Produtores brasileiros investem em caf? gourmet para escapar de oscila??es na economia
1 de setembro de 2020
Assim que o sol nasce na Serra de Capara?, no Esp?rito Santo, Tarcisio Lacerda leva a reportagem da BBC para um tour em sua propriedade. No passeio em sua picape, por meio das colinas, ? poss?vel avistar os trabalhadores colhendo gr?os de caf? nas planta??es que tomam o vasto vale ao redor.
O caf? tem sido a espinha dorsal econ?mica dessa regi?o h? mais de um s?culo.
Por d?cadas, a fam?lia de Lacerda conheceu a riqueza e a pobreza, uma vez que sua renda sempre oscilou em torno do caf?. Secas, medidas do governo, consumo global e quest?es cambiais, entre outros fatores, foram b?n??os e maldi??es que determinavam seu destino.
Mas, nos ?ltimos cinco anos, os fazendeiros dessa regi?o brasileira est?o encontrando novas maneiras para comandar seu pr?prio destino em um cen?rio global em que, ap?s um per?odo de boom no pre?o das commodities, economias como a brasileira t?m dificuldades para se ajustar ? queda na demanda e aos pre?os menores.
Tarcisio Lacerda levou a BBC at? o topo de uma colina e mostrou o segredo deles.
Especial
O vale est? cheio de plantas de caf? ? mas nem todas necessariamente produzem um bom caf?. No passado, os fazendeiros costumavam coletar todos os gr?os, coloc?-los em sacas e embarc?-los em navios rumo ao exterior, aceitando qualquer pre?o que estivesse listado no mercado de commodities.
Agora, por?m, Tarcisio Lacerda e sua fam?lia est?o separando os melhores gr?os ? a maioria deles cultivados 1,5 mil metros acima do n?vel do mar ? e produzindo suas pr?prias marcas especiais com eles. O restante ? vendido ao mercado ainda na forma de gr?os verdes, ou seja, baratos e n?o processados.
"Normalmente n?s dobramos o pre?o ao migrar da commodity para a especialidade. Uma saca de caf? comum vale agora R$ 450, mas n?s podemos vender o caf? especial por cerca de R$ 900 ou R$ 1 mil", conta.
A fazenda vizinha ? de Tarcisio, a Forquilha do Rio, venceu alguns dos principais pr?mios brasileiros dedicados ao caf?. A qualidade de seu produto se deve ?s favor?veis condi??es locais ? temperaturas amenas, boa exposi??o ao sol e altitude elevada.
"N?s sab?amos que nosso caf? era bom, mas n?o t?nhamos a menor ideia de que era t?o bom assim. E foi assim at? come?armos a disputar esses concursos, h? cerca de cinco anos. Descobrimos o qu?o valioso ele ?", diz Afonso de Abreu Lacerda (que n?o ? parente de Tarcisio) em frente a um arm?rio cheio de trof?us.
Em 2012, quando a Forquilha do Rio venceu um dos principais pr?mios do pa?s, eles conseguiam vender um de seus lotes por US$ 950 (R$ 3,5 mil), mais que seis vezes o pre?o da commodity ? ?poca.
Hoje, a fazenda exporta seu pr?prio produto final, com sua marca, para China e Jap?o.
Revolu??o dos jovens
A "revolu??o do caf? gourmet" ocorre, em parte, gra?as a Jhone, de 26 anos, filho de Tarcisio.
Quando tinha apenas 15 anos, ele largou a escola e se mudou para a propriedade da fam?lia, determinado a aprender tudo sobre o mercado do caf?.
A cada temporada, pai e filho experimentaram diferentes formas de colheita, secagem e torrefa??o de seu produto.
Jhone desenhou, construiu e patenteou um novo equipamento para secagem ? respons?vel, em boa parte, por tornar gr?os commodity em caf? gourmet.
Ele tamb?m se tornou um Q-Grader licenciado ? ou seja, parte de uma categoria altamente qualificada de provadores de caf?.
Pai e filho come?aram a desenvolver sua marca, a Fazenda Santa Rita, ap?s comprarem torrefadoras. Agora, comercializam seus pr?prios pacotes.
Imposi??o do mercado
O principal desafio de Jhone Lacerda era produzir caf? de qualidade pronto para o consumo e, com isso, deixar de depender do mercado das commodities.
"Essa mudan?a de curso foi algo que o mercado nos imp?s. N?s est?vamos acostumados a depender do pre?o das commodities, de aspectos como quanto caf? as pessoas estavam bebendo em outros pa?ses ou se esses locais estavam em crise ou n?o", diz ele.
"Queremos fazer parte de um setor menor, mas que n?o depende apenas da demanda. No mercado do caf? especial, n?o ? a demanda global que determina o pre?o. ? a qualidade do produto que voc? oferece."
Com esse pensamento, fazendeiros da regi?o est?o atuando em conjunto para elevar a qualidade de seus produtos.
E Jhone tem um papel importante: ele usa suas habilidades de provador Q-Grade para aconselhar todos os produtores vizinhos sobre qual pre?o cobrar por sua produ??o.
Com outras duas fam?lias, ele criou o Montanhas do Capara?, um mix de alguns dos melhores caf?s da regi?o, que j? venceu um dos principais pr?mios do pa?s.
Jhone agora est? de volta ? escola: ele estuda a produ??o do caf? no Instituto Federal do Esp?rito Santo.
Brasil importa o caf? brasileiro
Segundo seu pai, o Brasil finalmente acordou de um sono de s?culos e sente o cheiro de seu pr?prio caf? especial. Seus pais, diz, jamais pensaram nisso.
O pa?s ?, de longe, o maior produtor e exportador mundial de caf?. Cerca de um ter?o do caf? mundial vem de terras brasileiras ? mas praticamente tudo isso ? composto de gr?os verdes, com valor agregado muito baixo.
A Alemanha, por exemplo, n?o colhe caf?, mas ? um dos maiores exportadores globais. Ela importa gr?os crus e os transforma em marcas finais, as quais vende para outros pa?ses por pre?os altos.
O valor que o Brasil agrega a seu caf? ? t?o baixo que o pa?s importa exatamente os mesmos gr?os que exporta ? uma l?gica que desafia os economistas.
Esse ? o caso da mistura que est? dentro das c?psulas da marca Dolce Gusto, da Nestl?. Gr?os verdes do Brasil s?o enviados ? Alemanha e ao Reino Unido para serem transformados em c?psulas. Essas mesmas c?psulas s?o, ent?o, exportadas para o Brasil, onde s?o vendidas aos consumidores locais.
A Nestl? est? mudando isso e planeja abrir sua primeira f?brica do produto no pa?s ainda neste ano.
"O Brasil sempre foi o maior produtor e um dos maiores consumidores de caf? e, por isso, nunca teve de se preocupar em cuidar da qualidade do produto para seus pr?prios consumidores", afirma Tarcisio Lacerda.
Tend?ncia
No mercado commodity, o pre?o dos gr?os verdes de caf? depende de fatores como o clima e o consumo mundial.
Mas outros tipos de commodities ? como gr?o de soja e min?rio de ferro ? est?o sofrendo, por exemplo, os efeitos da desacelera??o da economia chinesa.
Como o Brasil e a Am?rica Latina dependem severamente das commodities e do consumo na China, toda a regi?o acaba, por consequ?ncia, afetada. As estimativas s?o que economia brasileira tenha uma retra??o de mais de 2% neste ano.
O chefe do departamento de rela??es exteriores do Minist?rio da Agricultura, Alberto Coelho Fonseca, afirma que produtores de diferentes ?reas est?o agora tentando agregar valor aos alimentos e exportar produtos refinados como estrat?gia para compensar a queda dos pre?os no mundo.
"Um caf? especial pode ser vendido a um pre?o 300% maior que o do caf? comum. Mesmo que eles ainda sejam uma parte muito pequena das exporta??es, as t?cnicas de produ??o de bons caf?s especiais podem se espalhar pela cadeia."
No mercado de aves, afirma Coelho Fonseca, empresas brasileiras est?o contratando cortadores de carne japoneses para consultoria sobre como produzir cortes "premium" no pa?s antes de export?-los para o Jap?o.
Agora, o governo quer ajudar essas marcas "premium" a decolar no exterior.
Na Olimp?ada do Rio, no ano que vem, haver? espa?os para promover o caf? especial produzido no pa?s nas Casas Brasil, espa?os dedicados a divulgar o turismo brasileiro.
"Cerca de 70% do caf? preparado por marcas (estrangeiras) como Starbucks, Caf? Nero e Costa certamente vem do Brasil. N?s precisamos mostrar melhor nossos produtos."
Turismo
Na Serra do Capara?, os produtores locais encontraram uma outra forma de agregar valor a seus produtos: o turismo.
Fazendeiros abriram cafeterias e hostels nos quais visitantes podem fazer tours de degusta??o de caf?, inspirados na experi?ncia dos produtores de vinhos do Vale de Napa, na Calif?rnia.
O trabalho ainda est? no in?cio, mas j? ajuda a consolidar a reputa??o da regi?o.
Caf?s especiais s?o uma relativa novidade no Brasil. Cafeterias gourmet t?m sido abertas em grandes cidades como S?o Paulo e Rio de Janeiro. Muitas delas j? carregam as marcas da Capara?.
Jhone e Tarcisio Lacerda t?m grandes planos. Metade dos gr?os de suas fazendas j? s?o usados para produzir seu caf? especial. E, a cada colheita, eles experimentam novas t?cnicas de produ??o.
Em apenas cinco anos, percorreram um longo caminho. Mas Jhone Lacerda diz que eles est?o apenas come?ando.
"N?s queremos produzir o melhor caf? do mundo. N?s queremos que a regi?o da Capara? se torne reconhecida em todo o mundo."
Fonte: BBC Brasil
O caf? tem sido a espinha dorsal econ?mica dessa regi?o h? mais de um s?culo.
Por d?cadas, a fam?lia de Lacerda conheceu a riqueza e a pobreza, uma vez que sua renda sempre oscilou em torno do caf?. Secas, medidas do governo, consumo global e quest?es cambiais, entre outros fatores, foram b?n??os e maldi??es que determinavam seu destino.
Mas, nos ?ltimos cinco anos, os fazendeiros dessa regi?o brasileira est?o encontrando novas maneiras para comandar seu pr?prio destino em um cen?rio global em que, ap?s um per?odo de boom no pre?o das commodities, economias como a brasileira t?m dificuldades para se ajustar ? queda na demanda e aos pre?os menores.
Tarcisio Lacerda levou a BBC at? o topo de uma colina e mostrou o segredo deles.
Especial
O vale est? cheio de plantas de caf? ? mas nem todas necessariamente produzem um bom caf?. No passado, os fazendeiros costumavam coletar todos os gr?os, coloc?-los em sacas e embarc?-los em navios rumo ao exterior, aceitando qualquer pre?o que estivesse listado no mercado de commodities.
Agora, por?m, Tarcisio Lacerda e sua fam?lia est?o separando os melhores gr?os ? a maioria deles cultivados 1,5 mil metros acima do n?vel do mar ? e produzindo suas pr?prias marcas especiais com eles. O restante ? vendido ao mercado ainda na forma de gr?os verdes, ou seja, baratos e n?o processados.
"Normalmente n?s dobramos o pre?o ao migrar da commodity para a especialidade. Uma saca de caf? comum vale agora R$ 450, mas n?s podemos vender o caf? especial por cerca de R$ 900 ou R$ 1 mil", conta.
A fazenda vizinha ? de Tarcisio, a Forquilha do Rio, venceu alguns dos principais pr?mios brasileiros dedicados ao caf?. A qualidade de seu produto se deve ?s favor?veis condi??es locais ? temperaturas amenas, boa exposi??o ao sol e altitude elevada.
"N?s sab?amos que nosso caf? era bom, mas n?o t?nhamos a menor ideia de que era t?o bom assim. E foi assim at? come?armos a disputar esses concursos, h? cerca de cinco anos. Descobrimos o qu?o valioso ele ?", diz Afonso de Abreu Lacerda (que n?o ? parente de Tarcisio) em frente a um arm?rio cheio de trof?us.
Em 2012, quando a Forquilha do Rio venceu um dos principais pr?mios do pa?s, eles conseguiam vender um de seus lotes por US$ 950 (R$ 3,5 mil), mais que seis vezes o pre?o da commodity ? ?poca.
Hoje, a fazenda exporta seu pr?prio produto final, com sua marca, para China e Jap?o.
Revolu??o dos jovens
A "revolu??o do caf? gourmet" ocorre, em parte, gra?as a Jhone, de 26 anos, filho de Tarcisio.
Quando tinha apenas 15 anos, ele largou a escola e se mudou para a propriedade da fam?lia, determinado a aprender tudo sobre o mercado do caf?.
A cada temporada, pai e filho experimentaram diferentes formas de colheita, secagem e torrefa??o de seu produto.
Jhone desenhou, construiu e patenteou um novo equipamento para secagem ? respons?vel, em boa parte, por tornar gr?os commodity em caf? gourmet.
Ele tamb?m se tornou um Q-Grader licenciado ? ou seja, parte de uma categoria altamente qualificada de provadores de caf?.
Pai e filho come?aram a desenvolver sua marca, a Fazenda Santa Rita, ap?s comprarem torrefadoras. Agora, comercializam seus pr?prios pacotes.
Imposi??o do mercado
O principal desafio de Jhone Lacerda era produzir caf? de qualidade pronto para o consumo e, com isso, deixar de depender do mercado das commodities.
"Essa mudan?a de curso foi algo que o mercado nos imp?s. N?s est?vamos acostumados a depender do pre?o das commodities, de aspectos como quanto caf? as pessoas estavam bebendo em outros pa?ses ou se esses locais estavam em crise ou n?o", diz ele.
"Queremos fazer parte de um setor menor, mas que n?o depende apenas da demanda. No mercado do caf? especial, n?o ? a demanda global que determina o pre?o. ? a qualidade do produto que voc? oferece."
Com esse pensamento, fazendeiros da regi?o est?o atuando em conjunto para elevar a qualidade de seus produtos.
E Jhone tem um papel importante: ele usa suas habilidades de provador Q-Grade para aconselhar todos os produtores vizinhos sobre qual pre?o cobrar por sua produ??o.
Com outras duas fam?lias, ele criou o Montanhas do Capara?, um mix de alguns dos melhores caf?s da regi?o, que j? venceu um dos principais pr?mios do pa?s.
Jhone agora est? de volta ? escola: ele estuda a produ??o do caf? no Instituto Federal do Esp?rito Santo.
Brasil importa o caf? brasileiro
Segundo seu pai, o Brasil finalmente acordou de um sono de s?culos e sente o cheiro de seu pr?prio caf? especial. Seus pais, diz, jamais pensaram nisso.
O pa?s ?, de longe, o maior produtor e exportador mundial de caf?. Cerca de um ter?o do caf? mundial vem de terras brasileiras ? mas praticamente tudo isso ? composto de gr?os verdes, com valor agregado muito baixo.
A Alemanha, por exemplo, n?o colhe caf?, mas ? um dos maiores exportadores globais. Ela importa gr?os crus e os transforma em marcas finais, as quais vende para outros pa?ses por pre?os altos.
O valor que o Brasil agrega a seu caf? ? t?o baixo que o pa?s importa exatamente os mesmos gr?os que exporta ? uma l?gica que desafia os economistas.
Esse ? o caso da mistura que est? dentro das c?psulas da marca Dolce Gusto, da Nestl?. Gr?os verdes do Brasil s?o enviados ? Alemanha e ao Reino Unido para serem transformados em c?psulas. Essas mesmas c?psulas s?o, ent?o, exportadas para o Brasil, onde s?o vendidas aos consumidores locais.
A Nestl? est? mudando isso e planeja abrir sua primeira f?brica do produto no pa?s ainda neste ano.
"O Brasil sempre foi o maior produtor e um dos maiores consumidores de caf? e, por isso, nunca teve de se preocupar em cuidar da qualidade do produto para seus pr?prios consumidores", afirma Tarcisio Lacerda.
Tend?ncia
No mercado commodity, o pre?o dos gr?os verdes de caf? depende de fatores como o clima e o consumo mundial.
Mas outros tipos de commodities ? como gr?o de soja e min?rio de ferro ? est?o sofrendo, por exemplo, os efeitos da desacelera??o da economia chinesa.
Como o Brasil e a Am?rica Latina dependem severamente das commodities e do consumo na China, toda a regi?o acaba, por consequ?ncia, afetada. As estimativas s?o que economia brasileira tenha uma retra??o de mais de 2% neste ano.
O chefe do departamento de rela??es exteriores do Minist?rio da Agricultura, Alberto Coelho Fonseca, afirma que produtores de diferentes ?reas est?o agora tentando agregar valor aos alimentos e exportar produtos refinados como estrat?gia para compensar a queda dos pre?os no mundo.
"Um caf? especial pode ser vendido a um pre?o 300% maior que o do caf? comum. Mesmo que eles ainda sejam uma parte muito pequena das exporta??es, as t?cnicas de produ??o de bons caf?s especiais podem se espalhar pela cadeia."
No mercado de aves, afirma Coelho Fonseca, empresas brasileiras est?o contratando cortadores de carne japoneses para consultoria sobre como produzir cortes "premium" no pa?s antes de export?-los para o Jap?o.
Agora, o governo quer ajudar essas marcas "premium" a decolar no exterior.
Na Olimp?ada do Rio, no ano que vem, haver? espa?os para promover o caf? especial produzido no pa?s nas Casas Brasil, espa?os dedicados a divulgar o turismo brasileiro.
"Cerca de 70% do caf? preparado por marcas (estrangeiras) como Starbucks, Caf? Nero e Costa certamente vem do Brasil. N?s precisamos mostrar melhor nossos produtos."
Turismo
Na Serra do Capara?, os produtores locais encontraram uma outra forma de agregar valor a seus produtos: o turismo.
Fazendeiros abriram cafeterias e hostels nos quais visitantes podem fazer tours de degusta??o de caf?, inspirados na experi?ncia dos produtores de vinhos do Vale de Napa, na Calif?rnia.
O trabalho ainda est? no in?cio, mas j? ajuda a consolidar a reputa??o da regi?o.
Caf?s especiais s?o uma relativa novidade no Brasil. Cafeterias gourmet t?m sido abertas em grandes cidades como S?o Paulo e Rio de Janeiro. Muitas delas j? carregam as marcas da Capara?.
Jhone e Tarcisio Lacerda t?m grandes planos. Metade dos gr?os de suas fazendas j? s?o usados para produzir seu caf? especial. E, a cada colheita, eles experimentam novas t?cnicas de produ??o.
Em apenas cinco anos, percorreram um longo caminho. Mas Jhone Lacerda diz que eles est?o apenas come?ando.
"N?s queremos produzir o melhor caf? do mundo. N?s queremos que a regi?o da Capara? se torne reconhecida em todo o mundo."
Fonte: BBC Brasil