Novos sensores evitam desperd?cio de ?gua na agricultura e jardinagem
1 de setembro de 2020
A Embrapa desenvolveu dois tipos de sensores para determinar a umidade do solo no campo e em jardins e, assim, evitar irriga??o desnecess?ria, excesso e falta de ?gua. S?o sensores que podem ser produzidos com diferentes especifica??es adaptados a diferentes necessidades e custo competitivo no mercado. Desenvolvidos pela Embrapa Instrumenta??o (SP), eles foram licenciados para comercializa??o por empresas brasileiras e norte-americanas.
? frente da equipe respons?vel pelo desenvolvimento, o pesquisador Adonai Gimenez Calbo diz que os sensores podem at? operar sem uso de energia el?trica. Eles ajudar?o produtores rurais e donas de casas que cultivam plantas em vasos e em mini-hortas. Os instrumentos servem para qualquer tipo de cultura e podem ser adaptados a todas as regi?es do pa?s.
Os sensores contar?o com vers?es para a agricultura e tamb?m para jardins e hortas dom?sticas. Os sensores da Embrapa n?o sofrem com a salinidade, o que ocorre com a maioria das tecnologias convencionais. Os instrumentos podem ser produzidos com materiais de baixo custo, como vidro e cer?mica.
Um dos tipos ? denominado sensor Di?drico e ? formado por duas placas, uma de vidro e outra de cer?mica; ambas de vidro ou ambas de cer?mica. Esse sensor pode ser de leitura visual, pneum?tica ou el?trica e funciona como um term?metro que, em vez de temperatura, mede a for?a com que a umidade ? retida no solo e nos substratos.
Sensor Di?drico, duas vers?es
Calbo explica que o sensor Di?drico ? baseado no princ?pio de reten??o de ?gua por capilaridade e mede a tens?o da ?gua, ou seja, a for?a com que est? retida no solo. Ele conta que esse sensor, usado no modo visual para medir a tens?o da ?gua ou a umidade do solo, apresenta sensibilidade para aferir ampla faixa de tens?o de ?gua. "Essa caracter?stica ? utilizada para indicar o momento correto para irrigar, nos mais diversos tipos de solos e substratos. Com uma irriga??o certa, as plantas aproveitam melhor os nutrientes e crescem bem", afirma.
A tecnologia ser? oferecida em duas vers?es, sensor fixo e sensor port?til, pela Tecnicer Tecnologia Cer?mica Ltda, empresa licenciada para produ??o em escala industrial e comercializa??o.
O sensor fixo, com haste porosa, ? para instala??o no solo e possibilita leituras entre 10 e 60 cm de profundidade. ? indicado para utiliza??o no campo, em casa de vegeta??o e em jardinagem. Pode ser utilizado por produtores rurais, profissionais do ensino, da pesquisa e p?blico em geral.
A vers?o port?til, de base cer?mica e sem haste porosa, ? destinada para leituras na superf?cie do solo e pode ser usada em casa de vegeta??o e em jardinagem. O instrumento ? pequeno; cabe na palma da m?o e ainda possibilita a medi??o em menos de um minuto e n?o usa bateria. ? adequado para utiliza??o em campo, casa de vegeta??o e em jardinagem e, al?m de ser destinado ao mesmo p?blico do sensor fixo, pode ser usado em ambiente dom?stico.
De acordo com Calbo, comparado a outros tensi?metros e sensores de umidade convencionais, o sensor Di?drico se distingue pela simplicidade e por n?o sofrer interfer?ncias de fatores como temperatura, salinidade, densidade do solo, do teor de subst?ncias ferromagn?ticas.
Sensor IG, para agricultura e jardinagem
O outro tipo de instrumento, batizado de sensor IG, foi desenvolvido em tr?s vers?es. Em miniatura, funciona em conjunto com um irrigador comercial, que a empresa Acqua Vitta Floral est? adaptando para possibilitar rega autom?tica. O sensor em solo seco se torna perme?vel ao ar e libera automaticamente o gotejamento, a partir de um reservat?rio herm?tico ? que pode ser uma garrafa r?gida de pl?stico transparente. ? mais indicado para uso em vasos e mini-hortas. O sensor IG ? instalado entre as ra?zes das plantas.
O sensor IG utilizado no regador dom?stico autom?tico ? formado por um bloco de cer?mica poroso contendo, em seu interior, part?culas de dimens?es adequadas, que podem ser esferas de vidro, por exemplo. O di?metro das esferas de vidro determina a faixa de umidade do solo medida em uma escala de tens?o ou for?a com que a ?gua est? retida. "Quando o solo est? seco, o ar atravessa o sensor e isto pode ser utilizado para acionar a irriga??o. Caso o solo esteja ?mido, a ?gua retida entre as esferas interrompe a passagem do ar e, consequentemente, a irriga??o", explica o pesquisador.
Os sensores IG de uso agr?cola para leitura em apenas uma profundidade ser?o fabricados com comprimento de dez cent?metros e com especifica??es t?cnicas diferenciadas para o manejo de irriga??o de frutas, hortali?as, entre outras aplica??es agr?colas.
A terceira vers?o ? o IG Dual para leitura em duas profundidades. O aparelho pode, por exemplo, ter 15 ou 30 cm de comprimento e ? destinado para instala??o vertical nas profundidades de 30 e 60 cm. As duas vers?es, para uma e duas profundidades, seguem o mesmo modo de funcionamento do IG para irriga??o dom?stica, mas s?o destinados ao uso agr?cola.
Calbo esclarece que o sensor IG pode ser usado no modo el?trico ou ?ptico. "Neste caso, o instrumento mede a reflex?o da luz sobre a ?gua contida sobre e entre as esferas de vidro. A ?gua funciona como um filme de borracha que, conforme o solo seca se molda aos contornos das esferas de vidro, o que causa mudan?as na reflex?o da luz", diz.
O diretor da Tecnicer, Luis Fernando Porto, acredita que o sensor IG e o sensor Di?drico chegar?o ao mercado a pre?os acess?veis que variam entre R$10,00 e R$150,00. A empresa, que conquistou um pr?mio do governo federal em 2014 entre as 20 mais inovadoras do pa?s, est? trabalhando para aperfei?oar os sensores e disponibiliz?-los at? o final do primeiro semestre deste ano.
Para ajudar os consumidores a aumentar o controle do uso da ?gua na irriga??o de lavouras e jardins, a Embrapa licenciou outras duas empresas para a produ??o do Sensor IG em escala comercial, a R4S e a Hidrosense. "Com quatro empresas licenciadas para o sensor IG no Brasil e uma nos Estados Unidos, esperamos que o esfor?o da Embrapa e seus parceiros chegue, efetivamente, aos usu?rios que necessitam de tecnologia, num momento em que a discuss?o sobre o uso da ?gua ? t?o premente", avalia o chefe-adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Instrumenta??o, Jo?o de Mendon?a Naime.
Sem desperd?cio
As tecnologias poder?o ajudar produtores rurais como Josu? Luiz Pereira, que utiliza de 400 a 500 mil litros de ?gua diariamente para produzir 960 caixas/dia de hortali?as, sem saber, no entanto, se as plantas est?o recebendo uma irriga??o adequada ou n?o.
? muito prov?vel que para cultivar br?colis, alface, couve, r?cula, salsinha e cebolinha em seus cinco hectares, no s?tio Rancho Primavera, na periferia de S?o Carlos, Josu? esteja usando ?gua em excesso, duas a tr?s vezes al?m do necess?rio, como avalia Calbo.
"Geralmente ? isso que ocorre, quando n?o se usa nenhum m?todo ou tecnologia - irrigar em excesso at? a superf?cie do solo ficar encharcada para se ter certeza que n?o falta ?gua para a planta", explica o pesquisador da Embrapa.
A falta ou excesso de ?gua no solo pode trazer implica??es graves ao produtor. Calbo lembra que ?gua demais pode levar ? falta de oxig?nio na raiz da planta e ainda causar doen?as. Com irriga??o insuficiente, a ?gua pode ficar retida fortemente no solo e inibir o crescimento e reduzir a produtividade.
"Os aparelhos poder?o ajudar na economia de ?gua e tempo, al?m de influenciar na forma de manejo da irriga??o das hortali?as", explica o produtor Josu? Luiz Pereira, ao tomar conhecimento da tecnologia.
Interesse internacional
Os sensores de Diedro e IG tamb?m foram considerados valiosos por uma empresa internacional. A Irrometer Company Inc, com sede na Calif?rnia, nos Estados Unidos, assinou contrato com a Embrapa para produ??o das duas tecnologias.
"Espera-se assim, que em breve, as empresas licenciadas desenvolvam e disponibilizem comercialmente os sensores Di?drico e IG", diz o cientista Carlos Manoel Vaz, que atua na vers?o ?ptica do sensor IG. Ele apresentou os aparelhos nas reuni?es anuais das Sociedades Americanas de Ci?ncia do Solo, de Agronomia e das Culturas em Cincinnati e Long Beach, nos EUA, em 2014 e 2015, respectivamente, com excelente repercuss?o e interesse da comunidade cient?fica e de empresas.
Em tempos de escassez dos recursos h?dricos, a tecnologia vem como uma importante aliada na hora de economizar ?gua para irrigar, seja no campo ou na cidade.
Fonte: Canal do Produtor
? frente da equipe respons?vel pelo desenvolvimento, o pesquisador Adonai Gimenez Calbo diz que os sensores podem at? operar sem uso de energia el?trica. Eles ajudar?o produtores rurais e donas de casas que cultivam plantas em vasos e em mini-hortas. Os instrumentos servem para qualquer tipo de cultura e podem ser adaptados a todas as regi?es do pa?s.
Os sensores contar?o com vers?es para a agricultura e tamb?m para jardins e hortas dom?sticas. Os sensores da Embrapa n?o sofrem com a salinidade, o que ocorre com a maioria das tecnologias convencionais. Os instrumentos podem ser produzidos com materiais de baixo custo, como vidro e cer?mica.
Um dos tipos ? denominado sensor Di?drico e ? formado por duas placas, uma de vidro e outra de cer?mica; ambas de vidro ou ambas de cer?mica. Esse sensor pode ser de leitura visual, pneum?tica ou el?trica e funciona como um term?metro que, em vez de temperatura, mede a for?a com que a umidade ? retida no solo e nos substratos.
Sensor Di?drico, duas vers?es
Calbo explica que o sensor Di?drico ? baseado no princ?pio de reten??o de ?gua por capilaridade e mede a tens?o da ?gua, ou seja, a for?a com que est? retida no solo. Ele conta que esse sensor, usado no modo visual para medir a tens?o da ?gua ou a umidade do solo, apresenta sensibilidade para aferir ampla faixa de tens?o de ?gua. "Essa caracter?stica ? utilizada para indicar o momento correto para irrigar, nos mais diversos tipos de solos e substratos. Com uma irriga??o certa, as plantas aproveitam melhor os nutrientes e crescem bem", afirma.
A tecnologia ser? oferecida em duas vers?es, sensor fixo e sensor port?til, pela Tecnicer Tecnologia Cer?mica Ltda, empresa licenciada para produ??o em escala industrial e comercializa??o.
O sensor fixo, com haste porosa, ? para instala??o no solo e possibilita leituras entre 10 e 60 cm de profundidade. ? indicado para utiliza??o no campo, em casa de vegeta??o e em jardinagem. Pode ser utilizado por produtores rurais, profissionais do ensino, da pesquisa e p?blico em geral.
A vers?o port?til, de base cer?mica e sem haste porosa, ? destinada para leituras na superf?cie do solo e pode ser usada em casa de vegeta??o e em jardinagem. O instrumento ? pequeno; cabe na palma da m?o e ainda possibilita a medi??o em menos de um minuto e n?o usa bateria. ? adequado para utiliza??o em campo, casa de vegeta??o e em jardinagem e, al?m de ser destinado ao mesmo p?blico do sensor fixo, pode ser usado em ambiente dom?stico.
De acordo com Calbo, comparado a outros tensi?metros e sensores de umidade convencionais, o sensor Di?drico se distingue pela simplicidade e por n?o sofrer interfer?ncias de fatores como temperatura, salinidade, densidade do solo, do teor de subst?ncias ferromagn?ticas.
Sensor IG, para agricultura e jardinagem
O outro tipo de instrumento, batizado de sensor IG, foi desenvolvido em tr?s vers?es. Em miniatura, funciona em conjunto com um irrigador comercial, que a empresa Acqua Vitta Floral est? adaptando para possibilitar rega autom?tica. O sensor em solo seco se torna perme?vel ao ar e libera automaticamente o gotejamento, a partir de um reservat?rio herm?tico ? que pode ser uma garrafa r?gida de pl?stico transparente. ? mais indicado para uso em vasos e mini-hortas. O sensor IG ? instalado entre as ra?zes das plantas.
O sensor IG utilizado no regador dom?stico autom?tico ? formado por um bloco de cer?mica poroso contendo, em seu interior, part?culas de dimens?es adequadas, que podem ser esferas de vidro, por exemplo. O di?metro das esferas de vidro determina a faixa de umidade do solo medida em uma escala de tens?o ou for?a com que a ?gua est? retida. "Quando o solo est? seco, o ar atravessa o sensor e isto pode ser utilizado para acionar a irriga??o. Caso o solo esteja ?mido, a ?gua retida entre as esferas interrompe a passagem do ar e, consequentemente, a irriga??o", explica o pesquisador.
Os sensores IG de uso agr?cola para leitura em apenas uma profundidade ser?o fabricados com comprimento de dez cent?metros e com especifica??es t?cnicas diferenciadas para o manejo de irriga??o de frutas, hortali?as, entre outras aplica??es agr?colas.
A terceira vers?o ? o IG Dual para leitura em duas profundidades. O aparelho pode, por exemplo, ter 15 ou 30 cm de comprimento e ? destinado para instala??o vertical nas profundidades de 30 e 60 cm. As duas vers?es, para uma e duas profundidades, seguem o mesmo modo de funcionamento do IG para irriga??o dom?stica, mas s?o destinados ao uso agr?cola.
Calbo esclarece que o sensor IG pode ser usado no modo el?trico ou ?ptico. "Neste caso, o instrumento mede a reflex?o da luz sobre a ?gua contida sobre e entre as esferas de vidro. A ?gua funciona como um filme de borracha que, conforme o solo seca se molda aos contornos das esferas de vidro, o que causa mudan?as na reflex?o da luz", diz.
O diretor da Tecnicer, Luis Fernando Porto, acredita que o sensor IG e o sensor Di?drico chegar?o ao mercado a pre?os acess?veis que variam entre R$10,00 e R$150,00. A empresa, que conquistou um pr?mio do governo federal em 2014 entre as 20 mais inovadoras do pa?s, est? trabalhando para aperfei?oar os sensores e disponibiliz?-los at? o final do primeiro semestre deste ano.
Para ajudar os consumidores a aumentar o controle do uso da ?gua na irriga??o de lavouras e jardins, a Embrapa licenciou outras duas empresas para a produ??o do Sensor IG em escala comercial, a R4S e a Hidrosense. "Com quatro empresas licenciadas para o sensor IG no Brasil e uma nos Estados Unidos, esperamos que o esfor?o da Embrapa e seus parceiros chegue, efetivamente, aos usu?rios que necessitam de tecnologia, num momento em que a discuss?o sobre o uso da ?gua ? t?o premente", avalia o chefe-adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Instrumenta??o, Jo?o de Mendon?a Naime.
Sem desperd?cio
As tecnologias poder?o ajudar produtores rurais como Josu? Luiz Pereira, que utiliza de 400 a 500 mil litros de ?gua diariamente para produzir 960 caixas/dia de hortali?as, sem saber, no entanto, se as plantas est?o recebendo uma irriga??o adequada ou n?o.
? muito prov?vel que para cultivar br?colis, alface, couve, r?cula, salsinha e cebolinha em seus cinco hectares, no s?tio Rancho Primavera, na periferia de S?o Carlos, Josu? esteja usando ?gua em excesso, duas a tr?s vezes al?m do necess?rio, como avalia Calbo.
"Geralmente ? isso que ocorre, quando n?o se usa nenhum m?todo ou tecnologia - irrigar em excesso at? a superf?cie do solo ficar encharcada para se ter certeza que n?o falta ?gua para a planta", explica o pesquisador da Embrapa.
A falta ou excesso de ?gua no solo pode trazer implica??es graves ao produtor. Calbo lembra que ?gua demais pode levar ? falta de oxig?nio na raiz da planta e ainda causar doen?as. Com irriga??o insuficiente, a ?gua pode ficar retida fortemente no solo e inibir o crescimento e reduzir a produtividade.
"Os aparelhos poder?o ajudar na economia de ?gua e tempo, al?m de influenciar na forma de manejo da irriga??o das hortali?as", explica o produtor Josu? Luiz Pereira, ao tomar conhecimento da tecnologia.
Interesse internacional
Os sensores de Diedro e IG tamb?m foram considerados valiosos por uma empresa internacional. A Irrometer Company Inc, com sede na Calif?rnia, nos Estados Unidos, assinou contrato com a Embrapa para produ??o das duas tecnologias.
"Espera-se assim, que em breve, as empresas licenciadas desenvolvam e disponibilizem comercialmente os sensores Di?drico e IG", diz o cientista Carlos Manoel Vaz, que atua na vers?o ?ptica do sensor IG. Ele apresentou os aparelhos nas reuni?es anuais das Sociedades Americanas de Ci?ncia do Solo, de Agronomia e das Culturas em Cincinnati e Long Beach, nos EUA, em 2014 e 2015, respectivamente, com excelente repercuss?o e interesse da comunidade cient?fica e de empresas.
Em tempos de escassez dos recursos h?dricos, a tecnologia vem como uma importante aliada na hora de economizar ?gua para irrigar, seja no campo ou na cidade.
Fonte: Canal do Produtor