Vem a? um ano de desafios para o setor l?cteo
1 de setembro de 2020
O mercado l?cteo caracteriza-se por seu dinamismo: qualquer desequil?brio entre oferta e demanda provoca grandes oscila??es no comportamento dos pre?os e da produ??o. Para 2015, os fatores que ir?o exercer influ?ncia sobre a demanda interna de leite tendem a se apresentar de forma pouca animadora para o setor. De acordo com o Boletim Focus do Banco Central (14/11/2014), a previs?o de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do pa?s para o pr?ximo ano ser? de 0,80%, valor pouco maior que os 0,21% previstos para 2014. Esses n?meros sinalizam que haver? manuten??o ou at? mesmo redu??o no consumo de produtos l?cteos, principalmente daqueles de maior valor agregado.
Outro desafio do setor relacionado ? demanda diz respeito ? imagem dos produtos l?cteos junto ao consumidor. Em novembro de 2014, o Minist?rio da Sa?de publicou o novo Guia Alimentar para a Popula??o Brasileira, em que relata os cuidados necess?rios para se alcan?ar uma alimenta??o saud?vel. No entanto, ao contr?rio da vers?o anterior que trabalhava com grupos de alimentos e por??es recomendadas, o novo estudo sugere alimentos frescos e minimamente processados.
Dessa forma, enquanto a vers?o anterior preconizava por??es di?rias de produtos l?cteos equivalentes a mais de 200 litros/pessoa/ano, a edi??o atual recomenda que seja evitado o consumo de produtos como iogurtes e queijos, pois s?o processados, colocando-os no mesmo patamar de alimentos pouco saud?veis, como refrigerantes, por exemplo. Equ?vocos como este dever?o ser trabalhados de forma coordenada pela cadeia, para que n?o ocorra redu??o do consumo em fun??o do desconhecimento real da situa??o.
Do lado da oferta, a rela??o entre pre?o do leite e o custo ser?o determinantes para ditar o ritmo do crescimento produ??o. Para o pr?ximo ano, de acordo o Boletim Focus (14/11/2014) a taxa m?dia de c?mbio em 2015 ser? de R$/US$ 2,58, que corresponde a um aumento de 9,6% frente ao valor m?dio previsto para 2014. Com a moeda nacional desvalorizada, haver? maior atratividade para as exporta??es, inibindo as importa??es, fato que pode ser ben?fico em um cen?rio de retra??o de consumo ou excesso de oferta. Para uma an?lise mais abrangente, por?m, ? preciso considerar as cota??es do leite em p? integral no cen?rio internacional. Para o primeiro semestre do pr?ximo ano, o Rabobank prev? cota??es por volta de US$ 3.000/tonelada, valor pouco interessante para ind?stria nacional.
No que se refere aos custos de produ??o, os insumos que s?o importados, fertilizantes, medicamentos e defensivos agr?colas, ficar?o mais caros em fun??o da alta do d?lar. Outros componentes do custo, tais como sal?rio m?nimo, energia el?trica e ?leo diesel, j? t?m aumento certo para 2015. A grande inc?gnita est? relacionada ? ra??o concentrada, produto que representa mais de 40% do desembolso do produtor de leite.
O segundo levantamento da safra 2014/2015 da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), estima uma redu??o de 3,7% na produ??o de milho e um aumento entre 3,7% e 6,5% na produ??o brasileira de soja. Com a recomposi??o dos estoques mundiais e a perspectiva de boa colheita da safra americana, a tend?ncia ? que n?o haja fortes incrementos nas cota??es desses insumos.
Ainda no contexto nacional, a entrada no mercado da empresa francesa Lactalis poder? provocar mudan?a na din?mica dos pre?os pagos aos produtores. Com a compra de f?bricas da BRF e LBR, a capta??o de leite prevista da nova ind?stria ser? por volta 1,6 bilh?es de litros/ano, passando ser a segunda maior do pa?s. A multinacional especializada em queijos ? a terceira maior ind?stria de latic?nios do mundo, com f?bricas espalhadas em 70 pa?ses, segundo International Farm Comparison Network (IFCN). Sua vinda para o Brasil vem sendo estudada h? alguns anos, tendo como objetivo a entrada nesse grande mercado consumidor.
No cen?rio internacional, o fim das cotas de produ??o da Uni?o Europeia ser? um dos acontecimentos mais aguardados pelo setor l?cteo. O sistema est? em vigor h? 30 anos e ser? extinto em abril de 2015, permitindo a livre produ??o dos pa?ses membros. ? positivo o maior crescimento econ?mico do bloco para o pr?ximo ano, que, segundo o Fundo Monet?rio Internacional (FMI), ser? de 1,3%. Entretanto, com a manuten??o do embargo estabelecido pela R?ssia em agosto de 2014, a Uni?o Europeia, Estados Unidos e Austr?lia, em fun??o da crise com a Ucr?nia, pode prejudicar significativamente as exporta??es do bloco, visto que 30% das exporta??es de queijos e 25% de manteiga tinham como destino a R?ssia.
A R?ssia ? a segunda maior importadora de produtos l?cteos do mundo, perdendo apenas para a China. Em 2013, foram importadas 629 mil toneladas de produtos l?cteos (Dairy Australia). Com o embargo, abriu-se uma chance para novos fornecedores, entre os quais a Nova Zel?ndia, Turquia e pa?ses da Am?rica do Sul, como o Brasil, que j? habilitou algumas plantas industriais. Tal fato, associado ? desvaloriza??o do real, materializa-se como uma grande oportunidade para o Brasil exportar para esse pa?s produtos como queijos e, principalmente, manteiga, cujo potencial de expans?o ? enorme. Por?m, tudo depender? das cota??es internacionais e da din?mica dos pre?os no mercado interno.
Em rela??o ? produ??o de leite nos principais pa?ses exportadores (Uni?o Europeia, Estados Unidos, Nova Zel?ndia, Austr?lia, Argentina, Uruguai e Brasil), o crescimento foi de 5,1% no primeiro semestre de 2014, estimulados pela redu??o nos custos com alimenta??o do rebanho e pelo longo per?odo de pre?os recordes. J? para o mesmo per?odo de 2015, a estimativa ? que seja de apenas 1,6% em fun??o dos menores pre?os das commodities l?cteas e da menor intensidade de compras por parte da China que recomp?s seus estoques.
Por outro lado, pre?os mais baixos das commodities l?cteas e o melhor desempenho da economia mundial, poder? aumentar o consumo mundial de produtos l?cteos, proporcionando melhoria nas cota??es no segundo semestre de 2015. Isso porque o PIB dos pa?ses emergentes subir? de 4,4%, em 2014, para 5,0%, em 2015. Ao mesmo tempo, o crescimento econ?mico dos pa?ses desenvolvidos subir? de 1,8% para 2,3%, segundo dados do FMI.
Nesse contexto, observa-se que h? muitas vari?veis que poder?o interferir na margem (Receita ? Custo) dos produtores. Tudo aponta para um in?cio de 2015 mais complicado em compara??o ao ocorrido em 2014, demandando maior aten??o aos produtores no que se refere ao processo administrativo e estrat?gico da atividade no pr?ximo ano.
Balan?o 2014
Comportamento da balan?a comercial de l?cteos ajuda amenizar press?o sobre os pre?os pagos aos produtores
O cen?rio indica que as exporta??es brasileiras de l?cteos, em 2014, ter?o o segundo melhor desempenho da hist?ria do setor. No acumulado at? outubro o pa?s exportou US$ 280,5 milh?es, valor 207% superior ao do mesmo per?odo do ano anterior. Esse total, certamente, ser? maior at? final do ano, ultrapassando os n?meros de 2007: US$ 299 milh?es em vendas ao exterior. No entanto, ficar? abaixo de 2008, quando o pa?s bateu seu recorde de exporta??o e de super?vit na balan?a comercial de l?cteos, conforme observado no gr?fico 2.
Com rela??o ?s importa??es, Argentina e Uruguai, principais origens dos produtos l?cteos importados pelo Brasil, apresentaram problemas de oferta no primeiro semestre, al?m de restri??es as exporta??es por parte do governo argentino. Tais fatos, dentre outros, contribu?ram para redu??o de 25,7% nos valores importados de janeiro a outubro de 2014. Apesar da queda, o saldo da balan?a comercial de l?cteos ainda foi deficit?rio em US$ 91,6 milh?es, resultado 77% inferior ao do ano passado.
Os altos pre?os das commodities l?cteas no primeiro semestre do ano, a alta do d?lar frente ao real e o forte incremento na produ??o nacional, que de acordo com o ?ndice de capta??o do Centro de Estudos Avan?ados em Econ?mica Aplicada (CEPEA) registrou aumentos acima de 14%, no acumulado at? setembro, foram os principais acontecimentos que influenciaram o comportamento da balan?a comercial l?cteos. A combina??o desses fatores permitiu que a ind?stria brasileira atingisse competitividade no ?mbito internacional, exportando principalmente leite em p? integral, cujo principal destino foi a Venezuela.
No mercado interno, o menor crescimento econ?mico do pa?s impediu que a demanda aumentasse. Com isso, foram pequenos os aumentos de pre?os repassados aos consumidores, no acumulado at? outubro. O ?ndice Nacional de Pre?os ao Consumidor Amplo (IPCA) do leite e seus derivados foi de apenas 4,78%, enquanto o dos alimentos e bebidas e o ?ndice geral foram de 6,06% e 5,05% respectivamente. Dessa forma, os produtos l?cteos sempre considerados como os vil?es da infla??o, apresentaram comportamento contr?rio neste ano, com pre?os aos consumidores menores ao ?ndice de infla??o.
Nesse cen?rio, a menor entrada de leite associada a maior sa?da, aliviou de certa forma a press?o de baixa nos pre?os pagos aos produtores que ficaram estagnados em boa parte do ano. De acordo com o CEPEA, o pre?o m?dio do leite no acumulado at? outubro foi de R$/L 1,07, o que representou apenas 0,6% de aumento comparado aos pre?os deflacionados de 2013. Certamente, com as menores cota??es de novembro e dezembro - in?cio da safra na regi?o Sudeste e Centro-Oeste - a varia??o do pre?o m?dio em 2014 ser? negativa.
A situa??o do produtor s? n?o foi pior, em fun??o dos custos mais baixos relacionados com a alimenta??o do rebanho. Os insumos que comp?em a ra??o concentrada, basicamente o milho e o farelo de soja, apresentaram cota??es inferiores ?s do ano passado. Com isso, a alta no custo de produ??o foi da ordem de 6,0% at? outubro, segundo a Embrapa Gado de leite. Os principais aumentos ocorreram em fun??o da eleva??o dos gastos com m?o de obra e dos produtos que acompanham a cota??o do d?lar, como medicamentos, fertilizantes e suplementos minerais.
Fonte: Milk Point
Outro desafio do setor relacionado ? demanda diz respeito ? imagem dos produtos l?cteos junto ao consumidor. Em novembro de 2014, o Minist?rio da Sa?de publicou o novo Guia Alimentar para a Popula??o Brasileira, em que relata os cuidados necess?rios para se alcan?ar uma alimenta??o saud?vel. No entanto, ao contr?rio da vers?o anterior que trabalhava com grupos de alimentos e por??es recomendadas, o novo estudo sugere alimentos frescos e minimamente processados.
Dessa forma, enquanto a vers?o anterior preconizava por??es di?rias de produtos l?cteos equivalentes a mais de 200 litros/pessoa/ano, a edi??o atual recomenda que seja evitado o consumo de produtos como iogurtes e queijos, pois s?o processados, colocando-os no mesmo patamar de alimentos pouco saud?veis, como refrigerantes, por exemplo. Equ?vocos como este dever?o ser trabalhados de forma coordenada pela cadeia, para que n?o ocorra redu??o do consumo em fun??o do desconhecimento real da situa??o.
Do lado da oferta, a rela??o entre pre?o do leite e o custo ser?o determinantes para ditar o ritmo do crescimento produ??o. Para o pr?ximo ano, de acordo o Boletim Focus (14/11/2014) a taxa m?dia de c?mbio em 2015 ser? de R$/US$ 2,58, que corresponde a um aumento de 9,6% frente ao valor m?dio previsto para 2014. Com a moeda nacional desvalorizada, haver? maior atratividade para as exporta??es, inibindo as importa??es, fato que pode ser ben?fico em um cen?rio de retra??o de consumo ou excesso de oferta. Para uma an?lise mais abrangente, por?m, ? preciso considerar as cota??es do leite em p? integral no cen?rio internacional. Para o primeiro semestre do pr?ximo ano, o Rabobank prev? cota??es por volta de US$ 3.000/tonelada, valor pouco interessante para ind?stria nacional.
No que se refere aos custos de produ??o, os insumos que s?o importados, fertilizantes, medicamentos e defensivos agr?colas, ficar?o mais caros em fun??o da alta do d?lar. Outros componentes do custo, tais como sal?rio m?nimo, energia el?trica e ?leo diesel, j? t?m aumento certo para 2015. A grande inc?gnita est? relacionada ? ra??o concentrada, produto que representa mais de 40% do desembolso do produtor de leite.
O segundo levantamento da safra 2014/2015 da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), estima uma redu??o de 3,7% na produ??o de milho e um aumento entre 3,7% e 6,5% na produ??o brasileira de soja. Com a recomposi??o dos estoques mundiais e a perspectiva de boa colheita da safra americana, a tend?ncia ? que n?o haja fortes incrementos nas cota??es desses insumos.
Ainda no contexto nacional, a entrada no mercado da empresa francesa Lactalis poder? provocar mudan?a na din?mica dos pre?os pagos aos produtores. Com a compra de f?bricas da BRF e LBR, a capta??o de leite prevista da nova ind?stria ser? por volta 1,6 bilh?es de litros/ano, passando ser a segunda maior do pa?s. A multinacional especializada em queijos ? a terceira maior ind?stria de latic?nios do mundo, com f?bricas espalhadas em 70 pa?ses, segundo International Farm Comparison Network (IFCN). Sua vinda para o Brasil vem sendo estudada h? alguns anos, tendo como objetivo a entrada nesse grande mercado consumidor.
No cen?rio internacional, o fim das cotas de produ??o da Uni?o Europeia ser? um dos acontecimentos mais aguardados pelo setor l?cteo. O sistema est? em vigor h? 30 anos e ser? extinto em abril de 2015, permitindo a livre produ??o dos pa?ses membros. ? positivo o maior crescimento econ?mico do bloco para o pr?ximo ano, que, segundo o Fundo Monet?rio Internacional (FMI), ser? de 1,3%. Entretanto, com a manuten??o do embargo estabelecido pela R?ssia em agosto de 2014, a Uni?o Europeia, Estados Unidos e Austr?lia, em fun??o da crise com a Ucr?nia, pode prejudicar significativamente as exporta??es do bloco, visto que 30% das exporta??es de queijos e 25% de manteiga tinham como destino a R?ssia.
A R?ssia ? a segunda maior importadora de produtos l?cteos do mundo, perdendo apenas para a China. Em 2013, foram importadas 629 mil toneladas de produtos l?cteos (Dairy Australia). Com o embargo, abriu-se uma chance para novos fornecedores, entre os quais a Nova Zel?ndia, Turquia e pa?ses da Am?rica do Sul, como o Brasil, que j? habilitou algumas plantas industriais. Tal fato, associado ? desvaloriza??o do real, materializa-se como uma grande oportunidade para o Brasil exportar para esse pa?s produtos como queijos e, principalmente, manteiga, cujo potencial de expans?o ? enorme. Por?m, tudo depender? das cota??es internacionais e da din?mica dos pre?os no mercado interno.
Em rela??o ? produ??o de leite nos principais pa?ses exportadores (Uni?o Europeia, Estados Unidos, Nova Zel?ndia, Austr?lia, Argentina, Uruguai e Brasil), o crescimento foi de 5,1% no primeiro semestre de 2014, estimulados pela redu??o nos custos com alimenta??o do rebanho e pelo longo per?odo de pre?os recordes. J? para o mesmo per?odo de 2015, a estimativa ? que seja de apenas 1,6% em fun??o dos menores pre?os das commodities l?cteas e da menor intensidade de compras por parte da China que recomp?s seus estoques.
Por outro lado, pre?os mais baixos das commodities l?cteas e o melhor desempenho da economia mundial, poder? aumentar o consumo mundial de produtos l?cteos, proporcionando melhoria nas cota??es no segundo semestre de 2015. Isso porque o PIB dos pa?ses emergentes subir? de 4,4%, em 2014, para 5,0%, em 2015. Ao mesmo tempo, o crescimento econ?mico dos pa?ses desenvolvidos subir? de 1,8% para 2,3%, segundo dados do FMI.
Nesse contexto, observa-se que h? muitas vari?veis que poder?o interferir na margem (Receita ? Custo) dos produtores. Tudo aponta para um in?cio de 2015 mais complicado em compara??o ao ocorrido em 2014, demandando maior aten??o aos produtores no que se refere ao processo administrativo e estrat?gico da atividade no pr?ximo ano.
Balan?o 2014
Comportamento da balan?a comercial de l?cteos ajuda amenizar press?o sobre os pre?os pagos aos produtores
O cen?rio indica que as exporta??es brasileiras de l?cteos, em 2014, ter?o o segundo melhor desempenho da hist?ria do setor. No acumulado at? outubro o pa?s exportou US$ 280,5 milh?es, valor 207% superior ao do mesmo per?odo do ano anterior. Esse total, certamente, ser? maior at? final do ano, ultrapassando os n?meros de 2007: US$ 299 milh?es em vendas ao exterior. No entanto, ficar? abaixo de 2008, quando o pa?s bateu seu recorde de exporta??o e de super?vit na balan?a comercial de l?cteos, conforme observado no gr?fico 2.
Com rela??o ?s importa??es, Argentina e Uruguai, principais origens dos produtos l?cteos importados pelo Brasil, apresentaram problemas de oferta no primeiro semestre, al?m de restri??es as exporta??es por parte do governo argentino. Tais fatos, dentre outros, contribu?ram para redu??o de 25,7% nos valores importados de janeiro a outubro de 2014. Apesar da queda, o saldo da balan?a comercial de l?cteos ainda foi deficit?rio em US$ 91,6 milh?es, resultado 77% inferior ao do ano passado.
Os altos pre?os das commodities l?cteas no primeiro semestre do ano, a alta do d?lar frente ao real e o forte incremento na produ??o nacional, que de acordo com o ?ndice de capta??o do Centro de Estudos Avan?ados em Econ?mica Aplicada (CEPEA) registrou aumentos acima de 14%, no acumulado at? setembro, foram os principais acontecimentos que influenciaram o comportamento da balan?a comercial l?cteos. A combina??o desses fatores permitiu que a ind?stria brasileira atingisse competitividade no ?mbito internacional, exportando principalmente leite em p? integral, cujo principal destino foi a Venezuela.
No mercado interno, o menor crescimento econ?mico do pa?s impediu que a demanda aumentasse. Com isso, foram pequenos os aumentos de pre?os repassados aos consumidores, no acumulado at? outubro. O ?ndice Nacional de Pre?os ao Consumidor Amplo (IPCA) do leite e seus derivados foi de apenas 4,78%, enquanto o dos alimentos e bebidas e o ?ndice geral foram de 6,06% e 5,05% respectivamente. Dessa forma, os produtos l?cteos sempre considerados como os vil?es da infla??o, apresentaram comportamento contr?rio neste ano, com pre?os aos consumidores menores ao ?ndice de infla??o.
Nesse cen?rio, a menor entrada de leite associada a maior sa?da, aliviou de certa forma a press?o de baixa nos pre?os pagos aos produtores que ficaram estagnados em boa parte do ano. De acordo com o CEPEA, o pre?o m?dio do leite no acumulado at? outubro foi de R$/L 1,07, o que representou apenas 0,6% de aumento comparado aos pre?os deflacionados de 2013. Certamente, com as menores cota??es de novembro e dezembro - in?cio da safra na regi?o Sudeste e Centro-Oeste - a varia??o do pre?o m?dio em 2014 ser? negativa.
A situa??o do produtor s? n?o foi pior, em fun??o dos custos mais baixos relacionados com a alimenta??o do rebanho. Os insumos que comp?em a ra??o concentrada, basicamente o milho e o farelo de soja, apresentaram cota??es inferiores ?s do ano passado. Com isso, a alta no custo de produ??o foi da ordem de 6,0% at? outubro, segundo a Embrapa Gado de leite. Os principais aumentos ocorreram em fun??o da eleva??o dos gastos com m?o de obra e dos produtos que acompanham a cota??o do d?lar, como medicamentos, fertilizantes e suplementos minerais.
Fonte: Milk Point