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O agroneg?cio e o mercado interno na luta contra a crise

? interessante observar que, no contexto da turbul?ncia econ?mica mundial, a agropecu?ria tenha ocupado lugar de destaque no resultado do PIB brasileiro em 2008. Avan?ou 5,8%, enquanto a alta acumulada da ind?stria foi de 4,3%, seguida pelos servi?os (4,8%), conforme divulgou recentemente o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?stica). At? mesmo nos ?ltimos tr?s meses de 2008, quando se verificou a internacionaliza??o da crise e a manufatura caiu 2,1%, o setor cresceu 2,2% em rela??o ao mesmo per?odo de 2007. A an?lise desses n?meros mostra ser a produ??o do campo decisiva para que o Brasil supere a presente conjuntura negativa, uma das mais graves da hist?ria do capitalismo.

Afinal, alimentos, bioenergia e as commodities rurais consubstanciam a equa??o da sobreviv?ncia, com crise ou sem crise, ? medida que atendem ?s necessidades b?sicas da humanidade e ? log?stica essencial de organiza??o da sociedade e funcionamento dos setores produtivos. Assim, num cen?rio em que as dificuldades econ?micas mostram-se ainda mais complicadas do que se apresentaram em outubro de 2008, com o agravamento di?rio da insolv?ncia frente a t?tulos emitidos e cr?ditos obtidos, cresce a import?ncia da agropecu?ria como alavanca da recupera??o.

Bom para o Brasil, dada sua grande voca??o para o agroneg?cio, em face de suas caracter?sticas e diversidades, tanto de clima quanto de solo e imensas ?reas agricult?veis, altamente f?rteis e ainda inexploradas. Portanto, n?o h? duvida de que, se fizer tudo certo, o Pa?s n?o s? vencer? de modo mais r?pido a presente tempestade, como alcan?ar?, no ambiente p?s-crise, o patamar de l?der mundial no fornecimento de alimentos e commodities agr?colas, solidificando sua economia, sustentando seu crescimento e atendendo ? crescente demanda internacional por produtos comest?veis e energia de fontes renov?veis e mais limpas.

De imediato, por?m, considerando a retra??o do com?rcio exterior devido ao gigantesco gargalo do cr?dito, ? priorit?rio estimular o mercado interno, que consome 80% da produ??o agropecu?ria brasileira, incluindo o etanol, suco de laranja, gr?os, carne e leite, dentre outros produtos. Desse modo, o Governo Federal, com muito mais agilidade e efic?cia do que vem fazendo, precisa fortalecer a demanda nacional, ampliando o cr?dito ? para produtores e compradores ?, reduzindo os juros e alargando os prazos de resgate. Estas s?o medidas urgentes, independentes de uma pol?tica agr?cola mais consistente, de m?dio e longo prazos, da qual a Na??o tamb?m se ressente. Dentre as provid?ncias pontuais, tamb?m ? premente multiplicar o acesso ao seguro rural e viabilizar a produ??o dos agropecuaristas endividados (a d?vida rural j? supera R$ 140 bilh?es!). Isto ? inexor?vel, pois se n?o conseguirem plantar e colher, quebrar?o de modo irrevers?vel, al?m do impacto negativo no volume total da produ??o.

No entanto, o Governo Federal vem agindo com timidez e morosidade no atendimento ?s necessidades imediatas do agroneg?cio, subestimando o potencial do setor para abreviar a recupera??o econ?mica. Tal postura contraria a l?gica e at? mesmo a abalizada recomenda??o da Organiza??o das Na??es Unidas para a Agricultura e Alimenta??o (FAO). Em seu relat?rio "Situa??o Alimentar na Am?rica Latina e Caribe", que analisa os meses de novembro e dezembro de 2008, per?odo de internacionaliza??o da tempestade financeira, a respeitada organiza??o multilateral alerta: "Os investimentos na agricultura s?o uma pol?tica-chave frente ao cen?rio de crise, pois podem aumentar a gera??o de emprego e contribuir para a melhoria da oferta de alimentos produzidos localmente".

N?o s?o apenas os reconhecidos especialistas da FAO que fazem esse correto diagn?stico. Diversos pa?ses da Am?rica Latina e do Caribe v?m adotando medidas espec?ficas, como a facilita??o do cr?dito, diferimento tribut?rio para os produtos do campo, amplia??o do seguro agr?cola, melhoria da infraestrutura j? dispon?vel e integra??o das cadeias produtivas. ? preocupante constatar que na??es com potencial agropecu?rio imensamente inferior ao brasileiro vislumbrem com mais consci?ncia a import?ncia t?tica e estrat?gica do setor nesta conjuntura de dificuldades, bem como num cen?rio al?m do horizonte nebuloso.????



Jo?o Sampaio, economista, ? o secret?rio de Agricultura e Abastecimento do Estado de S?o Paulo e presidente do Conselho Estadual de Seguran?a Alimentar e Nutricional Sustent?vel (CONSEA).


Fonte: Di?rio de Mar?lia

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