Mulheres empreendedoras inspiram e transformam Vila de Pont?es, ES
1 de setembro de 2020
Mulheres de Afonso Claudio descobriram nova forma de gerar renda.
Elas est?o formalizando uma agroind?stria de produtos caseiros.
A alegria de estarem juntas cresce como cada conquista das agricultoras que formam o Grupo das Mulheres Empreendedoras de Vila Pont?es. Elas perceberam que a uni?o poderia ser transformadora e colaborar com o desenvolvimento da comunidade. E ? assim que est? sendo. Nos pr?ximos domingos de mar?o, o G1 vai contar hist?rias inspiradoras de mulheres do campo.
Ao todo, 15% da popula??o capixava vive fora das cidades. O setor de agroneg?cio representa 30% do PIB do Esp?rito Santo. E o desenvolvimento da agricultura est? diretamente ligado ?s m?os das mais de 285 mil mulheres que vivem na zona rural.
A primeira reportagem desta s?rie mostra a Vila Pont?es, uma comunidade de Afonso Cl?udio conhecida pela produ??o de caf? de qualidade. E as mulheres possuem um papel importante nesse t?tulo.
H? alguns anos, seis agricultoras fizeram um curso promovido pela Pronova (Cooperativa dos Cafeicultores das Montanhas do Esp?rito Santo, no ano passado foi integrada a Coopeavi) sobre degusta??o de caf?. A participa??o fez com que elas percebessem o qu?o importante era a atua??o delas.
No final do curso, as seis decidiram que queriam continuar juntas, pensando em novos projetos. Elas n?o sabiam exatamente o caminho que queriam seguir, mas sabiam que queriam continuar aprendendo. A cooperativa apoiou e o sonho foi tomando forma.
Assim, aos poucos, em 2012, surgiu o Grupo das Mulheres Empreendedoras de Vila Pont?es. Elas come?aram a promover encontros, cursos e palestras de autoestima. Hoje s?o 25 mulheres que est?o formalizando uma agroind?stria de produtos caseiros.
E s?o muitos produtos: p?es, biscoitos, doces. Elas fazem feiras, pegam encomendas e vendem para a comunidade.
"Teve vez de a gente fazer aqui quase 200 kg, porque houve muita demanda da comunidade tamb?m. Todo mundo passou a sentir o cheirinho do p?o", contou Etelvina Aparecida Kiefer.
A uni?o n?o trouxe s? mais uma renda para essas fam?lias, mas tamb?m mexeu com a energia dessas mulheres, que relatam estar mais alegres, mais motivadas. E muitas delas descobriram tamb?m novas habilidades.
? o caso das artes?s, agricultoras que encontraram nas linhas e nas agulhas mais um talento. Talento que agora pode ser compartilhado para al?m dos muros das propriedades.
Elas s?o m?es, donas de casa, agricultoras, mulheres. Cumprem suas jornadas com uma for?a exemplar e sempre arrumam um tempinho para o projeto que criaram.
"Eu levanto quatro horas da manh?, fa?o marmita para o marido ir para a ro?a, cuido do meu servi?o e rapidinho acabo. E come?o o croch?. Quando ? ?poca de caf? vou no terreiro mexer no caf? toda hora, pensando j? na janta, na merenda do outro dia, que ? quatro horas da manh? de novo. Assim, a vida ? corrida. A? de repente as mulheres mandam recado dizendo que v?o reunir. A? eu tenho que vir, n?o posso faltar, adoro vir", contou Zilma Davel Kutz.
Dando cor ? comunidade
No in?cio do grupo, elas se reuniam na igreja da comunidade. Mas, h? cinco meses, a prefeitura cedeu um posto de sa?de desativado para que elas realizassem os encontros. Com o caixa que conseguiram fazer, est?o arrumando sua pr?pria sede e transformando o local.
A cor rosa que tinge as paredes do pr?dio foi feita por elas mesmas. E com um produto que n?o poderia ser mais natural: a terra da pr?pria comunidade. Fruto de mais uma qualifica??o que elas fizeram.
No final do ano passado, o Incaper ofereceu o curso ?Cores da Terra?. Um m?todo simples para se fazer tinta utilizando terra, cola e ?gua. A agricultora Josane brinca que as pessoas passam e querem saber que tinta ? aquela, t?o bonita, ela conta que vale a pena. O custo utilizando tinta convencional de baixa qualidade seria de 450 reais e usando a t?cnica elas gastaram 120.
Cores da Terra
O projeto ?Cores da Terra? existe, no estado, desde 2007. ? uma parceria entre o Incaper e a Universidade Federal de Vi?osa. Rita Zan?ncio, do Incaper, trabalha no projeto desde sua implementa??o. Ela explica que com 3 litros de cola ? poss?vel fazer 18 litros de tinta.
Para chegar nos tons das cores, basta misturar as terras. Ela ainda explica que, al?m dos custos, o objetivo do projeto ? ?melhorar as constru??es rurais, melhorando a qualidade de vida das pessoas, a autoestima de elas terem uma casa mais bonita, uma constru??o rural mais bonita?.
Em Vila Pont?es, a autoestima parece ter melhorado mesmo. A comunidade gostou tanto da sede das mulheres que pediu para o Grupo colorir tamb?m outros pontos. Ent?o, as mulheres est?o organizando os canteiros com pneus coloridos e plantas e pintando o meio fio da Vila que andava desbotado.
E, se depender da energia delas, n?o para por a? n?o. Elza Zambon, conhecida entre as mulheres pela sua alegria e por adorar contar piada, explica por que a mulher pode muito: ?ela vai al?m, ? s? ela dar asa a imagina??o e deixar acontecer. E n?o ter medo, porque quem tem medo treme. E n?s n?o trememos, n??!?, finalizou.
Fonte: G1 Esp?rito Santo
Elas est?o formalizando uma agroind?stria de produtos caseiros.
A alegria de estarem juntas cresce como cada conquista das agricultoras que formam o Grupo das Mulheres Empreendedoras de Vila Pont?es. Elas perceberam que a uni?o poderia ser transformadora e colaborar com o desenvolvimento da comunidade. E ? assim que est? sendo. Nos pr?ximos domingos de mar?o, o G1 vai contar hist?rias inspiradoras de mulheres do campo.
Ao todo, 15% da popula??o capixava vive fora das cidades. O setor de agroneg?cio representa 30% do PIB do Esp?rito Santo. E o desenvolvimento da agricultura est? diretamente ligado ?s m?os das mais de 285 mil mulheres que vivem na zona rural.
A primeira reportagem desta s?rie mostra a Vila Pont?es, uma comunidade de Afonso Cl?udio conhecida pela produ??o de caf? de qualidade. E as mulheres possuem um papel importante nesse t?tulo.
H? alguns anos, seis agricultoras fizeram um curso promovido pela Pronova (Cooperativa dos Cafeicultores das Montanhas do Esp?rito Santo, no ano passado foi integrada a Coopeavi) sobre degusta??o de caf?. A participa??o fez com que elas percebessem o qu?o importante era a atua??o delas.
No final do curso, as seis decidiram que queriam continuar juntas, pensando em novos projetos. Elas n?o sabiam exatamente o caminho que queriam seguir, mas sabiam que queriam continuar aprendendo. A cooperativa apoiou e o sonho foi tomando forma.
Assim, aos poucos, em 2012, surgiu o Grupo das Mulheres Empreendedoras de Vila Pont?es. Elas come?aram a promover encontros, cursos e palestras de autoestima. Hoje s?o 25 mulheres que est?o formalizando uma agroind?stria de produtos caseiros.
E s?o muitos produtos: p?es, biscoitos, doces. Elas fazem feiras, pegam encomendas e vendem para a comunidade.
"Teve vez de a gente fazer aqui quase 200 kg, porque houve muita demanda da comunidade tamb?m. Todo mundo passou a sentir o cheirinho do p?o", contou Etelvina Aparecida Kiefer.
A uni?o n?o trouxe s? mais uma renda para essas fam?lias, mas tamb?m mexeu com a energia dessas mulheres, que relatam estar mais alegres, mais motivadas. E muitas delas descobriram tamb?m novas habilidades.
? o caso das artes?s, agricultoras que encontraram nas linhas e nas agulhas mais um talento. Talento que agora pode ser compartilhado para al?m dos muros das propriedades.
Elas s?o m?es, donas de casa, agricultoras, mulheres. Cumprem suas jornadas com uma for?a exemplar e sempre arrumam um tempinho para o projeto que criaram.
"Eu levanto quatro horas da manh?, fa?o marmita para o marido ir para a ro?a, cuido do meu servi?o e rapidinho acabo. E come?o o croch?. Quando ? ?poca de caf? vou no terreiro mexer no caf? toda hora, pensando j? na janta, na merenda do outro dia, que ? quatro horas da manh? de novo. Assim, a vida ? corrida. A? de repente as mulheres mandam recado dizendo que v?o reunir. A? eu tenho que vir, n?o posso faltar, adoro vir", contou Zilma Davel Kutz.
Dando cor ? comunidade
No in?cio do grupo, elas se reuniam na igreja da comunidade. Mas, h? cinco meses, a prefeitura cedeu um posto de sa?de desativado para que elas realizassem os encontros. Com o caixa que conseguiram fazer, est?o arrumando sua pr?pria sede e transformando o local.
A cor rosa que tinge as paredes do pr?dio foi feita por elas mesmas. E com um produto que n?o poderia ser mais natural: a terra da pr?pria comunidade. Fruto de mais uma qualifica??o que elas fizeram.
No final do ano passado, o Incaper ofereceu o curso ?Cores da Terra?. Um m?todo simples para se fazer tinta utilizando terra, cola e ?gua. A agricultora Josane brinca que as pessoas passam e querem saber que tinta ? aquela, t?o bonita, ela conta que vale a pena. O custo utilizando tinta convencional de baixa qualidade seria de 450 reais e usando a t?cnica elas gastaram 120.
Cores da Terra
O projeto ?Cores da Terra? existe, no estado, desde 2007. ? uma parceria entre o Incaper e a Universidade Federal de Vi?osa. Rita Zan?ncio, do Incaper, trabalha no projeto desde sua implementa??o. Ela explica que com 3 litros de cola ? poss?vel fazer 18 litros de tinta.
Para chegar nos tons das cores, basta misturar as terras. Ela ainda explica que, al?m dos custos, o objetivo do projeto ? ?melhorar as constru??es rurais, melhorando a qualidade de vida das pessoas, a autoestima de elas terem uma casa mais bonita, uma constru??o rural mais bonita?.
Em Vila Pont?es, a autoestima parece ter melhorado mesmo. A comunidade gostou tanto da sede das mulheres que pediu para o Grupo colorir tamb?m outros pontos. Ent?o, as mulheres est?o organizando os canteiros com pneus coloridos e plantas e pintando o meio fio da Vila que andava desbotado.
E, se depender da energia delas, n?o para por a? n?o. Elza Zambon, conhecida entre as mulheres pela sua alegria e por adorar contar piada, explica por que a mulher pode muito: ?ela vai al?m, ? s? ela dar asa a imagina??o e deixar acontecer. E n?o ter medo, porque quem tem medo treme. E n?s n?o trememos, n??!?, finalizou.
Fonte: G1 Esp?rito Santo