Quebra no conilon: exporta??es capixabas tem pior desempenho em 30 anos
1 de setembro de 2020
A seca que castiga o Estado do Esp?rito Santo e teve seu ?pice em 2015, quando o estado decretou restri??o do uso da ?gua na agricultura, segue impactando o setor do caf? conilon. A quebra na safra deste ano criou um ambiente in?dito para o gr?o em seus diversos setores. Vindo em uma escalada de pre?os h?, pelo menos, tr?s meses, quando passou a se manter acima de R$400, o caf? conilon atingiu essa semana um novo recorde ao bater os R$500 por saca no mercado interno. Ultrapassar esse ?ltimo valor ? considerado in?dito pelo Centro do Com?rcio de Caf? de Vit?ria (CCCV). ?Em reais, ? recorde hist?rico?, afirma Jorge Luiz Nicchio, presidente da entidade.
Mas, o pre?o da variedade do caf? robusta, reflete tamb?m um movimento anterior. Em 2015, o CCCV registrou recorde de exporta??es do gr?o, com 4,02 milh?es de sacas de 60 kg. O n?mero representou o maior embarque do gr?o feito pelo Estado do Esp?rito Santo na hist?ria do Centro.
J? em 2016, os embarques totais, somando ar?bica e conilon, do Estado at? agora est?o em apenas 2,4 milh?es de sacas. ?? o pior volume desde 1986. Isso se deve, tamb?m, a inefici?ncia do Porto de Vit?ria, que n?o comporta grandes navios. Ent?o, perdemos em exporta??o por falta de caf? no Esp?rito Santo e tamb?m por caf?s que passaram a ser embarcados nos portos do Rio de Janeiro e Santos?, revela Nicchio.
Ainda assim, considerando apenas o caf? conilon, a quebra na produ??o se mostra como maior respons?vel. Os embarques devem despencar, com queda de 85%, comparado ao que foi exportado em 2015. ?Para o conilon, n?s projetamos exportar 600 mil sacas at? o final do ano. Isso ? apenas 15% do caf? do ano passado?, afirma.
O fator mercado externo n?o explica sozinho a constante alta nos pre?os da saca. ?A quantidade produzida aqui foi muito pequena! E, em segundo lugar, a necessidade da ind?stria em utilizar conilon como blend?, analisa Jorge Luiz Nicchio. Para ele, a ind?stria j? reduziu em boa parte a utiliza??o do gr?o, mas n?o deve atingir uma redu??o mais brusca para n?o impactar a percep??o do consumidor final.
?H? alguns anos, esse blend era estimado em torno de 40% de conilon. Ent?o o consumo brasileiro estava nessa margem, at? 2014. O valor do conilon come?ou a subir j? em 2015, ent?o a ind?stria passou a utilizar entre 30 ou 25%?, conta.
Diferencial entre ar?bica e conilon
?O conilon atingiu o pre?o de caf?s trabalhados em n?vel de Sul de Minas, Cerrado Mineiro. E, ao mesmo tempo, com a maior procura do mercado interno?, destaca Nicchio. Segundo ele, nas cota??es acompanhadas pelo CCCV j? tinha se visto o conilon e o caf? ar?bica tipo rio em valores t?o pr?ximos, mas para caf? ar?bica fino ? a primeira vez.
Para o Centro de Estudos Avan?ados em Economia Aplicada, da Esalq/USP, o diferencial de pre?o do robusta frente ao ar?bica ? o menor j? visto, considerando-se toda a s?rie hist?rica. No ?ltimo dia 18, a diferen?a entre os valores das variedades foi de apenas 8,07 reais/saca, com o Indicador Cepea/Esalq do tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechando a R$ 515,16/sc de 60 kg.
Perspectivas para 2017
Para a pr?xima safra, produtores e t?cnicos informam diariamente que a quebra deve se repetir, em fun??o dos efeitos da seca nos cafeeiros. ?A perspectiva para 2017 tamb?m ? muito ruim. Mesmo que chova agora a safra do ano que vem vai ficar altamente comprometida. A produtividade vai ser prejudicada?.
Os problemas na produ??o devem, portanto, seguir pautando o mercado interno, que recorreu a suas reservas nas ?ltimas safras. ?A expectativa ? de pre?os bons, pelo menos nos pr?ximos dois anos. No in?cio da colheita deste ano, o Brasil passou com os estoques praticamente zerados. Esse ano a produ??o brasileira de ar?bica foi muito boa, mas a conta que se fez ? que na chegada da safra 2017 a produ??o mineira do ano que vem n?o supera esse ano, ent?o vamos chegar com o estoque zerado?.
Contudo, o presidente o CCCV lembra que a preocupa??o de produtores n?o se limita aos valores de suas sacas. ?O pre?o est? muito bom, mas o produtor precisa de uma conjuntura em que tenha pre?o e caf? bom. Mesmo em 2014 os cafeicultores j? tiveram quebra superior a 50% no Esp?rito Santo?, finaliza Jorge Luiz Nicchio.
Fonte: Caf? Point
Mas, o pre?o da variedade do caf? robusta, reflete tamb?m um movimento anterior. Em 2015, o CCCV registrou recorde de exporta??es do gr?o, com 4,02 milh?es de sacas de 60 kg. O n?mero representou o maior embarque do gr?o feito pelo Estado do Esp?rito Santo na hist?ria do Centro.
J? em 2016, os embarques totais, somando ar?bica e conilon, do Estado at? agora est?o em apenas 2,4 milh?es de sacas. ?? o pior volume desde 1986. Isso se deve, tamb?m, a inefici?ncia do Porto de Vit?ria, que n?o comporta grandes navios. Ent?o, perdemos em exporta??o por falta de caf? no Esp?rito Santo e tamb?m por caf?s que passaram a ser embarcados nos portos do Rio de Janeiro e Santos?, revela Nicchio.
Ainda assim, considerando apenas o caf? conilon, a quebra na produ??o se mostra como maior respons?vel. Os embarques devem despencar, com queda de 85%, comparado ao que foi exportado em 2015. ?Para o conilon, n?s projetamos exportar 600 mil sacas at? o final do ano. Isso ? apenas 15% do caf? do ano passado?, afirma.
O fator mercado externo n?o explica sozinho a constante alta nos pre?os da saca. ?A quantidade produzida aqui foi muito pequena! E, em segundo lugar, a necessidade da ind?stria em utilizar conilon como blend?, analisa Jorge Luiz Nicchio. Para ele, a ind?stria j? reduziu em boa parte a utiliza??o do gr?o, mas n?o deve atingir uma redu??o mais brusca para n?o impactar a percep??o do consumidor final.
?H? alguns anos, esse blend era estimado em torno de 40% de conilon. Ent?o o consumo brasileiro estava nessa margem, at? 2014. O valor do conilon come?ou a subir j? em 2015, ent?o a ind?stria passou a utilizar entre 30 ou 25%?, conta.
Diferencial entre ar?bica e conilon
?O conilon atingiu o pre?o de caf?s trabalhados em n?vel de Sul de Minas, Cerrado Mineiro. E, ao mesmo tempo, com a maior procura do mercado interno?, destaca Nicchio. Segundo ele, nas cota??es acompanhadas pelo CCCV j? tinha se visto o conilon e o caf? ar?bica tipo rio em valores t?o pr?ximos, mas para caf? ar?bica fino ? a primeira vez.
Para o Centro de Estudos Avan?ados em Economia Aplicada, da Esalq/USP, o diferencial de pre?o do robusta frente ao ar?bica ? o menor j? visto, considerando-se toda a s?rie hist?rica. No ?ltimo dia 18, a diferen?a entre os valores das variedades foi de apenas 8,07 reais/saca, com o Indicador Cepea/Esalq do tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechando a R$ 515,16/sc de 60 kg.
Perspectivas para 2017
Para a pr?xima safra, produtores e t?cnicos informam diariamente que a quebra deve se repetir, em fun??o dos efeitos da seca nos cafeeiros. ?A perspectiva para 2017 tamb?m ? muito ruim. Mesmo que chova agora a safra do ano que vem vai ficar altamente comprometida. A produtividade vai ser prejudicada?.
Os problemas na produ??o devem, portanto, seguir pautando o mercado interno, que recorreu a suas reservas nas ?ltimas safras. ?A expectativa ? de pre?os bons, pelo menos nos pr?ximos dois anos. No in?cio da colheita deste ano, o Brasil passou com os estoques praticamente zerados. Esse ano a produ??o brasileira de ar?bica foi muito boa, mas a conta que se fez ? que na chegada da safra 2017 a produ??o mineira do ano que vem n?o supera esse ano, ent?o vamos chegar com o estoque zerado?.
Contudo, o presidente o CCCV lembra que a preocupa??o de produtores n?o se limita aos valores de suas sacas. ?O pre?o est? muito bom, mas o produtor precisa de uma conjuntura em que tenha pre?o e caf? bom. Mesmo em 2014 os cafeicultores j? tiveram quebra superior a 50% no Esp?rito Santo?, finaliza Jorge Luiz Nicchio.
Fonte: Caf? Point