Pesquisador inventa m?quina de combate ? Helicoverpa
1 de setembro de 2020
Um pesquisador que atua numa universidade da Bahia desenvolveu armadilha que combate a Helicoverpa armigera em sua fase adulta, quando a praga ? uma mariposa, a qual pode voar at? mil quil?metros.
O equipamento que funciona ? base de energia solar fotovoltaica atrai as mariposas por meio de uma l?mpada de LED que emite raios infravermelhos e ultravioletas.Em um ano, a armadilha seria capaz de capturar cerca de 1 milh?o de mariposas.
O dono da inven??o ? o pesquisador Denes Vidal, da ?rea de mec?nica e mecaniza??o agr?cola da Universidade Federal do Rec?ncavo da Bahia, sediada no munic?pio de Cruz das Almas, a 146 km de Salvador. A inven??o ser? apresentada este m?s pelo professor na conclus?o do curso que ele fez de doutoramento em Ci?ncias da Motricidade Humana, na Universidade T?cnica de Lisboa, em Portugal.
Vidal conta que demorou 12 anos para fazer o invento, dois deles realizando testes. Feito com ferro galvanizado e alum?nio, a armadilha tem tamanhos variados, que v?o de um metro e meio a tr?s metros.O equipamento serve tamb?m para fazer o controle de esp?cies. Ap?s a captura, cada inseto pode ser solto ou morto ? neste caso, usando-se um estilete.
?Com esta armadilha, nunca haver? surto de insetos, pois a mesma far? captura diariamente. Ela ? t?o eficiente que pesquisadores disseram que se usada indevidamente far? desequil?brio ambiental?, conta o inventor.
Em teste recente ? diz Vidal ? ?chegamos a capturar at? tr?s mil insetos em uma noite?. Ele explica que a m?quina foi feita para ser usada durante a revoada dos insetos.
?Cada estado tem uma ?poca [de revoada]; agora, ela [a mariposa da Helicoverpa] est? sendo encontrada no Rio Grande do Sul, em 67 cidades?, afirma.
O equipamento vem com uma c?mera que emite fotos para o computador ou celular do produtor rural. Vidal recomenda colocar uma armadilha a cada 100 hectares.
Como a m?quina funciona ? base de energia solar e a bateria dura at? um ano e meio, ela pode ficar direto no campo e o pesquisador recebendo informa??es, sem ter que ir at? o local onde ela foi instalada.
Assim, as fotos enviadas ao computador ou celular servem como aviso de que est? havendo muitos ou poucos insetos sobrevoando a lavoura. Outra comodidade ? que o equipamento funciona de forma programada ? liga e desliga sozinho.
Cada m?quina custa de R$ 6 mil a R$ 8 mil ? as mais caras v?m com as c?meras. O custo de manuten??o, por?m, ? baix?ssimo: R$ 0,007. S? ? preciso passar um pano nas placas quando ocorrem as capturas.
?O que nos levou a fazer este invento foi a vontade de ajudar a resolver os problemas que se tornaram cr?nicos em nossa agricultura, a exemplo n?o haver ferramenta que avisasse ao agricultor do futuro ataque dos insetos e pudesse fazer o controle com pouco veneno?, diz o pesquisador.
A m?quina ? fabricada em Cruz das Almas, com capacidade instalada de produ??o de trezentas unidades por m?s. Vidal sublinha que ?as armadilhas existentes no mercado utilizam a energia hidroel?trica para acionar a l?mpada, o que limita o seu uso, uma vez que precisa de fios condutores?.
Segundo o pesquisador, a ?inten??o [do invento] ? subsidiar uma agricultura sem agrot?xicos?. Procurada para comentar o invento, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu?ria (Emprapa) ficou de responder ? reportagem, mas isso n?o ocorreu.
A??es de combate
Atualmente, para combater a praga da Helicoverpa, que, de acordo com a Confedera??o Nacional da Agricultura e Pecu?ria (CNA), causou preju?zo de R$ 10 bilh?es na safra 2012/2013, os produtores recorrem a inseticidas.
Em janeiro deste ano, o Minist?rio da Agricultura, Pecu?ria e Abastecimento baixou a Portaria 31, com altera??es nos artigos da Portaria 1.109, de novembro de 2013, que trata da autoriza??o para importa??o do Benzoato de Emamectina.
Com a nova portaria, fica mais r?pida a importa??o e uso do inseticida na lavoura. Questionado, o Minist?rio da Agricultura n?o deu resposta sobre quantidades de inseticidas j? utilizados na lavoura brasileira para combater a Helicoverpa. Pela portaria, os Estados t?m de estimar a ?rea ocupada pelas culturas atacadas pela lagarta e informar a quantidade necess?ria do inseticida.
Origin?ria da ?frica, a Helicoverpa armigera ? considerada uma dos piores pragas do mundo, tendo sido relatada sua presen?a em at? 200 esp?cies vegetais. No Brasil, a praga come?ou a aparecer na lavoura na safra 2012/2013. Os danos econ?micos s?o maiores em algod?o e hortali?as, informa a CNA.
A praga ? de dif?cil controle qu?mico, j? que possui alta capacidade para adquirir resist?ncia aos lagarticidas presentes no mercado.
De acordo com a CNA, as tentativas de controle da esp?cie est?o sendo feitas com o monitoramento da infesta??o e a utiliza??o integrada de v?rias ferramentas de controle: armadilhas iscadas, materiais resistentes, destrui??o de restos da cultura, libera??o de inimigos naturais e controle qu?mico.
No Brasil, estima-se que a lagarta j? esteja presente em todas as regi?es produtoras, com uma severidade de ataque maior em regi?es mais quentes e secas (cerrado). As principais culturas atacadas no pa?s s?o milho, soja, sorgo, feij?o, algod?o, tomate e laranja.
No Oeste baiano, onde o preju?zo por conta da praga chegou a R$ 2 bilh?es na safra passada, alguns produtores de soja chegaram ao extremo de nove aplica??es de inseticidas.
Para o algod?o, foi registrado aplica??es sequenciais de quatro em quatro dias, o que pode totalizar no fim do ciclo mais de 30 pulveriza??es.
Com a praga, o aumento do custo de produ??o tem variado de 15% e 30%. Por cultura, estima-se eleva??o nos custos entre R$ 300 a 500 por hectare para a soja. Para o algod?o, o custo pode chegar a R$ 900 por hectare, para o milho R$ 110 e para o feij?o R$ 180.
Fonte: Globo Rural
O equipamento que funciona ? base de energia solar fotovoltaica atrai as mariposas por meio de uma l?mpada de LED que emite raios infravermelhos e ultravioletas.Em um ano, a armadilha seria capaz de capturar cerca de 1 milh?o de mariposas.
O dono da inven??o ? o pesquisador Denes Vidal, da ?rea de mec?nica e mecaniza??o agr?cola da Universidade Federal do Rec?ncavo da Bahia, sediada no munic?pio de Cruz das Almas, a 146 km de Salvador. A inven??o ser? apresentada este m?s pelo professor na conclus?o do curso que ele fez de doutoramento em Ci?ncias da Motricidade Humana, na Universidade T?cnica de Lisboa, em Portugal.
Vidal conta que demorou 12 anos para fazer o invento, dois deles realizando testes. Feito com ferro galvanizado e alum?nio, a armadilha tem tamanhos variados, que v?o de um metro e meio a tr?s metros.O equipamento serve tamb?m para fazer o controle de esp?cies. Ap?s a captura, cada inseto pode ser solto ou morto ? neste caso, usando-se um estilete.
?Com esta armadilha, nunca haver? surto de insetos, pois a mesma far? captura diariamente. Ela ? t?o eficiente que pesquisadores disseram que se usada indevidamente far? desequil?brio ambiental?, conta o inventor.
Em teste recente ? diz Vidal ? ?chegamos a capturar at? tr?s mil insetos em uma noite?. Ele explica que a m?quina foi feita para ser usada durante a revoada dos insetos.
?Cada estado tem uma ?poca [de revoada]; agora, ela [a mariposa da Helicoverpa] est? sendo encontrada no Rio Grande do Sul, em 67 cidades?, afirma.
O equipamento vem com uma c?mera que emite fotos para o computador ou celular do produtor rural. Vidal recomenda colocar uma armadilha a cada 100 hectares.
Como a m?quina funciona ? base de energia solar e a bateria dura at? um ano e meio, ela pode ficar direto no campo e o pesquisador recebendo informa??es, sem ter que ir at? o local onde ela foi instalada.
Assim, as fotos enviadas ao computador ou celular servem como aviso de que est? havendo muitos ou poucos insetos sobrevoando a lavoura. Outra comodidade ? que o equipamento funciona de forma programada ? liga e desliga sozinho.
Cada m?quina custa de R$ 6 mil a R$ 8 mil ? as mais caras v?m com as c?meras. O custo de manuten??o, por?m, ? baix?ssimo: R$ 0,007. S? ? preciso passar um pano nas placas quando ocorrem as capturas.
?O que nos levou a fazer este invento foi a vontade de ajudar a resolver os problemas que se tornaram cr?nicos em nossa agricultura, a exemplo n?o haver ferramenta que avisasse ao agricultor do futuro ataque dos insetos e pudesse fazer o controle com pouco veneno?, diz o pesquisador.
A m?quina ? fabricada em Cruz das Almas, com capacidade instalada de produ??o de trezentas unidades por m?s. Vidal sublinha que ?as armadilhas existentes no mercado utilizam a energia hidroel?trica para acionar a l?mpada, o que limita o seu uso, uma vez que precisa de fios condutores?.
Segundo o pesquisador, a ?inten??o [do invento] ? subsidiar uma agricultura sem agrot?xicos?. Procurada para comentar o invento, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu?ria (Emprapa) ficou de responder ? reportagem, mas isso n?o ocorreu.
A??es de combate
Atualmente, para combater a praga da Helicoverpa, que, de acordo com a Confedera??o Nacional da Agricultura e Pecu?ria (CNA), causou preju?zo de R$ 10 bilh?es na safra 2012/2013, os produtores recorrem a inseticidas.
Em janeiro deste ano, o Minist?rio da Agricultura, Pecu?ria e Abastecimento baixou a Portaria 31, com altera??es nos artigos da Portaria 1.109, de novembro de 2013, que trata da autoriza??o para importa??o do Benzoato de Emamectina.
Com a nova portaria, fica mais r?pida a importa??o e uso do inseticida na lavoura. Questionado, o Minist?rio da Agricultura n?o deu resposta sobre quantidades de inseticidas j? utilizados na lavoura brasileira para combater a Helicoverpa. Pela portaria, os Estados t?m de estimar a ?rea ocupada pelas culturas atacadas pela lagarta e informar a quantidade necess?ria do inseticida.
Origin?ria da ?frica, a Helicoverpa armigera ? considerada uma dos piores pragas do mundo, tendo sido relatada sua presen?a em at? 200 esp?cies vegetais. No Brasil, a praga come?ou a aparecer na lavoura na safra 2012/2013. Os danos econ?micos s?o maiores em algod?o e hortali?as, informa a CNA.
A praga ? de dif?cil controle qu?mico, j? que possui alta capacidade para adquirir resist?ncia aos lagarticidas presentes no mercado.
De acordo com a CNA, as tentativas de controle da esp?cie est?o sendo feitas com o monitoramento da infesta??o e a utiliza??o integrada de v?rias ferramentas de controle: armadilhas iscadas, materiais resistentes, destrui??o de restos da cultura, libera??o de inimigos naturais e controle qu?mico.
No Brasil, estima-se que a lagarta j? esteja presente em todas as regi?es produtoras, com uma severidade de ataque maior em regi?es mais quentes e secas (cerrado). As principais culturas atacadas no pa?s s?o milho, soja, sorgo, feij?o, algod?o, tomate e laranja.
No Oeste baiano, onde o preju?zo por conta da praga chegou a R$ 2 bilh?es na safra passada, alguns produtores de soja chegaram ao extremo de nove aplica??es de inseticidas.
Para o algod?o, foi registrado aplica??es sequenciais de quatro em quatro dias, o que pode totalizar no fim do ciclo mais de 30 pulveriza??es.
Com a praga, o aumento do custo de produ??o tem variado de 15% e 30%. Por cultura, estima-se eleva??o nos custos entre R$ 300 a 500 por hectare para a soja. Para o algod?o, o custo pode chegar a R$ 900 por hectare, para o milho R$ 110 e para o feij?o R$ 180.
Fonte: Globo Rural