PIB do Brasil surpreende e cresce 1,5% no 2? tri; mas deve desacelerar
1 de setembro de 2020
A economia brasileira surpreendeu e registrou no trimestre passado o maior crescimento em mais de tr?s anos, puxada pelos investimentos e pelo desempenho da ind?stria e da agropecu?ria, mas o consumo das fam?lias ainda patina.
Apesar do resultado melhor do que o esperado entre abril e junho, a atividade econ?mica vai perder f?lego no terceiro trimestre, podendo ficar estagnada ou mesmo mostrar retra??o, abalada sobretudo pela confian?a, avaliam analistas.
O Produto Interno Bruto (PIB) do pa?s cresceu 1,5 por cento no segundo trimestre na compara??o com os primeiros tr?s meses deste ano, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?stica (IBGE) nesta sexta-feira. Foi a maior alta desde o primeiro trimestre de 2010, quando ela ficou em 2,0 por cento.
Sobre o segundo trimestre de 2012, o avan?o entre abril e junho foi de 3,3 por cento. Pesquisa Reuters mostrou que, pela mediana de previs?es, a expans?o seria de 0,9 por cento na margem e de 2,5 por cento sobre igual per?odo de 2012.
"Foi um bom crescimento, forte e espalhado por todas atividades", resumiu a economista do IBGE Rebeca Palis.
A ind?stria cresceu 2,0 por cento no segundo trimestre sobre o primeiro, depois de ter recuado 0,2 por cento entre janeiro e mar?o passados. Sobre um ano antes, o setor teve expans?o de 2,8 por cento no ?ltimo trimestre, com destaque para o segmento de constru??o civil.
A Forma??o Bruta de Capital Fixo (FBCF), uma medida de investimento, subiu 3,6 por cento no primeiro trimestre sobre o per?odo imediatamente anterior, enquanto o setor agropecu?rio expandiu 3,9 por cento.
Na compara??o anual, essas atividades tiveram crescimento expressivo de 9,0 e 13,0 por cento respectivamente.
"Houve crescimento da produ??o interna de bens de capital... O c?mbio melhor ajuda na menor importa??o e h? ainda programas internos de incentivo. Algumas empresas reformaram a frota no trimestre e isso entra como investimento, al?m de maquinas agr?colas", avaliou a economista do IBGE.
O consumo das fam?lias, por?m, cresceu apenas 0,3 por cento, enquanto o consumo do governo subiu 0,5 por cento no trimestre passado, em compara??o a janeiro a mar?o, depois de terem ficado estagnadas no primeiro trimestre.
Apesar da recupera??o no trimestre passado, a atividade j? est? perdendo f?lego, afetada sobretudo pela falta de confian?a generalizada na economia, abalada ainda mais pelas manifesta??es populares em junho.
"O n?mero (do trimestre passado) surpreendeu. A agricultura teve crescimento bastante forte e houve mais forma??o bruta de capital fixo... Muito provavelmente o terceiro trimestre vai ser mais fraco, n?o s? pelo n?mero forte do segundo trimestre, mas tamb?m pelos indicadores", afirmou o economista s?nior do Espirito Santo Investment Bank, Flavio Serrano.
No ano, o economista prev? crescimento de 2,3 por cento, mas no terceiro trimestre ele deve ficar "perto de zero". Para Serrano, "o quarto ? a grande d?vida".
Indicadores de confian?a das empresas e consumidores ca?ram nos ?ltimos meses, especialmente ap?s os protestos. A gera??o de postos de trabalho formais recuou em julho ao menor n?vel para o m?s em uma d?cada, enquanto o d?lar chegou a disparar quase 20 por cento em apenas quatro meses, o que poderia afetar investimentos e alimentar a infla??o j? alta.
O pr?prio governo j? sabe que a economia deve perder f?lego na segunda metade do ano, e que o terceiro trimestre pode ter desempenho pior do que o per?odo anterior, o oposto da avalia??o que prevalecia h? poucos meses.
O cen?rio de baixo crescimento vem junto com a infla??o ainda elevada no pa?s, que j? levou o Banco Central a elevar a Selic em 1,75 ponto percentual, para 9,0 por cento ao ano, com mais aperto monet?rio esperado.
A desacelera??o da economia tamb?m coincide com a instabilidade nos mercados em meio aos planos do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, de reduzir o est?mulo ? economia norte-americana.
OTIMISMO PARA O FINAL DO ANO
Tanto economistas como o governo esperam que, apesar do trope?o esperado para o terceiro trimestre, a economia brasileira encerre o ano voltando a se expandir.
Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o bom resultado da atividade visto em abril e junho, pode recompor a confian?a na economia e levar o pa?s a voltar a ter expans?o anual m?dia de 4 por cento em 2014.
Para o gerente de renda fixa da Lerosa Investimentos, Fernando Mendes, o desempenho de agora da economia deve levar a uma corre??o, e para cima, do resultado esperado para este ano fechado.
"A gente acha que como a base desse segundo trimestre ? alta, ? natural que voc? tenha um arrefecimento no terceiro trimestre. Mas eu acho que, de forma geral, o PIB do ano deve sofrer realmente uma corre??o um pouco para cima", afirmou ele, para quem a expans?o deve ficar entre 2 e 2,5 por cento.
O resultado do segundo trimestre foi inesperado at? mesmo dentro da equipe econ?mica da presidente Dilma Rousseff. Uma importante fonte desse time afirmou ? Reuters que a economia brasileira pode encerrar o ano acelerando sim, mas que isso n?o "muda muito" a pol?tica monet?ria.
O Banco Central iniciou o atual ciclo de aperto monet?rio em abril passado, para combater a infla??o elevada, apesar de a economia ter perdido f?lego. Na ?ltima quarta-feira, o Comit? de Pol?tica Monet?ria do BC elevou o juro b?sico novamente em 0,5 ponto percentual, para 9,0 por cento ao ano.
Segundo o IBGE, o crescimento brasileiro no trimestre passado ante o segundo trimestre de 2012, coloca o pa?s em posi??o intermedi?ria no grupo dos BRICs (Brasil, R?ssia, ?ndia, China e ?frica do Sul).
Nessa mesma compara??o, China e ?ndia tiveram crescimento de 7,5 e 4,4 por cento, respectivamente, mas ?frica do Sul e R?ssia avan?aram no per?odo 2 e 1,2 por cento, respectivamente.
Fonte: Campo Vivo
Apesar do resultado melhor do que o esperado entre abril e junho, a atividade econ?mica vai perder f?lego no terceiro trimestre, podendo ficar estagnada ou mesmo mostrar retra??o, abalada sobretudo pela confian?a, avaliam analistas.
O Produto Interno Bruto (PIB) do pa?s cresceu 1,5 por cento no segundo trimestre na compara??o com os primeiros tr?s meses deste ano, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?stica (IBGE) nesta sexta-feira. Foi a maior alta desde o primeiro trimestre de 2010, quando ela ficou em 2,0 por cento.
Sobre o segundo trimestre de 2012, o avan?o entre abril e junho foi de 3,3 por cento. Pesquisa Reuters mostrou que, pela mediana de previs?es, a expans?o seria de 0,9 por cento na margem e de 2,5 por cento sobre igual per?odo de 2012.
"Foi um bom crescimento, forte e espalhado por todas atividades", resumiu a economista do IBGE Rebeca Palis.
A ind?stria cresceu 2,0 por cento no segundo trimestre sobre o primeiro, depois de ter recuado 0,2 por cento entre janeiro e mar?o passados. Sobre um ano antes, o setor teve expans?o de 2,8 por cento no ?ltimo trimestre, com destaque para o segmento de constru??o civil.
A Forma??o Bruta de Capital Fixo (FBCF), uma medida de investimento, subiu 3,6 por cento no primeiro trimestre sobre o per?odo imediatamente anterior, enquanto o setor agropecu?rio expandiu 3,9 por cento.
Na compara??o anual, essas atividades tiveram crescimento expressivo de 9,0 e 13,0 por cento respectivamente.
"Houve crescimento da produ??o interna de bens de capital... O c?mbio melhor ajuda na menor importa??o e h? ainda programas internos de incentivo. Algumas empresas reformaram a frota no trimestre e isso entra como investimento, al?m de maquinas agr?colas", avaliou a economista do IBGE.
O consumo das fam?lias, por?m, cresceu apenas 0,3 por cento, enquanto o consumo do governo subiu 0,5 por cento no trimestre passado, em compara??o a janeiro a mar?o, depois de terem ficado estagnadas no primeiro trimestre.
Apesar da recupera??o no trimestre passado, a atividade j? est? perdendo f?lego, afetada sobretudo pela falta de confian?a generalizada na economia, abalada ainda mais pelas manifesta??es populares em junho.
"O n?mero (do trimestre passado) surpreendeu. A agricultura teve crescimento bastante forte e houve mais forma??o bruta de capital fixo... Muito provavelmente o terceiro trimestre vai ser mais fraco, n?o s? pelo n?mero forte do segundo trimestre, mas tamb?m pelos indicadores", afirmou o economista s?nior do Espirito Santo Investment Bank, Flavio Serrano.
No ano, o economista prev? crescimento de 2,3 por cento, mas no terceiro trimestre ele deve ficar "perto de zero". Para Serrano, "o quarto ? a grande d?vida".
Indicadores de confian?a das empresas e consumidores ca?ram nos ?ltimos meses, especialmente ap?s os protestos. A gera??o de postos de trabalho formais recuou em julho ao menor n?vel para o m?s em uma d?cada, enquanto o d?lar chegou a disparar quase 20 por cento em apenas quatro meses, o que poderia afetar investimentos e alimentar a infla??o j? alta.
O pr?prio governo j? sabe que a economia deve perder f?lego na segunda metade do ano, e que o terceiro trimestre pode ter desempenho pior do que o per?odo anterior, o oposto da avalia??o que prevalecia h? poucos meses.
O cen?rio de baixo crescimento vem junto com a infla??o ainda elevada no pa?s, que j? levou o Banco Central a elevar a Selic em 1,75 ponto percentual, para 9,0 por cento ao ano, com mais aperto monet?rio esperado.
A desacelera??o da economia tamb?m coincide com a instabilidade nos mercados em meio aos planos do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, de reduzir o est?mulo ? economia norte-americana.
OTIMISMO PARA O FINAL DO ANO
Tanto economistas como o governo esperam que, apesar do trope?o esperado para o terceiro trimestre, a economia brasileira encerre o ano voltando a se expandir.
Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o bom resultado da atividade visto em abril e junho, pode recompor a confian?a na economia e levar o pa?s a voltar a ter expans?o anual m?dia de 4 por cento em 2014.
Para o gerente de renda fixa da Lerosa Investimentos, Fernando Mendes, o desempenho de agora da economia deve levar a uma corre??o, e para cima, do resultado esperado para este ano fechado.
"A gente acha que como a base desse segundo trimestre ? alta, ? natural que voc? tenha um arrefecimento no terceiro trimestre. Mas eu acho que, de forma geral, o PIB do ano deve sofrer realmente uma corre??o um pouco para cima", afirmou ele, para quem a expans?o deve ficar entre 2 e 2,5 por cento.
O resultado do segundo trimestre foi inesperado at? mesmo dentro da equipe econ?mica da presidente Dilma Rousseff. Uma importante fonte desse time afirmou ? Reuters que a economia brasileira pode encerrar o ano acelerando sim, mas que isso n?o "muda muito" a pol?tica monet?ria.
O Banco Central iniciou o atual ciclo de aperto monet?rio em abril passado, para combater a infla??o elevada, apesar de a economia ter perdido f?lego. Na ?ltima quarta-feira, o Comit? de Pol?tica Monet?ria do BC elevou o juro b?sico novamente em 0,5 ponto percentual, para 9,0 por cento ao ano.
Segundo o IBGE, o crescimento brasileiro no trimestre passado ante o segundo trimestre de 2012, coloca o pa?s em posi??o intermedi?ria no grupo dos BRICs (Brasil, R?ssia, ?ndia, China e ?frica do Sul).
Nessa mesma compara??o, China e ?ndia tiveram crescimento de 7,5 e 4,4 por cento, respectivamente, mas ?frica do Sul e R?ssia avan?aram no per?odo 2 e 1,2 por cento, respectivamente.
Fonte: Campo Vivo