Relat?rio denuncia amea?as ao oceano
1 de setembro de 2020
? margem das negocia??es clim?ticas e fora dos maiores debates internacionais, est? um ecossistema que cobre 71% do planeta e serve de lar para 80% dos seres vivos. Os oceanos s?o o tema de um relat?rio, idealizado por seis institui??es e divulgado ontem na internet. Enraizadas em mais de 20 pa?ses, elas tentam levar sua causa, a prote??o aos mares, para os f?runs de Durban.
Trata-se, no entanto, de uma bandeira dif?cil de hastear. Diretor do Instituto Scripps de Oceanografia, da Universidade da Calif?rnia em San Diego, Tony Haymet ? lac?nico: nenhum pol?tico ? eleito para representar o oceano. Os estresses a que eles s?o submetidos, portanto, est?o longe de serem tratados como prioridades. S?o tr?s os maiores perigos para o oceano, todos j? em franco andamento: sua acidifica??o, aquecimento e a perda de oxig?nio. E todos t?m origem nos gases-estufa.
Em dois s?culos, desde a Revolu??o Industrial, cerca de 30% do CO2 emitido pelo homem foi absorvido no mar. Com isso, seu pH, hoje, ? o menor dos ?ltimos 60 milh?es de anos. O oceano nunca foi t?o ?cido.
Maior ONG do mundo dedicada ao mar, a Oceana fez uma an?lise de que pa?ses ser?o mais impactados pela acidifica??o daquele ecossistema.
? S?o os que mais perder?o acesso a frutos do mar, que ter?o maior preju?zo em atividades tur?sticas que ali acontecem ? explica Jacqueline Savitz, diretora de campanhas e cientista-s?nior da organiza??o. ? No topo da lista h? pa?ses desenvolvidos, como os Estados Unidos, Jap?o e Reino Unido. Estes s?o alguns dos maiores emissores de CO2. Mas h?, tamb?m, pequenas na??es insulares entre as maiores prejudicadas.
Estados polin?sios tamb?m enfrentam outro problema vindo do mar: o aumento de seu n?vel, provocado pelo derretimento das geleiras. A origem dessa mazela ?, como a anterior, as emiss?es de CO2.
? Vejo muitas na??es, que est?o abaixo do n?vel do mar ou s?o de baixa eleva??o, for?adas a tomar medidas ? destaca Haymet. ? O presidente das Maldivas j? est? preocupado com isso. E o embaixador de Granada tamb?m. Mas h? tamb?m regi?es em risco em pa?ses que, teoricamente, estariam seguros. A Fl?rida, por exemplo, no caso dos EUA.
As geleiras derretem porque o mundo est? mais quente ? consequ?ncia que, claro, tamb?m se reflete nos oceanos. Nos ?ltimos cem anos, a superf?cie dos mares j? aqueceu, em m?dia, 0,7 graus Celsius. E a previs?o ? que este ?ndice aumente cerca de 3 graus em algumas regi?es at? o fim do s?culo.
Menor n?vel de oxig?nio amea?a sobreviv?ncia de esp?cies
Num oceano mais aquecido, haver? menos mistura entre ?guas profundas, ricas em nutrientes, com as da superf?cie, pobres nestas subst?ncias. A falta do cruzamento afetar? particularmente as zonas tropicais, e ter? consequ?ncias negativas na produtividade do mar.
? As ind?strias de combust?veis f?sseis, dependentes de carv?o, petr?leo e g?s e emissoras de CO2, impedem os pa?ses de priorizar os oceanos ? acusa Jacqueline. ? Por causa delas, atividades econ?micas baseadas no mar, como pesca, aquicultura e turismo e similares ser?o prejudicadas. A n?o ser, claro, que eles passem a liberar menos carbono na atmosfera.
Muitos pa?ses conduzem esfor?os locais para trocar suas fontes de energia ? sai de campo o petr?leo e entram alternativas limpas, como hidroel?tricas e a ind?stria e?lica. Para Jacqueline, na Europa, Reino Unido e Dinamarca est?o ? frente dos Estados dispostos a reduzir sua depend?ncia do carbono. Perceberam um fil?o que, para os ambientalistas, ainda n?o ? apreciado como deveria por empresas e autoridades.
? A energia limpa ? a solu??o que nos livrar? dos combust?veis f?sseis ? ressalta. ? Quem a adotar primeiro ser? beneficiado economicamente, visto que poder? exportar essa tecnologia para o resto do mundo.
As temperaturas mais elevadas ? e a menor mistura de nutrientes ? deixariam o oceano mais estratificado. O suprimento de oxig?nio para baixo da superf?cie seria afetado. Com a menor concentra??o dessa subst?ncia, muitas esp?cies teriam sua exist?ncia amea?ada. E outros organismos, mais tolerantes ? car?ncia desse g?s (micr?bios, particularmente), se multiplicariam com maior facilidade, alterando o equil?brio da cadeia alimentar.
Estima-se que, no pr?ximo s?culo, o estoque global de oxig?nio nos mares ser? reduzido de 1 a 7%. Mas, segundo o relat?rio divulgado ontem, h? ?incertezas consider?veis? em rela??o ? escala e as localidades que ser?o mais acometidas pela car?ncia de oxig?nio, assim como o impacto no meio ambiente.
Fonte: Canal do Produtor
Trata-se, no entanto, de uma bandeira dif?cil de hastear. Diretor do Instituto Scripps de Oceanografia, da Universidade da Calif?rnia em San Diego, Tony Haymet ? lac?nico: nenhum pol?tico ? eleito para representar o oceano. Os estresses a que eles s?o submetidos, portanto, est?o longe de serem tratados como prioridades. S?o tr?s os maiores perigos para o oceano, todos j? em franco andamento: sua acidifica??o, aquecimento e a perda de oxig?nio. E todos t?m origem nos gases-estufa.
Em dois s?culos, desde a Revolu??o Industrial, cerca de 30% do CO2 emitido pelo homem foi absorvido no mar. Com isso, seu pH, hoje, ? o menor dos ?ltimos 60 milh?es de anos. O oceano nunca foi t?o ?cido.
Maior ONG do mundo dedicada ao mar, a Oceana fez uma an?lise de que pa?ses ser?o mais impactados pela acidifica??o daquele ecossistema.
? S?o os que mais perder?o acesso a frutos do mar, que ter?o maior preju?zo em atividades tur?sticas que ali acontecem ? explica Jacqueline Savitz, diretora de campanhas e cientista-s?nior da organiza??o. ? No topo da lista h? pa?ses desenvolvidos, como os Estados Unidos, Jap?o e Reino Unido. Estes s?o alguns dos maiores emissores de CO2. Mas h?, tamb?m, pequenas na??es insulares entre as maiores prejudicadas.
Estados polin?sios tamb?m enfrentam outro problema vindo do mar: o aumento de seu n?vel, provocado pelo derretimento das geleiras. A origem dessa mazela ?, como a anterior, as emiss?es de CO2.
? Vejo muitas na??es, que est?o abaixo do n?vel do mar ou s?o de baixa eleva??o, for?adas a tomar medidas ? destaca Haymet. ? O presidente das Maldivas j? est? preocupado com isso. E o embaixador de Granada tamb?m. Mas h? tamb?m regi?es em risco em pa?ses que, teoricamente, estariam seguros. A Fl?rida, por exemplo, no caso dos EUA.
As geleiras derretem porque o mundo est? mais quente ? consequ?ncia que, claro, tamb?m se reflete nos oceanos. Nos ?ltimos cem anos, a superf?cie dos mares j? aqueceu, em m?dia, 0,7 graus Celsius. E a previs?o ? que este ?ndice aumente cerca de 3 graus em algumas regi?es at? o fim do s?culo.
Menor n?vel de oxig?nio amea?a sobreviv?ncia de esp?cies
Num oceano mais aquecido, haver? menos mistura entre ?guas profundas, ricas em nutrientes, com as da superf?cie, pobres nestas subst?ncias. A falta do cruzamento afetar? particularmente as zonas tropicais, e ter? consequ?ncias negativas na produtividade do mar.
? As ind?strias de combust?veis f?sseis, dependentes de carv?o, petr?leo e g?s e emissoras de CO2, impedem os pa?ses de priorizar os oceanos ? acusa Jacqueline. ? Por causa delas, atividades econ?micas baseadas no mar, como pesca, aquicultura e turismo e similares ser?o prejudicadas. A n?o ser, claro, que eles passem a liberar menos carbono na atmosfera.
Muitos pa?ses conduzem esfor?os locais para trocar suas fontes de energia ? sai de campo o petr?leo e entram alternativas limpas, como hidroel?tricas e a ind?stria e?lica. Para Jacqueline, na Europa, Reino Unido e Dinamarca est?o ? frente dos Estados dispostos a reduzir sua depend?ncia do carbono. Perceberam um fil?o que, para os ambientalistas, ainda n?o ? apreciado como deveria por empresas e autoridades.
? A energia limpa ? a solu??o que nos livrar? dos combust?veis f?sseis ? ressalta. ? Quem a adotar primeiro ser? beneficiado economicamente, visto que poder? exportar essa tecnologia para o resto do mundo.
As temperaturas mais elevadas ? e a menor mistura de nutrientes ? deixariam o oceano mais estratificado. O suprimento de oxig?nio para baixo da superf?cie seria afetado. Com a menor concentra??o dessa subst?ncia, muitas esp?cies teriam sua exist?ncia amea?ada. E outros organismos, mais tolerantes ? car?ncia desse g?s (micr?bios, particularmente), se multiplicariam com maior facilidade, alterando o equil?brio da cadeia alimentar.
Estima-se que, no pr?ximo s?culo, o estoque global de oxig?nio nos mares ser? reduzido de 1 a 7%. Mas, segundo o relat?rio divulgado ontem, h? ?incertezas consider?veis? em rela??o ? escala e as localidades que ser?o mais acometidas pela car?ncia de oxig?nio, assim como o impacto no meio ambiente.
Fonte: Canal do Produtor