Cookies: Utilizamos cookies para otimizar nosso site e coletar estatísticas de uso. Por favor, verifique nossa política de cookies.

Entendi e Fechar
Por uma colheita segura
1 de setembro de 2020

O agroneg?cio do caf? ? a principal atividade econ?mica do Esp?rito Santo. A colheita do produto ? o per?odo que mais movimenta a economia dos munic?pios do norte capixaba e, tamb?m, a ?poca que mais gera emprego tempor?rio no Estado. ? nessa ocasi?o que muitos trabalhadores de outras regi?es v?m atr?s de um emprego nos principais centros produtores. Por?m, a viol?ncia chega junto com alguns deles que utilizam a oportunidade de trabalho para fugir da pol?cia e cometer crimes no campo e nas cidades. Os munic?pios precisam se prevenir para evitar que o per?odo pr?spero da colheita n?o vire um tormento para a popula??o.

Sooretama, terceiro maior produtor de conilon do Estado, ? um dos munic?pios que registra aumento de viol?ncia durante o per?odo da colheita de caf?. De acordo com o secret?rio municipal de agricultura, Alcino Silva, na ?poca da colheita, por exemplo, h? um aumento de roubos de motos e sequestros na cidade. ?Muitos trabalhadores de outros Estados, como a Bahia, n?o voltam para a cidade de origem quando termina a colheita e ficam em Sooretama causando alguns transtornos?, diz

Existe uma preocupa??o em rela??o a seguran?a durante a colheita de caf?. Com altos ?ndices de viol?ncia no campo registrado nos ?ltimos anos, a situa??o em Sooretama chama a aten??o das autoridades. O uso em excesso de bebidas alco?licas favorece as confus?es entre os trabalhadores. De acordo com Silva, a administra??o municipal ainda n?o tem um programa especifico para evitar os altos ?ndices de viol?ncia no campo, mas pretende se movimentar. ?Vamos, em parceria com a Pol?cia Militar, tomar alguma providencia que possa diminuir os casos de furtos, brigas e crimes no munic?pio. Aumentar o n?mero de policiais na cidade na ?poca da safra de caf? e orientar os produtores nas contrata??es. Temos que ter um controle sobre a situa??o?, afirma.



No munic?pio de Vila Val?rio, principal produtor da varidade conilon no Estado, os casos de viol?ncia durante a colheita acontecem de forma mais isolada. O presidente do Sindicato Rural da cidade, Nilson Izoton de Almeida, diz que os crimes s? acontecem quando trabalhadores de fora chegam ao munic?pio j? com algum ind?cio ou sem inten??o de trabalhar. ?Mas os casos de viol?ncia s?o poucos. A maioria dos produtores contrata pessoas conhecidas, e essa ? a principal orienta??o que damos para eles no per?odo de colheita. Al?m disso, eles contam com pessoas de confian?a nos lugares de contrata??o dos trabalhadores, como na Bahia e em Minas Gerais. Essas pessoas fazem a sele??o de quem vai trabalhar na safra e procuram selecionar trabalhadores com boas refer?ncias?, explica.

Na hora de contratar os trabalhadores, segundo Izoton, a Pol?cia Militar puxa a ficha das pessoas para verificar se n?o existe nenhum ind?cio criminal. ?Isso j? inibi os bandidos, que automaticamente v?o embora. Quando os produtores percebem que alguns dos trabalhadores t?m algo de errado, eles n?o contratam. O per?odo da colheita em Vila Val?rio ? tranquilo?, afirma.



Em Linhares, principal p?lo econ?mico da regi?o norte, algumas medidas j? est?o sendo tomadas para evitar os casos de viol?ncia. A Pol?cia Militar criou um policiamento espec?fico para a ?poca da colheita, ? o policiamento rural. Segundo o tenente da 3? Companhia Independente da PM, Rony Natali, esse m?todo funciona h? dois anos e colaborou para redu??o de crimes na cidade. ?Antes, as reclama??es dos agricultores sobre objetos, equipamentos, e at? animais que sumiam na propriedade eram constantes. Depois que implantamos o policiamento rural, a quantidade de reclama??es diminuiu?, afirma o tenente.





Tenente Rony Natali: aten??o na hora de contratar



O policiamento ocorre nas propriedades rurais do munic?pio. Os policiais v?o at? o local e fazem o cadastramento dos trabalhadores. Al?m disso, eles orientam os produtores na hora da contrata??o. ?Pedimos cuidado na hora de contratar algu?m. Pe?am refer?ncia da pessoa e procurem saber a origem do trabalhador, onde ele pode ser encontrado fa?a algo de errado?, salienta Natali.



Sistema semelhante foi criado em Jaguar?. Desde abril de 2006, uma campanha para diminuir a quantidade de casos de viol?ncia no munic?pio e impedir que bandidos de outras regi?es se empreguem na cidade no per?odo da colheita de caf? foi implantada na cidade: a Campanha Safra. O maior n?mero poss?vel de trabalhadores ? cadastrado em um sistema de dados interligados ao Poder Judici?rio, Minist?rio P?blico e as Pol?cias Civil e Militar. A iniciativa ? do Conselho Municipal de Seguran?a de Jaguar? e possibilita investigar qualquer pend?ncia criminal do cadastrado.

Segundo o presidente interino do Conselho, Edinardo Carminate, na ?ltima safra, o sistema cadastrou cerca de 624 trabalhadores. A medida tem colhido bons resultados. ?Diminuiu o ind?cio de assaltos e homic?dios. A campanha est? inibindo o crescimento da criminalidade em Jaguar? durante a colheita, quando milhares de trabalhadores chegam a cidade?, diz, lembrando que 80% dos contratados para a colheita s?o de outras regi?es e estados.

Com a elabora??o pr?via da ficha do trabalhador ? poss?vel evitar contrata??es suspeitas. Em Jaguar?, j? ocorreu casos de pessoas com mandados de pris?o, ou casos de roubos e homic?dio, serem identificadas no momento do cadastro. A campanha Safra pode ser adotada por qualquer agricultor e n?o ? obrigat?ria. Para participar da campanha, o produtor deve ficar atento aos ve?culos de comunica??o. Em mar?o e abril, antes do in?cio da safra, a campanha ? divulgada nas r?dios, TV e outros meios. A partir da?, o agricultor interessado pode procurar o Conselho de Seguran?a e levar os trabalhadores que ser?o contratados para a realiza??o do cadastro no local. ?? importante que o produtor adote o m?todo. Isso pode contribuir para seguran?a da propriedade dele e da cidade em que mora?, recomenda Carminate.



Movimento pede paz no campo

Preocupado com a onde viol?ncia na zona rural do Estado, o Movimento Paz no Campo (MPC) vem lutando pela melhoria da seguran?a no interior. De acordo com o presidente do MPC, Edivaldo Permanhane, os casos de viol?ncia acontecem n?o s? no per?odo de colheita do caf?, mas o ano todo. ?Na colheita aumenta um pouco, mas a inseguran?a ? geral?, diz. Segundo ele, ? preciso uma mudan?a na pol?tica de seguran?a para que o produtor consiga trabalhar com tranquilidade. ?Ao inv?s de ficar vigiando s? o meio ambiente, tem que vigiar ? o produtor rural que n?o tem coragem nem de dormir na sua propriedade por causa da inseguran?a?, afirma Permanhane.



Fonte: Campo Vivo

Compartilhe nas Mídias Sociais

Fale Conosco
(27) 3185-9226
Av. Nossa Senhora da Penha, 1495, Torre A, 11° andar.
Santa Lúcia, Vitória-ES
CEP: 29056-243
CNPJ: 04.297.257/0001-08