Trigo do Brasil vence qualidade argentina
1 de setembro de 2020
No momento em que o Brasil discute a nova classifica??o do trigo, a Argentina registra perda de qualidade do produto. Le??vantamento realizado pelo Instituto de Tecnologia Agro?pecu?ria do pa?s vizinho (INTA) mostra retomada nos n?meros de produ??o na safra 2010/11, mas perda em teor de prote?na. O componente ? essencial para a forma??o do gl?ten, que, por sua vez, tem a fun??o de impedir que o p?o ou bolo murchem ap?s irem ao forno. O Brasil, por outro lado, vem ganhando em qualidade e perdendo produ??o. En??quanto os ?ndices de prote?na do trigo argentino ficam entre 9% e 10%, os brasileiros se mant?m entre 12% e 14%, mostram estudos t?cnicos dos dois pa?ses.
Para Andr? Cunha, gerente de neg?cios e Ph.D em gen?tica da Biotrigo, do Rio Grande do Sul, os produtores argentinos deixaram de se preocupar com a qualidade do produto nos ?ltimos anos para focar em rendimento. ?A partir do ano 2000, eles passaram a importar uma variedade francesa chamada baguete, que hoje ? a mais utilizada no pa?s por ter alta produtividade, mas com menos prote?na?, afirma. A troca de sementes elevou o rendimento m?dio da Argentina de 2,5 toneladas por hectare para 3,45 toneladas por hectare na ?ltima safra.
O assessor t?cnico da Asso?cia??o Brasileira da Ind?stria do Trigo (Abitrigo), Reino Pecola Rae, considera que esse ganho n?o compensou a perda de credibilidade do produto argentino. ?O conceito deles no mercado mundial caiu assim como a cota??o do trigo, que hoje vale menos do que o brasileiro?, observa. Rae acredita que o Brasil tem condi??es de ganhar parte do mercado da Argentina, mas para isso precisa priorizar a qualidade. ?A classifica??o que est? em vigor no pa?s incentiva a produ??o do que n?o tem mercado. Precisamos atender me??lhor as exig?ncias do consumidor?, analisa.
As novas e mais r?gidas regras para sele??o do trigo entrar?o em vigor em julho do ano que vem. A medida tem desmotivado os triticultores brasileiros. Na tentativa de conter maior redu??o de ?rea, o Paran? discute nesta semana o futuro do trigo no estado em semin?rios promovidos pela Federa??o da Agricultura(Faep) e pela Organiza??o das Coope?rativas (Ocepar). Os eventos ocorrem a partir de amanh? em quatro munic?pios: Ponta Grossa, Guarapuava, Pato Branco e S?o Jo?o.
Na ?ltima safra, os paranaenses reduziram em 10% o tamanho da ?rea plantada com o cereal. Com isso, a produ??o do estado deve chegar a 2,8 milh?es de toneladas, contra 3,3 milh?es colhidos em 2010, conforme a Companhia Nacional de Abas?tecimento (Conab). Para o pa?s, a estatal estima queda de 7% na produ??o em rela??o ao ano passado, ao projetar 5,4 milh?es de toneladas.
Cooperativas do Paran? querem determinar zoneamento
A busca por variedades altamente produtivas mas de qualidade question?vel tende a diminuir no Paran?. A avalia??o ? do assessor t?cnico da Organiza??o das Cooperativas do Paran? (Ocepar), Robson Mafioletti, que nesta semana ministra palestra sobre tend?ncias do mercado de trigo em semin?rios realizados em Ponta Grossa, Guarapuava, Pato Branco e S?o Jo?o. Uma das decis?es j? tomadas ? que as cooperativas v?o ditar o uso de variedades de trigo com base em discuss?es iniciadas no ano passado. O quadro deve ser definido nas pr?ximas semanas.
De acordo com o especialista, nos ?ltimos anos, os triticultores paranaenses apostaram em sementes que n?o corresponderam ?s expectativas do mercado, o que travou a comercializa??o do produto e desmotivou o plantio da safra atual. Diante de uma conjuntura ainda mais r?gida para o controle de qualidade de trigo no Brasil, a Federa??o da Agricultura do Estado (Faep) e a Ocepar pretendem apontar alternativas de tecnologias que motivem os agricultores a investir na uniformiza??o da produ??o. ?A ideia ? que as cooperativas forne?am variedades espec?ficas a seus cooperados. Assim teremos produtos da mesma qualidade?, diz Mafioletti. Outra proposta das duas entidades ? fomentar a segrega??o do trigo no Paran?.
Atualmente, o produtor de trigo do Paran? tem escolhido as variedades de acordo com a disponibilidade de pre?o e expectativa de produ??o. A ind?stria de sementes anunciou op??es que podem atender aos novos padr?es a serem adotados pelo governo, mas ainda n?o h? seguran?a de que haver? volume suficiente para toda a lavoura. O Paran? ? respons?vel por metade da produ??o nacional.
O diretor t?cnico da Sementes Mutuca em Arapoti, Ivo frare, diz que o aumento da dose de aplica??o de nitrog?nio na lavoura tem resultado em bons ?ndices de produtividade e qualidade com sementes que v?m sendo utilizada nos ?ltimos anos.
Fonte: Canal do Produtor
Para Andr? Cunha, gerente de neg?cios e Ph.D em gen?tica da Biotrigo, do Rio Grande do Sul, os produtores argentinos deixaram de se preocupar com a qualidade do produto nos ?ltimos anos para focar em rendimento. ?A partir do ano 2000, eles passaram a importar uma variedade francesa chamada baguete, que hoje ? a mais utilizada no pa?s por ter alta produtividade, mas com menos prote?na?, afirma. A troca de sementes elevou o rendimento m?dio da Argentina de 2,5 toneladas por hectare para 3,45 toneladas por hectare na ?ltima safra.
O assessor t?cnico da Asso?cia??o Brasileira da Ind?stria do Trigo (Abitrigo), Reino Pecola Rae, considera que esse ganho n?o compensou a perda de credibilidade do produto argentino. ?O conceito deles no mercado mundial caiu assim como a cota??o do trigo, que hoje vale menos do que o brasileiro?, observa. Rae acredita que o Brasil tem condi??es de ganhar parte do mercado da Argentina, mas para isso precisa priorizar a qualidade. ?A classifica??o que est? em vigor no pa?s incentiva a produ??o do que n?o tem mercado. Precisamos atender me??lhor as exig?ncias do consumidor?, analisa.
As novas e mais r?gidas regras para sele??o do trigo entrar?o em vigor em julho do ano que vem. A medida tem desmotivado os triticultores brasileiros. Na tentativa de conter maior redu??o de ?rea, o Paran? discute nesta semana o futuro do trigo no estado em semin?rios promovidos pela Federa??o da Agricultura(Faep) e pela Organiza??o das Coope?rativas (Ocepar). Os eventos ocorrem a partir de amanh? em quatro munic?pios: Ponta Grossa, Guarapuava, Pato Branco e S?o Jo?o.
Na ?ltima safra, os paranaenses reduziram em 10% o tamanho da ?rea plantada com o cereal. Com isso, a produ??o do estado deve chegar a 2,8 milh?es de toneladas, contra 3,3 milh?es colhidos em 2010, conforme a Companhia Nacional de Abas?tecimento (Conab). Para o pa?s, a estatal estima queda de 7% na produ??o em rela??o ao ano passado, ao projetar 5,4 milh?es de toneladas.
Cooperativas do Paran? querem determinar zoneamento
A busca por variedades altamente produtivas mas de qualidade question?vel tende a diminuir no Paran?. A avalia??o ? do assessor t?cnico da Organiza??o das Cooperativas do Paran? (Ocepar), Robson Mafioletti, que nesta semana ministra palestra sobre tend?ncias do mercado de trigo em semin?rios realizados em Ponta Grossa, Guarapuava, Pato Branco e S?o Jo?o. Uma das decis?es j? tomadas ? que as cooperativas v?o ditar o uso de variedades de trigo com base em discuss?es iniciadas no ano passado. O quadro deve ser definido nas pr?ximas semanas.
De acordo com o especialista, nos ?ltimos anos, os triticultores paranaenses apostaram em sementes que n?o corresponderam ?s expectativas do mercado, o que travou a comercializa??o do produto e desmotivou o plantio da safra atual. Diante de uma conjuntura ainda mais r?gida para o controle de qualidade de trigo no Brasil, a Federa??o da Agricultura do Estado (Faep) e a Ocepar pretendem apontar alternativas de tecnologias que motivem os agricultores a investir na uniformiza??o da produ??o. ?A ideia ? que as cooperativas forne?am variedades espec?ficas a seus cooperados. Assim teremos produtos da mesma qualidade?, diz Mafioletti. Outra proposta das duas entidades ? fomentar a segrega??o do trigo no Paran?.
Atualmente, o produtor de trigo do Paran? tem escolhido as variedades de acordo com a disponibilidade de pre?o e expectativa de produ??o. A ind?stria de sementes anunciou op??es que podem atender aos novos padr?es a serem adotados pelo governo, mas ainda n?o h? seguran?a de que haver? volume suficiente para toda a lavoura. O Paran? ? respons?vel por metade da produ??o nacional.
O diretor t?cnico da Sementes Mutuca em Arapoti, Ivo frare, diz que o aumento da dose de aplica??o de nitrog?nio na lavoura tem resultado em bons ?ndices de produtividade e qualidade com sementes que v?m sendo utilizada nos ?ltimos anos.
Fonte: Canal do Produtor