Prevendo o tamanho da safra brasileira: al?m da flora??o
1 de setembro de 2020
A flora??o vem sendo satisfat?ria na maioria das regi?es produtoras de ar?bica do Brasil e o mesmo aconteceu com o conilon anteriormente. Seria esta uma indica??o de uma colheita gigante? O que aconteceu ap?s a flora??o nos ?ltimos dois anos ? seca no per?odo de desenvolvimento das cerejas ? indica que talvez seja muito cedo para tal conclus?o. Mas antes de entrarmos neste assunto, vamos rever o que aconteceu de 2013 at? hoje.
O Brasil teve uma temporada de flora??o t?pica ou normal em 2013 mas a produ??o foi frustrada pela seca de janeiro a mar?o de 2014 que impediu muitas cerejas de se desenvolverem em gr?os vi?veis e causou, consequentemente, perda de peso. A flora??o em 2014 foi menor que o usual devido ao d?ficit h?drico sofrido pelas plantas j? afetadas pela grande carga que suportaram. Era esperado que as cerejas resultantes produziriam gr?os de tamanho normal, mas agora sabemos que uma breve seca em janeiro de 2015 afetou o tamanho de peneira mais do que esperado. O que aconteceu nas safras de 2014 e 2015 leva ? conclus?o de que mais do que nunca, qualquer previs?o de safra no Brasil precisa levar em conta a precipita??o no per?odo de forma??o e desenvolvimento das cerejas e que a quantidade de chuva esperada pode diminuir como resultado de mudan?as clim?ticas. Em outras palavras, a pr?tica de associar diretamente boa florada com grandes safras pode estar se tornando uma grande simplifica??o.
Todos n?s envolvidos no agroneg?cio caf? lemos e ouvimos muito sobre mudan?as clim?ticas desde que a seca de 2014 atingiu ?reas brasileiras produtoras de caf?. Resumo aqui tr?s vers?es diferentes sobre a seca de 2014: (1) foi um fen?meno isolado, com poucas chances de acontecer novamente, (2) foi parte de um padr?o recorrente de secas que acontece a cada tantas d?cadas ou (3) foi o in?cio de um novo padr?o que acontecer? frequentemente. N?o importa qual teoria prevale?a ? e apenas o tempo mostrar? ? ? fato que houve uma seca pequena em 2015 e as temperaturas foram mais altas do que as m?dias hist?ricas. Isto introduz um novo fator paraprevis?o de safras: a temperatura.
Temos evid?ncia de que mesmo ?reas irrigadas perderam produ??o devido a temperaturas anormalmente altas no per?odo de desenvolvimento das cerejas em 2014. Temperaturas extremamente altas podem fazer com que as flores n?o ?peguem? e causar lentid?o na fotoss?ntese com impactos ?bvios na produ??o. As temperaturas est?o certamente acima da m?dia no presente per?odo de flora??o no Brasil, e se aproximando agora de n?veis extremos.
A mudan?a clim?tica ? um fato, e deve-se levar a flora??o em considera??o como primeiro fator cr?tico para previs?o de safra. Mas para que a florada se converta em safra s?o necess?rias chuvas em volume suficiente para fazer com que as flores produzam fruto e que tais frutos se desenvolvam e as temperaturas devem estar em n?veis que n?o coloquem a florada ou o desenvolvimento das cerejas em risco. Com isto em mente, a aten??o do mercado deve ser focada em dois ?per?odos de controle?: o per?odo de flora??o, de setembro a novembro, e o per?odo de crescimento dascerejas, de janeiro a mar?o, com temperaturas e chuvas monitoradas durante e al?m de tais per?odos. Talvez prever safras tenha sido uma tarefa mais f?cil no passado...
Por ?ltimo, mas n?o menos importante, ferramentas de mitiga??o das mudan?as clim?ticas existem ? irriga??o, sombreamento, plantio profundo, novas variedades, etc. ? e outras ser?o criadas mas aparentemente, os pa?ses produtores mais competitivos, por exemplo, os mais avan?ados tecnologicamente e com cadeias de abastecimento melhor organizadas dentro e fora da fazenda, s?o os que se adaptar?o melhor e mais rapidamente ?s mudan?as clim?ticas e se tornar?o ainda mais competitivos do que s?o atualmente. Isto n?o deveria ser uma surpresa j? que estes pa?ses concentram a maior parte da pesquisa em caf? e tem os sistemas de extens?o rural e financiamento mais avan?ados, para citar apenas alguns fatores. A tend?ncia atual dos maiores pa?ses produtores de caf? aumentarem sua fatia de mercado ser? provavelmente intensificada pelas mudan?as clim?ticas.
Fonte: Campo Vivo
O Brasil teve uma temporada de flora??o t?pica ou normal em 2013 mas a produ??o foi frustrada pela seca de janeiro a mar?o de 2014 que impediu muitas cerejas de se desenvolverem em gr?os vi?veis e causou, consequentemente, perda de peso. A flora??o em 2014 foi menor que o usual devido ao d?ficit h?drico sofrido pelas plantas j? afetadas pela grande carga que suportaram. Era esperado que as cerejas resultantes produziriam gr?os de tamanho normal, mas agora sabemos que uma breve seca em janeiro de 2015 afetou o tamanho de peneira mais do que esperado. O que aconteceu nas safras de 2014 e 2015 leva ? conclus?o de que mais do que nunca, qualquer previs?o de safra no Brasil precisa levar em conta a precipita??o no per?odo de forma??o e desenvolvimento das cerejas e que a quantidade de chuva esperada pode diminuir como resultado de mudan?as clim?ticas. Em outras palavras, a pr?tica de associar diretamente boa florada com grandes safras pode estar se tornando uma grande simplifica??o.
Todos n?s envolvidos no agroneg?cio caf? lemos e ouvimos muito sobre mudan?as clim?ticas desde que a seca de 2014 atingiu ?reas brasileiras produtoras de caf?. Resumo aqui tr?s vers?es diferentes sobre a seca de 2014: (1) foi um fen?meno isolado, com poucas chances de acontecer novamente, (2) foi parte de um padr?o recorrente de secas que acontece a cada tantas d?cadas ou (3) foi o in?cio de um novo padr?o que acontecer? frequentemente. N?o importa qual teoria prevale?a ? e apenas o tempo mostrar? ? ? fato que houve uma seca pequena em 2015 e as temperaturas foram mais altas do que as m?dias hist?ricas. Isto introduz um novo fator paraprevis?o de safras: a temperatura.
Temos evid?ncia de que mesmo ?reas irrigadas perderam produ??o devido a temperaturas anormalmente altas no per?odo de desenvolvimento das cerejas em 2014. Temperaturas extremamente altas podem fazer com que as flores n?o ?peguem? e causar lentid?o na fotoss?ntese com impactos ?bvios na produ??o. As temperaturas est?o certamente acima da m?dia no presente per?odo de flora??o no Brasil, e se aproximando agora de n?veis extremos.
A mudan?a clim?tica ? um fato, e deve-se levar a flora??o em considera??o como primeiro fator cr?tico para previs?o de safra. Mas para que a florada se converta em safra s?o necess?rias chuvas em volume suficiente para fazer com que as flores produzam fruto e que tais frutos se desenvolvam e as temperaturas devem estar em n?veis que n?o coloquem a florada ou o desenvolvimento das cerejas em risco. Com isto em mente, a aten??o do mercado deve ser focada em dois ?per?odos de controle?: o per?odo de flora??o, de setembro a novembro, e o per?odo de crescimento dascerejas, de janeiro a mar?o, com temperaturas e chuvas monitoradas durante e al?m de tais per?odos. Talvez prever safras tenha sido uma tarefa mais f?cil no passado...
Por ?ltimo, mas n?o menos importante, ferramentas de mitiga??o das mudan?as clim?ticas existem ? irriga??o, sombreamento, plantio profundo, novas variedades, etc. ? e outras ser?o criadas mas aparentemente, os pa?ses produtores mais competitivos, por exemplo, os mais avan?ados tecnologicamente e com cadeias de abastecimento melhor organizadas dentro e fora da fazenda, s?o os que se adaptar?o melhor e mais rapidamente ?s mudan?as clim?ticas e se tornar?o ainda mais competitivos do que s?o atualmente. Isto n?o deveria ser uma surpresa j? que estes pa?ses concentram a maior parte da pesquisa em caf? e tem os sistemas de extens?o rural e financiamento mais avan?ados, para citar apenas alguns fatores. A tend?ncia atual dos maiores pa?ses produtores de caf? aumentarem sua fatia de mercado ser? provavelmente intensificada pelas mudan?as clim?ticas.
Fonte: Campo Vivo