ??o dos caf?s finos e especiais, consumidos nos expressos. J? os gr?os verdes, que n?o atingiram o ponto ideal de matura??o e, por isso, n?o absorveram as melhores caracter?sticas da planta, s?o utilizados para a produ??o de bebidas tradicionais, consumidas em casa, com coador e tamb?m para caf? sol?vel.
Especialistas consideram que mudan?as s?o realmente necess?rias. Dados da Conab mencionados em um estudo do Departamento de Pesquisas e Estudos Econ?micos do Banco Brasdesco mostram que o setor, especialmente o de caf? ar?bica, enfrenta problemas de rentabilidade. Em Guaxup?, por exemplo, o setor fechou 2009 com um preju?zo operacional de 9%, considerando um custo m?dio de R$ 281,10 por saca e um valor m?dio recebido pelo produtor de R$ 256,18 por saca.
Fonte: Valor Econ?mico