Tecnologias israelenses em aquicultura podem ter aplica??o no ES
1 de setembro de 2020
O Secret?rio de Agricultura, Aquicultura, Pecu?ria e Abastecimento de Linhares, o Engenheiro Agr?nomo e Doutor em Fitotecnia Jos? Roberto Macedo Fontes acompanhou o ministro Marcelo Crivella em miss?o oficial a Israel na semana passada, para conhecer de perto as tecnologias deste Pa?s na ?rea de aquicultura ? o cultivo de pescado, uma das ind?strias que mais cresce no mundo, a uma taxa m?dia de 8% ao ano na ?ltima d?cada. A delega??o brasileira contou ainda com a presen?a de parlamentares (Senadores e Deputados), acad?micos, pesquisadores e empres?rios brasileiros. Brasil e Israel t?m interesses m?tuos e complementares no setor. Israel, embora um Pa?s territorialmente pequeno e parcialmente des?rtico det?m tecnologias nas ?reas de irriga??o e aquicultura, ambientalmente sustent?veis, que s?o admiradas mundialmente.
J? no caso do Brasil, um pa?s que det?m 13% da ?gua doce do mundo e um extenso litoral, tem potencial para se tornar um importante produtor de pescado. No caso da regi?o Nordeste do Brasil, onde concentra imensas ?reas que, embora n?o des?rticas, s?o ?ridas e precisam de atividades produtivas adequadas ?s suas condi??es naturais, as tecnologias israelenses podem ajudar muito. No entanto, muitas das tecnologias observadas em Israel, principalmente aquelas utilizadas para a produ??o de til?pias geneticamente melhoradas, tamb?m podem ser ?teis para o desenvolvimento da piscicultura em diferentes regi?es brasileiras, incluindo o Munic?pio de Linhares.
Transfer?ncia de tecnologia
Dados da Organiza??o das Na??es Unidas para a Agricultura e Alimenta??o (FAO) mostram que a pesca ? essencial para a sobreviv?ncia e a seguran?a alimentar de cerca de 200 milh?es de pessoas em todo o mundo. Uma em cada cinco pessoas depende do peixe como principal fonte de prote?na. Ao mesmo tempo, ainda segundo a FAO, 80% das esp?cies de peixes do mundo j? foram exploradas ao m?ximo ou est?o se esgotando.
A aquicultura ? apontada como alternativa para a sobrepesca e um dos maiores potenciais do mundo para o cultivo de peixes est? no Brasil. O pa?s tem condi??es, com o aproveitamento de apenas 0,5% da l?mina de ?gua de lagos e reservat?rios, de produzir mais de 20 milh?es de toneladas de pescado por ano, segundo levantamento do Minist?rio da Pesca e Aquicultura. A produ??o atual ? de cerca de 500 mil toneladas e um dos grandes desafios est? na tecnologia de produ??o.
O objetivo principal da miss?o brasileira a Israel foi elaborar um programa de encontros e visitas a entidades governamentais, centros de pesquisa e empresas particulares de alta-tecnologia do segmento de aquicultura nos dois pa?ses para a troca de tecnologia e futuras rela??es comerciais entre eles.
No primeiro dia da miss?o oficial, a equipe visitou, na cidade de Rehovot, a TransAlgae - empresa de biotecnologia associada ao grupo brasileiro Suzano, que se dedica a cultivar e desenvolver diversos tipos de algas a serem transformadas em produtos destinados ? sa?de e ao crescimento de peixes e camar?es. Assim, algas secas, oferecidas a peixes como alimento, por exemplo, poder?o substituir a aplica??o de vacinas. Durante o encontro, foram ressaltadas as oportunidades de neg?cio para a expans?o da aquicultura no Brasil, onde os produtores podem se beneficiar, de forma imediata, dos conhecimentos j? adquiridos e desenvolvidos em Israel na cria??o de til?pias.
Nos dias posteriores, a comitiva realizou diversas visitas de campo, incluindo a regi?o de Kibutz Maoz Haim, no Vale de Beit-Shean, para conhecer uma fazenda de cria??o de trutas e de esturj?o destinado ? produ??o de caviar. Pode-se tamb?m observar nestas oportunidades a alta tecnologia envolvida na cria??o extensiva de outros peixes de ?gua doce, como a til?pia, trutas arco-?ris, carpas, dentre outros.
Unidades de produ??o em alto mar tamb?m foram visitadas, no mar mediterr?neo, ? 20 Km da orla da cidade de Tel Aviv. As gaiolas (tanques-rede) onde os peixes s?o confinados resistem tanto a ondas de relativa intensidade como ao movimento das correntes marinhas. Estes fatores foram valorizados pelos especialistas da comitiva, j? que condi??es adversas semelhantes comprometeram alguns projetos de aquicultura no litoral brasileiro.
O Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Israel, Sr. Yair Shamir, ofereceu um almo?o para a comitiva, onde foi tamb?m realizado um semin?rio com a inten??o de desenvolver a coopera??o entre os dois pa?ses e de fomentar as rela??es entre os respectivos setores da pesca e aquicultura, reconhecendo que a coopera??o no campo da pesca e da aquicultura pode promover o bem-estar e a prosperidade de ambos os pa?ses; al?m de buscar fortalecer as rela??es amistosas entre o Brasil e Israel.
Num jantar oferecido pela Embaixadora do Brasil em Israel, Maria Elisa Berenguer, um Comunicado Conjunto foi assinado pelo Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Israel, Sr. Yair Shamir, e o Ministro da Pesca e Aquicultura do Brasil, Sr. Marcelo Crivella, com a inten??o de desenvolver a coopera??o entre os dois pa?ses e de fomentar as rela??es entre os respectivos setores da pesca e aquicultura.
O grupo visitou tamb?m o ?Dagon?, Centro de Cria??o de Peixes, no Kibutz Maagan Michael e a Esta??o de Pesquisa em Aquicultura Dor, a principal unidade de pesquisa de aquicultura em Israel, localizada em Moshav Dor. Este ? um dos lugares mais apraz?veis da costa mediterr?nea israelense, a aproximadamente meia hora de carro de Tel Aviv, a capital financeira do Pa?s. Na esta??o foi ressaltada a pol?tica israelense para o desenvolvimento de linhagens de til?pia sem horm?nios, com a revers?o sexual feita exclusivamente de forma gen?tica. A revers?o sexual, tornando o plantel uniformemente macho, ? fundamental ao aumento da produtividade, porque evita a reprodu??o descontrolada, garante animais maiores e proporciona o crescimento mais homog?neo dos lotes de animais. Atualmente a til?pia ? o peixe mais cultivado no Brasil.
Durante a visita oficial, o grupo manteve reuni?es com os t?cnicos funcion?rios do Minist?rio da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Israel e da Organiza??o de Pesquisa Agr?cola (ARO). O grupo concluiu que o Brasil e Israel t?m capacidades complementares em aquicultura, que podem ser combinadas de forma proveitosa para a dissemina??o do conhecimento e o desenvolvimento de crescimento econ?mico para os dois pa?ses. Essas complementaridades s?o particularmente importantes nas ?reas de gest?o de recursos aqu?ticos, na variedade de esp?cies (incluindo esp?cies nativas), na reprodu??o de peixes e tecnologias de piscicultura e conhecimento cient?fico.
Mais especificamente, os campos comuns de interesse s?o a cria??o de til?pia, incluindo programas de sele??o gen?tica, sistema de recircula??o de ?gua (RAS), modelos de integra??o pelo cultivo de produtos e irriga??o, qualidade e efici?ncia alimentar e planejamento estrat?gico.
Fonte: Campo Vivo
J? no caso do Brasil, um pa?s que det?m 13% da ?gua doce do mundo e um extenso litoral, tem potencial para se tornar um importante produtor de pescado. No caso da regi?o Nordeste do Brasil, onde concentra imensas ?reas que, embora n?o des?rticas, s?o ?ridas e precisam de atividades produtivas adequadas ?s suas condi??es naturais, as tecnologias israelenses podem ajudar muito. No entanto, muitas das tecnologias observadas em Israel, principalmente aquelas utilizadas para a produ??o de til?pias geneticamente melhoradas, tamb?m podem ser ?teis para o desenvolvimento da piscicultura em diferentes regi?es brasileiras, incluindo o Munic?pio de Linhares.
Transfer?ncia de tecnologia
Dados da Organiza??o das Na??es Unidas para a Agricultura e Alimenta??o (FAO) mostram que a pesca ? essencial para a sobreviv?ncia e a seguran?a alimentar de cerca de 200 milh?es de pessoas em todo o mundo. Uma em cada cinco pessoas depende do peixe como principal fonte de prote?na. Ao mesmo tempo, ainda segundo a FAO, 80% das esp?cies de peixes do mundo j? foram exploradas ao m?ximo ou est?o se esgotando.
A aquicultura ? apontada como alternativa para a sobrepesca e um dos maiores potenciais do mundo para o cultivo de peixes est? no Brasil. O pa?s tem condi??es, com o aproveitamento de apenas 0,5% da l?mina de ?gua de lagos e reservat?rios, de produzir mais de 20 milh?es de toneladas de pescado por ano, segundo levantamento do Minist?rio da Pesca e Aquicultura. A produ??o atual ? de cerca de 500 mil toneladas e um dos grandes desafios est? na tecnologia de produ??o.
O objetivo principal da miss?o brasileira a Israel foi elaborar um programa de encontros e visitas a entidades governamentais, centros de pesquisa e empresas particulares de alta-tecnologia do segmento de aquicultura nos dois pa?ses para a troca de tecnologia e futuras rela??es comerciais entre eles.
No primeiro dia da miss?o oficial, a equipe visitou, na cidade de Rehovot, a TransAlgae - empresa de biotecnologia associada ao grupo brasileiro Suzano, que se dedica a cultivar e desenvolver diversos tipos de algas a serem transformadas em produtos destinados ? sa?de e ao crescimento de peixes e camar?es. Assim, algas secas, oferecidas a peixes como alimento, por exemplo, poder?o substituir a aplica??o de vacinas. Durante o encontro, foram ressaltadas as oportunidades de neg?cio para a expans?o da aquicultura no Brasil, onde os produtores podem se beneficiar, de forma imediata, dos conhecimentos j? adquiridos e desenvolvidos em Israel na cria??o de til?pias.
Nos dias posteriores, a comitiva realizou diversas visitas de campo, incluindo a regi?o de Kibutz Maoz Haim, no Vale de Beit-Shean, para conhecer uma fazenda de cria??o de trutas e de esturj?o destinado ? produ??o de caviar. Pode-se tamb?m observar nestas oportunidades a alta tecnologia envolvida na cria??o extensiva de outros peixes de ?gua doce, como a til?pia, trutas arco-?ris, carpas, dentre outros.
Unidades de produ??o em alto mar tamb?m foram visitadas, no mar mediterr?neo, ? 20 Km da orla da cidade de Tel Aviv. As gaiolas (tanques-rede) onde os peixes s?o confinados resistem tanto a ondas de relativa intensidade como ao movimento das correntes marinhas. Estes fatores foram valorizados pelos especialistas da comitiva, j? que condi??es adversas semelhantes comprometeram alguns projetos de aquicultura no litoral brasileiro.
O Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Israel, Sr. Yair Shamir, ofereceu um almo?o para a comitiva, onde foi tamb?m realizado um semin?rio com a inten??o de desenvolver a coopera??o entre os dois pa?ses e de fomentar as rela??es entre os respectivos setores da pesca e aquicultura, reconhecendo que a coopera??o no campo da pesca e da aquicultura pode promover o bem-estar e a prosperidade de ambos os pa?ses; al?m de buscar fortalecer as rela??es amistosas entre o Brasil e Israel.
Num jantar oferecido pela Embaixadora do Brasil em Israel, Maria Elisa Berenguer, um Comunicado Conjunto foi assinado pelo Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Israel, Sr. Yair Shamir, e o Ministro da Pesca e Aquicultura do Brasil, Sr. Marcelo Crivella, com a inten??o de desenvolver a coopera??o entre os dois pa?ses e de fomentar as rela??es entre os respectivos setores da pesca e aquicultura.
O grupo visitou tamb?m o ?Dagon?, Centro de Cria??o de Peixes, no Kibutz Maagan Michael e a Esta??o de Pesquisa em Aquicultura Dor, a principal unidade de pesquisa de aquicultura em Israel, localizada em Moshav Dor. Este ? um dos lugares mais apraz?veis da costa mediterr?nea israelense, a aproximadamente meia hora de carro de Tel Aviv, a capital financeira do Pa?s. Na esta??o foi ressaltada a pol?tica israelense para o desenvolvimento de linhagens de til?pia sem horm?nios, com a revers?o sexual feita exclusivamente de forma gen?tica. A revers?o sexual, tornando o plantel uniformemente macho, ? fundamental ao aumento da produtividade, porque evita a reprodu??o descontrolada, garante animais maiores e proporciona o crescimento mais homog?neo dos lotes de animais. Atualmente a til?pia ? o peixe mais cultivado no Brasil.
Durante a visita oficial, o grupo manteve reuni?es com os t?cnicos funcion?rios do Minist?rio da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Israel e da Organiza??o de Pesquisa Agr?cola (ARO). O grupo concluiu que o Brasil e Israel t?m capacidades complementares em aquicultura, que podem ser combinadas de forma proveitosa para a dissemina??o do conhecimento e o desenvolvimento de crescimento econ?mico para os dois pa?ses. Essas complementaridades s?o particularmente importantes nas ?reas de gest?o de recursos aqu?ticos, na variedade de esp?cies (incluindo esp?cies nativas), na reprodu??o de peixes e tecnologias de piscicultura e conhecimento cient?fico.
Mais especificamente, os campos comuns de interesse s?o a cria??o de til?pia, incluindo programas de sele??o gen?tica, sistema de recircula??o de ?gua (RAS), modelos de integra??o pelo cultivo de produtos e irriga??o, qualidade e efici?ncia alimentar e planejamento estrat?gico.
Fonte: Campo Vivo