Visita de Dilma aos EUA pode abrir caminho para futuras negocia??es
1 de setembro de 2020
A visita da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos pode abrir caminhos para negocia??es comerciais futuras, avaliam especialistas. Neste momento, o encontro marca a reconstru??o da rela??o de confian?a entre os dois pa?ses.
A presidente embarcou para os EUA no ?ltimo s?bado, e a sua visita oficial teve in?cio hoje. A professora de rela??es internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Raquel Rocha, diz que o encontro n?o deve render "grandes acordos comerciais, j? que a diplomacia brasileira busca reconstruir la?os que foram interrompidos no passado".
"No entanto, a visita ? importante para costurar e preparar o terreno para acordos comerciais futuros. A Dilma tem se reunido com setores industriais do Pa?s com o objetivo de promover interesses do empresariado. N?o ? toa o Plano Nacional de Exporta??o foi anunciado semana passada, ?s v?speras da visita aos EUA. Toda comitiva que est? com a presidente, como o MDIC [Minist?rio do Desenvolvimento] e a Apex [Ag?ncia Brasileira de Promo??o das Exporta??es], v?o trabalhar em prol da promo??o comercial" , afirma Rocha. "A visita aos EUA pode trazer ganhos futuros de desenvolvimento econ?mico e mais protagonismo para o Brasil nas rela??es internacionais", completa ela.
Na semana passada, o diretor s?nior para assuntos do Hemisf?rio Ocidental da Casa Branca, Mark Feierstein, disse que ? poss?vel dobrar o com?rcio bilateral entre o Brasil e os EUA nos pr?ximos dez anos e que, nessa visita, ser?o dados passos nessa dire??o.
Em 2014, as trocas comerciais entre as duas na??es alcan?aram US$ 62 bilh?es.
A professora de rela??es internacionais da Funda??o Armando ?lvares Penteado (FAAP), Fernanda Peten? Magnotta, tamb?m n?o tem grandes expectativas com o encontro diplom?tico e diz que deve haver alguns avan?os pontuais, como em facilita??o de vistos e na ?rea de defesa.
Al?m disso, s?o esperados an?ncios como a abertura do mercado norte-americano para a carne brasileira e medidas para facilitar o com?rcio nos setores de cer?mica, m?quinas e materiais de constru??o.
Vistos
Durante a visita da presidente ? esperado tamb?m o an?ncio da inclus?o dos turistas brasileiros no programa Global Entry, que facilita a entrada de pessoas que viajam constantemente aos EUA, sobretudo, a trabalho, possibilitando que essas n?o passem pelas filas de imigra??o. "H?, efetivamente, uma discuss?o em andamento sobre a participa??o do Brasil no programa", afirmou o embaixador Carlos Paranhos, sub-secret?rio-geral Pol?tico do Minist?rio de Rela??es Exteriores. "Por?m, n?o sei se ser? poss?vel acertar todos os detalhes t?cnicos at? a pr?xima ter?a [amanh?] ", acrescentou.
Infraestrutura
Est? na agenda da presidente uma reuni?o com empres?rios norte-americanos para apresentar o pacote de infraestrutura anunciado no ?ltimo dia 9, como forma de buscar investimentos. Para a professora da ESPM, essa ? uma das pautas principais para serem negociadas com o governo de Barack Obama. "No entanto, isso depende muito da atua??o pol?tica do Brasil. Na ocasi?o das den?ncias de espionagem, a Dilma teve um discurso muito combativo em rela??o aos EUA. Precisamos comprovar essa mudan?a de postura para que eles entrem em nossas concess?es. A pauta econ?mica est? vinculada ? pauta pol?tica", opina Rocha.
Para a professora da FAAP, existem expectativas muito desalinhadas entre o Brasil e os EUA. "O governo americano n?o tem tratado isso [a visita do Brasil] como uma prioridade. De um lado, o encontro tem uma mensagem positiva [de retomada de confian?a], mas ao mesmo tempo n?o vai repercutir em medidas muito concretas, seja pelo desgaste diplom?tico, seja porque n?o existe espa?o pol?tico para negociar determinadas coisas [como um acordo de com?rcio, por exemplo]", diz Magnotta. "Ainda que o Obama tivesse predisposi??o para negociar, ele precisaria de apoio do Congresso, algo que ele n?o tem hoje, sem contar que j? se aproxima o per?odo das elei??es dos EUA. Al?m disso, o pa?s est? envolvido com outras quest?es, como a reaproxima??o com Cuba e Ir?. Tudo isso acaba diluindo iniciativas de negocia??es estrat?gicas", complementa ela. Dilma passar? por Nova York, Washington e S?o Francisco.
Fonte: Canal do Produtor
A presidente embarcou para os EUA no ?ltimo s?bado, e a sua visita oficial teve in?cio hoje. A professora de rela??es internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Raquel Rocha, diz que o encontro n?o deve render "grandes acordos comerciais, j? que a diplomacia brasileira busca reconstruir la?os que foram interrompidos no passado".
"No entanto, a visita ? importante para costurar e preparar o terreno para acordos comerciais futuros. A Dilma tem se reunido com setores industriais do Pa?s com o objetivo de promover interesses do empresariado. N?o ? toa o Plano Nacional de Exporta??o foi anunciado semana passada, ?s v?speras da visita aos EUA. Toda comitiva que est? com a presidente, como o MDIC [Minist?rio do Desenvolvimento] e a Apex [Ag?ncia Brasileira de Promo??o das Exporta??es], v?o trabalhar em prol da promo??o comercial" , afirma Rocha. "A visita aos EUA pode trazer ganhos futuros de desenvolvimento econ?mico e mais protagonismo para o Brasil nas rela??es internacionais", completa ela.
Na semana passada, o diretor s?nior para assuntos do Hemisf?rio Ocidental da Casa Branca, Mark Feierstein, disse que ? poss?vel dobrar o com?rcio bilateral entre o Brasil e os EUA nos pr?ximos dez anos e que, nessa visita, ser?o dados passos nessa dire??o.
Em 2014, as trocas comerciais entre as duas na??es alcan?aram US$ 62 bilh?es.
A professora de rela??es internacionais da Funda??o Armando ?lvares Penteado (FAAP), Fernanda Peten? Magnotta, tamb?m n?o tem grandes expectativas com o encontro diplom?tico e diz que deve haver alguns avan?os pontuais, como em facilita??o de vistos e na ?rea de defesa.
Al?m disso, s?o esperados an?ncios como a abertura do mercado norte-americano para a carne brasileira e medidas para facilitar o com?rcio nos setores de cer?mica, m?quinas e materiais de constru??o.
Vistos
Durante a visita da presidente ? esperado tamb?m o an?ncio da inclus?o dos turistas brasileiros no programa Global Entry, que facilita a entrada de pessoas que viajam constantemente aos EUA, sobretudo, a trabalho, possibilitando que essas n?o passem pelas filas de imigra??o. "H?, efetivamente, uma discuss?o em andamento sobre a participa??o do Brasil no programa", afirmou o embaixador Carlos Paranhos, sub-secret?rio-geral Pol?tico do Minist?rio de Rela??es Exteriores. "Por?m, n?o sei se ser? poss?vel acertar todos os detalhes t?cnicos at? a pr?xima ter?a [amanh?] ", acrescentou.
Infraestrutura
Est? na agenda da presidente uma reuni?o com empres?rios norte-americanos para apresentar o pacote de infraestrutura anunciado no ?ltimo dia 9, como forma de buscar investimentos. Para a professora da ESPM, essa ? uma das pautas principais para serem negociadas com o governo de Barack Obama. "No entanto, isso depende muito da atua??o pol?tica do Brasil. Na ocasi?o das den?ncias de espionagem, a Dilma teve um discurso muito combativo em rela??o aos EUA. Precisamos comprovar essa mudan?a de postura para que eles entrem em nossas concess?es. A pauta econ?mica est? vinculada ? pauta pol?tica", opina Rocha.
Para a professora da FAAP, existem expectativas muito desalinhadas entre o Brasil e os EUA. "O governo americano n?o tem tratado isso [a visita do Brasil] como uma prioridade. De um lado, o encontro tem uma mensagem positiva [de retomada de confian?a], mas ao mesmo tempo n?o vai repercutir em medidas muito concretas, seja pelo desgaste diplom?tico, seja porque n?o existe espa?o pol?tico para negociar determinadas coisas [como um acordo de com?rcio, por exemplo]", diz Magnotta. "Ainda que o Obama tivesse predisposi??o para negociar, ele precisaria de apoio do Congresso, algo que ele n?o tem hoje, sem contar que j? se aproxima o per?odo das elei??es dos EUA. Al?m disso, o pa?s est? envolvido com outras quest?es, como a reaproxima??o com Cuba e Ir?. Tudo isso acaba diluindo iniciativas de negocia??es estrat?gicas", complementa ela. Dilma passar? por Nova York, Washington e S?o Francisco.
Fonte: Canal do Produtor