Presentes em 12 estados brasileiros, seringueiros contribuem para a gera??o de empregos e renda
1 de setembro de 2020
Em comemora??o ao Dia do Seringueiro, conhe?a as hist?rias de tr?s produtores dos estados da Bahia, Esp?rito Santo e Mato Grosso
Bras?lia (03/03/2016) ? Importante commodity agr?cola, a borracha natural ? considerada produto estrat?gico para a economia global. A diversidade de sua aplica??o industrial, essencial na manufatura de artefatos usados na ind?stria pneum?tica e automotora, avi?es e tratores agr?colas, al?m de utilizada na fabrica??o de pisos industriais, luvas e materiais cir?rgicos, confere o elevado grau de import?ncia econ?mica da heveicultura. O setor comemora nesta quinta-feira, (03/03), o Dia do Seringueiro e a Confedera??o da Agricultura e Pecu?ria do Brasil (CNA), juntamente com as federa??es da agricultura e pecu?ria e sindicatos de produtores rurais, parabeniza a todos os profissionais da borracha pela atua??o e dedica??o no cultivo e explora??o da esp?cie.
O seringueiro ? o personagem principal t?pico da regi?o dos seringais. ? aquele que extrai o l?tex das seringueiras e viabiliza sua transforma??o em borracha natural. A experi?ncia e a compet?ncia profissionais s?o fundamentais na extra??o, que come?a com a retirada de uma pequena por??o da casca da ?rvore, logo acima da linha de corte. Esse procedimento precisa do encaixe perfeito da faca na planta para uma realiza??o bem sucedida do manejo.
No Brasil, a seringueira ? cultivada em doze estados: S?o Paulo, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Goi?s, Esp?rito Santo, Par?, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Paran?, Amazonas e Acre. S?o mais de 25 mil fam?lias que vivem do produto da seringueira em mais de 40 mil hectares de ?rea plantada. O setor, que emprega uma pessoa por quatro hectares, ? respons?vel pela gera??o de 80 mil postos de trabalho no pa?s. Para a assessora t?cnica da Comiss?o Nacional de Silvicultura e Agrossilvicultura da CNA, Camila Braga, ?isso indica a import?ncia da cultura no aspecto social, ambiental e para seguran?a e qualidade de vida dos produtores?.
A produ??o nacional brasileira de borracha natural (l?tex coagulado), em 2014, foi de 320 mil toneladas (Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?stica - IBGE). O estado de S?o Paulo respondeu por 58% da produ??o nacional, com 185 mil toneladas. Bahia produziu 48 mil toneladas, Mato Grosso, 27 mil e Esp?rito Santo, 11 mil toneladas.
A seringueira possui safra de 10 meses e, mantidas as t?cnicas adequadas de manejo, produz l?tex por mais de 30 anos. O mercado interno possui hist?rica depend?ncia da borracha importada, que atualmente atende 2/3 do consumo. De acordo com a Ag?ncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT-2015), a frota de ve?culos de cargas aumentou de 1,3 milh?o para 2,3 milh?es de unidades, entre 2008 e 2014, aumentando a demanda do produto pelas ind?strias automotoras e pneum?ticas.
A borracha in natura ? considerada um produto estrat?gico para a economia mundial e h? diversidade de aplica??o na ind?stria. O segmento voltado ? produ??o de pneus, por exemplo, consome mais de 70% da produ??o de borracha natural. Presente tamb?m na fabrica??o do lacre de prote??o do botij?o de g?s, pisos industriais e materiais cir?rgicos.
Mais competitividade - A Comiss?o Nacional de Silvicultura e Agrossilvicultura da CNA n?o tem medido esfor?os nas iniciativas para aumentar a competitividade da heveicultura nacional. Nesse sentido, dentre as principais a??es da Comiss?o est?o a parceira com o Servi?o Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), para produ??o de cartilhas e cursos de capacita??o sobre Boas Pr?ticas Agr?colas na Heveicultura e T?cnicas de Explora??o do Seringal; acompanhamento do mercado da borracha natural para orienta??o de produtores na negocia??o de pre?os; acompanhamento na C?mara de Com?rcio Exterior sobre a tarifa de importa??o da borracha natural, al?m de participar da elabora??o de propostas para o Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas.
Conhe?a abaixo hist?rias de tr?s produtores, dos estados de Mato Grosso, Bahia e Esp?rito Santo. Os textos foram produzidos em colabora??o com as Assessorias de Comunica??o das Federa??es da Agricultura e Pecu?ria dos estados.
MATO GROSSO
Ricardo Ferraz de Camargo
Presidente da Associa??o dos Heveicultores de Mato Grosso (Ahevea-MT) e propriet?rio de seringais no munic?pio de Barra de Bugres, o seringalista Ricardo Ferraz de Camargo costuma dizer que o seringueiro ? o ?artes?o e soldado da borracha?. Camargo iniciou a produ??o de seringueira no estado em 1982, mas j? produzia no Acre, desde 1975, e em Rond?nia, desde 1980. Ele conta que seu plantio de seringueira ? tradicional e que trabalha com parceria agr?cola h? mais de 31 anos. ?A seringueira ? uma alternativa de produ??o e renda para o produtor rural. ? um trabalho esplendoroso, pois envolve pessoas do campo que sabem lidar com os segredos da natureza. O artes?o da borracha, al?m de trabalhar por amor, tira dali o sustento da fam?lia?, explica. Para trabalhar na atividade, ele diz, precisa ter o dom e ser paciente para n?o machucar a ?rvore, pois quando a planta ? ferida, o seringueiro perde a produ??o. ?? comum ver homens e mulheres com idades avan?adas nesse manejo. Essa ? a melhor profiss?o para a terceira idade?. Quando perguntado sobre as principais dificuldades do setor, o presidente da associa??o desabafa sobre a falta de pol?ticas p?blicas e o baixo pre?o pago. ?Infelizmente em nosso pa?s n?o h? pol?ticas eficazes que garantam a estabilidade dos seringalistas. N?s sofremos com os pre?os e desvaloriza??o da categoria. Precisamos que o governo do estado incentive a cultura da borracha por meio de programas de financiamento, levando em considera??o seu potencial econ?mico. ? necess?rio buscar estrat?gias para que tenhamos resultados mais satisfat?rios?, finaliza Ricardo Camargo.
BAHIA
Gileno Ara?jo dos Santos
Membro do Sindicato dos Produtores Rurais de Ituber? (SPRI), na Bahia, o produtor Gileno Ara?jo dos Santos iniciou seu plantio de seringueira em 2003. Gileno utilizava a seringueira como sobra para os cultivos de cacau, rambutan, cupua?u, por meio do sistema agroflorestal, que permite o aproveitamento da ?rea em dois ou tr?s cultivos. ?A seringueira ? um excelente cultivo, desde que seja consorciado, pois o retorno da produ??o s? se d? ap?s seis anos de plantio. Ap?s o in?cio da explora??o, obtemos receitas di?rias e vida ?til de trinta a quarenta anos?. A comercializa??o de Gileno ? feita por meio da Cooperativa dos Agricultores Familiares do Baixo Sul, de Ituber?. ?Estou buscando, juntamente com outros produtores, um mercado mais justo. Como nosso plantio ? todo no modelo consorciado com as culturas do cacau, mangust?o, rambutan e cupua?u, n?o ficamos ref?ns apenas do cultivo da seringueira e, ainda, diversificamos a explora??o da ?rea que dispomos?, conta. Para o produtor baiano, o pre?o ? a maior dificuldade enfrentada diariamente pelo seringueiro e ?hoje est? mais barato importar do que comprar no Brasil. A escassez de m?o de obra especializada para realizar a sangria e o ataque de pragas, como a lagarta mandarov?, dificultam nossa vida?, desabafa Gileno Ara?jo.
ESP?RITO SANTO
Jos? Manoel Monteiro de Castro
H? 30 anos na atividade de seringueiro, associado ? Cooperativa dos Seringalistas do Esp?rito Santo (Heveacoop), de Vila Velha, e ao Sindicato Rural da regi?o, o capixaba Jos? Manoel Monteiro de Castro conta que a melhor escolha foi se aventurar com o plantio da ?rvore. Em 1982, recorreu a um programa federal de incentivo ao plantio e hoje comemora a qualidade de vida conquistada. ?Obtive com a sangria de tr?s mil p?s de seringueiras uma renda mensal regular, fator principal que me levou a consorciar, em meus 32 hectares de terras, com cacau e palm?ceas?. Sua propriedade ?Quinta Serr?o Monteiro de Castro? fica na comunidade Maranh?o, no munic?pio de Iconha, no Esp?rito Santo. ?Na sangria trabalham eu, minha esposa, alguns parceiros rurais e s?cios da Cooperativa. Por dia, sangramos 500 ?rvores que, ao fim do m?s, rendem 1.700 quilos de borracha natural, vendidos ? cooperativa, a R$ 2,30?. Atualmente o produtor caminha para mais um investimento no seringal, com expans?o de 9 mil ?rvores, o qual metade vem de recurso pr?prio e o restante proveniente de financiamento do Banco do Brasil. ?Essa ? a hora de investir. Mesmo com a borracha brasileira sofrendo concorr?ncia desleal da China, nossa commodity vai se recuperar no mercado e teremos bons resultados?, conclui Monteiro.
Fonte: Canal do Produtor
Bras?lia (03/03/2016) ? Importante commodity agr?cola, a borracha natural ? considerada produto estrat?gico para a economia global. A diversidade de sua aplica??o industrial, essencial na manufatura de artefatos usados na ind?stria pneum?tica e automotora, avi?es e tratores agr?colas, al?m de utilizada na fabrica??o de pisos industriais, luvas e materiais cir?rgicos, confere o elevado grau de import?ncia econ?mica da heveicultura. O setor comemora nesta quinta-feira, (03/03), o Dia do Seringueiro e a Confedera??o da Agricultura e Pecu?ria do Brasil (CNA), juntamente com as federa??es da agricultura e pecu?ria e sindicatos de produtores rurais, parabeniza a todos os profissionais da borracha pela atua??o e dedica??o no cultivo e explora??o da esp?cie.
O seringueiro ? o personagem principal t?pico da regi?o dos seringais. ? aquele que extrai o l?tex das seringueiras e viabiliza sua transforma??o em borracha natural. A experi?ncia e a compet?ncia profissionais s?o fundamentais na extra??o, que come?a com a retirada de uma pequena por??o da casca da ?rvore, logo acima da linha de corte. Esse procedimento precisa do encaixe perfeito da faca na planta para uma realiza??o bem sucedida do manejo.
No Brasil, a seringueira ? cultivada em doze estados: S?o Paulo, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Goi?s, Esp?rito Santo, Par?, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Paran?, Amazonas e Acre. S?o mais de 25 mil fam?lias que vivem do produto da seringueira em mais de 40 mil hectares de ?rea plantada. O setor, que emprega uma pessoa por quatro hectares, ? respons?vel pela gera??o de 80 mil postos de trabalho no pa?s. Para a assessora t?cnica da Comiss?o Nacional de Silvicultura e Agrossilvicultura da CNA, Camila Braga, ?isso indica a import?ncia da cultura no aspecto social, ambiental e para seguran?a e qualidade de vida dos produtores?.
A produ??o nacional brasileira de borracha natural (l?tex coagulado), em 2014, foi de 320 mil toneladas (Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?stica - IBGE). O estado de S?o Paulo respondeu por 58% da produ??o nacional, com 185 mil toneladas. Bahia produziu 48 mil toneladas, Mato Grosso, 27 mil e Esp?rito Santo, 11 mil toneladas.
A seringueira possui safra de 10 meses e, mantidas as t?cnicas adequadas de manejo, produz l?tex por mais de 30 anos. O mercado interno possui hist?rica depend?ncia da borracha importada, que atualmente atende 2/3 do consumo. De acordo com a Ag?ncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT-2015), a frota de ve?culos de cargas aumentou de 1,3 milh?o para 2,3 milh?es de unidades, entre 2008 e 2014, aumentando a demanda do produto pelas ind?strias automotoras e pneum?ticas.
A borracha in natura ? considerada um produto estrat?gico para a economia mundial e h? diversidade de aplica??o na ind?stria. O segmento voltado ? produ??o de pneus, por exemplo, consome mais de 70% da produ??o de borracha natural. Presente tamb?m na fabrica??o do lacre de prote??o do botij?o de g?s, pisos industriais e materiais cir?rgicos.
Mais competitividade - A Comiss?o Nacional de Silvicultura e Agrossilvicultura da CNA n?o tem medido esfor?os nas iniciativas para aumentar a competitividade da heveicultura nacional. Nesse sentido, dentre as principais a??es da Comiss?o est?o a parceira com o Servi?o Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), para produ??o de cartilhas e cursos de capacita??o sobre Boas Pr?ticas Agr?colas na Heveicultura e T?cnicas de Explora??o do Seringal; acompanhamento do mercado da borracha natural para orienta??o de produtores na negocia??o de pre?os; acompanhamento na C?mara de Com?rcio Exterior sobre a tarifa de importa??o da borracha natural, al?m de participar da elabora??o de propostas para o Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas.
Conhe?a abaixo hist?rias de tr?s produtores, dos estados de Mato Grosso, Bahia e Esp?rito Santo. Os textos foram produzidos em colabora??o com as Assessorias de Comunica??o das Federa??es da Agricultura e Pecu?ria dos estados.
MATO GROSSO
Ricardo Ferraz de Camargo
Presidente da Associa??o dos Heveicultores de Mato Grosso (Ahevea-MT) e propriet?rio de seringais no munic?pio de Barra de Bugres, o seringalista Ricardo Ferraz de Camargo costuma dizer que o seringueiro ? o ?artes?o e soldado da borracha?. Camargo iniciou a produ??o de seringueira no estado em 1982, mas j? produzia no Acre, desde 1975, e em Rond?nia, desde 1980. Ele conta que seu plantio de seringueira ? tradicional e que trabalha com parceria agr?cola h? mais de 31 anos. ?A seringueira ? uma alternativa de produ??o e renda para o produtor rural. ? um trabalho esplendoroso, pois envolve pessoas do campo que sabem lidar com os segredos da natureza. O artes?o da borracha, al?m de trabalhar por amor, tira dali o sustento da fam?lia?, explica. Para trabalhar na atividade, ele diz, precisa ter o dom e ser paciente para n?o machucar a ?rvore, pois quando a planta ? ferida, o seringueiro perde a produ??o. ?? comum ver homens e mulheres com idades avan?adas nesse manejo. Essa ? a melhor profiss?o para a terceira idade?. Quando perguntado sobre as principais dificuldades do setor, o presidente da associa??o desabafa sobre a falta de pol?ticas p?blicas e o baixo pre?o pago. ?Infelizmente em nosso pa?s n?o h? pol?ticas eficazes que garantam a estabilidade dos seringalistas. N?s sofremos com os pre?os e desvaloriza??o da categoria. Precisamos que o governo do estado incentive a cultura da borracha por meio de programas de financiamento, levando em considera??o seu potencial econ?mico. ? necess?rio buscar estrat?gias para que tenhamos resultados mais satisfat?rios?, finaliza Ricardo Camargo.
BAHIA
Gileno Ara?jo dos Santos
Membro do Sindicato dos Produtores Rurais de Ituber? (SPRI), na Bahia, o produtor Gileno Ara?jo dos Santos iniciou seu plantio de seringueira em 2003. Gileno utilizava a seringueira como sobra para os cultivos de cacau, rambutan, cupua?u, por meio do sistema agroflorestal, que permite o aproveitamento da ?rea em dois ou tr?s cultivos. ?A seringueira ? um excelente cultivo, desde que seja consorciado, pois o retorno da produ??o s? se d? ap?s seis anos de plantio. Ap?s o in?cio da explora??o, obtemos receitas di?rias e vida ?til de trinta a quarenta anos?. A comercializa??o de Gileno ? feita por meio da Cooperativa dos Agricultores Familiares do Baixo Sul, de Ituber?. ?Estou buscando, juntamente com outros produtores, um mercado mais justo. Como nosso plantio ? todo no modelo consorciado com as culturas do cacau, mangust?o, rambutan e cupua?u, n?o ficamos ref?ns apenas do cultivo da seringueira e, ainda, diversificamos a explora??o da ?rea que dispomos?, conta. Para o produtor baiano, o pre?o ? a maior dificuldade enfrentada diariamente pelo seringueiro e ?hoje est? mais barato importar do que comprar no Brasil. A escassez de m?o de obra especializada para realizar a sangria e o ataque de pragas, como a lagarta mandarov?, dificultam nossa vida?, desabafa Gileno Ara?jo.
ESP?RITO SANTO
Jos? Manoel Monteiro de Castro
H? 30 anos na atividade de seringueiro, associado ? Cooperativa dos Seringalistas do Esp?rito Santo (Heveacoop), de Vila Velha, e ao Sindicato Rural da regi?o, o capixaba Jos? Manoel Monteiro de Castro conta que a melhor escolha foi se aventurar com o plantio da ?rvore. Em 1982, recorreu a um programa federal de incentivo ao plantio e hoje comemora a qualidade de vida conquistada. ?Obtive com a sangria de tr?s mil p?s de seringueiras uma renda mensal regular, fator principal que me levou a consorciar, em meus 32 hectares de terras, com cacau e palm?ceas?. Sua propriedade ?Quinta Serr?o Monteiro de Castro? fica na comunidade Maranh?o, no munic?pio de Iconha, no Esp?rito Santo. ?Na sangria trabalham eu, minha esposa, alguns parceiros rurais e s?cios da Cooperativa. Por dia, sangramos 500 ?rvores que, ao fim do m?s, rendem 1.700 quilos de borracha natural, vendidos ? cooperativa, a R$ 2,30?. Atualmente o produtor caminha para mais um investimento no seringal, com expans?o de 9 mil ?rvores, o qual metade vem de recurso pr?prio e o restante proveniente de financiamento do Banco do Brasil. ?Essa ? a hora de investir. Mesmo com a borracha brasileira sofrendo concorr?ncia desleal da China, nossa commodity vai se recuperar no mercado e teremos bons resultados?, conclui Monteiro.
Fonte: Canal do Produtor