Pl?stico verde ganha mercado e atrai mais investimentos no Brasil
1 de setembro de 2020
Em substitui??o ao petr?leo, a cana de a??car. A migra??o do combust?vel f?ssil para fonte renov?vel, inicialmente vista com desconfian?a, ganhou novo status no Brasil menos de um ano ap?s o in?cio das opera??es da primeira f?brica local de resina fabricada a partir do etanol.
O produto, impulsionado pela demanda de embalagens aliment?cias e de itens de higiene e beleza e pelo forte apelo mundial por sustentabilidade, deixou de ser visto como um concorrente direto do pl?stico produzido com petr?leo e deu origem a um novo mercado, cujo protagonismo tende a ser brasileiro.
O primeiro passo foi dado pela Braskem, com a instala??o de uma f?brica em Triunfo (RS) no ano passado e an?ncio de constru??o de uma nova unidade de resinas em 2013. A americana Dow Chemical e a belga Solvay tamb?m t?m projetos anunciados para o Brasil, todos com base na cana-de-a??car e voltados para nichos de mercado. "Falamos de um novo produto, que precisa cada vez mais ser diferenciado do produto convencional. ? um biopol?mero que deve ser comparado com outros biopol?meros", destaca o diretor de Neg?cios Qu?micos Renov?veis da Braskem, Marcelo Nunes.
A produ??o de resinas com uso de fontes renov?veis ainda ? bastante restrita mundialmente, com capacidade total de pouco mais de 700 mil toneladas anuais, segundo dados da associa??o europeia que acompanha o mercado de biopl?sticos. A Braskem ? l?der, com capacidade anual de 200 mil toneladas de polietilenos (PE) verdes, volume que, entretanto, representa menos de 1% da produ??o mundial dessa resina. O volume excedente ? concentrado principalmente em pa?ses do Hemisf?rio Norte que utilizam como mat?ria-prima milho e trigo, entre outros produtos.
At? 2015, a produ??o mundial de biopol?meros dever? ter um salto de 136%, prev? a European Bioplastics, para 1,7 milh?o de toneladas anuais. Caso a estimativa seja confirmada, ? previsto que o Brasil seja um dos principais destaques dessa proje??o.
F?brica. O projeto da Solvay de construir uma linha de produ??o de PVC a partir de fontes renov?veis, interrompido durante a crise econ?mica iniciada nos Estados Unidos em 2008, previa a produ??o de 60 mil toneladas anuais de eteno verde, a partir de cana de a??car, e capacidade praticamente id?ntica de PVC.
A Dow, cujo projeto tamb?m ficou interrompido durante a crise, mant?m em sigilo a capacidade da f?brica que construir? no Brasil em parceria com a japonesa Mitsui. O plano ? ter uma f?brica com escala mundial, conceito que nos padr?es de resinas produzidas a partir do petr?leo representa uma capacidade m?nima de 300 mil a 350 mil toneladas anuais. O projeto, assim como a unidade da Solvay, ser? abastecido por etanol, o que dever? ampliar a representatividade do produto extra?do da cana de a??car na fabrica??o total de biopol?meros.
A novidade do projeto da Dow, anunciado no m?s passado, ser? a integra??o das planta??es com a usina e a f?brica de resinas. Modelo semelhante ser? adotado nos futuros projetos "verdes" da Braskem - a f?brica em opera??o em Triunfo ? abastecida por etanol produzido nas regi?es Sudeste e Centro-Oeste.
Para atender a unidade, a Dow e a Mitsui construir?o uma usina com capacidade de 240 milh?es de litros de etanol. "Mas esse volume n?o atender? a totalidade da demanda (da f?brica de resina), por isso, o projeto, que ainda est? em fase de estudo de engenharia inclui tamb?m uma expans?o na produ??o de etanol", diz o diretor de Neg?cios para Alternativas Verdes e de Desenvolvimento de Novos Neg?cios da Dow para a Am?rica Latina, Luis Cirihal.
O objetivo da Dow ?, assim como a Braskem, ter um produto vi?vel financeiramente e capaz de abrir novos mercados para a resina "verde". "Falamos de um projeto a n?veis competitivos globais e de uma tecnologia com espa?o muito grande para avan?ar", diz o executivo.
O avan?o vir? principalmente do desenvolvimento de novas tecnologias para a rota verde de resinas e das pesquisas sobre a cana-de-a??car. "A produtividade comercial da cana, que em regi?es mais competitivas ? de 90 a 100 toneladas por hectare ao ano, poder? atingir 180 a 200 toneladas por hectare ao ano dentro de 10, 15 ou 20 anos", diz o gerente de desenvolvimento estrat?gico do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), Jaime Finguerut. A cana de a??car, segundo o especialista, tem capacidade para produzir em m?dia o dobro de biomassa do milho, o mais pr?ximo dentro seus concorrentes.
Al?m das perspectivas otimistas, o ambiente atual de pre?os elevados do petr?leo tamb?m ? um ponto favor?vel ? produ??o de resinas "verdes". "Acredito que o etanol como substituto da gasolina ? perfeitamente vi?vel com o petr?leo entre US$ 40 e US$ 60 o barril. Hoje, com a alta de custos do etanol, essa janela est? mais para US$ 60", diz o gerente do CTC.
Retomada. A produ??o de resinas a partir de fontes renov?veis ? o resgate de uma tecnologia presente na ind?stria brasileira na d?cada de 70 e que teve como principal nome a Salgema, uma das empresas que deram origem ? Braskem. Ap?s o movimento de est?mulo ao desenvolvimento de ?lcool no Brasil, com a cria??o do Pro?lcool, novas pol?ticas federais em rela??o ao etanol e o petr?leo, juntamente com a trajet?ria de pre?os internacionais do petr?leo, culminaram com o fim da competitividade da ind?stria alcoolqu?mica ao longo da d?cada de 80.
Tr?s d?cadas depois, a disparada do petr?leo antes da crise econ?mica iniciada nos Estados Unidos em 2008 voltou a tornar projetos com base etanol atrativos. Outro ponto determinante para esse movimento foi a dissemina??o do tema Sustentabilidade entre os consumidores e, por conseguinte, dentro das empresas. "No passado, discutia-se o custo do produto e a possibilidade de existir um pr?mio para tal. Agora, sabe-se que ? poss?vel aplicar esse pr?mio", diz Finguerut.
Fonte: Canal do Produtor
O produto, impulsionado pela demanda de embalagens aliment?cias e de itens de higiene e beleza e pelo forte apelo mundial por sustentabilidade, deixou de ser visto como um concorrente direto do pl?stico produzido com petr?leo e deu origem a um novo mercado, cujo protagonismo tende a ser brasileiro.
O primeiro passo foi dado pela Braskem, com a instala??o de uma f?brica em Triunfo (RS) no ano passado e an?ncio de constru??o de uma nova unidade de resinas em 2013. A americana Dow Chemical e a belga Solvay tamb?m t?m projetos anunciados para o Brasil, todos com base na cana-de-a??car e voltados para nichos de mercado. "Falamos de um novo produto, que precisa cada vez mais ser diferenciado do produto convencional. ? um biopol?mero que deve ser comparado com outros biopol?meros", destaca o diretor de Neg?cios Qu?micos Renov?veis da Braskem, Marcelo Nunes.
A produ??o de resinas com uso de fontes renov?veis ainda ? bastante restrita mundialmente, com capacidade total de pouco mais de 700 mil toneladas anuais, segundo dados da associa??o europeia que acompanha o mercado de biopl?sticos. A Braskem ? l?der, com capacidade anual de 200 mil toneladas de polietilenos (PE) verdes, volume que, entretanto, representa menos de 1% da produ??o mundial dessa resina. O volume excedente ? concentrado principalmente em pa?ses do Hemisf?rio Norte que utilizam como mat?ria-prima milho e trigo, entre outros produtos.
At? 2015, a produ??o mundial de biopol?meros dever? ter um salto de 136%, prev? a European Bioplastics, para 1,7 milh?o de toneladas anuais. Caso a estimativa seja confirmada, ? previsto que o Brasil seja um dos principais destaques dessa proje??o.
F?brica. O projeto da Solvay de construir uma linha de produ??o de PVC a partir de fontes renov?veis, interrompido durante a crise econ?mica iniciada nos Estados Unidos em 2008, previa a produ??o de 60 mil toneladas anuais de eteno verde, a partir de cana de a??car, e capacidade praticamente id?ntica de PVC.
A Dow, cujo projeto tamb?m ficou interrompido durante a crise, mant?m em sigilo a capacidade da f?brica que construir? no Brasil em parceria com a japonesa Mitsui. O plano ? ter uma f?brica com escala mundial, conceito que nos padr?es de resinas produzidas a partir do petr?leo representa uma capacidade m?nima de 300 mil a 350 mil toneladas anuais. O projeto, assim como a unidade da Solvay, ser? abastecido por etanol, o que dever? ampliar a representatividade do produto extra?do da cana de a??car na fabrica??o total de biopol?meros.
A novidade do projeto da Dow, anunciado no m?s passado, ser? a integra??o das planta??es com a usina e a f?brica de resinas. Modelo semelhante ser? adotado nos futuros projetos "verdes" da Braskem - a f?brica em opera??o em Triunfo ? abastecida por etanol produzido nas regi?es Sudeste e Centro-Oeste.
Para atender a unidade, a Dow e a Mitsui construir?o uma usina com capacidade de 240 milh?es de litros de etanol. "Mas esse volume n?o atender? a totalidade da demanda (da f?brica de resina), por isso, o projeto, que ainda est? em fase de estudo de engenharia inclui tamb?m uma expans?o na produ??o de etanol", diz o diretor de Neg?cios para Alternativas Verdes e de Desenvolvimento de Novos Neg?cios da Dow para a Am?rica Latina, Luis Cirihal.
O objetivo da Dow ?, assim como a Braskem, ter um produto vi?vel financeiramente e capaz de abrir novos mercados para a resina "verde". "Falamos de um projeto a n?veis competitivos globais e de uma tecnologia com espa?o muito grande para avan?ar", diz o executivo.
O avan?o vir? principalmente do desenvolvimento de novas tecnologias para a rota verde de resinas e das pesquisas sobre a cana-de-a??car. "A produtividade comercial da cana, que em regi?es mais competitivas ? de 90 a 100 toneladas por hectare ao ano, poder? atingir 180 a 200 toneladas por hectare ao ano dentro de 10, 15 ou 20 anos", diz o gerente de desenvolvimento estrat?gico do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), Jaime Finguerut. A cana de a??car, segundo o especialista, tem capacidade para produzir em m?dia o dobro de biomassa do milho, o mais pr?ximo dentro seus concorrentes.
Al?m das perspectivas otimistas, o ambiente atual de pre?os elevados do petr?leo tamb?m ? um ponto favor?vel ? produ??o de resinas "verdes". "Acredito que o etanol como substituto da gasolina ? perfeitamente vi?vel com o petr?leo entre US$ 40 e US$ 60 o barril. Hoje, com a alta de custos do etanol, essa janela est? mais para US$ 60", diz o gerente do CTC.
Retomada. A produ??o de resinas a partir de fontes renov?veis ? o resgate de uma tecnologia presente na ind?stria brasileira na d?cada de 70 e que teve como principal nome a Salgema, uma das empresas que deram origem ? Braskem. Ap?s o movimento de est?mulo ao desenvolvimento de ?lcool no Brasil, com a cria??o do Pro?lcool, novas pol?ticas federais em rela??o ao etanol e o petr?leo, juntamente com a trajet?ria de pre?os internacionais do petr?leo, culminaram com o fim da competitividade da ind?stria alcoolqu?mica ao longo da d?cada de 80.
Tr?s d?cadas depois, a disparada do petr?leo antes da crise econ?mica iniciada nos Estados Unidos em 2008 voltou a tornar projetos com base etanol atrativos. Outro ponto determinante para esse movimento foi a dissemina??o do tema Sustentabilidade entre os consumidores e, por conseguinte, dentro das empresas. "No passado, discutia-se o custo do produto e a possibilidade de existir um pr?mio para tal. Agora, sabe-se que ? poss?vel aplicar esse pr?mio", diz Finguerut.
Fonte: Canal do Produtor