Pre?o do tomate pode ficar mais barato
1 de setembro de 2020
Infla??o. A safra de inverno ser? o principal fator para redu??o do pre?o, que dever? ficar abaixo de R$2,00 o quilo do produto
O consumidor que se assustou com o pre?o do tomate nos ?ltimos meses poder? sentir um al?vio a partir desta quinzena. Com a chegada da safra de inverno no mercado, o quilo do produto pode ficar abaixo de R$ 2. A redu??o n?o ser? mais intensa porque a ?rea plantada caiu 17% em rela??o ao ano passado. Al?m disso, estima-se uma perda de 10% devido ?s condi??es clim?ticas.
O pre?o pago ao produtor chegou a subir 191%, segundo dados de fevereiro do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento. Para o consumidor, a eleva??o foi menor: 128% nos mercados de Curitiba, de acordo com os dados do ?ndice de Pre?os ao Consumidor Amplo (IPCA). O consumidor reagiu comprando menos, o que vem contribuindo para a queda de pre?os que vem sendo registrada nos ?ltimos dias. ?Os varejistas diminu?ram a compra em resposta aos consumidores?, afirma o diretor da Ceasa, em Curitiba, Val?rio Borba.
Na primeira semana de abril, a caixa (de 20 a 32 quilos) custava em m?dia R$ 100 e, na ?ltima quarta-feira (10), j? era comprada por R$ 60, uma redu??o de 40% no atacado. No varejo, o pre?o ? bastante oscilante. Segundo o Disque-Economia (servi?o da Prefeitura de Curitiba), o quilo variava ontem entre R$ 1,95 e R$ 6,99 nos supermercados da capital.
Pico em maio
No Paran?, 13% da safra de inverno j? foi colhida. O produto j? come?a a entrar no mercado, mas, segundo o coordenador de olericultura do Instituto Paranaense de Assist?ncia T?cnica e Extens?o Rural (Emater), Iniberto Hammerschmidt, aqueda no pre?o ao consumidor paranaense ser? mais intensa a partir de final de maio. ?A safra principal teve muitos problemas. Nesta safra de inverno, de forma geral tamb?m houve redu??o, mas em alguns lugares a lavoura foi boa e n?s acreditamos que o pre?o vai voltar aos patamares antigos?, acredita.
Borba, da Ceasa, concorda. ?A expectativa ? que o pre?o continue baixando no atacado e, mesmo que demore um pouco para chegar ao varejo, em abril e maio os pre?os devem estar mais baixos?, comenta.
O engenheiro agr?nomo do Deral no Paran?, Carlos Alberto Salvador, n?o arrisca uma previs?o, mas acredita que a safra de inverno ter? menos problemas clim?ticos que a safra principal. ?Agora ? uma quest?o de mercado?, acrescenta.
O Paran? deve produzir neste ano, somando as safras de ver?o e de inverno, 303,8 mil toneladas de tomate. Ele ? o sexto estado produtor no Brasil, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?stica (IBGE), sendo que o l?der do segmento ainda ? o estado de Goi?s, com uma produ??o anual de 1,02milh?o de toneladas.
Fazendo as contas
Lucros n?o compensam perdas de safras passadas, dizem agricultores.
O tomaticultor Pedro Blonski, de Reserva, na regi?o central do estado, ? s?cio em tr?s lavouras. Duas delas j? est?o com a colheita bem adiantada e, segundo ele, as perdas foram de 60%. ?Esper?vamos colher 300 caixas por mil p?s, mas conseguimos colher 150 caixas por mil p?s?, revela. Para Blonski, a culpa foi das chuvas de mar?o. ?O tomate pegou muita doen?a e a produtividade caiu?, afirma.
Reserva teve a segunda maior produ??o do estado em 2012. Respondeu por 16% da produ??o paranaense, atr?s de Maril?ndia do Sul, no Norte, que foi respons?vel por 21% da produ??o estadual. A produ??o, de 58 mil toneladas, movimentou aeconomia local com a gera??o de mil empregos no campo.
No munic?pio, a alta de pre?o no varejo n?o foi t?o bem recebida. As safras passadas acumularam muitas perdas, que tornam insuficientes os pre?os atuais. ?Se o produtor vender a caixa por
R$ 50 vai receber, na pr?tica, R$ 25 para compensar as perdas das safras passadas e a alta no custo de produ??o?, comenta o engenheiro agr?nomo da Secretaria Municipal de Agricultura de Reserva, Dulc?dio Artur Carneiro Becher.
Isso sem contar as perdas da safrinha de inverno. A lavoura de tomate ? irrigada nas ra?zes. Embora a umidade constante seja positiva, o excesso dechuva deixa ?midas as folhas, que se tornam locais prop?cios para a dissemina??o de fungos e bact?rias, segundo Becher. Por isso, a atividade n?o aceita aventureiros. ?Quando a lavoura produz bem, voc? ganha dinheiro, mas quando vai mal, vai muito mal e voc? pode perder tudo o que investiu?, comenta Blonski.
Com a alta nos pre?os, pode haver um aumento de produtores. Para Iniberto Hammerschmidt, da Emater, fica o alerta. ?O agricultor vendo que o tomate ficou caro neste ano pode achar que pode come?ar a plantar tomate o ano que vem, mas ? a? que mora o perigo porque a atividade exige muito conhecimento?, diz.
O consumidor que se assustou com o pre?o do tomate nos ?ltimos meses poder? sentir um al?vio a partir desta quinzena. Com a chegada da safra de inverno no mercado, o quilo do produto pode ficar abaixo de R$ 2. A redu??o n?o ser? mais intensa porque a ?rea plantada caiu 17% em rela??o ao ano passado. Al?m disso, estima-se uma perda de 10% devido ?s condi??es clim?ticas.
O pre?o pago ao produtor chegou a subir 191%, segundo dados de fevereiro do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento. Para o consumidor, a eleva??o foi menor: 128% nos mercados de Curitiba, de acordo com os dados do ?ndice de Pre?os ao Consumidor Amplo (IPCA). O consumidor reagiu comprando menos, o que vem contribuindo para a queda de pre?os que vem sendo registrada nos ?ltimos dias. ?Os varejistas diminu?ram a compra em resposta aos consumidores?, afirma o diretor da Ceasa, em Curitiba, Val?rio Borba.
Na primeira semana de abril, a caixa (de 20 a 32 quilos) custava em m?dia R$ 100 e, na ?ltima quarta-feira (10), j? era comprada por R$ 60, uma redu??o de 40% no atacado. No varejo, o pre?o ? bastante oscilante. Segundo o Disque-Economia (servi?o da Prefeitura de Curitiba), o quilo variava ontem entre R$ 1,95 e R$ 6,99 nos supermercados da capital.
Pico em maio
No Paran?, 13% da safra de inverno j? foi colhida. O produto j? come?a a entrar no mercado, mas, segundo o coordenador de olericultura do Instituto Paranaense de Assist?ncia T?cnica e Extens?o Rural (Emater), Iniberto Hammerschmidt, aqueda no pre?o ao consumidor paranaense ser? mais intensa a partir de final de maio. ?A safra principal teve muitos problemas. Nesta safra de inverno, de forma geral tamb?m houve redu??o, mas em alguns lugares a lavoura foi boa e n?s acreditamos que o pre?o vai voltar aos patamares antigos?, acredita.
Borba, da Ceasa, concorda. ?A expectativa ? que o pre?o continue baixando no atacado e, mesmo que demore um pouco para chegar ao varejo, em abril e maio os pre?os devem estar mais baixos?, comenta.
O engenheiro agr?nomo do Deral no Paran?, Carlos Alberto Salvador, n?o arrisca uma previs?o, mas acredita que a safra de inverno ter? menos problemas clim?ticos que a safra principal. ?Agora ? uma quest?o de mercado?, acrescenta.
O Paran? deve produzir neste ano, somando as safras de ver?o e de inverno, 303,8 mil toneladas de tomate. Ele ? o sexto estado produtor no Brasil, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?stica (IBGE), sendo que o l?der do segmento ainda ? o estado de Goi?s, com uma produ??o anual de 1,02milh?o de toneladas.
Fazendo as contas
Lucros n?o compensam perdas de safras passadas, dizem agricultores.
O tomaticultor Pedro Blonski, de Reserva, na regi?o central do estado, ? s?cio em tr?s lavouras. Duas delas j? est?o com a colheita bem adiantada e, segundo ele, as perdas foram de 60%. ?Esper?vamos colher 300 caixas por mil p?s, mas conseguimos colher 150 caixas por mil p?s?, revela. Para Blonski, a culpa foi das chuvas de mar?o. ?O tomate pegou muita doen?a e a produtividade caiu?, afirma.
Reserva teve a segunda maior produ??o do estado em 2012. Respondeu por 16% da produ??o paranaense, atr?s de Maril?ndia do Sul, no Norte, que foi respons?vel por 21% da produ??o estadual. A produ??o, de 58 mil toneladas, movimentou aeconomia local com a gera??o de mil empregos no campo.
No munic?pio, a alta de pre?o no varejo n?o foi t?o bem recebida. As safras passadas acumularam muitas perdas, que tornam insuficientes os pre?os atuais. ?Se o produtor vender a caixa por
R$ 50 vai receber, na pr?tica, R$ 25 para compensar as perdas das safras passadas e a alta no custo de produ??o?, comenta o engenheiro agr?nomo da Secretaria Municipal de Agricultura de Reserva, Dulc?dio Artur Carneiro Becher.
Isso sem contar as perdas da safrinha de inverno. A lavoura de tomate ? irrigada nas ra?zes. Embora a umidade constante seja positiva, o excesso dechuva deixa ?midas as folhas, que se tornam locais prop?cios para a dissemina??o de fungos e bact?rias, segundo Becher. Por isso, a atividade n?o aceita aventureiros. ?Quando a lavoura produz bem, voc? ganha dinheiro, mas quando vai mal, vai muito mal e voc? pode perder tudo o que investiu?, comenta Blonski.
Com a alta nos pre?os, pode haver um aumento de produtores. Para Iniberto Hammerschmidt, da Emater, fica o alerta. ?O agricultor vendo que o tomate ficou caro neste ano pode achar que pode come?ar a plantar tomate o ano que vem, mas ? a? que mora o perigo porque a atividade exige muito conhecimento?, diz.