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Entendi e Fechar
Um novo ciclo
O crescimento da produ??o de borracha no Esp?rito Santo ? cada vez maior. A boa demanda em todo o mundo pelo produto e a boa rentabilidade desse neg?cio est? estimulado os produtores capixabas a apostarem novamente na cultura da seringueira. Mas n?o ? para menos, j? que ? considerada um cultivo com grande import?ncia no aspecto social, ambiental e econ?mico.



A cultura ? altamente empregadora, gerando oportunidade de trabalho e renda para milhares de fam?lias da regi?o, inclusive mulheres e adolescentes, j? que depende de habilidade e sensibilidade e n?o exige muito esfor?o f?sico. Al?m disso, a remunera??o nas propriedades produtoras de borracha ? digna, contribuindo para uma melhor qualidade de vida. Em algumas propriedades da regi?o Norte capixaba, trabalhadores j? chegaram a ganhar mais de mil reais, sem ter despesas com aluguel, ?gua e energia. O Estado emprega, atualmente, 2.400 fam?lias de seringueiros, correspondendo a aproximadamente 12 mil pessoas que vivem nos seringais.



Apesar de ser uma cultura de alto custo para implanta??o e da demora entre sete e oito anos para come?ar a dar resultados, o Estado tem hoje uma ?rea de 12.270 hectares de seringueira plantados. Do total, oito mil est?o em produ??o. O rendimento chega ? de aproximadamente 1.500 kg de borracha seca por hectare. Esses n?meros colocam o Estado como quarto maior produtor nacional de borracha.



No entanto, nos ?ltimos meses, o cultivo de seringueira tem sido um pouco desvalorizado economicamente. O motivo ? a queda no pre?o do produto, ocasionada pela crise financeira mundial. Atualmente, o produtor capixaba que produz 1 kg de borracha por m?s, com um custo de R$ 1,67, s? pode vender por apenas R$ 1,32. Ou seja, os produtores est?o tendo um retorno abaixo da produ??o. Antes da queda no pre?o, o agricultor produzia a mesma quantidade de borracha e vendia por R$ 2,50.



N?o foi s? a crise financeira que ocasionou os baixos pre?os da borracha praticados atualmente. Com a queda no pre?o do petr?leo, que antes da crise estava em US$ 150 e hoje est? a US$ 60, houve retra??o no consumo da borracha e crise no setor automobil?stico. Segundo o engenheiro agr?nomo e coordenador do programa de silvicultura do Incaper, Pedro Arlindo Galv?as, o quadro est? come?ando se reverter. ?Quando o petr?leo caiu de pre?o, o barril passou a custar US$ 40. Atualmente seu pre?o subiu e est? em US$ 60. Isso ? um bom sinal. Al?m disso, a ind?stria automobil?stica internacional come?a a demandar mais pneus. A tend?ncia ? o pre?o da borracha subir e ser praticado a R$1,50. Os produtores de seringueira podem ficar otimistas?, declara.



Com a dificuldade econ?mico-financeira, a ponta rural da atividade foi a primeira a ser afetada. Milhares de fam?lias que vivem da atividade n?o contam com nenhum dispositivo que lhes garanta renda necess?ria ? subsist?ncia. Nem aqueles que investiram no plantio da seringueira conseguem manter a explora??o de suas propriedades.



Diante dessa realidade, a Federa??o da Agricultura do Esp?rito Santo e duas cooperativas de produtores, a Cooperativa de Seringalistas do Esp?rito Santo (Heveacoop) e a Cooperativa de Produtores de Borracha do Esp?rito Santo (Coopbores) enviaram, no m?s de maio, uma carta ao Ministro da Agricultura solicitando apoio. Entre os pedidos est?o o contingenciamento das importa??es de borracha natural, praticado no passado por for?a da lei 5227/67; a destina??o de parte da arrecada??o do imposto de importa??o de borracha para um programa de apoio a atividade da heveicultura; a revis?o da legisla??o de financiamento ? atividade florestal, de forma a melhorar as condi??es de prazo e pagamento, j? que a seringueira demanda cerca de dez anos para come?ar a dar resultado; mudan?as nas normas da Conab, de modo a garantir um pre?o m?nimo para a classe de R$1,53, que ? necess?rio para manuten??o da atividade; entre outros.



Para os produtores do Estado a reivindica??o ? muito importante. Emir de Macedo Gomes Filho, que ? presidente da Coopbores e produtor h? 30 anos na fazenda S?o Jos?, possui 27 mil p?s de seringueira em 100 hectares, produzindo em m?dia 15 mil quilos de borracha por m?s. Ele acredita que se solicita??es n?o forem atendidas, a atividade sofrer? efeitos negativos. ?Estamos tentando mobilizar o governo para nos ajudar. Falta pol?tica p?blica s?ria voltada para o setor. Se n?o houver essa ajuda governamental, o pre?o n?o vai melhorar e teremos que parar com a atividade. O que estamos tentando evitar ? uma demiss?o em massa, perder empregados qualificados, pois para trabalhar nos seringais ? preciso m?o-de-obra qualificada. N?o ? qualquer pessoa que pode fazer esse tipo de servi?o. Vai ser um caos social se realmente paralisarmos a atividade?, salientou Emir.



Embora a cultura atravesse um momento dif?cil, o produtor est? otimista. ?Espero que o governo atenda a pauta de reivindica??es. Se isso acontecer, vamos permanecer vivos na atividade e ter condi??es de trabalhar. Tenho esperan?a tamb?m que o mercado se ajuste?, ressalta.



A mesma opini?o ? a do produtor e presidente da Associa??o de Seringalistas do Norte do Esp?rito Santo (Asnorte), Guilherme Mosca, que cultiva seringueira h? 20 anos, na fazenda Horizonte, localizada em Rio Bananal do Sul, distrito de Linhares. Com uma produ??o m?dia de 3 mil quilos por m?s, nos seus 3.500 p?s de seringueira plantados em 13 hectares, Mosca concorda com o colega. ?O momento ? dif?cil, por causa da queda no pre?o, mas se contarmos com o aux?lio do governo a situa??o vai melhorar. Creio tamb?m que o pre?o se recupere logo. A cultura ? promissora?, afirma.







Programa estadual quer expandir ?rea plantada



Com objetivo de contribuir com o trabalho dos produtores de borracha do Esp?rito Santo, o governo estadual instituiu o Programa de Expans?o da Heveicultura Capixaba ? o Probores, que pretende aumentar a ?rea plantada com seringueira no Estado, passando de 10 mil para 75 mil hectares.

A iniciativa, proposta durante o Novo Plano Estrat?gico da Agricultura Capixaba (Pedeag), em 2008, e lan?ada oficialmente em abril deste ano, no 5? Simp?sio Capixaba de Seringueira, em S?o Gabriel da Palha, pretende atender aos pequenos produtores, fornecendo mudas de seringueira, subsidiadas pelo governo. O programa vai funcionar da seguinte forma: o produtor que desejar plantar um hectare ter? uma ajuda de custo de 80% na aquisi??o das mudas, j? quem quiser cultivar em tr?s hectares ter? 50% do valor subsidiado pelo governo e quem pretender plantar cinco hectares ter? 30% de aux?lio.



Para come?ar com o programa, o Governo quer comprar 585 mil mudas de seringueira, que s?o suficientes para plantar 700 hectares. Mas, para isso, ? necess?rio conseguir mudas de raiz nua, ou seja, fora da sacola, o que est? sendo uma grande dificuldade de encontrar essa oferta no Esp?rito Santo.

As previs?es para o Probores s?o boas. Estima-se que at? 2011 sejam plantados cerca de 2.490 hectares de seringueiras. Entre os anos de 2012 e 2019, a previs?o ? que o plantio alcance 48.700 novos hectares. E, nos ?ltimos cinco anos planejados, a meta ? que sejam plantados mais 23.810 hectares, totalizando assim, 75 mil novos hectares de seringueiras em 16 anos.

De acordo com o Governo capixaba, a a??o vai gerar mais de 20 mil empregos diretos e indiretos e movimentar uma receita de 400 milh?es de reais l?quidos.





Produtores podem aderir financiamentos para plantio de seringueira



Algumas institui??es banc?rias do Estado j? possuem linhas de financiamento para facilitar o trabalho dos produtores de borracha e quem deseja plantar a cultura. ? o caso do Banco do Nordeste, que lan?ou o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, o FNE.



As linhas de cr?dito para custeio e investimento possuem juros subsidiados que variam entre 4,25% a 8,50%, ao ano, conforme o porte do produtor ou do empres?rio. Os prazos s?o compat?veis com o ciclo produtivo da atividade no caso da seringueira, podendo chegar a at? 20 anos incluindo at? 8 anos de car?ncia.



Para aderir ao financiamento, o produtor deve, primeiramente, procurar uma ag?ncia do banco. Atualmente existem duas no Estado, em Linhares e Colatina. O segundo passo ? preencher o cadastro e depois o banco vai discutir com o projeto com o produtor, como as garantias e valores.



O Banco do Nordeste trabalha com parceria com outras institui??es, como do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assist?ncia T?cnica e Extens?o Rural (Incaper) e os Sindicatos de Produtores Rurais. Segundo a agente de desenvolvimento e coordenadora do projeto Nordeste Territorial Silvicultura / Seringueira, S?nia Lucia de Oliveira, o produtor que n?o contar com a ag?ncia do BNB em seu munic?pio poder? procurar esses ?rg?os e solicitar o servi?o. ?Eles entrar?o em contato com a ag?ncia e mandaremos um agente ir at? o local para atender o produtor?, esclarece.



A linha de financiamento do Banco do Nordeste para os produtores de borracha possui, atualmente, 47 clientes. De acordo com S?nia, a procura tem aumentado a cada dia.





Uni?o para fortalecer atividade



As cooperativas Heveacoop e Coopbores e a associa??o Asnorte t?m um papel importante na vida e trabalho do produtor de borracha do Estado. No caso da Heveacoop, segundo o diretor comercial, Pedro In?cio Wanderkoken, a Cooperativa faz todo o trabalho de log?stica do produto. ?Nosso trabalho ? recolher o produto a cada 30 dias em um caminh?o, que ? terceirizado, e mandar para usina. Depois levantamos as despesas dessa transa??o e repassamos o dinheiro para o produtor. N?s fazemos toda a negocia??o?, disse.



H? 18 anos atuando ao lado do homem do campo, a Heveacoop, em Vila Velha, possui um quadro de 150 cooperados. ?O objetivo ? fazer com que o produtor receba o melhor pre?o ou opere a melhor renda poss?vel. Ele s? tem que se preocupar em produzir a borracha?, finaliza Wanderkoken.



J? a Coopbores, com sede em Linhares, desempenha o mesmo papel e possui 21 membros. O presidente da Cooperativa, Emir de Macedo Gomes Filho, diz que quando criaram a entidade foi para eliminar o atravessador, j? que antes, segundo ele, os produtores eram explorados por eles, que ficavam com boa parte do produto. ?Hoje a classe atua unida e, com isso, conseguimos agregar valor ao nosso produto, ter melhor pre?o e reduzir custos?, afirma.



A Asnorte conta com 25 associados e tamb?m atua em prol de benef?cios para os produtores, procurando buscar informa??es e reunir a classe para debater sobre assuntos de interesse dos produtores de borracha. Atualmente, a Associa??o est? produzindo mudas a pre?o de custo para produtores associados.







Hist?rico da Borracha



At? a d?cada de 50, o Brasil respondia por 90% da produ??o mundial de borracha natural. Hoje esse quadro se inverteu. O Brasil produz apenas 100 mil toneladas anuais, o que corresponde a 1,3% da produ??o mundial de 5,7 milh?es de toneladas por ano. Mal?sia, China, Tail?ndia e Indon?sia det?m 95% da produ??o mundial de borracha.

Atualmente, produzimos apenas um ter?o de nosso consumo, ou seja, consumimos cerca de 300 mil toneladas de borracha, produzimos apenas 100 mil toneladas, o que corresponde a um gasto de 360 milh?es de d?lares por ano com a importa??o do produto.

O Esp?rito Santo ? hoje o 4? produtor nacional de borracha natural, com cerca de 6% da produ??o total do Pa?s.



L?tex: a mat?ria prima da borracha

? da seringueira que se extrai o l?tex, mat?ria-prima para produ??o da borracha. Este material, al?m do uso mais conhecido, que ? na fabrica??o de pneum?ticos, pode ser utilizado de v?rias formas e em diversos setores, como na sa?de, na fabrica??o de luvas, preservativos e bico de chupetas; na engenharia tem sido usado como isolante t?rmico, em veda??es e na forma de mangueiras, correias e esteiras transportadoras; ? utilizado tamb?m na fabrica??o de cal?ados, bolas de futebol, entre outros artefatos. Al?m disso, a seringueira produz tamb?m, no final de seu ciclo, madeira de excelente qualidade.



Seringueira ? inclu?da como ?rea de Reserva Legal



Uma das reivindica??es dos produtores de borracha foi conquistada no dia 04 de junho de 2009. Durante a Semana de Meio Ambiente, o Governo do Estado assinou um decreto regulamentando a implanta??o de reserva legal e a planta??o de seringueiras foi contemplada nas normas. Agora, o cultivo de seringueira no Esp?rito Santo passa a ser considerada ?rea de reserva legal nas propriedades rurais. Com essa medida, a cultura ganha mais um ingrediente para crescer em terras capixabas.


Fonte: Site Campo Vivo

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