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Pecuarista adota sistema semi-intensivo para aumentar produtividade
Um modelo de sistema semi-intensivo, que otimiza a utiliza??o do pasto, tem sido utilizado por alguns produtores da regi?o norte do Esp?rito Santo. ? o Pastejo Rotacionado, uma t?cnica econ?mica e ambientalmente correta, que pode aumentar a produ??o sem utilizar novas ?reas, evitando a derrubada de vegeta??o nativa.

Em Linhares, na proximidade do Farias, o produtor Anderson Damasceno dos Santos est? implantando o sistema na fazenda Graciosa para a pecu?ria de leite. Para implantar a t?cnica, ele dividiu uma ?rea com total de 14 hectares em cinco m?dulos com 23 piquetes cada. Os m?dulos, com 2,5 hectares cada, possuem 25 animais, o que resulta em uma lota??o de 10 vacas por hectare. O per?odo de ocupa??o dos piquetes ser? de um dia, ou seja, os animais ficar?o concentrados em uma parcela por dia, proporcionando, ap?s a sua sa?da, o descanso e renova??o do capim de cada parcela durante o per?odo de 22 dias, quando os animais retornar?o para a mesma ?rea inicialmente ocupada. De acordo com Anderson, a ado??o do sistema ocorreu devido ?s vantagens que ele pode oferecer ao produtor. ?Decidimos implantar o pastejo rotacionado pelo fato de contribuir para o aproveitamento da ?rea, melhor qualidade do leite, al?m de ser prop?cio para o aumento da produtividade. Os resultados s?o satisfat?rios e come?am a aparecer, em m?dia, com 30 dias?, disse.

Nesta fase de implanta??o, Damasceno transferiu para a ?rea, primeiramente, o gado solteiro e at? o in?cio de abril pretende levar as vacas em produ??o e ter tudo pronto para o sistema come?ar a funcionar. As vacas utilizadas para o pastejo s?o do cruzamento de matrizes Guzer? com touro Holand?s, para que tenham maior resist?ncia a temperatura local e produzam maior volume de leite. Com uso da t?cnica e o tipo do rebanho, o produtor pretende produzir em m?dia 18 litros de leite por animal/dia, bem mais do que ele produz atualmente sem o sistema (10 litros por animal/dia).

Segundo Anderson, a implanta??o do sistema exigiu e ainda exige alguns cuidados e custos. ?Para come?ar os trabalhos foi preciso ver corre??o e aduba??o do solo, adequa??o do uso da ?gua, implanta??o de ordenhadeira mec?nica, tempo de aduba??o e contrata??o de m?o-de-obra. Al?m disso, ainda ser? preciso reflorestar a ?rea com 5.900 ?rvores nativas e construir bosques de eucalipto para sombreamento dos centros de manejo. O custo chega a 250 mil reais, sem aquisi??o dos animais?, afirma.

Para a veterin?ria do Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assist?ncia T?cnica e Extens?o Rural), Alessandra Maria da Silva Machado, nesse tipo de sistema ? importante observar os cuidados com os animais. ?Na implanta??o do pastejo rotacionado ? necess?rio se preocupar primeiro com a alimenta??o do animal, corrigir e adubar o solo, formar ou recuperar pastagens, providenciar ?gua, para depois entrar com o gado. O ideal para quem est? come?ando ? iniciar com menos animais por hectare, em m?dia cinco ou seis, e, na medida em que for aprendendo o manejo, aumentar a quantidade?, declara.

A veterin?ria comenta que para o gado de leite ? interessante que seu per?odo de ocupa??o em cada ?rea seja em menos tempo (um dia de ocupa??o), assim, o animal comer? somente ponta de capim e se manter? nutrido. Este sistema permite o pastejo sem degradar a pastagem e possibilitando descanso e desenvolvimento do pasto, antes de uma nova colheita (pastejo). Al?m disso, ela aprova a escolha do gado utilizado pelo produtor Anderson para produ??o de leite. ?Quando se cruza animais zeu?nos com europeus, ? poss?vel se obter as qualidades de ambas as ra?as, que estar?o contidas no resultado do cruzamento, que ? a alta produtividade e resist?ncia ao clima tropical?, ressalta.

Alessandra destaca tamb?m que o produtor deve se atentar para o per?odo seco do ano. ?No inverno, a forrageira n?o se desenvolve muito bem e a press?o do pastejo deve, ent?o, diminuir. Neste caso, ? relevante deixar o gado menos tempo nos piquetes e fazer suplementa??o no cochoo, com silagem , capim elefante, feno ou cana-de-a??car. Uma alternativa barata de suplementa??o para a ?poca da seca ? a mistura de cana-de a??car, ur?ia e sulfato de am?nio. Essa suplementa??o deve ser feita com a dosagem correta de ur?ia para evitar intoxica??o dos animais?, explica a veterin?ria, acrescentando que ?outro alimento que pode ser utilizado ? a capineira (capim elefante), bastando somente levar o capim at? o cocho . Essa forrageira tem um porte mais alto e maior quantidade de massa por ?rea. Por?m, seu corte n?o pode passar de 1,80 metros, sen?o o capim ter? baixo teor de nutrientes e alto teor de fibras, ocasionando baixa produ??o do leite?.

Para a pastagem, alguns cuidados tamb?m s?o importantes. De acordo com o t?cnico agropecu?rio do Incaper, Eli Gon?alves, a exig?ncia nutricional do solo no sistema intensivo de pastejo ? muito grande. ?A pastagem, por ser uma cultura que se colhe todos os dias, tem uma exig?ncia nutricional da planta muito maior de que uma cultura que se colhe anualmente. Por isso, ? essencial a an?lise do solo periodicamente, neste caso (pastejo rotacionado intensivo) a cada quatro meses. Com isso, o produtor e o t?cnico conseguem saber qual teor dos elementos qu?micos e mat?ria org?nica dispon?veis no solo para evitar a intoxica??o das plantas e buscar o equil?brio f?sico, qu?mico e biol?gico do solo. Somente ap?s alcan?ar este equil?brio, o produtor vai conseguir a produtividade que deseja com a capacidade m?xima de produ??o do capim?, afirma.

Eli frisa que os recursos adotados pelo produtor antes e durante a implanta??o do o sistema s?o os mais apropriados. ?Ao implantar o pastejo rotacionado ? importante o produtor ter a orienta??o de um profissional habilitado. O m?todo utilizado por Anderson de colocar a lota??o de animais de acordo com a produtividade dos animais ? adequado a t?cnica?, relata

Na fazenda Graciosa, o pasto ? composto de capim Brachiara brizanta. O t?cnico destaca a qualidade desta pastagem, que ? a de adapta??o ao solo e clima da regi?o, e afirma que com o pastejo rotacionado ? poss?vel aumentar o n?mero de animais por ?rea e ter maior rendimento do capim. ?Al?m disso, ainda ? poss?vel obter redu??o de plantas invasoras na pastagem e da presen?a de carrapatos no rebanho?.

O produtor Anderson est? otimista com as vantagens do sistema, antes mesmo de come?ar a funcionar. ?O pastejo rotacionado ? um projeto de vida. Quero conseguir produzir um leite de qualidade com responsabilidade ambiental e trabalhando na terra. Antes eu era um ?tirador de leite?, mas agora quero ser um produtor de leite?, finaliza.

Revista Campo Vivo

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